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quinta-feira, 6 de junho de 2019

Obsolescência programada: aparelhos projetados para quebrar em pouco tempo

Lixão de Agbogbloshie em Accra (Gana), aonde vão parar os resíduos da Europa e dos Estados Unidos ( EFE)
Programado para estragar

Projetar aparelhos com defeitos e peças pouco duráveis para que o consumidor tenha de comprar novamente. É a obsolescência programada, uma prática que nos leva a um beco sem saída

A frase foi publicada em 1928 na Printer’s Ink, revista do setor publicitário norte-americano:
Um artigo que não estraga é uma tragédia para os negócios.” Para que vender menos se você pode vender mais projetando produtos com um defeito incorporado? Por que não abandonar esse afã romântico de fabricar produtos bem feitos, consistentes, duradouros, e ser logo prático? Não será melhor para o business fazer com que o cliente tenha de abrir a carteira mais vezes?
Essa é história de uma ideia que ganhou força como salvação dinamizadora nos anos da Grande Depressão, transformou-se num mantra da sociedade de consumo – comprar, usar, jogar fora, voltar a comprar – e se tornou, já na atualidade, uma séria ameaça ao meio ambiente. É uma história escrita aos poucos, capítulo por capítulo. O último e mais importante deles é o destaque que a questão ganhou nos debates da Europa, sinal de que existe uma crescente conscientização: em 4 de julho, o Parlamento Europeu aprovou (por 622 votos a favor e 32 contra) o Relatório sobre Produtos com Uma Vida Útil Mais Longa: Vantagens para os Consumidores e as Empresas, pedindo que a Comissão Europeia adote medidas.

Não só isso. A França, país com a legislação mais dura da Europa contra a obsolescência programada, acaba de registrar a primeira denúncia de um coletivo de consumidores contra os fabricantes de impressoras. O fato ocorreu em 18 de setembro: a associação Halte à l' Obsolescence Programmée (HOP, Contra a Obsolescência Programada) acusou marcas como Epson, HP, Canon e Brother de práticas destinadas a reduzir deliberadamente a vida útil de impressoras e cartuchos.

O truque não é novo. Começou a ser usado no final do século XIX na indústria têxtil (quando os fabricantes começaram a utilizar mais amido e menos algodão) e se consolidou em 1924, quando General Electric, Osram e Phillips se reuniram na Suíça e decidiram limitar a vida útil das lâmpadas a 1.000 horas, tal como aponta o festejado documentário espanhol Comprar, Tirar, Comprar (“comprar, jogar fora, comprar”), de Cosima Dannoritzer. E assim foi assinado o atestado de óbito da durabilidade.

Até então, as lâmpadas duravam mais. Como a que brilha ininterruptamente desde 1901 na central dos Bombeiros de Livermore, na Califórnia. De filamento grosso e intensidade menor que a de suas sucessoras (o que impede o alto aquecimento), essa lâmpada foi concebida para perdurar. E continua lá, brilhando, mostrando que a obsolescência programada está longe de ser um mito.

Desde a sensação causada nos anos trinta pelas meias de náilon Du Pont, que não rasgavam, até o telefone inteligente que fica burro sem razão aparente – e só um ano e meio depois de ser adquirido –, muita água passou debaixo da ponte. A obsolescência programada (OP) foi aprimorada. E a intenção de fraude por parte do fabricante não é algo fácil de demonstrar.
Hoje, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento são para ver como reduzir a durabilidade dos aparelhos, mais do que para melhorá-los ao consumidor”. Quem se expressa de forma tão contundente é Benito Muros, um ex-piloto de 56 anos que há anos denuncia a OP. Presidente da Fundação Energia e Inovação Sustentável Sem Obsolescência Programada (Feniss), ele afirma que a OP está presente em todos os dispositivos eletrônicos que compramos, “até mesmo nos carros”.
Os consumidores franceses realizaram a primeira denúncia contra várias marcas de impressoras

Muros lidera uma empresa que desenvolve lâmpadas, semáforos e projetos de iluminação pública para Prefeituras da Espanha, conta que hoje é possível observar muitas formas de OP no mercado: dispositivos com carcaças que não permitem a dissipação do calor, e cujo aquecimento gera falhas prematuras; componentes como os condensadores eletrolíticos, cujas dimensões determinarão a vida do produto (perdem líquido com as horas de uso; quanto menor for a capacidade de armazenamento de líquido eletrolítico, menos vai durar); baterias que não podem ser retiradas (como foi o caso do iPhone) e que obrigam o usuário a comprar um novo aparelho; chips que agem como contadores e que estão programados para que o sistema pare de funcionar após certo número de utilizações, como ocorreu com algumas impressoras (o consumidor que ousar tentar consertar uma logo escutará que é mais barato comprar outra).

Muros, que diz ser alvo de campanhas de difamação na imprensa por se opor à OP – e que fabricou uma lâmpada que foi objeto de controvérsia, – afirma inclusive que atualizações enviadas para os nossos smartphones escondem uma mudança de software que os torna mais lentos.

A lâmpada acesa mais antiga do mundo, numa central dos Bombeiros de Livermore, na Califórnia 
Eles te enviam uma espécie de vírus que serve para preparar o telefone para o seu final”, diz. Outro aparelho jogado no lixo, e outro resíduo eletrônico que, mais cedo ou mais tarde, vai parar nos tóxicos (e sinistros) lixões que o mundo rico alimenta em lugares remotos, como a África.
Cerca de 215.000 toneladas de aparelhos eletrônicos, procedentes sobretudo dos Estados Unidos e da Europa, desembarcam todo ano em Gana, segundo a Motherboard, uma plataforma multimídia de longa trajetória sobre trabalhos de pesquisa. Acabam gerando 129.000 toneladas de resíduos em lugares como Agbogbloshie, um dos maiores lixões tecnológicos do mundo, situado em Accra, a capital do país.
Somos os responsáveis pelo nosso consumo. Não podemos seguir assim”, diz a cientista Mari Lundström
A indústria de tecnologia produz, sozinha, 41 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos por ano, segundo uma pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Entre 60% e 90% desses produtos caem nas mãos de quadrilhas, que os descarregam ou comercializam ilegalmente. Além de Gana, países como Índia e Paquistão são importantes destinos de televisores, celulares e aparelhos de som descartados com a chegada das liquidações, porque não somos bobos, e porque uma semana de preços supostamente loucos é uma oportunidade que não se pode desperdiçar. Tudo pelo último modelo.

Ainda assim, a prática tem os seus defensores. Eles dizem que uma obsolescência programada controlada, sem abusos excessivos, é a fórmula para que o mundo continue funcionando como até agora. E uma fonte de criação de emprego.

Além disso, o avanço tecnológico traz soluções mais ecológicas e eficientes, como poderia ser o caso dos carros elétricos. Portanto, a OP poderia ter sentido, argumentam seus partidários.

O debate está aberto. E dele também participam aqueles que dizem que esse negócio de obsolescência programada é uma teoria da conspiração. Basta um passeio pelo Twitter para ver mais argumentos. Uns dizem que o verdadeiro problema não são as marcas, mas os consumidores: queremos produtos baratos para usar e jogar fora, e não estamos dispostos a pagar o que custariam se realmente fossem de qualidade (e, portanto, mais caros).

Nessa mesma linha se manifesta o diretor geral da Associação Nacional de Fabricantes de Eletrodomésticos (Anfel), da Espanha, que reúne as marcas de linha branca (geladeiras, lava-roupa, lava-louça, etc). Este jornal tentou realizar uma entrevista com algum diretor da Anfel, que só aceitou responder às perguntas por e-mail. Após afirmar que não há dados embasando a ideia de que os eletrodomésticos duravam mais em meados do século passado do que agora, e de qualificar a prática da OP como “deplorável”, Alberto Zapatero, diretor geral da Anfel, escreve: “Devemos levar em conta que os consumidores não só jogam fora os produtos que deixaram de funcionar, mas também o fazem por outros motivos, por exemplo quando um aparelho deixa de cumprir com suas expectativas por razões técnicas, regulatórias ou econômicas (caso de televisores não aptos para a transmissão digital), além do desejo dos consumidores de adquirir um novo modelo por questões de mudanças de funcionalidade, design e serviços.”

Não bastasse o consumismo desenfreado dos cidadãos ocidentais, existe também a contemporânea impossibilidade de consertar. E os dados indicam que o consumidor estaria disposto a reparar os produtos, se pudesse: 77% dos europeus prefeririam o conserto a uma nova compra, segundo o Eurobarômetro de 2014.
A sociedade dos resíduos não pode seguir assim. Estamos perante um modelo econômico superado”, afirma de Bruxela, por telefone, Pascal Durand, deputado verde europeu que liderou a iniciativa apresentada pelo Parlamento Europeu no final de julho.
A cifra de consumidores de produtos de tecnologia aumenta a cada ano. Novas classes médias de países como China e Índia se incorporam ao padrão de compra dos países mais desenvolvidos. Mais celulares, mais computadores, mais eletrodomésticos. Primeiro para o carrinho de compras, depois para o lixo. E mais extração de metais para produzi-los. Matérias-primas que não são ilimitadas.

Ao mesmo tempo, quanto mais curta é a vida dos dispositivos que compramos (veja os celulares, cuja expectativa de vida oscila entre um e dois anos, segundo os estudos europeus), maior é o volume de resíduos gerados.

Jogar fora aparelhos novos que poderiam ser consertados na Europa, enviando-os a lixões distantes em barcos que contaminam águas, para, ao mesmo tempo, comprar aparelhos fabricados em lugares distantes e que chegam em barcos que contaminam de novo. “Cedo ou tarde, isso vai acabar”, diz Durand.

Essa é uma das reflexões de uma proposta que foi batizada como “economia circular” e que ganha força nos fóruns europeus e globais. A ideia é simples: ao fabricar um bem, devemos levar em conta o resíduo que ele vai gerar para que este seja reutilizável, se possível totalmente. Desse modo, em vez de seguir o paradigma da economia linear (produzo, utilizo, jogo fora), passaríamos ao “produzo, utilizo, reutilizo”. E, se possível, conserto.

Legislar nesse sentido, portanto, significaria fazer com que as marcas aumentem os prazos de garantia; incentivar a possibilidade de reparação dos produtos em qualquer loja, não só nos serviços autorizados; que as marcas projetem artefatos que permitam a extração de peças, componentes, baterias; reduzir impostos às marcas que adotem essas medidas e aos artesãos que a elas se dediquem; perseguir e multar a obsolescência programada intencional; revelar a OP informática. A iniciativa apresentada no Parlamento Europeu vai nessa linha. A Comissão deverá dar uma resposta legislativa antes de julho de 2018.

Enquanto isso, países como a Finlândia arregaçam as mangas. O país escandinavo já conta com um plano para fazer a transição rumo à economia circular. Florescem as start-ups que procuram soluções para os resíduos que geramos, enquanto fundos são destinados para a pesquisa.

A Universidade Aalto integra um projeto de colaboração transversal que recebeu cinco milhões de euros (18,5 milhões de reais) para começar a caminhar. Mari Lundström, professora de hidrometalurgia e corrosão, lidera um programa que busca soluções para a reciclagem de metais. Em entrevista pelo telefone de Estocolmo, ela explica que os celulares, os fios elétricos e os computadores que jogamos no lixo estão repletos de materiais úteis e valiosos. Alguns inclusive são difíceis de encontrar no subsolo europeu; e, no entanto, jogamos tudo isso fora. Desperdiçamos níquel, cobalto, lítio... Muitos deles são facilmente recuperáveis através de tratamentos químicos, por exemplo. Um único telefone contém até 40 elementos recicláveis, dos quais só reutilizamos 10, explica Lundström. Doze empresas finlandesas que usam metais já trabalham com o fruto das pesquisas científicas.

Podemos reciclar o metal da lata de refrigerante. Mas precisamos de 20 vezes mais energia para recuperá-lo se essa lata foi queimada num saco com lixo orgânico, explica a cientista finlandesa. Este é um dos resultados das pesquisas do programa. Pode-se deduzir, portanto, que a economia circular deve ser promovida pelos Governos, pesquisada pelos docentes e assumida pelas empresas. Ok, mas também precisa dos cidadãos.
A chave da economia circular é o que cada pessoa fizer”, diz Lundström, de forma categórica. “Não podemos continuar vivendo como fizemos até agora. É necessária uma resposta da sociedade: somos responsáveis por nossa forma de consumir.”
Mas a economia circular também tem seus críticos. Alguns consideram que se trata de uma mera prolongação da ideia de crescimento sustentável, que, apesar de bem intencionada, não levou a grandes realizações. O problema, explicam, é o crescimento. É a lógica que nos empurra a seguir espremendo o planeta, cujos recursos são finitos.

A solução não é fácil, e romper com décadas de inércia levará um tempo. Há várias perguntas no ar. Num contexto de contínuo avanço tecnológico, será mesmo tão difícil melhorar a durabilidade dos produtos? Faz sentido continuar vivendo do mesmo jeito, conhecendo a toxicidade dos resíduos gerados por nosso modo de consumo? E os Governos não têm pensado em fazer nada a respeito?

Fonte: El País, por Joseba Elola


CONSUMIDORES SE MOBILIZAM NA FRANÇA

A França é a país com a legislação mais dura da Europa na luta contra a obsolescência programada, aprovada em 2015. As marcas que realizam a prática podem pagar multas de até 300.000 euros (1,1 bilhão de reais).

A denúncia da associação HOP apresentada em setembro, a primeira do gênero, acusou marcas como HP, Canon e Brother de práticas voltadas a reduzir deliberadamente a vida útil de impressoras e cartuchos; e destacava, em particular, o caso da Epson.

Este jornal solicitou entrevista com um diretor da Epson na Espanha, mas o pedido foi negado. Um porta-voz somente escreveu esta resposta por e-mail: “A Epson conhece a denúncia da associação HOP na França e trabalhará com as autoridades competentes para responder de maneira adequada e resolver o caso.” E acrescentou: “Rechaçamos totalmente a afirmação de que nossos produtos estão programados para estragar num período de tempo predeterminado.”



terça-feira, 4 de junho de 2019

Acusado de estupro, Neymar tenta desacreditar a denunciante em rede social



Míriam Martinho


Ao expor mensagens e imagens íntimas da mulher com quem se relacionou, no Instagram, à guisa de se defender da acusação de estupro, Neymar Jr., chamado de menino, embora seja homem feito, tornou-se mais suspeito do que antes.

Longe de mim afirmar que mulheres não possam ser desonestas, levantar falsos testemunhos, injuriar, difamar e caluniar. Mulheres também podem ser bem escrotas. Aliás, a pessoa mais escrota que conheci na vida é uma mulher. A figura é tão mau-caráter que parece vilã de história em quadrinhos. 

Então, que ninguém me venha dizer que meu posicionamento, sobre esse caso do Neymar, é corporativismo de sexo. Sim, eu acredito em presunção de inocência e tudo, daí não sair rapidinho crucificando seja quem for.

Neymar Jr.
Por conseguinte, indo aos fatos, não resta dúvida de que a moça foi se relacionar com o Neymar de livre e espontânea vontade. O que não se sabe é o que de fato rolou lá entre as 4 paredes do quarto de  hotel. Porque, se no meio da interação entre os dois, ele começou a agredi-la, a ponto de deixá-la com vários hematomas, segundo laudo divulgado pela imprensa, no mínimo há de se reconhecer que a moça pode estar dizendo a verdade em sua acusação. Porque uma coisa é você ir se relacionar com alguém; outra é esse alguém virar Mr. Hyde no meio da transa e começar a lhe fazer de gato e sapato (com perdão da expressão pouco ecológica). Se rolou o que não estava previamente acordado, principalmente havendo violência, dá pra falar em estupro sim.

O caso do Cristiano Ronaldo foi parecido. Foi com uma mulher para um hotel, chegando lá resolveu sodomizá-la, embora ela pedisse para ele parar. Ela foi à Justiça, e eles chegaram a um acordo de indenização financeira, como agora estão dizendo que aconteceu entre os advogados do Neymar e da moça. Daí pra frente, as notícias ficam meio nebulosas quanto ao "como" a história voltou à tona, se o vazamento do processo foi obra de um hacker ou da própria modelo (li diferentes versões do causo). O fato é que, nesse vazamento, ficou-se sabendo que CR7 reconheceu ter estuprado a moça.

Fazendo um aparte, no caso da tentativa de indenização requerida pela amante de Neymar, por danos morais, os agora ex-advogados da moça, lançaram nota afirmando que houve má fé dos advogados do jogador quando se encontraram:
... se ressalta o absurdo de uma reunião entre advogados ser referida, de maneira torpe, como tentativa de extorsão, ainda mais quando essa reunião só se realizou dado o convite feito pelos representantes de Neymar Júnior. Isso só demonstra que os representantes de Neymar Júnior, sabendo dos fatos, orquestraram uma armadilha com o objetivo de criar um álibi para o seu protegido, em prejuízo da vítima e de seus antigos patronos (ver a íntegra da nota aqui)
Então, o fato de alguém ter ido transar com alguém de livre e espontânea vontade não significa que esteja de acordo com tudo que possa rolar na transa. Se a pessoa for forçada a fazer algo que não quer, se for agredida, dá para caracterizar como estupro sim, mesmo que seja entre gente legalmente casada.


Por fim, recentemente (fim de abril) o Neymar meteu um soco num torcedor que o provocou ao fim do jogo em que o Paris Saint German perdeu a Copa da França (vídeo acima). Agora, é acusado de, no mínimo, ter batido em uma mulher, cujas fotos e conversas íntimas expôs em redes sociais. Ainda que o ato não seja considerado crime, porque as imagens estavam desfocadas, lugar de apresentar provas de defesa não é em rede social. Santo é que seu Neymar não é.

Conclusão, se não se pode afirmar de antemão que Neymar seja culpado de estupro, também não se pode afirmar que a moça esteja mentindo só pra lhe extorquir dinheiro. O histórico de esquentadinho do jogador e a forma como resolveu se defender das acusações da moça, em rede social, o tornam sim bastante suspeito. Como disse a antropóloga Debora Diniz, em texto da Marie Claire
Não sabemos a verdade do estupro, mas sabemos a crueldade com que Neymar expôs a intimidade vivida com esta mulher e com que a lançou à cena da pornografia global no intuito de atiçar o voyeurismo sexual. Como uma isca ao machismo latente, a adesão foi rápida: o papel do menino pobre foi colorido com a ingenuidade erótica comum aos homens quando se veem seduzidos por mulheres bonitas. Neymar seria só mais um “menino” que caiu nas artimanhas do sexo, e como prova, dizem os julgadores virtuais, basta ver as imagens enviadas pela mulher. O contraponto do “menino ingênuo” de 27 anos é a mulher interesseira ou prostituta. O enredo da defesa parece perfeito para silenciá-la: ela é duplamente culpada – pelo sexo indevido e pela exposição da intimidade de um menino.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Tatuadoras dão dicas de como evitar assédio sexual em estúdios

O pré-lançamento aconteceu em 13 de Maio. Foto: Beth Freitas / Reprodução / Facebook
Tatuadoras lançam cartilha contra assédio sexual em estúdios

Em Maio ficou disponível para download, impressão ou leitura online a cartilha Minha Tatu, Minhas Regras, criada por tatuadoras e ativistas de Belo Horizonte. O material buscar colaborar com enfrentamento do assédio e abuso sexual em estúdios de tatuagem.

Você pode clicar aqui para acessar gratuitamente o material e a plataforma para download. Sem dúvida alguma a cartilha colabora muito com a segurança de mulheres que pretendem se tatuar, como também tem grande importância para que os tatuadores possam refletir sobre suas posturas, condutas e posicionamentos.

Importante mencionar que a criação da cartilha está relacionada com as constantes denúncias que têm acontecido de assédios, abusos sexuais e, inclusive, estupros em estúdios de tatuagem. Em particular o caso do tatuador Leandro Caldeira em Belo Horizonte, Minas Gerais. Foram mais de 40 denúncias de distintas mulheres contra ele. A Polícia Civil fez abertura de inquérito e apurou em torno de 19 denúncias contra o tatuador. A investigação levou Leandro para prisão desde 31 de Março de 2019. Acusado e respondendo por violação sexual mediante o fraude, o tatuador alega inocência.

O material foi pré-lançado na segunda-feira, 13 de maio, em uma roda de conversa para profissionais da área na Casa Juta. Entre os pontos destacados pelas tatuadoras, estão:

1 – Você não precisa se despir: ficar sem o sutiã, por exemplo, só é necessário se a tatuagem for no mamilo;

2 – Atenção ao excesso de toque. Se o profissional encostar demais fora da área onde o desenho está sendo feito, em locais inapropriados, desconfie. Às vezes acontece sem querer ou o tatuador precisa tocar, mas ele sempre vai te avisar se esses forem os casos;

3 – Fotografias somente se autorizadas. Se um tatuador pede que você pose nua ou seminua para mostrar a tatuagem, não permita se este não for seu desejo;

4 – Assédio também pode ser verbal. Além do toque, o assédio também pode acontecer na conversa ou até no olhar. Fique atenta, se algum desses aspectos incomodar, não tenha medo de ir embora. É possível concluir o trabalho com outro profissional.

5 – Você não precisa tocar o tatuador. Se o profissional pedir que você repouse a mão em alguma parte do corpo dele, não obedeça, não é necessário em momento algum que a cliente se apoie no tatuador.

Abaixo você pode assistir um material educativo produzido pelo Jornal Hoje Em Dia. Lembre-se sempre, como a própria cartilha diz, “para um procedimento de tatuagem seguro, o assédio não pode ter lugar”.



Fonte: FRRRK GUYS, 18/05/2019

terça-feira, 28 de maio de 2019

O canal digital Univesp TV está oferecendo aulas de Ciência Política e Políticas Públicas gravadas na USP

Ciência Política

A Univesp Tv é um canal brasileiro de São Paulo. A programação inclui vários conteúdos acadêmicos e programas para toda a família.

Os vídeos são gravados nas seguintes universidades Univesp, USP, Unicamp e Unesp.

Sobre o curso: Programa do curso USP Univesp TV de Ciência Política. É um curso regular de pós-graduação, ministrado pelo professor José Álvaro Moisés, do departamento de ciência política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.



Conteúdo programático:

• Introdução;
• Cultura política e instituições democráticas;
• Primado da lei;
• Accountability;
• Modernização, cultura política e instituições;
• Análise Brasil;
• Sistema político e presidencialismo;
• Balanço geral.

Acesse aqui todo o curso de Ciência Política 

Políticas Públicas

Pensando nos estudantes de todo país, a plataforma Univesp TV, oferece aulas gravadas sobre Políticas Públicas, que é uma das matérias do curso de Gestão Pública.


Conteúdo programático

• Apresentação da disciplina;
• Políticas Públicas;
• Reforma do Estado;
• Tipos e Ciclo;
• Atores de Políticas Públicas;
• Métodos de monitoramento e avaliação de Políticas Públicas;
• Estruturas de Governança Pública;
• Planejamento de Políticas Públicas no Brasil.

Acesse aqui todo o curso de Políticas Públicas 

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