8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Gatinhos são tudo de bom: Vídeo de gatinho assustado com bola de tênis!

Gatos são tudo de bom, principalmente quando pequeninos, pois estão conhecendo a vida e o espaço onde vivem, aprontando muitas divertidas molecagens, além de escalar nossas calças e arranhar nossas pernas. Também se assustam com facilidade, mas, como a curiosidade matou o gato, ela sempre vence o medo, e eles nos presenteiam com cenas divertidíssimas.

É o caso do vídeo do gatinho abaixo com medo de uma bola de tênis e que está fazendo o maior sucesso na internet (já foi visto por 1,39 milhão de pessoas). Ele tem medo da bolinha, mas não resiste a curiosidade de tocá-la. Quando a bola se move, sai correndo para depois voltar e tentar tocar a bola de novo. O cineasta que filmou a perfomance do gatinho botou uma trilha sonora bem adequada para os saltos do felino. Hilário.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Esquerda X Direita: Faz sentido ainda?

Nós, brasileiros, fomos todos vítimas de bitolante educação esquerdista desde o ensino fundamental, situação que recrudesceu com os governos Lula, embora tenha sido estabelecida sobretudo a partir do período ditatorial militar, quando os marxistas se refugiaram nas universidades e na cultura, passando a forjar o pensamento recente da sociedade.

Por isso, crescemos todos tendo uma visão totalmente distorcida de muita coisa (eu não fui exceção a essa regra) e negativa da direita que, a bem da verdade, é um termo que carece de precisão e em relação ao qual há muita confusão, inclusive entre quem se identifica como de direita.

Outro dia li um artigo de um blogueiro liberal dizendo que era preciso recuperar a imagem da direita porque ninguém sofre mais preconceito no Brasil do que a direita, já que a esquerda mentirosa (e como!) relacionou a direita à ditadura militar, o que era um absurdo porque a ditadura nada tinha de liberal em sentido algum. De fato, pelo simples fato de ser ditadura não poderia ser liberal, mas não era nem do ponto de vista econômico, como a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), no Chile. Pelo contrário, era em tudo muito parecida com este período lulopetista em que vivemos, apesar de mais autoritária.

Para esse blogueiro, portanto, ser de direita é ser liberal. Entretanto, entre os vários comentários divergentes do ponto de vista do autor, incluindo os de gente que se definia como de esquerda, um dizia:
Na verdade para mim liberalismo não é ‘de direita’ em lugar nenhum do mundo, mas falta definir o que é um e o que é o outro. Os republicanos americanos são gastadores e contra aborto e liberação das drogas (para ficar em dois exemplos) isto é ‘de direita’, mas não é liberal. Para praticamente qualquer país do mundo liberalismo vai significar menos estado e direita e esquerda implicam em usos (na melhor das hipóteses) diferentes do estado.

No Brasil, a esquerda rotulou a direita fundamentalmente como conservadora e autoritária e teve a ajuda da ditadura militar, que era positivista, no seu afã mitômano. E claro se autodefiniu como progressista, embora a esquerda sempre tenha sido tão careta em termos de moral e costumes quanto a direita conservadora. Vamos lembrar que, há apenas umas três décadas, a dita esquerda ortodoxa resolveu abraçar as causas homo, da mulher, ecologista, negra, entre outras, quando a questão da luta de classes se mostrou insuficiente para continuar mobilizando as pessoas.

Então, concluindo, considero ultrapassadas essas divisões "esquerda x direita", de forma estanque e maniqueísta, incompatíveis com a realidade do mundo atual. Sou fundamentalmente libertária, ou seja, antiestatista, portanto me aproximo dos liberais que oferecem uma estrutura social, política e econômica com menos estado (portanto menos mediocridade, corrupção e autoritarismo), mas não sou nada conservadora, pelo contrário sou bem libertina. Pragmaticamente, voto da social-democracia ao liberalismo, excluindo conservadores e socialistas-comunistas (o que no Brasil não é nada fácil por causa da geleia ideológica), mas sou sobretudo contra autoritários de todo o tipo (nazifascistas, comunistas, populistas, fundamentalistas religiosos..). Para mim, de fato, o embate dos dias de hoje é entre democratas e autoritários, libertários e liberticidas (talvez sempre tenha sido). Fico sempre com quem oferecer mais liberdade para os indíviduos, não descuidando do aspecto social.

Vale lembrar ainda que as definições de direita e de esquerda, liberal, conservador e progressista variaram de acordo com o momento histórico, com os países ou regiões, ou mesmo com o autor das definições. Norberto Bobbio, pensador político italiano (1909-2004), a grosso modo, afirmava que a esquerda seria a que busca a igualdade, considerando as diferenças entre as pessoas fruto das relações sociais, enquanto a direita buscaria a liberdade e consideraria as diferenças entre as pessoas fruto das decisões arbitrárias da Natureza.

Nos EUA, chama-se de liberal quem de fato, para nós e os europeus, são os social-democratas; de conservadores, os partidários do liberalismo econômico mas não das liberdades individuais, em termos de moral e costumes, e de libertários, os liberais de tipo clássico que são antiestatistas e tem uma agenda progressista em termos de moral e costumes. Na Europa e na América Latina (incluindo o nosso país), essas divisões correspondem mais ao gráfico que posto abaixo. Notem que os libertários não se situam nem à esquerda nem à direita.

De fato, melhor seria, na minha opinião, que a humanidade se pautasse por aquilo que mais tem dado resultados práticos na gestão das sociedades, à parte as terminologias, sem deixar de lado preocupações sociais e ambientais, mas respeitando a liberdade de escolha dos indíviduos, sendo os indivíduos a controlar o Estado e não o Estado a controlar os indivíduos.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Dia histórico: Uniões homossexuais reconhecidas pelo Supremo Tribunal Federal

Por unanimidade, no dia 5 de maio, o Superior Tribunal Federal (STF) julgou procedentes a ação direta de inconstitucionalidade (ADI 4277) e a arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF 132), ajuizadas respectivamente pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo governador Sérgio Cabral (RJ), ambas solicitando o reconhecimento da união estável homossexual sob o argumento de que o não reconhecimento contraria princípios fundamentais da Constituição. Tanto esses instrumentos quanto a quem compete julgá-los estão definidos na Constituição brasileira, portanto, tudo foi feito dentro da mais estrita legalidade.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Arte fantástica: híbridos de humanos e animais!

Kate Clark
Kate Clark é uma artista americana que esculpe rostos humanos, em caras de animais empalhados, utilizando a própria pele dos animais (pálpebras e cílios também), argila, espuma, borracha, madeira, entre outros materiais. O resultado são híbridos de humanos e animais que realmente impressionam pelo realismo e, consequentemente, provocam ao mesmo tempo atração e repulsa.

Com essa taxidermia bizarra, a escultora diz buscar lembrar aos humanos o quanto de semelhança temos com nossos vizinhos de planeta, a quem tanto desconsideramos. A sensação que seus manimals me provocam contudo é de forte estranhamento, o que em nada depõe contra seu incrível trabalho de qualquer forma.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

A falibilidade humana!


A falibilidade humana!

“Tolerância é a consequência necessária da percepção de que somos pessoas falíveis: errar é humano, e estamos o tempo todo cometendo erros.” (Voltaire)

O filósofo Karl Popper considerava encobrir erros o maior pecado intelectual. Somos humanos e, portanto, falíveis. O poeta Xenófanes, que escreveu cerca de 500 anos antes de Cristo, já havia capturado essa ideia quando disse: “Verdade segura jamais homem algum conheceu ou conhecerá sobre os deuses e todas as coisas de que falo”. Porém, isso não significa relativismo total, pois podemos obter conhecimento objetivo, como o poeta mesmo deixa claro depois: “Os deuses não revelaram tudo aos mortais desde o início; mas no decorrer do tempo encontramos, procurando, o melhor”.

Mas é a possibilidade de estarmos errados que nos faz mais tolerantes com os outros e que nos coloca sempre na busca por mais conhecimento, já que podemos defender algo que se prova errado amanhã. Tal postura é oposta àquela que Epíteto condena quando diz: “É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe”. Quando uma pessoa jura ter chegado à Verdade, absoluta e irrefutavelmente, ele se transforma em um potencial tirano, intransigente com qualquer divergência de opinião, com qualquer discordância. Os adeptos de sistemas fechados e “perfeitos”, os seguidores de utopias são todos extremistas contra seus “inimigos”, aqueles que não abraçam na totalidade o mesmo sistema.

O conhecimento objetivo é possível. Conhecimento é a busca pela verdade, a busca de teorias explanatórias, objetivamente verdadeiras. Mas não é a busca por certeza. Entender que errar é humano é reconhecer que devemos lutar incessantemente contra o erro, mas que não podemos eliminá-lo totalmente. Como diz Popper, “mesmo com o maior cuidado, nunca podemos estar totalmente certos de que não estejamos cometendo um erro”. Essa distinção entre verdade e certeza é fundamental, segundo Popper, pois vale a pena sempre buscarmos a verdade, mas devemos fazê-lo principalmente buscando erros, para corrigi-los.

Por isso o método científico é o método crítico, o método da “busca por erros e da eliminação de erros a serviço da busca da verdade, a serviço da verdade”. Alguns acusaram Popper de relativista por conta dessa postura, mas ele explica isso com base nessa confusão entre verdade e certeza, e é enfático ao recusar tal rótulo: “O relativismo é um dos muitos crimes dos intelectuais; é uma traição à razão, e à humanidade”. O risco é cair no extremo oposto, qual seja, a postura de detentor de certezas absolutas, o que, quando se trata de relações humanas e organizações sociais, chega a ser absurdamente perigoso. Aquele que “descobriu” um sistema ético perfeito, que “sabe” exatamente qual o conceito de Justiça em cada interação complexa entre homens, representa um ditador em potencial.

Popper encara o conhecimento no sentido das ciências naturais como um conhecimento conjectural, ou seja, um ousado trabalho de adivinhar. Mas se trata de um adivinhar disciplinado pela crítica racional. Isso, para ele, “torna a luta contra o pensamento dogmático um dever”. A modéstia intelectual também vira um dever de pensadores sérios. E, sobretudo o cultivo de uma linguagem simples e despretensiosa passa a ser um dever de todo intelectual. Na mesma linha, Isaiah Berlin, em seu livro A Força das Ideias, ataca basicamente o mesmo ponto, quando diz: "Uma retórica pretensiosa, uma obscuridade ou imprecisão deliberada ou compulsiva, uma arenga metafísica recheada de alusões irrelevantes ou desorientadoras a teorias científicas ou filosóficas (na melhor das hipóteses) mal compreendidas ou a nomes famosos, é um expediente antigo, mas no presente particularmente predominante, para ocultar a pobreza de pensamento ou a confusão, e às vezes perigosamente próximo da vigarice”.

Em resumo, nenhum ser humano é infalível, e é o reconhecimento desse fato que nos permite maior tolerância e eterna busca pelo aprendizado. Os liberais prezam o diálogo civilizado, o respeito às divergências de opinião. Os homens possuem a faculdade do raciocínio e devem questionar qualquer crença, buscando evidências que sustentem sua veracidade. “Só pelo conhecimento podemos nos libertar espiritualmente – da escravidão por falsas ideias, preconceitos e ídolos”, diz Popper. O apelo à autoridade não é um bom argumento, tampouco diz algo sobre o embasamento do que está sendo afirmado. Um argumento sólido deve se sustentar pela sua própria solidez, independente de quem o profere.

O conhecimento objetivo é possível e desejável. Mas a noção de que podemos estar errados é importante. O homem racional deve reconhecer os limites da própria razão. Como bem colocou Karl Kraus, “refreia as tuas paixões, mas toma cuidado para não dar rédeas soltas à tua razão”. Ironia à parte, é preciso lembrar que o que falta a um psicopata não é a razão - algo que ele tem às vezes de sobra. Todo defensor de um sistema ético fechado, que não deixa espaço para a possibilidade de falha, acredita que está do lado da razão, que seu sistema é “científico”. Nenhuma dessas “seitas” utópicas respeita de fato um dos valores mais nobres aos liberais: a tolerância, fruto da humildade que advém da noção de falibilidade humana.

Fonte: Rodrigo Constantino

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