8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

sexta-feira, 6 de março de 2009

Lugar de Mulher - pelo 8 de março

Confesso que ando meio sem pique para comemorar o dia internacional da mulher seja pelo porre capitalista de tantas propagandas comerciais para você comprar num sei o quê em homenagem às mulheres (sic) seja pelo porre esquerdista de ver as questões da mulher novamente subordinadas à luta contra a burguesia, o neoliberalismo, a crise econômica e outras tantas desse pessoal que - como a Folha de São Paulo tão bem alcunhou - é cínico e mentiroso. Domingo haverá passeata cheia de bandeiras vermelhas na avenida.

Porém, todavia, contudo, como ainda há muito por fazer em termos de direitos das mulheres, achei que devia de qualquer forma lembrar a data, mas estava sem saber o que dizer que não fosse de caráter "ativista", quando uma colega me enviou o cordel abaixo da Salete Maria, do blog
Cordelirando. Achei os versos muito bons, inclusive porque desfolham essa mulher abstrata da militância e do dia 8 nas múltiplas mulheres reais que são de todo tipo e que estão em todo o lugar. De fato, nosso lugar é- como diz o cordel - onde quer que a gente sobreviva.

Lugar de Mulher

Do ponto onde me encontro, na janela dum sobrado
Daqui donde me defronto, com meu presente e passado
Fico metendo a colher do ‘meu lugar de mulher’
Neste mundão desgarrado
Do meu ângulo obtuso, num canto da camarinha
Afrouxo um parafuso, liberto uma andorinha
Desmancho uma estrutura, arranco uma fechadura
Desmonto uma ladainha
Reza a história do mundo, que mulher tem seu lugar
É um discurso ‘corcundo’,e prenhe de bla-bla-blá
Eu que ando em toda parte,divulgo através da arte
Outro modo de pensar:
Lugar de mulher é quarto,sala, bodega e avião
Lugar de mulher é mato,cidade, praia e sertão
Lugar de mulher é zona, do Estado do Arizona
À Vitória de Santo Antão
Lugar de mulher é sauna, capela, bonde, motel
Lugar de mulher é fauna, terreiro, campus, quartel
Lugar de mulher é casa, seja na Faixa de Gaza
Ou no Morro do Borel
Lugar de mulher é cama, seresta, parque, novena
Lugar de mulher é lama, escola, laje, cinema
Lugar de mulher é ninho, dos becos do Pelourinho
Às águas de Ipanema
Lugar de mulher é roça, riacho, circo, cozinha
Lugar de mulher é bossa, reisado, feira, lapinha
Lugar de mulher é chão, das ruelas do Sudão
Às veredas da Serrinha
Lugar de mulher é mangue, deserto, vila, mansão
Lugar de mulher é gangue, novela, birô, oitão
Lugar de mulher é mar, das praias do Canadá
Ao céu do Cazaquistão
Lugar de mulher é ponte, trincheira, jardim, salão
Lugar de mulher é fonte, indústria, baile, fogão
Lugar de mulher é mina, do solo de Teresina
Ao Morro do Alemão
Lugar de mulher é barro, palco, metrô e altar
Lugar de mulher é carro, camarote, rede, bar
Lugar de mulher é trem, dos caminhos de Belém
À serra do Quicuncá
Lugar de mulher é show, favela, brejo e poder
Lugar de mulher é gol, ringue, desfile e lazer
Lugar de mulher é creche, das bandas de Marrakech
Às vilas do ABC
Lugar de mulher é serra, obra, beco e parlamento
Lugar de mulher é guerra, missa, teatro e convento
Lugar de mulher é pia, das tendas de Andaluzia
À Santana do Livramento
Lugar de mulher é tudo, por onde possa passar
Seja pequeno ou graúdo, seja daqui ou de lá
Lugar de mulher é Terra, mas não onde o gato enterra
O que precisa ocultar
Lugar de mulher é dentro, mas também pode ser fora
Lugar de mulher é centro, que a margem não ignora
Lugar de mulher é leste, norte, sul, também oeste
De noite, tarde e aurora
De minha perspectiva, mulher não tem ‘um’ lugar
Onde quer que sobreviva, pode ser seu habitat
Lugares existem zil, eu mesma sou do Brasil
E vivo no Ceará!

Salete Maria

domingo, 1 de março de 2009

Parabéns ao Rio, minha terra natal!

Nasci na cidade do Rio de Janeiro em 20 de julho de 1954, filha de migrantes nordestinos em busca de vida melhor. Depois fui exportada para Sampa, ainda bebê, onde de fato cresci, onde de fato me formei como pessoa.

Mas, quando criança e mesmo no início da adolescência, ia muito ao Rio, tenho parentes por lá. Ao longo da minha vida, também visitei o Rio várias vezes e guardo boas lembranças da cidade que já foi mais maravilhosa, hoje tão conturbada pela violência sem freios.

Apesar desses pesares, o Rio ainda é o cartão-postal do Brasil, com aquela paisagem esplendorosa do Cristo Redentor, da baía de Guanabara, com seu histórico tão importante para a cultura brasileira. Por essas e mais outras, deixo aqui minha homenagem de carioca-paulistana aos 444 anos do Rio de Janeiro, com uma música que, por ritmo e letra, interpreta a cidade melhor que ninguém! Samba do Avião, do Tom Jobim, com ele e a Miucha.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Vídeo da campanha pelos casamentos gays na Califórnia

Ao som de "Fidelity", da russa Regina Spektor, o vídeo da Campanha da Coragem pela validação dos Casamentos Gays já realizados na Califórnia, antes da aprovação da Proposta 8 (iniciativa do advogado Kenneth Starr que entrou com ação pedindo a anulação de todos os casamentos oficializados na Califórnia em 2008), apresenta diferentes casais homossexuais e seus familiares segurando cartazes com a frase "Don't Divorce Us" (Não nos divorcie).

Fora o vídeo, os organizadores enviaram uma carta, , contra a ação de Starr, já assinada por 300 mil pessoas, que deve chegar à Suprema Corte americana, em 5 de março, quando também haverá uma audiência sobre o assunto. A carta cita trecho de discurso de Barack Obama defendendo direitos da comunidade LGBT.

Veja como o vídeo da campanha ficou bonito. Divulgue!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Como hoje é carnaval...













Passeando pela Web, blogs, sites e tudo mais que se encontra nesse caminho, encontrei o blog Men who look like old lesbians (Homens que parecem lésbicas velhas). Não é novidade, outros blogs L já citaram, mas nem por isso deixo de recomendar.

Como hoje é dia de folia, nada como rir um bocado com a cara dos bofes que parecem lésbicas (ou são as lésbicas que parecem com eles?). Alguns ainda dá para perceber que são homens, mas a maioria realmente poderia passar por uma sapa. E não tem só homens mais velhos que parecem sapas mais velhas, tem os jovenzinhos também que parecem com as lezzies teen, uns que parecem com as mais butches... tem de tudo. Tem até o Milton Nascimento com cara de sapa...rsss
E para ilustrar esse post botei aí uma sapa, a Vange Leonel, que, com o passar dos anos, foi ficando cada vez mais parecida com o cara na foto ao lado (Bob Dylan, para quem não sacou). Estranhos mistérios da passagem do tempo. Talvez the answer may be blowing in the wind... rsss

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Vulvas flores












Resolvi postar essas vulvas-flores ou flores-vulvas após uma espécie de debate que rolou na lista gls, da qual participo, em função de um comentário depreciativo de um gay sobre nossa querida boceta. Comentava o rapaz com outro que era virgem de mulher e que só tinha visto as partes pudendas de uma ao nascer, e que, graças a Jesus, não lembrava desse triste momento.

Fiquei impressionada com a grosseria - para dizer o mínimo - já que a lista também é composta por mulheres e fundamentalmente lésbicas que, além de possuirem uma chana, também em geral são grandes apreciadoras de uma ou de várias.

Pedi ao dito que nos poupasse desses chistes sexistas, e a história virou um zum-zum-zum danado. Imaginasse ele - disse - se as lésbicas dessem para expressar sua opinião sobre os penduricalhos masculinos ali na lista. Ia ficar bem desagradável. O rapaz não gostou, disse que eu não tinha senso de humor e que estava fazendo tempestade em copo d'água. No fim, entre pontos e contrapontos se calou.

Fiquei pensando nessa coisa incrível da misoginia masculina (e aqui cabe se falar em misoginia sim) que afeta tanto alguns gays. Não que não existam lésbicas que também tenham repulsa ao sexo masculino (em ambos os sentidos), mas pelo menos não saem por aí dizendo na cara dos caras o quanto eles lhes parecem indigestos. Quando acontece de alguma querer ressuscitar o manifesto Scum, da Valerie Solanas, aquela que atirou no Andy Warhol, que pregava a destruição do sexo masculino, vozes iradas surgem imediatamente, inclusive de mulheres, contra a ousadia androfóbica. E olhe que as mulheres têm milênios de razões para terem mais bronca dos homens do que o contrário.

Historicamente inclusive essa maneira depreciativa de se referir ao sexo feminino, a que muitos gays chamam de racha, rachada, foi um dos motivos que levou à separação das lésbicas do Somos já nos idos de 1979. Posteriormente, eu mesma já me vi às voltas com essas e outras expressões de aversão às mulheres vindas de alguns gays. E olhe que elas vêm de homens pouco letrados e de outros tantos, como o rapaz em questão, bem letrados e articulados.

Pessoalmente não tenho repulsa ao sexo masculino em nenhum sentido. Apenas não tenho desejo por homens. Quando são bonitos, admiro-os esteticamente, mas não me dão tesão. Naturalmente todos e todas temos nossas idiossincrasias, nossas aversões e simpatias, mas, pelo menos por questão de decoro, devemos mantê-las conosco, pois essas coisas são de natureza por demais subjetiva para serem colocadas em público. Como se sabe gosto não se discute, havendo inclusive quem ame o feio porque bonito lhe parece.

Enfim, mesmo em tom de blague, certas coisas a gente só diz entre íntimos. Hoje mesmo estavam os gays rotulando a marchinha A cabelereira do Zezé, a mais tocada das marchinhas de carnaval, como homofóbica, porque - como bem lembram - ela diz: "Olha a cabeleira do Zezé. será que ele é... será que ele é.... bicha!!!" Não considero a letra ofensiva - talvez porque não seja bicha - mas obviamente não vou ficar entoando suas estrofes na cara dos gays, já que eles não acham graça nelas.

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