quinta-feira, 22 de abril de 2010

Amizades especiais: Se elas podem, por que você não?

Volta e meia os meios de comunicação, principalmente os ligados à proteção animal, nos trazem exemplos de amizades inusitadas entre bichos. E geralmente todos eles nos comovem, talvez porque essas supostas criaturas irracionais tenham a racionalidade - que nos parece perdida - de amar além das diferenças.

Há casos em que os humanos atuam como intermediários desses relacionamentos; outros em que as amizades - sui generis - nascem espontaneamente. Dois santuários de proteção animal nos EUA apresentam dois casos desses amores inter-espécies, ambos envolvendo cães e seus estranhos amigos.

Em Winston, Oregon, no Wildlife Safari, que abriga animais raros de todo o mundo, um filhote de guepardo, abandonado pela mãe ao nascer, ganhou um pastor da Anatólia como irmãzinha. Esse tipo de cão pastor é particularmente protetor de qualquer criatura que se lhe apresente para guardar. Não foi diferente com a pequena chita (outro nome do guepardo), chamada Sanurra, e a cadela pastora Ellie. Foi amor a primeira vista entre a protetora Ellie e a representante de uma das criaturas mais velozes do mundo (o guepardo chega a atingir 120 km por hora em corridas curtas) que, - só para variar - está ameaçada de extinção.

E os pastores da Anatólia podem ter outra utilidade para as chitas, além de fazer-lhes companhia. Na África, os conservacionistas estão doando filhotes desse tipo de cão pastor aos fazendeiros porque eles são encorpados, latem forte e afugentam as chitas que, apesar de predadoras, são tímidas e se assustam com o barulho dos cães, deixando de caçar o gado. Essa tática tem diminuído a matança dos guepardos pelos fazendeiros.

No Tennessee, no Santuário dos Elefantes, outra amizade ainda mais peculiar se desenvolveu, essa espontaneamente. Cachorros vira-latas costumam adentrar o santuário, em busca de um lar, e acabam ficando. Numa dessas incursões, uma cadela, nomeada Bella, afeiçoou-se a uma elefanta chamada Tarra e se tornaram inseparáveis, comendo, bebendo e brincando juntas. O tamanho da amizade, decididamente elefantina, ficou comprovado quando a cadela sofreu um acidente, machucou a coluna e teve de ficar de repouso até poder voltar a andar. Consternada, Tarra permaneceu de plantão, perto da casa-veterinária, durante as 3 semanas de recuperação da amiga, recusando-se a dar suas voltas costumeiras pelo santuário. 
Os guardadores do local, comovidos com a preocupação de Tarra, até levaram Bella no colo para que a elefanta a visse. E, final feliz, depois de recuperada, a amizade entre as duas se tornou ainda mais forte.

Nos vídeos abaixo, de onde tirei as infos para essa postagem, mesmo que não entenda inglês, você pode ver as imagens desses dois casos de amizade sincera de fazer inveja a muitos humanos. Num dos vídeos sobre Tarra e Bella, da CBS, o apresentador termina dizendo que a amizade entre os dois animais era um exemplo para o país e para o mundo. Se elas podiam amar assim, qual a desculpa que os humanos têm para não imitá-las?  

Boa pergunta.





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