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A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã. Mais uma vez, eu sei!


Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera. (A flor e a náusea, Carlos Drummond de Andrade)

Para todas e todos aqueles, conscientes de que as sombras do arbítrio e da ignomínia voltam a se projetar sobre o país, sobre nós que não nos reconhecemos neste lastimável estado de coisas, a música de Renato Russo, Mais Uma Vez, à guisa de conforto e esperança.

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez eu sei
Escuridão já vi pior de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.

Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez eu sei
Escuridão já vi pior de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.

Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!

Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Lembrando: Eu te amo e Vitrines - Chico Buarque e Tom Jobim

Para mim, Chico Buarque, que ficou  mais conhecido por suas músicas de protesto (ainda que algumas vezes velado) contra a ditadura militar, já era. Já era desde que descobri sua simpatia pelo lulo-petismo, Fidel Castro e congêneres. Quanta hipocrisia, Santo Dio! Neguinho aqui bancando o grande contestador dos milicos, quando, no fundo, não era apenas apreciador daqueles ditadores específicos. Ditadores vestidos de vermelho são outra coisa para o senhor, sei lá, revolucionários...aquelas coisas. Então, dessa safra, no máximo Roda Viva e Construção ainda me passam. O resto joguei fora.

Dele, só escuto a produção lírica que inegavelmente tem coisas lindas. E como estou num momento afins, decidi relembrar duas músicas do compositor que acho belas demais: Eu te Amo (essa em parceria com Tom Jobim) e Vitrines.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ricky Martin assumiu que é gay em comunicado. Era o óbvio ululante, então por que falou?

Vou dar razão ao mote deste blog, que é ser contra o coro dos contentes, e questionar o comunicado de Ricky Martin ao público,  no final de março, anunciando que é gay. Nada contra o rapaz da vida louca falar de sua vida o que bem entender - e melhor todo mundo assumido do que enrustido - mas comunicar à imprensa que é homossexual não soa estranho?

Alguém já viu alguma celebridade vir a público dizer que é hétero? Dirão: "ah, mas a sociedade pressupõe que todo mundo é hétero até prova em contrário, por isso não há razão para alguém declarar que é hétero." Mas também não há para declarar que é gay ou lésbica. Se queremos que a homossexualidade seja vista como natural, melhor agir de forma natural, como agem os héteros. Mesmo para quem sempre fingiu namorad@s de fachada, melhor simplesmente aparecer com a namorada, sendo mulher, ou com o namorado, sendo homem, do que reunir a família, os amigos e a imprensa para confessar que é homossexual. Homossexualidade não é pecado para ser confessado nem doença (foi retirada da Classificação Internacional de Doenças em 1990) para se anunciar como um desabafo tipo "tenho AIDS, mas estou vivo e bem."

Principalmente quando esses comunicados vêm de celebridades, como Ricky Martin, sempre me dá a impressão de que a criatura está com dificuldade para aparecer por seus dotes artísticos e resolve apelar para as declarações polêmicas a fim de se manter em evidência. Especialmente no caso de Ricky Martin, há razões para suspeitar de que seja realmente essa a intenção do cantor.

Li numa lista de discussão, em 2005, uma mensagem que falava da declaração de Martin (para a revista Blender) de que gostava de chuva dourada (brincadeira erótica com urina). Nessa mensagem, também já se comentava sobre a homossexualidade do intérprete, embora não tenha sido ela a razão da polêmica que girou em torno da citada declaração e sim à referência a uma preferência sexual da qual não se costuma falar em público. Martin chegou a se arrepender da revelação em função das pesadas críticas que recebeu, mas garantiu seus 15 minutos de fama.

Em junho de 2009, novamente Martin apareceu com outra declaração, desta vez assumindo que também transava com homens. Também porque sempre posara de hétero ("teve" uma namorada mexicana, a apresentadora Rebeca de Alba, por uma década), mas nunca convenceu nesse papel para quem tem um pouco de gayômetro. E, agora, em março de 2010, ele vem a público para comunicar que é gay, como se fosse alguma novidade.

Ativistas LGBT acharam o máximo. Eu achei o mínimo, pelo que ponderei acima, simples questão de marketing pessoal. E não fui só eu que achou estranho. Nos blogs e sites sobre celebridades mundo afora, o que se especula é que Martin teria recebido US$20 milhões, para se confessar homossexual, como adiantamento pelo livro de memórias sobre sua vida que está para lançar. Beeem, por vinte milhões de dólares até eu seria tentada a confessar toda a minha muy rica vida erótica para o Brasil e o mundo. Tá certo que não daria tanto IBOPE quanto as inconfidências sexuais das celebridades, mas alegraria muita gente..kkkkkk

Aliás, pode se ver, aqui no blog do próprio Ricky Martin, o rapaz falando de seu comunicado e de seu livro de memórias. É por essas e mais outras que prefiro o estilo natural e direto, mas sem espalhafato. Já disse isso em artigo que fiz sobre a visibilidade lésbica, há tempos atrás, citando Fernando Pessoa:

Não: não digas nada!/ Supor o que dirá/ A tua boca velada/ É ouvi-lo já./ É ouvi-lo melhor/Do que o dirias./O que és não vem à flor/Das frases e dos dias./És melhor do que tu./Não digas nada: sê!/Graça do corpo nu/Que invisível se vê./ Fernando Pessoa, 5/6-2-1931

O poema foi musicado pelos Secos e Molhados, nos idos da década de setenta, e continua belo e atualíssimo. Confira abaixo.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Homenagem a Johnny Alf! Eu e a brisa!

Johnny Alf, precursor da bossa-nova, genial para muitos, nunca teve sua obra devidamente reconhecida em vida, nem quando se comemoraram os 50 anos da bossa-nova.

Filho de uma doméstica, negro, pobre e homossexual, Alfredo José da Silva, nasceu na Vila Isabel de Noel Rosa (1910-1937), no Rio de Janeiro, no dia 19 de maio de 1929 e faleceu em Santo André (SP) em 4 de março de 2010. Por intermédio de uma amiga da família, onde sua mãe trabalhava, ele pode aprender piano clássico, o que lhe deu sólida formação musical.

Sua motivação para compôr, contudo, segundo dizia, foram os filmes musicais norte-americanos, com trilhas sonoras assinadas por gente do gabarito de George Gershwin e Cole Porter. Fora essa influência cinematográfica, Alf também se inspirava no cantor Nat King Cole e naturalmente no jazz. Também gostava de seus contemporâneos Lúcio Alves e Dick Farney que já apresentavam um canto mais cool, jazzístico e sofisticado prenunciando a bossa-nova. Com todas essas influências de qualidade, não espanta que o moço tenha sido precursor do estilo de música brasileira que mais sucesso fez no exterior.

Sua carreira profissional se iniciou, em 1952, como pianista, numa casa noturna de propriedade do radialista César Alencar, no Rio, e logo teve algumas de suas composições, como O Que É Amar, Estamos Sós, Escuta e Podem Falar, gravadas por uma cantora de rádio da época chamada Mary Gonçalves.

Depois, como cantor, Alf também se destacou por utilizar a voz num registro diferente do que se empregava em seu tempo, de forma suave e quase instrumental, fazendo a cabeça de uma plateia vip que acompanhava seus shows noturnos, composta de gente como João Gilberto, Tom Jobim, Carlos Lyra, João Donato, entre outros. Gente que lançaria a bossa-nova oficialmente 5 anos depois de conhecê-lo e sob sua influência.

Alf gravou apenas 13 álbuns em toda sua carreira, mas deixou alguns clássicos como o LP Rapaz de Bem, de 1961, e músicas como Eu e a Brisa, Ilusão à Toa  e  O Que É Amar. Sua partida deixa o Brasil mais pobre musicalmente, mas, de qualquer forma, não resta dúvida que a trilha sonora do atual momento brasileiro jamais poderia ser assinada por alguém com seu grau de sofisticação. Clicando aqui, tem-se acesso a discografia completa do artista.



domingo, 28 de fevereiro de 2010

The Blower's daugther - É issso aí!

Duas versões da mesma música. Ambas lindas. A original do Damien Rice, em inglês, e a da Ana Carolina. Amanhã estarei no Fórum Democracia e Liberdade de Expressão e não postarei. Depois conto como foi.

The Blower's daugther
And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her skies

I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

And so it is
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most of the time
And so it is
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial

I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?

I can't take my mind off you
I can't take my mind off you...
I can't take my mind off you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off you
I can't take my mind...
My mind...my mind...
'Til I find somebody new



É isso aí
É isso aí!
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre
É isso aí!
Os passos vão pelas ruas
Ninguém reparou na lua
A vida sempre continua

Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não sei parar
De te olhar

É isso aí!
Há quem acredite em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade

É isso aí!
Um vendedor de flores
Ensinar seus filhos a escolher seus amores

Eu não sei parar de te olhar
Não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não vou parar de te olhar

É isso aí!
Há quem acredite em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade

É isso aí!
Um vendedor de flores
Ensinar seus filhos a escolher seus amores

Eu não sei parar de te olhar
Eu Não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não vou parar de te olhar

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O espírito dos tempos: Vanusa cantando o Hino Nacional

Beeem, não dava para não comentar o vídeo da Vanusa acabando com o Hino Nacional. É tragicômico, né? Foi a interpretação mais etílica que já ouvi do hino pátrio, embora a cantora jure que não bebeu nada. Diz que foi tudo culpa de uma labirintite.

Tá certo que a letra do dito sempre foi meio surreal, com inversões na sequência lógica das frases e imagens de tirar o fôlego....kkkk, mas o ritmo sempre foi de hino, aquela coisa ufanista, gloriosa.

Agora, a Vanusa, mamada não sei de quê, fez o hino da loura doida e tirou toda a retumbância da música, além de criar em cima de uma letra já pra lá de criativa. E olhe que ela estava lendo a letra, com óculos e tudo.

Ficou tudo assim arrastado, em ritmo de 51. Acho que é o espírito dos tempos, a trilha sonora do Brasil em que vivemos.


E o Hino Nacional em sua versão sóbria....kkkkkk

sábado, 30 de maio de 2009

NÃO ME PROVOQUE

Não me provoque,
tenho armas escondidas...     
Não me manipule,
nasci pra ser livre...
Não me engane,
posso não resistir...
Não grite,
tenho péssimo hábito de revidar...
Não me magoe,
meu coração já tem muitas mágoas...
Não me deixe ir,
posso não mais voltar...
Não me deixe só,
tenho medo da escuridão...
Não tente me contrariar,
tenho palavras que machucam...
Não me decepcione,
nem sempre consigo perdoar...
Não espere me perder,
para sentir minha falta..."

(Clarice Lispector)

terça-feira, 24 de março de 2009

Maria Bethânia Reverso

Na Ilustrada de domingo (FSP), 22/03/09, o jornalista Marcus Preto fez um artigo sobre a postagem dos trabalhos de Maria Bethânia na Web, inclusive destacando que se pode encontrar coisas raras da diva na rede. Como exemplo, citou o blog de fãs da cantora, Maria Bethânia Reverso, onde se pode baixar realmente, em áudio ou vídeo, gravações e shows antológicos da artista.

Baixei o áudio do show Rosa dos Ventos, de 1971, acho que o espetáculo mais expressivo de Bethânia, pois era mais do que um show, era um congraçamento dos fãs, uma espécie de rito de toda uma geração sufocada por aqueles tempos sombrios.

Gal Costa também teve um show antológico como o Rosa dos Ventos, o Fatal, Gal a Todo Vapor, também de 1971, que incluía, entre outras músicas, Vapor Barato, do Jards Macalé e do Waly Salomão, para lá de representativo também não só da carreira da cantora como de toda uma época.

Ambos os espetáculos foram pontos altos dessas duas artistas e muito icônicos daquele momento da cultura e da vida brasileiras. À parte isso, a qualidade e a beleza das músicas desses shows são, como tudo que é bom, atemporais, e podem ser ouvidas pelas novas gerações numa boa.

Nesse sentido, quem é bon gourmet musical não deve deixar de acessar o blog Reverso para conhecer ou (re)conhecer a carreira da Betha.

Posto abaixo, Maria Bethânia cantando Lamento do Morro, de Orfeu do Carnaval, que encontrei, na página do orkut de uma colega, e que é linda.


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Maysa, Quando Fala o Coração

A minissérie Maysa, Quando Fala o Coração, está bombando no IBOPE. Não pude deixar de segui-la, como a maioria (É, de vez em quando, eu me afino com a maioria), e curtir a trajetória dessa mulher tão intensa, bela e sofrida.

Ainda não tenho uma avaliação bem clara da série, pois está em seus primeiros capítulos, mas venho apreciando a história. Alguns atores me parecem um pouco empostados, dando um ar de documentário à série mais do que de narrativa dramática simplesmente.

A Larissa Maciel, que interpreta Maysa, me pareceu também um pouco forçada a princípio, mas agora, já no quarto capítulo, acho que começou realmente a encarnar a diva. Só seus esforços para emular a cantora já valem um bom conceito. Deve ter ficado muito tempo (dizem que 8 meses) assistindo os vídeos da Maysa para imitar seus trejeitos.

Mas eu não sabia que a Maysa, além de beber que nem um gambá (de onde saiu essa expressão?), armava também tantos escândalos e barracos. Já andam dizendo que ela foi a versão alcoólica e brasileira da Amy Winehouse...rsss que também capricha na maquiagem carregada nas pálpebras.

O fato é que a mulher emplacou muitos sucessos dor-de-cotovelo e de fossa, como se dizia, deixando indeléveis, na memória coletiva, os hits Ouça e Meu Mundo Caiu. Como não há nesse mundo quem, em fase adulta, não tenha curtido uma dor de amor, dá para entender o porquê do sucesso de ontem e de hoje da cantora.

Historicamente falando, a aproximação da Maysa da bossa nova, via o amante Ronaldo Bôscoli, também é interessante de se ver. A bossa nova vai desanuviar os ouvidos e a paisagem da música brasileira. Tudo fica light, mesmo quando a letra tem tom menor. A imagem da mulher passa de fatal destruidora de homens, dos sambas-canção do Lupicínio e outros, à musa (olha que coisa mais linda, mais cheia de graça...), o amor perde as tintas carregadas e os fins-de-caso não dão mais vontade de se pendurar no lustre.

Mas os anos 50, 60 e 70, de diferentes formas, foram mesmo as décadas do excesso, bossa-nova à parte. Era como se muita energia reprimida tivesse explodido em muitas contravenções, contraculturas, rebeldias meio autofágicas de toda uma coletividade. Maysa foi apenas um de seus produtos de boa qualidade. É bom revê-la e ouvi-la de novo, como no vídeo abaixo, quando esteve no Japão, cantando Manhã de Carnaval.

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