8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

quinta-feira, 23 de março de 2017

Empresa Memphis Meats, do Vale do Silício, produz carnes sem matar animais

Empresa produz carne vermelha e de frango sem matar animais 

A Memphis Meats, do Vale do Silício, anunciou na semana passada a criação bem-sucedida de filés de frango e de pato cultivados em laboratório, feitos com DNA dos animais, mas sem abater nenhum. Os produtos são feitos a partir de amostras de célula que se multiplicam quimicamente e formam filés quase idênticos aos que já conhecemos.

Os filés de aves vêm um ano depois do lançamento das almôndegas produzidas em laboratório pela mesma companhia, que promete revolucionar a indústria alimentícia produzindo carne “de verdade” sem crueldade.
É emocionante induzir os primeiros frangos e patos que não precisaram da criação de animais. Este é um momento histórico para o movimento da carne limpa”, disse, em comunicado, Uma Valeti, CEO da Memphis Meat. 
Nós realmente acreditamos que esse é um momento significativo para a humanidade, e uma oportunidade de negócio incrível – de transformar uma indústria global gigante enquanto contribuímos para resolver um dos problemas de sustentabilidade mais urgentes do nosso tempo”, continua.
Embora já estejam prontos, os produtos devem ser lançados aos consumidores apenas em 2021, quando a companhia espera ter reduzido os custos o suficiente para que seja viável a venda dos mesmos pelos valores das carnes no mercado. Atualmente, produzir 500 g de carne em laboratório custa cerca de US$ 9 mil.

Confira, abaixo, o vídeo de divulgação da companhia, e clique aqui para mais fotos dos pratos feitos com os produtos:


Fonte: Infomoney, 20/03/2017

terça-feira, 21 de março de 2017

Libertem as meninas do estereótipo feminino e elas serão grandes cientistas, matemáticas, engenheiras

Vencedora do Prêmio Diáspora Brasil em ciências, Duilia de Mello trabalha há 11
anos na Nasa, como especialista em análise de imagens do Hubble - Tommy Wiklind/Nasa



À parte conhecer o mérito individual da astrofísica brasileira Duília de Mello, o artigo abaixo é interessante porque mostra ser a malfadada educação diferenciada o grande obstáculo para a realização das potencialidades das mulheres. Destaco trechos da notícia abaixo, da própria astrofísica, de colegas dela e de uma economista que atesta essa realidade, realidade  óbvia que muitos, contudo, insistem em não aceitar, preferindo ir buscar chifres em cabeças de cavalos para responder o porquê de certas diferenças profissionais entre mulheres e homens. (Ver também, sobre o tema, Que conservadores e "progressistas" me desculpem, mas não existe criança "trans")
Diz a economista Hildete Pereira de Mello:
A despeito das dificuldades, ela (Duília) teve o que muitas meninas não têm: a liberdade de sonhar poder ser qualquer coisa, de não ser levada a reproduzir estereótipos de gênero.
— Os brinquedos que ainda hoje damos às crianças são uma forma de manter a organização da família da mesma forma como ela está construída há séculos — explica Hildete. — A princesa remete à ideia do príncipe encantado, do casamento como o grande upgrade da vida. A boneca é a forma de domesticar a mulher para o cuidado. Para os meninos, damos canhões, automóveis, aviões. Ou seja, são formas de socializar os bebês para os papéis sociais referidos que eles deverão cumprir.
Além disso, há a questão da maternidade e da criação dos filhos.
— Os homens não dividem os encargos da maternidade até hoje — constata Hildete. — E, ainda que elas possam pagar por creches, socialmente têm uma dificuldade muito grande. O reconhecimento social da mulher passa pela maternidade. E isso não é só no Brasil, é um problema recorrente no mundo todo.

 Diz física Márcia Cristina Bernardes Barbosa:
— O problema é comum às mais diferentes culturas — diz. — E tem a ver com algumas características da carreira. Por exemplo, há uma demanda grande por viajar, e as mulheres são as responsáveis por cuidar dos filhos, dos idosos, da casa. Outra característica importante é que é preciso ser agressivo. Por último, são carreiras que demandam avaliação constante, exigem um número de publicações. É óbvio que quando elas têm filhos não conseguem a mesma produtividade.
Diz o astrofísico Neil deGrasse Tyson (ver fala no vídeo abaixo), respondendo a supostas explicações genéticas para uma suposta “aversão” das mulheres a área de exatas:
 “Eu queria ser astrofísico desde os 9 anos. E via como o mundo ao redor reagia quando eu expressava essa ambição. Os professores retrucavam: mas você não quer ser atleta, não quer ser outra coisa? Eu queria algo que estava fora do paradigma das expectativas daqueles que estavam no poder. As forças da sociedade agem. Então, se não temos muitos negros na ciência, sei que é porque essas forças são reais e tive que superá-las para estar aqui. Portanto, antes de começarmos a falar sobre diferenças genéticas entre homens e mulheres, temos de encontrar um sistema de oportunidades iguais. Aí, sim, poderemos ter essa conversa.”

Astrofísica brasileira ganha prêmio e reabre discussão sobre mulheres na ciência
Duília de Mello trabalha há 11 anos na Nasa como analista de imagens do telescópio Hubble

RIO - Astrofísica da Nasa, pesquisadora do Goddard Space Flight Center e especialista na análise de imagens do telescópio Hubble. Duília de Mello, de 50 anos, foi a grande vencedora do prêmio Diáspora Brasil, concedido aos cientistas que se destacam no exterior. A vitória de Duília numa área quase que inteiramente dominada por homens reabre o debate sobre a participação das mulheres na ciência e a exploração dos estereótipos de gênero desde a mais tenra infância. Afinal, depois de tantos avanços, por que a área de exatas continua sendo a última fronteira das conquistas femininas?

— Ainda são poucas as mulheres na ciência, e ainda há preconceito — resume Duília. — A tendência é diminuir, espero.

Metade das bolsas já é dada a elas

Economista das universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e Fluminense (UFF), dedicada a questões de gênero, Hildete Pereira de Mello (que não é parente de Duília) está fazendo um levantamento sobre o tema, com base nas bolsas de iniciação científica concedidas pelo CNPq. De fato, a participação das mulheres está aumentando, mas a passos muito lentos. Atualmente, metade das bolsas está nas mãos de mulheres — contra 30% no fim dos anos 90. Entretanto, entre os detentores das bolsas sêniores, apenas 23,5% são do sexo feminino (eram 17% em 1999).

Ainda assim, Duília conseguiu se tornar uma “astrofísica extragaláctica”, como está assinalado no prêmio, e trabalhar na Nasa. Nada mal para uma mulher nascida nos anos 60 em Jundiaí, no interior de São Paulo, que passou a infância no subúrbio carioca de Brás de Pina.

— Sempre fui apaixonada pelo Universo e, desde pequena, queria entender como ele funcionava tão bem sendo tão complexo — contou numa entrevista. — No fim dos anos 1970 eu vivia vidrada nas descobertas das naves espaciais da Nasa, Pioneer 10 e 11, que estavam visitando Júpiter e Saturno. Naquela época não tínhamos internet, e o acesso à informação era bem restrito, principalmente para quem era de classe média baixa, como nós.

No entanto, Duília trabalha há onze anos na Nasa, foi responsável pela descoberta da supernova SN 1997D e participou também da descoberta das chamadas bolhas azuis — as estrelas órfãs, sem galáxias.

— Em 2008, detectamos umas bolhas azuis, estrelas solitárias que vivem entre as galáxias, formadas fora das galáxias. Tanto podem ser pequenos aglomerados de estrelas como galáxias anãs, que podem acabar engolidas pelas galáxias vizinhas. Enfim, é um mecanismo interessante de pensar a evolução das galáxias — Duília explica.

A despeito das dificuldades, ela teve o que muitas meninas não têm: a liberdade de sonhar poder ser qualquer coisa, de não ser levada a reproduzir estereótipos de gênero. Não é simples como parece.

— Os brinquedos que ainda hoje damos às crianças são uma forma de manter a organização da família da mesma forma como ela está construída há séculos — explica Hildete. — A princesa remete à ideia do príncipe encantado, do casamento como o grande upgrade da vida. A boneca é a forma de domesticar a mulher para o cuidado. Para os meninos, damos canhões, automóveis, aviões. Ou seja, são formas de socializar os bebês para os papéis sociais referidos que eles deverão cumprir.

Além disso, há a questão da maternidade e da criação dos filhos.

— Os homens não dividem os encargos da maternidade até hoje — constata Hildete. — E, ainda que elas possam pagar por creches, socialmente têm uma dificuldade muito grande. O reconhecimento social da mulher passa pela maternidade. E isso não é só no Brasil, é um problema recorrente no mundo todo.

Diretora do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e vencedora do Prêmio Loreal/Unesco ano passado, Márcia Cristina Bernardes Barbosa, de 54 anos, constatou isso ao participar de um projeto sobre a questão de gênero organizado pela União Internacional de Ciências, que contou com grupos de trabalho em 75 países.

— O problema é comum às mais diferentes culturas — diz. — E tem a ver com algumas características da carreira. Por exemplo, há uma demanda grande por viajar, e as mulheres são as responsáveis por cuidar dos filhos, dos idosos, da casa. Outra característica importante é que é preciso ser agressivo. Por último, são carreiras que demandam avaliação constante, exigem um número de publicações. É óbvio que quando elas têm filhos não conseguem a mesma produtividade.

A genética em questão

A questão é tão recorrente que se chegou a cogitar se haveria alguma explicação genética para a uma suposta “aversão” das mulheres a área de exatas.

A melhor resposta para isso veio de um homem, o astrofísico Neil deGrasse Tyson, num vídeo que faz sucesso nas redes sociais: “Eu nunca fui mulher, mas fui negro a minha vida toda”, disse ele. “Mas há similaridades na questão do acesso a oportunidades para negros e mulheres numa sociedade dominada por homens brancos.”

“Eu queria ser astrofísico desde os 9 anos. E via como o mundo ao redor reagia quando eu expressava essa ambição. Os professores retrucavam: mas você não quer ser atleta, não quer ser outra coisa? Eu queria algo que estava fora do paradigma das expectativas daqueles que estavam no poder. As forças da sociedade agem. Então, se não temos muitos negros na ciência, sei que é porque essas forças são reais e tive que superá-las para estar aqui. Portanto, antes de começarmos a falar sobre diferenças genéticas entre homens e mulheres, temos de encontrar um sistema de oportunidades iguais. Aí, sim, poderemos ter essa conversa.”

Fonte: O Globo, 13/06/2014, por Roberta Jansen
 


Publicado originalmente em julho de 2014 neste blog

quinta-feira, 16 de março de 2017

Para pesquisar no Google como especialista

14 Dicas para pesquisar no Google como um especialista

Você provavelmente utiliza o Google muitas vezes por dia. Mas as chances são – a menos que você seja um geek em tecnologia – de que você provavelmente ainda usa o Google em sua forma mais simples. Se o seu uso atual do Google é limitado a digitar algumas palavras, mudando a sua busca até encontrar o que você está procurando, então eu estou aqui para dizer-lhe que há uma maneira melhor – e não é difícil de aprender.

Mesmo se você já consiga usar o Google como um especialista, eu ainda sugiro que você leia este artigo. Desse modo, você terá as dicas em mão quando precisar ajudar um colega.

As seguintes dicas para pesquisar no Google são baseadas em minha própria experiência e em coisas que eu realmente acho úteis. A lista não é de forma abrangente, mas eu lhe garanto que, aprendendo a usar as dicas abaixo, você vai conseguir aproveitar o Google ainda mais.

1) Frases explícitas

Digamos que você esteja procurando por conteúdo sobre Inbound Marketing. Ao invés de simplesmente digitar inbound marketing na barra do Google, provavelmente será melhor para você pesquisar explicitamente pela frase. Para fazer isso, basta colocar a pesquisa dentro de aspas duplas.

Exemplo de busca: “inbound marketing”

Veja a diferença, quando você não usa aspas, o Google te da 7 milhões de resultados, que provavelmente não sejam tão relevantes para você, já que quando você procura "inbound marketing", ele te da 4 milhões de resultados, que ainda é muito, mas pelo menos os primeiros serão mais específicos sobre o que você está procurando.

2) Excluir palavras

Digamos que você deseje buscar por conteúdos sobre inbound marketing, mas você quer excluir todos os resultados que contenham o termo publicidade. Para fazê-lo, basta usar o sinal "-" na frente da palavra que você quer excluir.

Exemplo de busca: inbound marketing - publicidade

Mais uma vez, veja a diferença na quantidade de resultados, isso com certeza vai te poupar muitos resultado que não seriam úteis para o que você procura.


3) Pesquisas para um site específico

Muitas vezes, você deseja pesquisar um site específico para o conteúdo que corresponde a uma determinada frase. Mesmo que o site não suporte um recurso de busca (tipo este blog, vamos mudar isso em breve!), você pode usar o Google para pesquisar o conteúdo do site para achar o que você está tentando encontrar. Basta usar o modificador “site:somesite.com”.

Exemplo de busca: “SEO” site:br.hubspot.com

Este é o resultado que aparece, todos os resultados são do blog da HubSpot, o que ajuda muito se você já sabe que site vai poder te dar a informação que você procura ou se você está procurando todo o conteúdo sobre um tema em um site específico:

4) Arquivos específicos

Se você estiver procurando resultados que são de um tipo de arquivo específico, você pode usar o modificador “filetype:". Por exemplo, você pode querer encontrar apenas apresentações em PowerPoint relacionadas ao inbound marketing.

Exemplo de pesquisa: "inbound marketing" filetype:ppt

Como você pode ver, o "PPT" ao lado do título de resultado indica que é uma apresentação de PowerPoint - neste caso, já que procuramos específicamente por isto, todos os resultados são apresentações de PowerPoint.


5) Símbolo Ticker/ações

Basta digitar um símbolo ticker válido como o seu termo de pesquisa, e o Google vai lhe dar as finanças atuais e um rápido gráfico em miniatura para a ação.

Exemplo de busca: GOOG

Deste jeito você pode ver as finanças do dia da pesquisa e também de 5 dias, 1 mês, 3 meses e por ai vai.


6) Calculadora

A próxima vez que você precisar fazer um cálculo rápido, em vez de pegar o aplicativo de cálculos, você pode simplesmente digitar a expressão no Google

Exemplo de busca: 48512 * 1.02

Esta ferramenta ajuda muito quando você não tem uma calculadora por perto e quer calcular algo rapidinho, também funciona para contas mais complexas porque têm muitas funções.

7) Definições de palavras

Se você precisa procurar rapidamente a definição de uma palavra ou frase, basta usar o comando "define:”.

Exemplo de busca: define:Inbound Marketing

Se você procura uma definição ela vai aparecer em um quadradinho como esse de baixo, geralmente as definições utilizadas são as do Wikipedia.

8) Isso OU aquilo

Como padrão, ao conduzir uma pesquisa, o Google incluirá todos os termos especificados na pesquisa. Se estiver procurando por qualquer um dos termos, então você pode usar o operador OR. (Obs.: OR precisa sempre ser escrito com letras maiúsculas).

Exemplo de pesquisa: inbound marketing OR publicidade

9) Palavras no título

Quer encontrar uma página com certas palavras contidas no título (mas não necessariamente uma ao lado da outra)? Digite allintitle: seguido imediatamente das palavras ou frases.

Exemplo de pesquisa: allintitle:clube vinho

10) Pesquisa relacionada

Se quiser encontrar novos websites com conteúdo similar para um website que você já conhece, use o modificador related:algumsite.com.

Exemplo de pesquisa: related:visual.ly


11) Palavras perdidas

Esqueceu-se de uma palavra ou duas de uma frase específica, letra de música, citação de filme, ou outra coisa? Usar um asterisco "*" como curinga poderá ajudá-lo a encontrar a palavra perdida em uma frase.

Exemplo de pesquisa: quem semeia ventos, "*" tempestades

12) Traduções

Quer traduzir uma palavra simples ou frase de uma língua para outra? Não é necessário ir a um website de tradução. Basta procurar translate [palavra] to [língua], ou em português em baixo:


Exemplo: traduzir "amor" para ingles


13) Timer e Cronômetro


Não tem um timer em mãos? A Google cuida disso para você. Basta digitar qualquer valor de tempo + a palavra "timer" e a contagem automática começará automaticamente.

Exemplo de pesquisa: 20 min timer

14) Status de voo

Se digitar a companhia aérea e número do avião no Google, ele dirá as informações do voo, status e outras informações úteis.

Exemplo de pesquisa: JJ 2091


Fonte: HubSpot, por Rodrigo Souto | @rigso, 28/12/2015

terça-feira, 14 de março de 2017

Em um século, mulheres e homens terão igualdade salarial no Brasil


País levará 100 anos para igualar salário de homem e mulher
Pesquisa do Fórum Econômico Mundial coloca o Brasil com um dos países mais desiguais do mundo no que se refere a gênero

GENEBRA - A diferença salarial entre mulheres e homens no Brasil é uma das maiores do mundo e equiparar a condição dos dois sexos no País levará um século. Essas são algumas das conclusões do Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2016 do Fórum Econômico Mundial, publicado nesta quarta-feira, 26, em Genebra.

De acordo com o levantamento, as sociedades mais igualitárias são as escandinavas. O primeiro lugar é da Islândia, seguida por Finlândia, Noruega e Suécia, ao se considerar todos os aspectos econômicos, políticos, de saúde e de educação.

Entre 144 países avaliados, o Brasil ocupa apenas a 129.ª posição no que se refere especificamente à igualdade de salários entre gêneros. Países criticados por violações aos direitos das mulheres, como Irã, Iêmen e Arábia Saudita estão em melhor posição que o Brasil.

Para equiparar as condições econômicas de homens e mulheres, serão necessários 95 anos se o atual ritmo de progresso for mantido. Em termos gerais, incluindo política, educação e outros aspectos sociais, equiparar as condições entre gêneros no País levará 104 anos.

Segundo o Fórum Econômico Mundial, a taxa brasileira é melhor que a média mundial, de cerca de 170 anos. Mas, ainda assim, o ritmo de avanço é considerado como “lento demais”.

O estudo aponta que a presença de Dilma Rousseff no cargo de presidente nos últimos anos fez o Brasil subir no ranking geral da entidade, passando da 85.ª posição para a 79.ª entre 2014 e 2015. Mas a classificação ainda é pior do que dez anos atrás, quando o Brasil ocupava a 67.ª posição. Hoje, o País fica atrás dos 17 outros países latino-americanos.

O desempenho do Brasil pode cair nas próximas edições do ranking, após o afastamento de Dilma e a posse de um governo com um número reduzido de mulheres em cargos de confiança ou ministeriais.

A disparidade econômica entre homens e mulheres no Brasil é um dos fatores que mais impedem o avanço no ranking. Nesse quesito, o País ocupa a modesta 91.ª posição entre 144 países e é superado por Paraguai, China, Camboja e Chade.

O Brasil é ainda um dos seis países do mundo onde a diferença salarial entre homens e mulheres em cargos executivos é de mais de 50%. Além disso, a presença de brasileiras no mercado de trabalho também é menor: 62% ante 83% de homens. Isso coloca o Brasil na 87.ª posição por esse critério. No que se refere à renda média, a brasileira ganha por ano US$ 11,6 mil. Já a renda média dos homens brasileiros é de US$ 20 mil.

Na América Latina, os especialistas indicam que, se o ritmo for mantido, a “lacuna econômica de desigualdade de gênero” será fechada em apenas seis décadas.

Na política, a presença feminina também é pequena, mesmo que em 2015 a Presidência fosse ocupada por uma mulher. O Congresso ocupa o 120.º lugar entre os países com melhor representação feminina. Antes mesmo de Michel Temer assumir o governo, o Brasil era apenas o 83.º quando o assunto era ministérios ocupados por mulheres. Na educação, a diferença entre homens e mulheres voltou a crescer pela primeira vez em cinco anos. O ponto positivo ficou no acesso à saúde, em que o País aparece em 1.º lugar.

Fonte: Estadão, Jamil Chade, 26/10/2016

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