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Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

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quinta-feira, 26 de junho de 2014

E se não der, a gente inventa!

Lily Born criou canecas com perninhas 
Para pequenos ou grandes problemas, a criatividade dos jovens. Para ajudar o avô, portador de Parkinson, Lily Born, criou copos com perninhas. Para limpar os oceanos, entulhados de detritos deixados pelos humanos, Boyan Slat criou uma tecnologia capaz de limpar o lixo dos mares.  Enquanto esses jovens estão aí criando produtos e tecnologias úteis para todos, os debiloides do Black Block e congêneres estiveram nas ruas de São Paulo para promover mais um show de destruição.  

Menina inventa caneca para ajudar avô com Parkinson

Ao perceber que o avô, portador de Parkinson, estava com dificuldades em manter as bebidas em seu copo, uma menina americana de 11 anos, chamada Lily Born, se dispôs a montar um plano para ajudá-lo com essa tarefa do cotidiano. A ideia de Lily? Adicionar perninhas nos copos.

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Na primeira versão da Kangoroo Cups, como foi batizada a invenção, Lily usou plástico maleável e adaptou copos e canecas da própria casa.

A ideia deu tão certo que ela apostou em um financiamento coletivo para fabricar em escala industrial a versão plástico da Kangoroo.

O kit com 4 canecas custa US$ 35 (R$ 79) no site Imagir0o, e é apresentado nas versões transparente com perninhas coloridas ou multicoloridas.

Fonte: Jovem Pan, 11/06/2014



Garoto cria sistema que limpa metade do Pacífico em 10 anos
A tecnologia Ocean Cleanup funciona como uma barreira flutuante que aproveita as correntes oceânicas para bloquear os resíduos encontrados no mar

Boyan Slat quer limpar o Oceano Pacífico
São Paulo - O rapaz da foto acima tem apenas 19 anos, mas é responsável por um plano ambicioso apoiado por mais de 100 pesquisadores, cientistas e ambientalistas.

O holandês Boyan Slat criou a Ocean Cleanup, uma tecnologia capaz de limpar o lixo do Oceano Pacífico em uma década.

O sistema funciona como uma barreira flutuante que aproveita as correntes oceânicas para bloquear os resíduos encontrados no mar.

Nos testes com um protótipo, a barreira foi capaz de coletar plásticos em até três metros de profundidade.

O sistema também recolheu pouca quantidade de zooplâncton, o que facilita o reaproveitamento e a reciclagem do plástico.

A estimativa é de que o sistema remova 65 metros cúbicos de lixo por dia.

Slat teve a ideia anos atrás, quando mergulhava na Grécia e viu mais garrafas de plástico do que peixes.

Desde então, desenvolveu a tecnologia, montou um site com todas as especificações, fez um estudo de viabilidade e uma campanha para financiar sua ideia.

A primeira apresentação da tecnologia aconteceu em um TEDx na Holanda há dois anos. Sua ideia não foi bem recebida por todos.

Como resposta, Slat e uma equipe de pesquisadores fizeram um relatório com 530 páginas, em que justificavam a viabilidade do projeto.

O próximo passo é testar o sistema em larga escala e aumentar a produção do sistema. Para isso, ele busca financiamento coletivo. A meta é conseguir 2 milhões de dólares em 100 dias.

Ela já conseguiu 30% da meta em 14 dias.

Veja abaixo um vídeo sobre a Ocean Cleanup, nome da tecnologia e também da empresa criada por Slat:


Fonte: Exame, Vanessa Daraya, 18/06/2014

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Feminismos: tantos que alguns já viraram o avesso de si mesmos

Vi o texto abaixo no facebook e me identifiquei em boa parte com a visão da autora, Marília Coutinho. Alguns grupos de mulheres que hoje se dizem feministas descambaram para um sectarismo tão grande que até já existe um feminismo paradoxalmente machista, classista e racista, apoiando inclusive homens abusadores, se suas vítimas forem mulheres brancas, de classe média e não anticapitalistas. Já li falações nesse sentido em redes sociais.

Ao contrário da autora, contudo, não perdi a esperança de resgatar o feminismo desse mar de lama de mulheres que perderam literalmente o juízo e que inclusive, por seus excessos, prestam um desserviço aos direitos das mulheres. Destaco o seguinte trecho do texto que vale a leitura:
Um feminismo burro que sacrifica a busca minimalista por consensos que permitiria uma ação ecumênica em busca de poucos e importantérrimos objetivos comuns. 
Desse feminismo, vários de nós fomos excluídos e nos excluímos. Nosso desejo por relações justas entre sexos e gêneros permanece, no entanto. Nossa capacidade de agir nessa direção também. Mas fomos usurpados da ferramenta de organização para isso: esta está, para sempre, pervertida pelo pensamento sectário. Já era.
Feminismo revanchista, feminismo escatológico e feminismo autoritário: onde ficamos nós, que não queremos isso?
Nós, herdeiros de feminismos reflexivos esquecidos, que observamos relações desiguais e violentas entre sexos e gêneros e gostaríamos de expressar nosso desejo por sua substituição? Que achamos que estupro não tem justificativa, jamais? Que achamos que disparidade salarial para funções iguais entre homens e mulheres é inaceitável? Que enxergamos o viés machista em diversas situações cotidianas e achamos que vale a pena apontá-las? Isso tudo, entre tantas outras coisas, mais ou menos visíveis conforme nosso lugar nas sociedades heterogêneas a que pertencemos.

Nós fomos mais ou menos excluídos de um universo cada vez mais ocupado por discursos hegemônicos de ódio, sectários e até mesmo machistas.

Já tive oportunidade de apontar o perigo da inversão revanchista proposta por militantes do “feminismo negro”, que chega a propor que nenhuma outra etnia possa celebrar sua identidade. Já me manifestei contra atos escatológicos e irresponsáveis, horrores que se intitulam feministas e surpreendentemente ganham apoio das porta-vozes majoritárias do movimento.

Exponho aqui minha rejeição ao discurso machista do texto “Um pinto contra Francisco Sá”, de Juliana Cunha.

Por favor, leiam o texto mas não deixem de assistir o vídeo, que é retratado de maneira distorcida pelo artigo de Juliana. Se possível, leiam também os comentários ao texto, grande parte bastante lucida, criticados pelas feministas hegemônicas de plantão.

O resumo da ópera é o seguinte: Yasmin Ferreira confrontou, pela primeira vez, um agressor que lhe importunava todos os dias numa rota obrigatória que a moça fazia entre sua casa e a faculdade onde estuda. Ponto final. Inferimos (e depois temos a comprovação) disso que:

A agressão era repetida e não um caso fortuito (que seria inaceitável, mas se repetido todos os dias configura tortura: observando o incômodo e dor da vítima, o perpetrador repete a agressão);

A vítima obrigatoriamente encontrava seu agressor, pois ele é porteiro de um edifício na rota da moça (ou seja, sua ocupação proporcionava a ele um acesso garantido à vítima e foi neste contexto que a moça empregou o termo, que Juliana, maliciosamente, assume ser uma forma de desqualificação do trabalhador);

Uma jornalista captou acidentalmente a explosão de revolta da moça, que ganhou coragem para confrontar o agressor apenas naquela ocasião;

O agressor fugiu da câmera (qualquer um que assista o vídeo vê isso claramente) e não, como maliciosamente diz a jornalista Juliana, “não foi ouvido”.

Juliana, a jornalista, constrói um caso contra o que chama de “feminismo branco e de classe média”, que ignora as injustiças sociais. A conclusão de seu texto é fácil: a condição de classe e raça do agressor é um atenuante para a agressão sexual que ele pratica.

Este argumento foi defendido por diversas feministas (igualmente brancas e de classe média, curioso).

Vejamos um trecho do texto de Juliana:

“O argumento de que a cantada de rua seria violenta por se dar em um ambiente inapropriado, com métodos e palavras erradas, soa capenga se pensarmos que dentro da organização social brasileira não há ambiente, palavra ou método de abordagem que torne o desejo de um homem pobre e negro por uma mulher branca e rica algo que possa ser exposto em público sem causar atrito.”

Agressão sexual virou “expressão de desejo”? Puxa, pensei que o conceito da agressão sexual (cantada, passada de mão, assédio e estupro) como forma de violência de gênero já era um consenso há muitíssimas décadas, inclusive tipificado como tal em diversas constituições democráticas. Que retrocesso é esse?

O mesmo que ouvi na minha adolescência por parte de “companheiros” stalinistas: “a mulher burguesa que se veste com mini-saia merece o estupro do homem trabalhador porque expõe a ele o que, por barreira de classe, ele não pode ter”. Não é chocante? “O que ele não pode ter”, ou seja: minha bunda é um objeto caro, que chato, coitado do pobre que não pode comprar este objeto. Tudo bem então se ele roubar ou tomar a força esse objeto. Afinal, é uma situação injusta em que ele, pobre, é excluído da possibilidade de comprar ou obter este objeto.

Só que não é um objeto: é o corpo de uma pessoa. Para os stalinistas, o fato desta pessoa ser burguesa (ou “branca de classe média”) a desqualifica como gente e a objetifica.

Peraí: objetificar a mulher não era o que todo mundo condenava? Então como pode ser parte de um argumento supostamente transformador, supostamente até feminista? Pois ao combater o “feminismo branco de classe média” a autora (e as feministas hegemônicas) defende o “feminismo de verdade”, o interseccional, aquele comprometido com o movimento negro, os movimentos anti-capitalistas e também anti-religiosos.

O feminismo sectário que exclui todas as mulheres que forem brancas (ou que não tenham vergonha de ser brancas), não pobres, que forem religiosas, que não forem anti-capitalistas, que tiverem suas dúvidas quanto ao aborto, etc.

Um feminismo burro que sacrifica a busca minimalista por consensos que permitiria uma ação ecumênica em busca de poucos e importantérrimos objetivos comuns.

Desse feminismo, vários de nós fomos excluídos e nos excluímos. Nosso desejo por relações justas entre sexos e gêneros permanece, no entanto. Nossa capacidade de agir nessa direção também. Mas fomos usurpados da ferramenta de organização para isso: esta está, para sempre, pervertida pelo pensamento sectário.

Já era.

Fonte: Marília Coutinho (blog), 07/06/2014

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Que conservadores e "progressistas" me desculpem, mas não existe criança "trans"



Quando a religião predominava como reguladora do mundo, tudo que ela considerava fora  de seus rígidos padrões de comportamento caía na categoria de pecado. E os pecadores pagavam seus pecados até virando tochas vivas nas fogueiras da Inquisição.

Com o advento das ciências médicas e afins, o que era pecado virou doença ou anormalidade. Os pecadores de antes viraram doentes ou anormais por não se encaixarem nos padrões dos novos reguladores do mundo. E psicólogos, psiquiatras, sexólogos e outros tantos ditos "especialistas" no comportamento humano se revelaram pródigos em criar problemas para depois se propor como fornecedores de soluções.

De homossexuais, transexuais, centauros e unicórnios

Uma de suas mais conhecidas invenções, desenvolvida na segunda metade do século XIX, foi "o homossexual", "o terceiro sexo", criatura tida como possuidora de uma "alma feminina em um corpo masculino" ou de uma "alma masculina em um corpo feminino". E saíram os doutos senhores inclusive a buscar por características anatômicas nesses invertidos que comprovassem suas fantasias. E como quem procura acha, não é que acharam as tais diferenças!? Modo de dizer, claro.

Foi preciso chegar a 1990, mais de um século depois da invenção do homossexual pelos "especialistas", para homens e mulheres, que preferem amantes e amores de mesmo sexo, conseguirem tirar sua orientação sexual da classificação internacional de doenças. Classificação - claro - obra dos próprios "especialistas". E tal façanha ainda não é consenso, haja vista a recorrente historinha da tal "cura gay". Saiu da moda, porém, entre a maioria dos "especialistas" atuais, considerar "os homossexuais" como doentes. 

Entretanto, a ideia de gente presa em corpo errado nunca deixou de cativar os corações e mentes dos "especialistas". Tanto que, com nova perspectiva, retomaram a historinha criando agora a figura do "transexual", desta feita em meados do século passado (anos 50/60). O transexual é a criatura tão descontente com seu sexo de nascimento, em tal sofrimento com essa condição, que só tratamentos hormonais e mesmo cirurgias de reatribuição sexual, ou mais popularmente, de mudança de sexo, podem resolver seu problema.

Essa história de transexual me lembra o aforisma do Millôr Fernandes sobre o comunismo. Dizia o genial frasista: "O comunismo é uma espécie de alfaiate que quando a roupa não fica boa faz alterações no cliente." Os "especialistas" são desse tipo de alfaiate que faz alterações no cliente porque ele não consegue se sentir bem na roupa de gênero que a sociedade lhe deu. Obviamente o problema reside na roupa de gênero (verdadeira camisa de força) e não no cliente, porém é mais fácil e gratificante, em múltiplos sentidos, fazer alterações no paciente.

Não deixa de ser irônico que, sobre esse tema, conservadores e "especialistas", considerados em geral "progressistas", comunguem da mesma perspectiva. Os chamados papéis de gênero (masculino e feminino) são impostos a meninas e meninos pela educação diferenciada. Nada tem a ver com o sexo natural das crianças, lembrando que a natureza só passa a distinguir efetivamente os sexos na puberdade. Durante a infância, meninas e meninos são praticamente indistinguíveis, a não ser para os que podem ver seus genitais.

Quem estabelece a diferença entre a garotada, na tenra idade, não é a natureza e sim  a sociedade. A educação diferenciada começa já desde o berço, com a roupinha cor-de-rosa idiota para a menina e o azul para o menino, estendendo-se, por toda a infância, por meio de roupas e cortes de cabelo diferentes para ambos os sexos. Também via brinquedos e brincadeiras diferentes para meninas e meninos. E, para garantir que as crianças caibam na roupa de gênero que lhes foi designada, vale tudo, desde induções várias até a repressão dos menos domesticáveis.

Trata-se de fato do primeiro grande massacre contra a individualidade das pessoas porque, na infância, elas não têm como se defender. São como massinhas de modelar que os pais e a sociedade empurram para forminhas pré-estabelecidas em detrimento de suas características (de cada criança) de personalidade, temperamento, índole. Todas as meninas têm que caber na forminha do feminino. Todos os meninos na forminha do masculino. Caso contrário, os conservadores apelam para a porrada, como nas falas atravessadas do deputado Jair Bolsonaro, e os "especialistas", agora, para a mudança de sexo.   

Papéis de gênero não são naturais e não existem crianças "trans"

E aqui chegamos ao tema central dessa postagem. Que gente adulta, maior e vacinada queira mudar de sexo, porque acha que nasceu no sexo errado ou seja lá pelo que for, é um direito que a assiste. Acho que adultos pagam bastante caro, em vários sentidos, para incorporar uma fantasia, uma convenção criada pela sociedade conservadora. Entretanto, o ser humano vive buscando alterar sua aparência de diferentes formas, por diferentes vias. Dermatologistas e cirurgiões plásticos contam hoje com um fantástico arsenal para mudar o visual das pessoas, às vezes para melhor, às vezes para ficarem parecendo um ET, como no caso do Michael Jackson. Os tratamentos de mudança de sexo são formas radicais de body modification (modificação do corpo), tais como tatuagens no corpo inteiro, escarificações e outras tantas de espantar a muitos.

E até aí morreu Neves, como no dito popular. Acho que todos os seres humanos têm soberania sobre seus próprios corpos e o direito de fazer com eles o que bem entender. No caso dos transexuais, têm também o direito de obter documentação correspondente ao sexo que escolheram. Picuinha total negar-lhes algo tão simples. E, diga-se de passagem, os trans, não só os sexuais, devem aumentar no futuro.

Agora, quando essa história de transexualidade passa a ser aplicada a crianças, tudo muda muito de figura. Digo porque atualmente vez ou outra, rola nas redes sociais exemplos de crianças "trans", ou seja, meninos e meninas que não se sentem bem na roupa de gênero que a sociedade lhes impôs e que saem dizendo, inocentemente, que são do sexo oposto. E os pais, condicionados pelo binarismo de gênero (a crença nos papéis de gênero feminino e masculino como naturais), resolvem submeter as crianças a tratamentos hormonais e outras loucuras para enquadrá-las no suposto sexo certo. A garota gosta de roupas, brincadeiras, coisas que os pais e a sociedade dizem que são de menino. A garota pode consequentemente se sentir um menino, tendo sua interpretação errônea corroborada pelos pais. 

Comparo essa invenção de criança "trans", e o consequente "tratamento" a que andam submetendo as pobres crianças, à pedofilia. Crianças têm sexualidade difusa, compatível com seu nível de maturidade, mas não vão, de livre e espontânea vontade, querer se relacionar sexualmente com gente grande. Elas são induzidas por algum adulto a atos que lhes são danosos. Trata-se de uma violência.

Essa invenção de criança "trans" é a mesma coisa. Crianças não têm idade para discernir sobre algo complexo como identidade sexual. Gostam de coisas e brincadeiras que lhes agradam como pequenos indivíduos em formação já com seus gostos particulares. Os adultos é que vão dizer a elas que o que apreciam pode ou não ser supostamente adequado ao seu sexo. E são os adultos que decidem, agora com aval dos "especialistas", partir para a violência de fazer "tratamentos" a fim de adequar meninos e meninas ao que se convencionou chamar de masculino ou feminino. Se a roupa não serve no cliente, fazemos alterações no cliente e não na roupa. 

Pra mim, essa gente é tão criminosa quanto um pedófilo, e "tratamentos" para mudança de sexo só deveriam ser permitidos mesmo para adultos, maiores e vacinados. As crianças devem ser deixadas em paz. Como disse a blogueira Camila Lisboa, que me inspirou essa postagem, em seu artigo "E se meus pais tivessem decidido que eu era uma criança "transgênero" e me transformado em um menino?" :
Sinceramente, rezo para que essa moda não pegue. Para que os pais deixem seus filhos livres com as suas escolhas durante a infância, sem impor que precisam ter cabelos longos ou curtos, usar shorts, vestidos, azul ou cor-de-rosa. Que os pais não transformem a sexualidade das crianças em uma questão durante a infância, que deixem que sejam simplesmente crianças e esperem a chegada da adolescência e idade adulta para que possam ter maturidade e discernimento para decidirem por conta própria o time para o qual desejam torcer.
Perfeito. Os papéis de gênero (essa história ridícula de coisa de menino e coisa de menina) têm sido uma fonte permanente de conflitos emocionais para todo o mundo, como coisa massificante que são, em detrimento da individualidade das pessoas. Em casos mais extremos, levam até a tragédias como o caso do pai que matou o filho de pancada por ser efeminado, seguindo os conselhos do truculento Bolsonaro (boçalnaro). Pais e mães amorosos tem que fazer como o famoso casal de atores Brad Pitt e Angelina Jolie, cuja filha, Shiloh Nouvel, prefere o "masculino", pede para ser chamada de John e gosta de usar roupas dos irmãos. Disse o célebre ator, em entrevista a Oprah Winfrey:
Nós tentamos promover a individualidade (das crianças) ao máximo, não importando quão excêntrica ela possa ser”.
Shiloh Nouvel: só ela poderá definir o que será quando crescer
A considerar as fotos da garota (ver acima e abaixo), a cara do pai, a única coisa certa é que ela vai arrebatar os corações quando crescer.

Para terminar, acautelem-se todos contra os "especialistas", mesmo quando se apresentam bonzinhos (de boas intenções está pavimentado o chão do inferno). Quer dizer, não vão assim comprando de primeira o que eles dizem. A razão pela qual os conservadores criaram os papéis de gênero pode ser encontrada na imagem acima, na frase da saudosa Simone de Beauvoir, de uma época em que feministas expunham mais as ideias do que as tetas. "Admitir a existência de uma natureza feminina é aderir a um mito inventado pelos homens para prender as mulheres em sua condição de oprimidas". Em outras palavras, trata-se da velha questão do poder, nesse particular do poder dos homens sobre as mulheres. 

As razões dos "especialistas" são da mesma natureza. Trata-se do poder de ditar o comportamento de todos. Para atestar como sua coerência é falha, basta lembrar que enquanto andam dando aval a "tratamentos" de mudança de sexo em crianças - uma tremenda violência - celebram a ridícula lei da Palmada que quer penalizar pais por darem um tapinha na bunda de um moleque ou moleca mais levados, não dados a respeitar limites só com a coação das palavras.

E essa celebração se deve ao fato de serem eles, "os especialistas", os criadores dessa nova patacoada e também seus aplicadores, via Estado, já que os "delituosos" pais e mães podem ser encaminhados para - ora, vejam - "tratamento" psicológico ou psiquiátrico (idem para a criança que levou um tapa na bunda). A lei inclusive obriga médicos e assistentes sociais a denunciar pais supostamente agressores. Para completar o quadro de incoerência, deram à lei o nome do menino Bernardo Boldrini, assassinado pelos pais com um sedativo e não com palmadas. Como se fosse possível comparar um tapa com um assassinato, não é?

Enfim, parece haver mais em comum entre conservadores e certos "especialistas" do que sonham as vãs filosofias. E eles, os fiscais da vida de todos, que se entendam, mas o fato é que, na real, os papéis de gênero não são naturais e não existem crianças "trans".

Fotos: revista Quem

A moleca do casal Pitt-Jolie criada com respeito por sua individualidade

domingo, 20 de abril de 2014

Os diamantes são os melhores amigos da mulher ou Como o feminismo se tornou refém do socialismo e como retomá-lo?


As únicas criaturas que acreditam que o feminismo é socialista são as feministas socialistas (de esquerda, em geral) e os conservadores, as socialistas porque acham que o socialismo é tudo de bom, e os conservadores porque acham que o socialismo é tudo de ruim. Como sempre digo, como se parecem ambos.

Entretanto, qualquer pessoa que não seja historica e politicamente analfabeta, sabe que o feminismo é filho das ideias liberais e com base nessas ideias é que as mulheres chegaram onde chegaram hoje. As ideias universalistas do liberalismo alavancaram o direito de TODAS as mulheres e não apenas das "trabalhadoras". Se dependesse das socialistas e - forçoso reconhecer - de algumas anarquistas, nem o direito ao voto teríamos conquistado, pois o voto seria burguês, blá-blá-blá. No afã de encaixar a realidade nas teorias e utopias, muita gente esquece que a vida se dá no aqui e agora e não num futuro utópico que, não raro, descamba para a distopia.

O fato é que as ideias liberais foram a base das chamadas primeira e segunda ondas do feminismo (neste último caso parcialmente), perdendo espaço progressivamente, a partir da década de 70 do século passado, para as correntes autodenominadas de esquerda em sua miríade de expressões. Para estas correntes, o feminismo liberal era (e é) apenas reformista, preocupado somente em inserir as mulheres dentro da economia de mercado, sem atacar as múltiplas outras formas de opressão que atingem o sexo feminino, inclusive e sobretudo as advindas do capitalismo.  Podemos dizer que, desde então, observamos uma hegemonia das correntes ditas de esquerda no movimento feminista, particularmente na América Latina às voltas com o advento do socialismo bolivariano. 

Daí que surpreende quando uma feminista socialista, como a do blog Escreva Lola Escreva, traduz um texto de uma sua congênere, Nancy Fraser, publicado no The Guardian, com o título Como o feminismo se tornou servente do capitalismo, e como retomá-lo. Sério? Um título mais realista, para o atual contexto histórico, seria Como o feminismo se tornou refém do socialismo e como retomá-lo?

Acontece que feministas socialistas e congêneres consideram - por serem socialistas - o capitalismo como um mal tão grande ou até maior que o patriarcado e se ressentem quando o mercado - plástico e flexível - se modifica para acolher as demandas sociais das mulheres e demais grupos oprimidos. Mas só se ressentem porque alternativa ao capitalismo elas não têm (aliás, a humanidade ainda não inventou outro sistema econômico mais eficaz), o que torna seu discurso e sua luta anticapitalista pura retórica.

Aliás, felizmente, não só sou eu que percebo que elas só são blá-blá-blá. Leitoras do artigo em questão deixaram os seguintes comentários (bem divertidos, aliás) sobre o mesmo:

Jessica disse...

Bom... Você elencou 3 pontos que, teoricamente, são muito interesssantes. Mas e na prática? Qual sua sugestão pra que haja a aplicabilidade real e material desses pontos?

Porque sempre encontramos críticas nesse sentido, de que o feminismo foi assimilado e etcs. No entanto, ninguém se propõe à prática. Talvez porque seja justamente a prática é que não problematizam e nem se traçam estratégias -práticas!

16 DE ABRIL DE 2014 12:41

mimimi disse...

eu acho muito mimimi, a luta contra o capitalismo é uma luta perdida, o capitalismo está aí e nada irá substitui-lo, o que devemos fazer é integrar juntamento ao capitalismo o apoio aos menos desfavorecidos. Todo mundo quer ganhar dinheiro e esta mentalidade não irá mudar, pelo menos nas proximas centenas de anos, a questão é como ganhar dinheiro sem destruir o próximo ou minimizar os danos. É possivel integrar o capitalismo com consciencia social, não é fácil, mas é infinitamente mais fácil do que tentar destruir o capitalismo (e substituí-lo sei lá pelo o que) e com efeitos maus mais rápidos e práticos

16 DE ABRIL DE 2014 12:58

 Anônimo disse...

Muito bem. Seu eu trabalhar para ter meu proprio dinheiro e não depender de macho, estou validando o capitalismo explorador de mulheres. Era so o que me faltava mesmo.

A solução é o que? er uma fazenda de agricultura biologica onde todos tenham direito a arar a terra e comer?

Sério: adoro o blog, mas tem hora que da no saco.
Luluzinha

De fato, ironicamente, as socialistas, que tanto reclamam das injustiças do capitalismo, querem é colocar as mulheres sob a tutela do Estado (logo o Estado que é o corolário do Patriarcado), onde buscam se aboletar e a partir de onde procuram impor sua agenda sobre toda a sociedade. O que chamam de democracia participativa - como os últimos anos de esquerdismo no Brasil bem demonstram - são elas reunidas com elas mesmas, autointitulando-se representantes das mulheres que nunca as viram mais gordas (nem magras).

Ninguém aqui é ingenuazinha de achar que o mercado é uma maravilha e não tenha suas artimanhas de poder sexista e outros, mas dar murro em ponta de faca não consta como estratégia de quem quer realmente mudar alguma coisa. Vale mais buscar mudanças dentro do sistema do que manter uma luta sem bússola por alguma quimera. Nesse sentido, mil vezes ler os conselhos da Sheryl Sandberg que é uma das mulheres mais ricas do mundo (e por conta própria), mas que se preocupa com as outras mulheres, do que os do blog da Lola cujo salário é pago pelo contribuinte.

Por fim, meu conselho para as mais jovens: "- Garotas, não se esqueçam que os diamantes continuam sendo os melhores amigos da mulher." Sei que me entendem.
 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Nouveau Parfum: uma crítica às mulheres feitas à base de Photoshop


A cantora húngara Csemer Boglárka – ou simplesmente Boggie lançou um clipe, chamado Nouveau Parfum (Novo Perfume), onde aparece sendo transformada numa mulher glamourosa por meio daquela mágica que só o Photoshop sabe fazer. 

Com o objetivo de contestar as belezas cada vez mais artificiais das indústrias da moda e da beleza, a cantora já  ultrapassou os dois milhões de acessos no youtube. Na letra, a mensagem bem clara: "Eu não sou seu produto... Eles não podem me mudar.  Sem comparação, inigualável, a nova fragrância, sou eu mesma, o novo perfume."

Confira a letra traduzida e a original bem como o clipe ao fim da postagem.
Novo Perfume
Seja Prada, Hugo Boss, Chanel, Giorgio Armani, Cartier, Azarro, Sisley, Escada, Gucci Naf Naf, Nina Ricci, Lancôme, Kenzo e ainda em plus/encore, outra vez

Seja Bruno Banani, La Bastidane, Estée Lauder, Guerlain, Burberry e Thierry Mugler, Bourjois, Chloé, Jean-Paul Gautier, Valentino e eu nem sei mais

O que eu escolho?
Por que eu escolho?
Quem quer que eu escolha?
Eu não sou seu produto

De beleza, de preciosidade
Eles não podem me mudar
Sem comparação, inigualável,
A nova fragrância, sou eu mesma, o novo perfume

Seja Roberto Cavalli, Bulgari, Givengi, Dolce & Gabana, Paco Rabana ou Lacoste Tommy Hilfiger, Yves Saint Laurent e eu nem sei mais

O que eu escolho?
Por que eu escolho?
Quem quer que eu escolha?
Eu não sou seu produto

De beleza, preciosidade
Eles não podem me mudar
sem comparação, inigualável,
A nova fragrância, sou eu mesma, o novo perfume.

Nouveau Parfum
Soit Prada, Hugo Boss, Chanel, Giorgio Armani, Cartier, Azarro, Sisley, Escada, Gucci Naf Naf, Nina Ricci, Lancôme, Kenzo et encore en plus/encore, encore

Soit Bruno Banani, La Bastidane, Estée Lauder, Guerlain, Burberry et Thierry Mugler, Bourjois, Chloé, Jean-Paul Gautier, Valentino et je n'en sais plus

Lequel je choisis?
Pourquoi je choisis?
Qui veut que je choisisse?
Je ne suis pas leur produit

De beauté, d'préciosité
Ils ne peuvent pas me changer
Sans pareille, nonpareille,
Le nouveau parfum, c'est moi-même, nouveau parfum

Soit Roberto Cavalli, Bulgari, Givengi, Dolce & Gabana, Paco rabana, soit Lacoste Tommy Hilfiger, Yves Saint Laurent et je n'en sais plus

Lequel je choisis?
Pourquoi je choisis?
Qui veut que je choisisse?
Je ne suis pas leur produit

De beauté, d'préciosité
Ils ne peuvent pas me changer
Sans pareille, nonpareille,

Le nouveau parfum, c'est moi-même, nouveau parfumne peuvent pas me changer Sans pareille, nonpareille, Le nouveau parfum, c'est moi-même, nouveau parfum

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Os "sem limite" resolveram pegar carona nos rolezinhos dos funqueiros da ostentação

Uns politizam o que é só zoação; outros zoam da política
O vereador Andrea Matarazzo escreveu um artigo, sobre esse assunto tão "relevante" que são os tais rolezinhos, para o painel Tendências e Debates, da Folha de São Paulo, no sábado último. De forma simples e objetiva, ele diz porque os rolezinhos, na modalidade milhares de moleques e molecas entrando num shopping de uma vez, devem ser coibidos. 

Obviamente devem ser coibidos por questões de segurança, ao contrário do que  afirma a extrema-esquerda, vigarista e hipócrita, já transformando um evento da era das redes sociais em supostas reivindicações contra o racismo e o classicismo. Esse pessoal esquerdofrênico tem cabeça de estuprador: não aceita limites, não aceita NÃO como resposta, por mais compreensíveis que sejam as razões para o "não". Destaco do artigo de Matarazzo:
Muitos a favor, muitos contra. A sensação que fica é que apoiar os "rolês" é de esquerda e condená-los é de direita. Isso é ridículo, pois interdita o debate, não traz solução. 
Aliás, é o que vem ocorrendo em diversas frentes: o debate morre, reduzido a ideologia de almanaque ou a meras disputas entre quem é o "bonzinho" e quem é o "mauzinho".
Também não se pode deixar de lado evidências como o fato de que grupos de mil jovens ou mais (independentemente da classe social, credo ou bairro) em espaços inadequados podem provocar se não depredações e agressões, como já ocorreu, sustos, correrias e atropelos.
 Em São Paulo, qualquer evento que reúna determinada quantidade de pessoas, por lei, exige ação da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), do Corpo de Bombeiros, do Samu (Serviço Atendimento Médico de Urgência) e da Polícia Militar.
Eventos sem as medidas de cautela necessárias podem provocar desastres. Como esvaziar um shopping lotado em caso de incêndio? Em caso de tumulto, como evitar acidentes com pessoas mais velhas ou com alguma deficiência? Como proteger as crianças? Como prevenção, é preciso, com bom senso, coibir aglomerações e correrias em qualquer local sem a estrutura necessária.
 O SEU, O MEU, O NOSSO "ROLEZINHO"

Os "rolezinhos" tornaram-se o assunto deste verão. Os encontros de um número expressivo de jovens em shoppings de São Paulo são considerados por muitos como uma espécie de continuação das manifestações de desencanto e indignação de junho passado.

Há, de fato, aspectos em comum. Como as passeatas a céu aberto contra a péssima gestão do Estado brasileiro, os "rolezinhos" reúnem participantes que marcam o encontro previamente pelas redes sociais.

Em ambos, grupos oportunistas de vários matizes ideológicos procuram pegar carona na notoriedade desses movimentos.

No caso dos "rolezinhos", comerciantes e frequentadores dos shoppings e, depois, a sociedade foram pegos de surpresa. Pois, assim como as manifestações de inverno, a moda do verão surgiu inesperadamente e se tornou o tema predominante das últimas semanas.

Mas há diferenças que não podem ser desprezadas. O rastilho de pólvora das manifestações foi o aumento do preço do transporte urbano e, depois, o movimento ganhou corpo com outras reclamações difusas. Não há, no caso atual, um discurso unificado de reivindicações. Não há nem sequer uma reivindicação expressamente declarada.

Recentemente, jovens marcaram um "rolê" em Itaquera a pretexto de diversão. Houve reação dos proprietários de shoppings e das autoridades. Isso acendeu o debate com vezos políticos e ideológicos.

Muitos a favor, muitos contra. A sensação que fica é que apoiar os "rolês" é de esquerda e condená-los é de direita. Isso é ridículo, pois interdita o debate, não traz solução.

Aliás, é o que vem ocorrendo em diversas frentes: o debate morre, reduzido a ideologia de almanaque ou a meras disputas entre quem é o "bonzinho" e quem é o "mauzinho".

Não faz sentido ideologizar ou politizar os "rolezinhos". Ser ou não ser politicamente correto não é nem deve ser a questão. O que temos de defender é a integridade física das pessoas que frequentam locais públicos ou privados de uso coletivo.

Também não se pode deixar de lado evidências como o fato de que grupos de mil jovens ou mais (independentemente da classe social, credo ou bairro) em espaços inadequados podem provocar se não depredações e agressões, como já ocorreu, sustos, correrias e atropelos.

A sociedade demanda códigos e padrões de comportamento para que os direitos de todos sejam assegurados. Da mesma forma que não se deve andar de skate em hospitais nem conversar durante um espetáculo, não é aceitável superlotar casas de eventos para não se repetirem tragédias como a da boate Kiss. Em recintos fechados, não é razoável dar margem a tumultos que ponham em risco a segurança das pessoas.

A liberdade de marcar encontros pela internet é uma novidade que demanda cuidados. Uma chamada pode reunir 20 ou 20 mil pessoas. Como controlar uma multidão sem um mínimo de planejamento e organização? Em São Paulo, qualquer evento que reúna determinada quantidade de pessoas, por lei, exige ação da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), do Corpo de Bombeiros, do Samu (Serviço Atendimento Médico de Urgência) e da Polícia Militar.

Eventos sem as medidas de cautela necessárias podem provocar desastres. Como esvaziar um shopping lotado em caso de incêndio? Em caso de tumulto, como evitar acidentes com pessoas mais velhas ou com alguma deficiência? Como proteger as crianças? Como prevenção, é preciso, com bom senso, coibir aglomerações e correrias em qualquer local sem a estrutura necessária.

Ou seja: seu "rolezinho" termina onde começa o do outro, pois a liberdade de cada cidadão é delimitada pela dos demais.

ANDREA MATARAZZO é vereador (PSDB-SP). Foi secretário municipal de Serviços e de Subprefeituras (gestão José Serra/Gilberto Kassab) e secretário estadual da Cultura (gestão Geraldo Alckmin) de SP

Folha de SP, Tendências e Debates, 18/01/2014

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Como reconhecer os medíocres e acautelar-se contra eles

O ataque dos medíocres

Precisamos mais de estabilidade ou criatividade?

A incapacidade para criar e apreciar a excelência, ou seja, a mediocridade, é necessária para a estabilidade social: um mundo de gênios seria ingovernável. Todavia, possui também uma vertente maligna que procura destruir qualquer indivíduo que se destaque.

Quando surge um verdadeiro gênio no mundo, podemos reconhecê-lo pelo seguinte sinal: todos os medíocres conspiram contra ele.” Foi assim que o médico, aventureiro e escritor irlandês Jonathan Swift (1667–1745), autor de As Viagens de Gulliver, resumiu a eterna tensão entre excelência e mediocridade, duas características da psicologia humana que exercem grande influência no funcionamento da sociedade. Cada uma se rege pelas suas próprias leis e ambas são necessárias: uma promove o progresso, a outra assegura a estabilidade social.

Aspirar a ultrapassar-se a si próprio, quer através da própria criatividade, quer apoiando e admirando indivíduos notáveis, constitui uma qualidade intrínseca de um ser humano são. Sem essa tendência natural, não desejaría­mos ser melhores como pessoas, nem aprender bem um ofício; não existiria progresso ou desenvolvimento, nem nada de novo à face da Terra. Viveríamos em cavernas.

Todavia, o valor oposto, a mediocridade, não é tão indesejável como pode parecer à primeira vista. De facto, desempenha uma função como parte de uma estratégia altamente evolutiva: proporciona o contraponto de estabilidade ao fator de mudança introduzido pelos gênios (pensadores, artistas, inventores, investigadores...), que são, por definição, inovadores. Se todos fôssemos criadores geniais, o mundo seria um caos. Ninguém iria querer trabalhar nas fábricas, distribuir correio, lavar pratos nos restaurantes. No entanto, há uma variante de mediocridade maligna que tem como único objectivo prejudicar o talento alheio e quem se destaca pelos seus méritos.

Luís de Rivera, catedrático espanhol de psiquiatria, define a mediocridade como a incapacidade para valorizar, apreciar ou admirar a excelência, e distingue três graus. A mediocridade comum é a forma mais simples e inócua. Os seus sintomas são a hiper-adaptação, a falta de originalidade e uma normalidade tão absoluta que poderia ser considerada patológica: a chamada “normopatia”. Os que a manifestam não têm ponta de criatividade e não sabem distinguir a excelência, mas respeitam as indicações que lhes dão e são consumidores bons e obedientes. O conformismo permite que se sintam razoavelmente felizes.

O segundo tipo, a mediocridade pseudocriativa, acrescenta à anterior uma tendência pretensiosa para imitar os processos criativos normais. Enquanto o medíocre comum não se esforça para além do mínimo exigível, o pseudocriativo sente necessidade de aparentar e ostentar poder. A imagem é tudo para ele, mas, como não distingue o belo do feio, o bom do mau, não mostra inclinação para favorecer progressos de qualquer tipo e incentiva as manobras repetitivas e imitativas.

Aqueles que se enquadram na síndrome da mediocridade inoperante ativa (MIA) formam o terceiro grupo. Trata-se do mais prejudicial e agressivo, pelo que encaixa no perfil da maioria dos praticantes de assédio. Enquanto as categorias anteriores são simplesmente incapazes de reconhecer o gênio, os MIA também se propõem destruí-lo por todos os meios ao seu alcance. O indivíduo afetado por esta síndrome desenvolve uma grande atividade que não é criativa nem produtiva, e possui um enorme desejo de notoriedade e influência. Por isso, tende a infiltrar-se em organizações complexas, nomeadamente as que já se encontram minadas por formas menores de mediocridade, com o objetivo de entorpecer ou aniquilar o progresso dos indivíduos brilhantes.

Conspiração de néscios

Foi o espírito MIA que esteve por detrás da morte do filósofo grego Sócrates, dos crimes da Inquisição, da perseguição das elites intelectuais pelas ditaduras, do exílio de Freud e de Einstein e de incontáveis outros judeus, da queima de livros, da marginalização e absoluta pobreza em que morreram tantos artistas, da censura, do assédio e do abandono que vitimaram personalidades notáveis de todas as épocas e cantos do mundo.

Se o ser humano, como defendia o psicólogo norte-americano Abraham Maslow, tem inclinação para a excelência por natureza, então é preciso analisar o papel desempenhado pela cultura e pela educação. “Será possível que estejamos condicionados por uma espécie de seleção cultural que nos condena à imbecilidade?”, questiona o escritor italiano Pino Aprile no seu livro Elogio do Imbecil. Conclui que sim e que existe uma razão para todos os sistemas sociais advogarem a mediania: “A inteligência é como a areia que se introduz nas engrenagens: pode obstruir os mecanismos.” O gênio é subversivo, não apenas por discutir a norma em vez de a aplicar, mas também por blo­quear, através da sua atuação, o percurso habitual de qualquer sistema burocrático. Por isso, segundo o autor, “o poder de uma organização social humana será tanto maior quanto maior for a quantidade de inteligência que conseguiu destruir”.

Há sistemas políticos que o fazem de uma forma mais óbvia do que outros. No Camboja de Pol Pot, os khmers vermelhos matavam qualquer indivíduo que não tivesse calos nas mãos, sinal de que poderia ser um intelectual e pensar pela própria cabeça. Outras culturas gabam-se de fomentar o individualismo e a meritocracia, mito que os Estados Unidos, por exemplo, sempre procuraram vender. Era também o ideal do liberalismo inglês do século XIX: se uma única pessoa quiser empreender algo diferente do que fazem os restantes mortais, tem o mesmo direito de escolher o caminho do que o conjunto maioritário, dizia o filósofo inglês John Stuart Mill, na obra Sobre a Liberdade.

Todavia, o mais frequente é que a imposição da mediocridade e a perseguição da excelência continuem a ser exercidas de forma insidiosa e subtil nas sociedades democráticas, e isso desde a mais tenra infância. O indivíduo me­díocre representa uma joia para o sistema, pois é o consumidor ideal, fácil de manipular, e não questiona a autoridade nem as normas.

Talvez por esse motivo, o modelo educativo dominante não se dá geralmente ao trabalho de fomentar a excelência, a criatividade ou a iniciativa. As crianças usam o mesmo uniforme, preenchem as mesmas fichas e quase não tomam apontamentos; acompanham a lição num livro, igual para todos. Não interessa se uma delas é ótima em matemática e odeia línguas, ou se tem talento para desenhar mas não se interessa por álgebra. Têm todas de fazer o mesmo: adaptar-se sem se destacar demasiado, não causar conflitos. O que se espera delas é que sejam “normais”.

A exceção finlandesa

Chama a atenção, como caso isolado, um discreto país nórdico em que quase não existe insucesso escolar. Na Finlândia, ser brilhante não é excepção. Os jovens concluem o ensino secundário com notas excelentes, a saber falar duas ou três línguas e com um saudável interesse pela leitura. De facto, é o país europeu com maior índice de consumo de livros e lidera a lista, na categoria de excelência educativa, do programa PISA para a avaliação internacional dos resultados dos estudantes da OCDE. Motivos? Para começar, a profissão de professor possui grande prestígio social; é um dos cursos universitários mais difíceis e que mais requisitos exige aos candidatos. Apenas os melhores conseguem chegar a dar aulas, e o método de ensino nada tem a ver com o que conhecemos: dá-se prioridade ao ensino individualizado e à liberdade criativa, e os alunos têm verdadeiro poder de decisão na escola, onde abundam as reuniões e os debates.

E na esfera laboral? Já houve quem tentasse explicar a forma como a mediocridade se impõe no trabalho através de uma série de princípios destinados a impedir a eficiência. Cyril Northcote Parkinson, historiador inglês com grande conhecimento do sistema burocrático britânico de meados do século XX e autor do livro A Lei de Parkinson, afirmava que “a tarefa a ser efetuada será insuflada de importância e complexidade na proporção direta do tempo disponível”. Na opinião deste observador da realidade social, o número de horas consagrado ao desempenho de uma atividade nada tem a ver com a qualidade do resultado (Paul McCartney corroborou o facto ao assegurar que os Beatles nunca investiram mais de duas horas para compor qualquer dos seus temas). Segundo Parkinson, quanto mais tempo alguém tiver para executar uma tarefa, mais irá demorar a fazê-la. Propôs mesmo uma equação para cacular o ritmo de crescimento da burocracia.

“O incompetente procura ocultar a própria incompetência através do aumento das suas competências”, assinalava Parkinson, que descreveu a forma como os chefes gostam de multiplicar o número de subordinados, pelo que contratam pessoas para dividir as tarefas, e como os funcionários arranjam sempre trabalho para os colegas. Isso significa que o resultado de determinada incumbência será o mesmo, quer seja feita por uma ou cinco pessoas, embora o processo, no segundo caso, seja mais longo e complexo: no prazo de dez dias, B tem de fazer aquilo de que encarregou A, para depois ser revisto por C, pelo que necessita de se reunir com A; D e E terão de aprovar, mas não sem antes lerem os relatórios escritos por C e B, após as respectivas secretárias terem enviado cópias aos primeiros, a fim de que A possa finalmente assinar o que poderia ter escrito e rubricado desde o início, concluindo a tarefa em apenas um dia. Por exemplo...

Ascensão imparável?

Por sua vez, o pedagogo canadiano Laurence J. Peter (1919–1990) explicou o êxito profissional dos medíocres através do que denominou “princípio de Peter”: “Numa empresa ou organização, qualquer trabalhador tende a ascender até atingir o seu nível de incompetência.” Se nos promoverem devido aos nossos méritos, acabaremos por ocupar um cargo para o qual não temos competência e deixaremos de nos destacar (e de ascender), permanecendo enquistados no nosso nicho de mediocridade. Uma das consequências é que quem alcança o seu nível de incompetência poderá sentir-se tentado a boicotar os subordinados de forma a não serem promovidos (ou mesmo a serem despedidos); assim, acaba por agir como uma espécie de tampão involuntário para as próximas gerações. Os norte-americanos, que levam muito a sério a questão da eficiência, adiantaram algumas soluções, como a de premiar um bom trabalhador com um aumento salarial em vez de uma promoção. Todavia, parece que entram em jogo outros fatores no complexo sistema da mediocridade.

De acordo com o princípio de Dilbert, “as empresas promovem sistematicamente os trabalhadores menos competentes a cargos diretivos, a fim de limitar os danos que eles podem provocar”. O termo foi inventado por um economista nova-iorquino, Scott Adams, que é também autor da banda desenhada humorística protagonizada por Dilbert, um excelente engenheiro a serviço de um chefe despótico. Os desenhos, publicados originalmente no Wall Street Journal, inspiraram posteriormente um livro e, para além do aspecto lúdico, demonstraram constituir um fiel reflexo da organização empresarial nos Estados Unidos (seguramente extensível a outros países). Numa entrevista à revista Funny Business, Adams explicava: “Muitas vezes, promove-se a pessoa menos competente apenas para afastá-la do verdadeiro trabalho. É preferível que se dedique a coisas simples, como pedir café ou gritar com os outros. Os programadores e os cirurgiões, pessoas verdadeiramente brilhantes, não costumam figurar no quadro de administração das empresas.”

A percentagem de medíocres é sempre maior do que a proporção de pessoas notáveis. O que aconteceria se fosse ao contrário e os criativos dominassem? Pois, ninguém vestiria de acordo com os ditames da moda, nem iria querer trabalhar nas fábricas que materializam os inventos dos inventores; haveria frequentes revoluções políticas, os departamentos dos organismos públicos estariam vazios e não haveria best-sellers. Em Ao Farol, de Virginia Woolf, uma das personagens interroga-se se o mundo seria diferente se Shakespeare não tivesse existido, e conclui: “Provavelmente, não. Talvez o bem geral exija a existência de uma massa de servos. O condutor do metro, esse sim, é uma necessidade eterna.”

Em busca de um ideal

Nesse caso, estará a excelência reservada a uma pequena minoria? Se definirmos a mediocridade, não pelas suas conquistas, mas como sendo uma atitude (a incapacidade de valorizar a excelência), então também poderíamos definir o oposto nos mesmos termos. Isto é, uma pessoa excelente é aquela capaz de reconhecer e apreciar o bom, o notável, o brilhante, o belo ou o original, quer seja ou não artífice do objecto apreciado. Não é preciso ser Aristóteles, Dalí ou Einstein; a excelência também está presente nos que sabem admirar o talento dos outros e tomá-lo, subtilmente, por modelo.

Não depende das notas na escola, nem da classe socioeconômica, nem da profissão. Um humilde lavador de pratos pode pender para a excelência se for capaz de reconhecê-la e respeitá-la; nesse caso, terá bom gosto para se vestir, embora a roupa seja barata, e saberá escolher os amigos, distinguir um bom filme de um fraco e apreciar a beleza de um pôr-do-sol. Do mesmo modo, é possível que um rei, um líder político ou um multimilionário seja um medíocre, sem capacidade para distinguir o excepcional. Por muito dinheiro, fama ou poder que tenha, a decoração da sua casa não terá grande estilo, dificilmente saberá escolher pessoal bem preparado para o auxiliar e não conseguirá distinguir sozinho uma verdadeira obra de arte de uma variação oportunista sobre os temas da moda.

A procura da excelência implica uma tensão interior que faz o indivíduo suplantar-se, acelerando o seu desenvolvimento ou potenciando e admirando o progresso dos outros. O excelente é idealista, rebelde, aventureiro, altruísta, incansável, mas pode também ser egocêntrico, insatisfeito, maníaco e viciado no trabalho, ou manifestar dificuldade em adaptar-se e socializar. Quando a pressão para nos ultrapassarmos a nós próprios é excessiva, conduz ao perfeccionismo. Quanto mais alguém tiver inclinação para a excelência, menos satisfeito estará consigo próprio, enquanto o medíocre raras vezes é vítima de uma sensação de fracasso e sente-se, geralmente, satisfeito com a vida que leva.

O filósofo inglês Bertrand Russell sabia, por experiência própria, como é difícil adaptar-se à “tirania da ignorância”; no livro A Conquista da Felicidade, aconselha os gênios incompreen­di­dos a emigrarem para um lugar onde as suas ideias sejam mais bem recebidas, a fingirem aceitar os preconceitos e os costumes dominantes ou a tentarem que a sua independência de espírito não seja interpretada como uma provocação. Na realidade, por muito que custe admiti-lo, ser tomado por louco traz muito menos problemas.

L.G.R.

Os normais e os outros

A mediocridade e o seu oposto, a excelência, surgem ligadas a uma série de características contraditórias: a primeira costuma ter por aliados a inveja, a imitação, o conformismo, a adaptação, a tradição, a inércia e a rotina; a segunda é amiga da admiração, da criatividade, do inconformismo, da rebeldia, da inovação, da curiosidade e da iniciativa. Outros sete associados de uma e outra:

Instinto de sobrevivência – A prioridade do medíocre é sobreviver, custe o que custar. Mais vale ser parvo do que morto, como dizia o escritor escocês Robert-Louis Stevenson. É o oposto do instinto de suplantar, que procura alargar os horizontes, mesmo que se tenha de arriscar a vida. Será que Colombo pensava no risco que corria ao atravessar o oceano na sua frágil embarcação?

Terror do infinito – O medíocre não só não consegue imaginar o infinito, como sente náuseas só de pensar nisso. Em contrapartida, o excelente acolhe a espiritualidade e procura um sentido para a vida.

Egoísmo – Ao “salve-se quem puder” opõe-se o altruísmo do indivíduo excelente, que dá prioridade à ideia do progresso e ao bem da humanidade.

Normopatia – O medíocre receia e detesta sair dos carris, ser diferente. O excelente encoraja o individualismo para desenvolver as suas qualidades inatas.

Comodismo – Como se está bem no sofá a ver televisão! O oposto é o apelo da aventura: vou ficar na modorra quando há tanto por descobrir?

Materialismo – Ao “sou o que tenho” do medíocre contrapõe-se o idealismo, motor do gênio.

Semear a discórdia

Eis como agem, em diferentes esferas sociais, os indivíduos com síndrome de mediocridade inoperante ativa:

Na escola – As crianças agressivas que praticam o bullying ou assédio escolar costumam ser as mais ignorantes e menos aptas intelectualmente. Por sua vez, os professores medíocres esforçam-se por ridicularizar e destruir qualquer lampejo de genialidade entre os seus alunos.

No trabalho – Os responsáveis por mobbing ou assédio moral no trabalho (em Portugal, a Autoridade para as Condições do Trabalho recebeu 913 queixas entre 2005 e 2008, mas há milhares de casos responsáveis por muitas baixas laborais) são, geralmente, indivíduos afetados pela síndrome MIA.

No casal – Muitos agressores psicológicos que exercem violência de gênero são indivíduos medíocres e inseguros que se sentem ameaçados pelo que interpretam como uma superioridade do outro.

Na família – A “ovelha negra” é, muitas vezes, a única pessoa que tenta pensar por si própria e empreender um caminho diferente do esperado. Se um membro do clã manifestar a síndrome MIA, irá tornar-lhe a vida impossível.

Na religião – A Inquisição eliminou todos os gênios que conseguiu encontrar. Muitas igrejas são, ainda hoje, dirigidas por uma elite de medíocres com poder que não entende os ensinamentos do seu fundador e as corrompe para justificar a perseguição dos infiéis.

Na política – O que se passa quando um líder faz bem o seu trabalho, pretende mudar o mundo e começa a falar de justiça e liberdade? A síndrome MIA entra em ação para destruí-lo, como aconteceu com Gandhi ou Martin Luther King. E no caso de ser o político a manifestar a síndrome? Hitler foi um bom exemplo.

Na arte – A excelência desperta o ódio virulento dos artistas medíocres que não conseguem alcançá-la. Salieri, por exemplo, pode ser considerado uma vítima da síndrome, pois vivia obcecado pelo gênio de Mozart, apesar de ele próprio ter deixado uma obra que não desmerece.

Na ciência – De cada vez que um sábio descobre algo que contradiz o pensamento vigente, a elite científica dominante cai-lhe em cima. Galileu esteve prestes a arder por afirmar que a Terra se movia. Hoje, mesmo sem fogueiras, as coisas não são muito diferentes.

Na universidade – Tristemente, como disse um filósofo, intervém ali a inveja dos medíocres e o jogo sujo dos mafiosos; a inveja e a corrupção são duas ­doenças que causam muitos danos na vida acadêmica ou universitária”. O famoso governo dos sábios, na sua própria casa, não é imune à mediocracia.

Criativo ou falhado?

Responda às 20 perguntas e some as pon­tua­ções das respostas (o número entre parêntesis). No final, poderá verificar se a criatividade e a genialidade prevalecem na sua existência ou se vive mergulhado na rotina e na mediania.

1. Tem um sonho inacreditável.
a) Procura interpretá-lo (0)
b) Vai contá-lo a alguém (2)
c) Pensa: “Disparate!” (3)
d) Já se esqueceu (1)

2. A pessoa de quem gosta compromete-se com outra.
a) Sente atracão por muitas, pelo que não há problema (1)
b) Arranja uma intriga para acabarem (3)
c) Sai com outra para lhe fazer ciúmes (2)
d) Demonstra que era o melhor partido (0)

3. O seu vizinho compra o carro dos seus sonhos. O que pensa?
a) Deve ter custado uma nota! (1)
b) Como é um fulano tão feio, precisa de um carro destes para ter sucesso (2)
c) É lindo! (0)
d) Decide riscá-lo (3)

4. Quando os amigos de infância não lhe emprestavam um brinquedo...
a) Tentava que lhe comprassem um igual (2)
b) Partia o brinquedo (3)
c) Ameaçava acabar a amizade (1)
d) Construía um brinquedo parecido (0)

5. Numa briga, um desconhecido defende-o.
a) Convida-o para fazer alguma coisa e tornam-se amigos (0)
b) Um desconhecido a defender-me? (1)
c) Suspeita das suas intenções (2)
d) Diz-lhe para se meter na sua vida (3)

6. Em criança, queria ser…
a) Astronauta, bombeiro, músico, inventor (0)
b) Não me lembro (1)
c) Dono de um carro descapotável (2)
d) Chefe (3)

7. Os livros...
a) Nem lhes toco (3)
b) Ficam muito bem numa sala (2)
c) Leio todos os best-sellers (1)
d) São a minha paixão (0)

8. As crianças...
a) Precisam de liberdade e proteção (0)
b) São pequenos tiranos e devem andar de rédea curta (3)
c) Sou alérgico (2)
d) São umas queridas! (1)

9. Promoveram alguém que entrou depois de si.
a) Obviamente, é porque vai para a cama com o chefe! (2)
b) São as injustiças da vida... (1)
c) É por ser um bom profissional (0)
d) Começa a fazer-lhe a folha (3)

10. Querem criar uma comissão de trabalhadores na sua empresa.
a) Vai a uma reunião para ver o que lhe parece (0)
b) Não tenho nada a ver com isso! (1)
c) Espia e vai contar ao patrão (3)
d) Começa a pensar como poderá utilizá-la para obter benefícios pessoais (2)

11. Ultimamente, toda a gente fala de determinado livro
a) Apressa-se a comprá-lo, embora quase nunca leia (1)
b) É de certeza uma porcaria! (2)
d) Qual será o tema? (0)
c) Passo bem sem livros (3)

12. Se fosse chefe, queria estar rodeado de...
a) Gente bonita (2)
b) Pessoas experientes (0)
c ) Pessoas obedientes (2)
d) Idiotas (3)

13. Saber falar várias línguas...
a) Para quê? (2)
b) Não tenho jeito para isso (1)
c) Abre muitas portas (0)
d) É para cretinos (3)

14. Um colega de trabalho é mais eficiente do que o leitor. O que faz?
a) Passa-lhe as tarefas sempre que o apanha distraído (2)
b) Convida-o para fazer uma pausa, para não render tanto (3)
c) Observa-o e procura imitá-lo e aprender como o faz (0)
d) Não se tinha apercebido (1)

15. Na escola, quando um colega tirava a nota máxima num exame, o leitor...
a) Fuzilava-o com o olhar (2)
b) Fazia-lhe uma espera e dava-lhe uma tareia, para ele aprender a não ser espertinho (3)
c) Ficava orgulhoso e pensava “que tipo mais esperto!” (0)
d) Sentia-se feliz por ter passado (1)

16. Continuamos na escola. Imagina que um colega lhe pede para o deixar copiar a sua prova num exame.
a) Acede a que ele o faça (0)
b) Denuncia-o ao professor, pois não é justo que uns estudem e outros copiem (1)
c) Não aceita, mas aproveita para fazer chantagem com o colega, mais tarde (3)
d) Diz-lhe que o problema é dele, devia ter estudado! (2)

17. Este teste...
a) Vai rasgá-lo se o resultado não lhe agradar, antes que alguém veja (2)
b) Fá-lo por diversão (0)
c) É para imbecis (3)
d) É demasiado comprido (1)

18. As notícias do dia...
a) Dão-lhe que pensar (0)
b) Tanta miséria, que alívio ver que há gente que está pior do que eu! (3)
c) Vejo-as às refeições (1)
d) Só as vejo para ter de que falar (2)

19. Não sabe cozinhar, mas convidou o parceiro para jantar em sua casa.
a) Procura receitas na internet (1)
b) Recorre aos enlatados (2)
c) Espera que ele se ofereça para cozinhar (3)

20. Com o seu parceiro...
a) Aprende a amar e a respeitar as diferenças e a individualidade de cada um (0)
b) Estão juntos por hábito (1)
c) Exibe-o nas festas (2)
d) Fica furioso quando ele não se comporta como gostaria (3)

RESULTADOS

Menos de 14 pontos – A criatividade e o esforço pessoal são o motor da sua vida. Não lhe interessa o que os outros possam dizer; sabe que se faz o caminho ao andar e caminha rumo à excelência. Também sabe que não há caminho sem obstáculos e alguns tropeções.

De 15 a 29 pontos – Não faz mal a uma mosca, é uma pessoa normalíssima e tem nas mãos a chave da felicidade. Parabéns por ser um medíocre vulgar!

De 30 a 44 pontos – Muito bem, não percebe por que motivo veio parar ao grupo dos medíocres pseudocriativos; deve haver algum erro. Um conselho apenas: não lhe faria mal dar mais atenção ao conteúdo das coisas e menos às aparências.

De 45 a 60 pontos – É um caso típico de síndrome MIA (mediocridade inoperante ativa) e constitui um verdadeiro perigo para a sociedade. Neste preciso momento, está a pensar escrever ao diretor, queixar-se do artigo, declarar guerra à revista, fazer comentários negativos no Facebook. Se estiver numa posição de chefia, esperamos ardentemente que se demita e escreva mil vezes: “Não atacarei o talento dos outros”.

Fonte: Superinteressante 155 - Março 2011

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Americano aponta razões para detestar viver no Brasil. E eu concordo com muitas delas!

Vocês ser porcões e mal-educados

O blogueiro do Tudo Para Homens, Guilherme Cury, traduziu uma lista de de 20 motivos pelos quais um americano disse odiar viver no Brasil. À lista, outros gringos acrescentaram mais outras 20 razões porque detestam nosso país. A tradução deixa um pouco a desejar (ver o original aqui), mas vale a leitura à guisa de reflexão sobre o comportamento incivilizado dos brasileiros. Só passei a ter uma visão mais realista do Brasil quando o vi pelo olhar estrangeiro e quando conheci outros países.

Assim, mesmo que se possa ponderar haver um tanto de exagero nas críticas, todas elas, na minha opinião, tem pelo menos um fundo de verdade. Como, no início de cada ano, fazemos várias promessas de mudar isso e aquilo em nossas vidas, bem que podemos acrescentar mais alguns dos itens abaixo para melhorar nossa sociedade.  Macunaíma, o heroi sem nenhum caráter e a Ópera do Malandro podem ser grandes obras artísticas, mas não servem como bússolas de um país.

Americano cria lista de motivos pelos quais odiou ter morado no Brasil

Um americano, casado com uma brasileira, morou em São Paulo por 3 anos. Depois dessa árdua experiência, ele voltou para sua terra natal e fez questão de criar uma lista de 20 motivos pelos quais odeia viver no Brasil. Um fórum gringo resolveu continuar essa lista e trouxe mais itens que os gringos odeiam no país. Confira:

1. Os brasileiros não têm consideração com as pessoas fora do seu círculo de amizades e muitas vezes são simplesmente rudes. Por exemplo, um vizinho que toca música alta durante toda a noite… E mesmo se você vá pedir-lhe educadamente para abaixar o volume, ele diz-lhe para você “ir se fud**”. E educação básica? Um simples “desculpe-me “, quando alguém esbarra com tudo em você na rua simplesmente não existe.

2. Os brasileiros são agressivos e oportunistas, e, geralmente, à custa de outras pessoas. É como um “instinto de sobrevivência” em alta velocidade, o tempo todo. O melhor exemplo é o transporte público. Se eles vêem uma maneira de passar por você e furar a fila, eles o farão, mesmo que isso signifique quase matá-lo, e mesmo se eles não estiverem com pressa. Então, por que eles fazem isso? É só porque eles podem, porque eles vêem a oportunidade, por que eles querem ganhar vantagem em tudo. Eles sentem que precisam sempre de tomar tudo o que podem, sempre que possível, independentemente de quem é prejudicado como resultado.

3. Os brasileiros não têm respeito por seu ambiente. Eles despejam grandes cargas de lixo em qualquer lugar e em todos os lugares, e o lixo é inacreditável. As ruas são muito sujas. Os recursos naturais abundantes, como são, estão sendo desperdiçados em uma velocidade surpreendente, com pouco ou nenhum recurso.

4. Brasileiros toleram uma quantidade incrível de corrupção nos negócios e governo. Enquanto todos os governos têm funcionários corruptos, é mais comum e desenfreado no Brasil do que na maioria dos outros países, e ainda assim a população continua a reeleger as mesmas pessoas.

5. As mulheres brasileiras são excessivamente obcecadas com seus corpos e são muito críticas (e competitivas com) as outras.

6. Os brasileiros, principalmente os homens, são altamente propensos a casos extraconjugais. A menos que o homem nunca saia de casa, as chances de que ele tenha uma amante são enormes.

7. Os brasileiros são muito expressivos de suas opiniões negativas a respeito de outras pessoas, com total desrespeito sobre a possibilidade de ferir os sentimentos de alguém.

8. Brasileiros, especialmente as pessoas que realizam serviços, são geralmente malandras, preguiçosas e quase sempre atrasadas.

9. Os brasileiros têm um sistema de classes muito proeminente. Os ricos têm um senso de direito que está além do imaginável. Eles acham que as regras não se aplicam a eles, que eles estão acima do sistema, e são muito arrogantes e insensíveis, especialmente com o próximo.

10. Brasileiros constantemente interrompem o outro para poder falar. Tentar ter uma conversa é como uma competição para ser ouvido, uma competição de gritos.

11. A polícia brasileira é essencialmente inexistente quando se trata de fazer cumprir as leis para proteger a população, como fazer cumprir as leis de trânsito, encontrar e prender os ladrões, etc. Existem Leis, mas ninguém as aplica, o sistema judicial é uma piada e não há normalmente nenhum recurso para o cidadão que é roubado, enganado ou prejudicado. As pessoas vivem com medo e constroem muros em torno de suas casas ou pagam taxas elevadas para viver em comunidades fechadas.

12. Os brasileiros fazem tudo inconveniente e difícil. Nada é simplificado ou concebido com a conveniência do cliente em mente, e os brasileiros têm uma alta tolerância para níveis surpreendentes de burocracia desnecessária e redundante.

13. Brasileiros pagam impostos altos e taxas de importação que fazem tudo, especialmente produtos para o lar, eletrônicos e carros, incrivelmente caros. E para os empresários, seguindo as regras e pagando todos os seus impostos faz com que seja quase impossível de ser rentável. Como resultado, a corrupção e subornos em empresas e governo são comuns.

14. Está quente como o inferno durante nove meses do ano, e ar condicionado nas casas não existe aqui, porque as casas não são construídas para ser hermeticamente isoladas ou incluir dutos de ar.

15. A comida pode ser mais fresca, menos processada e, geralmente, mais saudável do que o alimento americano ou europeu, mas é sem graça, repetitivo e muito inconveniente. Alimentos processados, congelados ou prontos no supermercado são poucos, caros e geralmente terríveis.

16. Os brasileiros são super sociais e raramente passam algum tempo sozinho, especialmente nas refeições e fins de semana. Isso não é necessariamente uma má qualidade, mas, pessoalmente, eu odeio isso porque eu gosto do meu espaço e privacidade, mas a expectativa cultural é que você vai assistir (ou pior, convidar amigos e família) para cada refeição e você é criticado por não se comportar “normalmente” se você optar por ficar sozinho.

17. Brasileiros ficam muito perto, emocionalmente e geograficamente, de suas famílias de origem durante toda a vida. Como no #16, isso não é necessariamente uma má qualidade, mas pessoalmente eu odeio porque me deixa desconfortável e afeta meu casamento. Adultos brasileiros nunca “cortam o cordão” emocional e sua família de origem (especialmente as mães) continuam a se envolvido em suas vidas diariamente, nos problemas, decisões, atividades, etc. Como você pode imaginar, este é um item difícil para o cônjuge de outra cultura onde geralmente vivemos em famílias nucleares e temos uma dinâmica diferente com as nossas famílias de origem.

18. Eletricidade e serviços de internet são absurdamente caros e ruins.

19. A qualidade da água é questionável. Os brasileiros bebem, mas não morrem, com certeza, mas com base na total falta de aplicação de leis e a abundância de corrupção, eu não confio no governo que diz que é totalmente seguro e não vai te fazer mal a longo prazo.

20. E, finalmente, os brasileiros só tem um tipo de cerveja (aguada) e realmente é uma porcaria, e claro, cervejas importadas são extremamente caras.

— Do Fórum —

21. A maioria dos motoristas de ônibus dirigem como se eles estivessem tentando quebrar o ônibus e todos dentro dele.

22. Calçadas no meu bairro são cobertos com mijo e coco de cães que latem dia e noite.

23. Engarrafamentos de Três horas e meia toda vez que chove .

24. Raramente as coisas são feitas corretamente da primeira vez. Você tem que voltar para o banco, consulado, escritório, mandar e-mail ou telefonar 2-10 vezes para as pessoas a fazerem o seu trabalho.

25. Qualidade do ar muito ruim. O ar muitas vezes cheira a plástico queimado.

26. Ir a Shoppings e restaurantes são as principais atividades. Não há nada pra fazer se você não gastar. Há um parque principal e está horrivelmente lotado.

27. O acabamento das casas é péssimo. Janelas, portas , dobradiças , tubos, energia elétrica, calçadas, são todos construídos com o menor esforço possível.

28. Árvores, postes, telefones, plantas e caixas de lixo são colocados no centro das calçadas, tornando-as intransitáveis.

29. Você paga o triplo para os produtos que vão quebrar dentro de 1-2 anos, talvez ais.

30. Os brasileiros amam estar bem no seu caminho. Eles não dão espaço para você passar.

31. A melhor maneira de inspirar ódio no Brasil? Educadamente recusar-se a comer alimentos oferecidos a você. Não importa o quão válida é a sua razão, este é considerado um pecado imperdoável aos olhos dos brasileiros e eles vão continuar agressivamente incomodando você para comê-lo.

32. As pessoas vão apertar e empurrar você sem pedir desculpas. No transporte público você vai tão apertado que você é incapaz de mover qualquer coisa, além da sua cabeça.

33 . O Brasil é um país de 3° mundo com preços ridiculamente inflacionados para itens de qualidade. Para se ter uma idéia, São Paulo é classificada como a 10ª cidade mais cara do mundo. (New York é a 32ª).

34. A infidelidade galopante. Este não é apenas um estereótipo, tanto quanto eu gostaria que fosse. Homens na sociedade brasileira são condicionados a acreditar que eles são mais ” virís ” por sairem com várias mulheres .

35. Zero respeito aos pedestres. Sim, eles não param para você passar. Na melhor das hipóteses, eles vão buzinar.

36. Quando calçadas estão em construção espera-se que você ande na rua. Alguns motoristas se recusam a fazer o menor desvio a sua presença, acelerando a poucos centímetros de você, mesmo quando a pista ao lado está livre.

37. Nem pense em dizer a alguém quando você estiver viajando para o EUA. Todo mundo vai pedir para você trazer iPods, X-Box, laptops, roupas, itens de mercearia, etc. em sua mala, porque eles são muito caros ou não disponíveis no Brasil.

38. A menos que você goste muito de futebol ou reality shows (ou seja, do Big Brother), não há nada muito o que conversar com os brasileiros em geral. Você pode aprender fluentemente Português, mas no final, a conversa fica muito limitada, muito rapidamente.

39. Tudo é construído para carros e motoristas, mesmo os carros sendo 3x o preço de qualquer outro país. Os ônibus intermunicipais de luxo são eficientes, mas o transporte público é inconveniente, caro e desconfortável para andar. Consequentemente, o tráfego em São Paulo e Rio é hoje considerado um dos piores da Terra (SP, possivelmente, o pior). Mesmo ao meio-dia podem ter engarrafamentos enormes que torna impossível você andar mesmo em um pequeno trajeto limitado, a menos que você tenha uma motocicleta.

40. Todas as cidades brasileiras (com exceção talvez do Rio e o antigo bairro do Pelourinho em Salvador), são feias, cheias de concreto, hiper-modernas e desprovidas de arquitetura, árvores ou charme. A maioria é monótona e completamente idênticas na aparência. Qualquer história colonial ou bela mansão antiga é rapidamente demolida para dar lugar a um estacionamento ou um shopping center.

Fonte: Tudo Para Homens,18/12/2013

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