Berço do movimento homossexual no Brasil, berço sobretudo da organização lésbica brasileira, berço da primeira manifestação lésbica contra o preconceito em nosso país, berço da primeira caminhada lésbica, São Paulo é a cidade do meu coração, ainda que tenha nascido em outra cidade maravilhosa.
Tudo em São Paulo é grande, seu tamanho, sua pujança, seus problemas. Mas a maior grandeza de Sampa é mesmo sua diversidade, de povos, de culturas, de etnias, e sobretudo sua eterna capacidade de se abrir para inúmeras possibilidades, oportunidades.
Para você, minha bela-feia, minha bela-fera, em homenagem aos seus 455 aninhos, seu hino feito por alguém que - como eu - veio de outro sonho feliz de cidade, mas soube lhe traduzir como ninguém daqui mesmo.
Sampa, Caetano Veloso
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa
Tudo em São Paulo é grande, seu tamanho, sua pujança, seus problemas. Mas a maior grandeza de Sampa é mesmo sua diversidade, de povos, de culturas, de etnias, e sobretudo sua eterna capacidade de se abrir para inúmeras possibilidades, oportunidades.
Para você, minha bela-feia, minha bela-fera, em homenagem aos seus 455 aninhos, seu hino feito por alguém que - como eu - veio de outro sonho feliz de cidade, mas soube lhe traduzir como ninguém daqui mesmo.
Sampa, Caetano Veloso
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa
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