Me interessei pelo Budismo tempos atrás - já faz um tempo – meio por acaso meio por destino (quem sabe?). O primeiro mel que atraiu a abelha existencialmente indagadora foi o filme O Pequeno Buda, do Bertolucci. À parte a beleza do filme em si mesmo – que recomendo - e mais do que a trajetória "maravilhosa" do Sidarta Gautama, do nascimento à Iluminação, o que mais me impressionou foi a forma como morre o monge tibetano, que busca, no roteiro, em algumas crianças, seu mestre renascido.
Ele vinha doente e tinha como sua última missão encontrar a criança em que reconheceria seu mestre. Como o mestre era brincalhão, 3 crianças mostraram suas características, e o monge as apresentou (as crianças), em seu monastério, como o lama renascido. Cumprida sua missão, ele sentou para meditar e se foi, sem drama, como se estivesse apenas dormindo.
Fiquei impressionada, pensando se realmente alguém poderia morrer assim, tão placidamente. Tempos depois comprei um livro chamado Conhecimento da Liberdade, sem reparar que era de outro monge tibetano. Gostei do livro, das questões que abordava e me dei conta, ao fim, de que as idéias levantadas pelo autor refletiam sua formação budista. Curiosa, passei a ler sobre o Budismo, suas diferentes escolas, e, por fim, acabei indo parar num templo Zen no bairro da Liberdade, em São Paulo capital, por indicação de uma conhecida.
E foi com o Zen que acabei me relacionando mais intimamente, apesar de inúmeras idas e vindas, intermitências que por certo não contribuíram para minha imagem na avaliação da mestra. Apesar de discípula um tanto indisciplinada do zen-budismo (o que não deixa de ser uma ironia), as idéias budistas calaram fundo em minha mente e mudaram muita coisa na minha maneira de ver o mundo, a sociedade, as pessoas, a vida.
Mais para ser vivido do que entendido, o Zen é prático, não teórico, tanto que busca desligar o piloto automático, em que a maioria de nós leva a vida, não só através da meditação propriamente dita mas também da sacralização de todo o cotidiano. Sua proposta, como a de todo o Budismo, é de que se viva a vida aqui e agora porque o presente é o único tempo real de que dispomos. Fácil de dizer, dificílimo de fazer, tal proposição encerra, contudo, uma sabedoria que se aplica a todo mundo, independente de sexo, etnia, orientação sexual ou seja qual for a especificidade.
Por isso, para começar o ano, resolvi transcrever aqui uma das anedotas filosóficas Zen (que é pródigo nelas) que mais expressam essa verdade, verdade que, se apreendida, poderá fazer de nossos 2009 um ano bem melhor do que os anteriores.
Ele vinha doente e tinha como sua última missão encontrar a criança em que reconheceria seu mestre. Como o mestre era brincalhão, 3 crianças mostraram suas características, e o monge as apresentou (as crianças), em seu monastério, como o lama renascido. Cumprida sua missão, ele sentou para meditar e se foi, sem drama, como se estivesse apenas dormindo.
Fiquei impressionada, pensando se realmente alguém poderia morrer assim, tão placidamente. Tempos depois comprei um livro chamado Conhecimento da Liberdade, sem reparar que era de outro monge tibetano. Gostei do livro, das questões que abordava e me dei conta, ao fim, de que as idéias levantadas pelo autor refletiam sua formação budista. Curiosa, passei a ler sobre o Budismo, suas diferentes escolas, e, por fim, acabei indo parar num templo Zen no bairro da Liberdade, em São Paulo capital, por indicação de uma conhecida.
E foi com o Zen que acabei me relacionando mais intimamente, apesar de inúmeras idas e vindas, intermitências que por certo não contribuíram para minha imagem na avaliação da mestra. Apesar de discípula um tanto indisciplinada do zen-budismo (o que não deixa de ser uma ironia), as idéias budistas calaram fundo em minha mente e mudaram muita coisa na minha maneira de ver o mundo, a sociedade, as pessoas, a vida.
Mais para ser vivido do que entendido, o Zen é prático, não teórico, tanto que busca desligar o piloto automático, em que a maioria de nós leva a vida, não só através da meditação propriamente dita mas também da sacralização de todo o cotidiano. Sua proposta, como a de todo o Budismo, é de que se viva a vida aqui e agora porque o presente é o único tempo real de que dispomos. Fácil de dizer, dificílimo de fazer, tal proposição encerra, contudo, uma sabedoria que se aplica a todo mundo, independente de sexo, etnia, orientação sexual ou seja qual for a especificidade.
Por isso, para começar o ano, resolvi transcrever aqui uma das anedotas filosóficas Zen (que é pródigo nelas) que mais expressam essa verdade, verdade que, se apreendida, poderá fazer de nossos 2009 um ano bem melhor do que os anteriores.
Um dia, caminhando pela selva, um homem encontrou um tigre feroz.
Ele correu, mas logo chegou à beira de um penhasco. Descendo por um cipó, viu outro tigre lá embaixo.
Então apareceram dois ratos e começaram a roer o cipó...
Ele correu, mas logo chegou à beira de um penhasco. Descendo por um cipó, viu outro tigre lá embaixo.
Então apareceram dois ratos e começaram a roer o cipó...
Subitamente, ele viu um morango maduro e apetitoso.
Ele o colheu e colocou na boca...
Ele o colheu e colocou na boca...
Delicioso!
Não viva no passado. Não se preocupe com o futuro. Aproveite o momento. Ser feliz é agir conforme as circunstâncias, sejam elas quais forem.
Não viva no passado. Não se preocupe com o futuro. Aproveite o momento. Ser feliz é agir conforme as circunstâncias, sejam elas quais forem.
Feliz 2575!
Imagem e texto: Zen em Quadrinhos, Tsai Chih Chung, Ediouro, 3 edição.
Imagem e texto: Zen em Quadrinhos, Tsai Chih Chung, Ediouro, 3 edição.