8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

terça-feira, 21 de março de 2017

Libertem as meninas do estereótipo feminino e elas serão grandes cientistas, matemáticas, engenheiras

Vencedora do Prêmio Diáspora Brasil em ciências, Duilia de Mello trabalha há 11
anos na Nasa, como especialista em análise de imagens do Hubble - Tommy Wiklind/Nasa



À parte conhecer o mérito individual da astrofísica brasileira Duília de Mello, o artigo abaixo é interessante porque mostra ser a malfadada educação diferenciada o grande obstáculo para a realização das potencialidades das mulheres. Destaco trechos da notícia abaixo, da própria astrofísica, de colegas dela e de uma economista que atesta essa realidade, realidade  óbvia que muitos, contudo, insistem em não aceitar, preferindo ir buscar chifres em cabeças de cavalos para responder o porquê de certas diferenças profissionais entre mulheres e homens. (Ver também, sobre o tema, Que conservadores e "progressistas" me desculpem, mas não existe criança "trans")
Diz a economista Hildete Pereira de Mello:
A despeito das dificuldades, ela (Duília) teve o que muitas meninas não têm: a liberdade de sonhar poder ser qualquer coisa, de não ser levada a reproduzir estereótipos de gênero.
— Os brinquedos que ainda hoje damos às crianças são uma forma de manter a organização da família da mesma forma como ela está construída há séculos — explica Hildete. — A princesa remete à ideia do príncipe encantado, do casamento como o grande upgrade da vida. A boneca é a forma de domesticar a mulher para o cuidado. Para os meninos, damos canhões, automóveis, aviões. Ou seja, são formas de socializar os bebês para os papéis sociais referidos que eles deverão cumprir.
Além disso, há a questão da maternidade e da criação dos filhos.
— Os homens não dividem os encargos da maternidade até hoje — constata Hildete. — E, ainda que elas possam pagar por creches, socialmente têm uma dificuldade muito grande. O reconhecimento social da mulher passa pela maternidade. E isso não é só no Brasil, é um problema recorrente no mundo todo.

 Diz física Márcia Cristina Bernardes Barbosa:
— O problema é comum às mais diferentes culturas — diz. — E tem a ver com algumas características da carreira. Por exemplo, há uma demanda grande por viajar, e as mulheres são as responsáveis por cuidar dos filhos, dos idosos, da casa. Outra característica importante é que é preciso ser agressivo. Por último, são carreiras que demandam avaliação constante, exigem um número de publicações. É óbvio que quando elas têm filhos não conseguem a mesma produtividade.
Diz o astrofísico Neil deGrasse Tyson (ver fala no vídeo abaixo), respondendo a supostas explicações genéticas para uma suposta “aversão” das mulheres a área de exatas:
 “Eu queria ser astrofísico desde os 9 anos. E via como o mundo ao redor reagia quando eu expressava essa ambição. Os professores retrucavam: mas você não quer ser atleta, não quer ser outra coisa? Eu queria algo que estava fora do paradigma das expectativas daqueles que estavam no poder. As forças da sociedade agem. Então, se não temos muitos negros na ciência, sei que é porque essas forças são reais e tive que superá-las para estar aqui. Portanto, antes de começarmos a falar sobre diferenças genéticas entre homens e mulheres, temos de encontrar um sistema de oportunidades iguais. Aí, sim, poderemos ter essa conversa.”

Astrofísica brasileira ganha prêmio e reabre discussão sobre mulheres na ciência
Duília de Mello trabalha há 11 anos na Nasa como analista de imagens do telescópio Hubble

RIO - Astrofísica da Nasa, pesquisadora do Goddard Space Flight Center e especialista na análise de imagens do telescópio Hubble. Duília de Mello, de 50 anos, foi a grande vencedora do prêmio Diáspora Brasil, concedido aos cientistas que se destacam no exterior. A vitória de Duília numa área quase que inteiramente dominada por homens reabre o debate sobre a participação das mulheres na ciência e a exploração dos estereótipos de gênero desde a mais tenra infância. Afinal, depois de tantos avanços, por que a área de exatas continua sendo a última fronteira das conquistas femininas?

— Ainda são poucas as mulheres na ciência, e ainda há preconceito — resume Duília. — A tendência é diminuir, espero.

Metade das bolsas já é dada a elas

Economista das universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e Fluminense (UFF), dedicada a questões de gênero, Hildete Pereira de Mello (que não é parente de Duília) está fazendo um levantamento sobre o tema, com base nas bolsas de iniciação científica concedidas pelo CNPq. De fato, a participação das mulheres está aumentando, mas a passos muito lentos. Atualmente, metade das bolsas está nas mãos de mulheres — contra 30% no fim dos anos 90. Entretanto, entre os detentores das bolsas sêniores, apenas 23,5% são do sexo feminino (eram 17% em 1999).

Ainda assim, Duília conseguiu se tornar uma “astrofísica extragaláctica”, como está assinalado no prêmio, e trabalhar na Nasa. Nada mal para uma mulher nascida nos anos 60 em Jundiaí, no interior de São Paulo, que passou a infância no subúrbio carioca de Brás de Pina.

— Sempre fui apaixonada pelo Universo e, desde pequena, queria entender como ele funcionava tão bem sendo tão complexo — contou numa entrevista. — No fim dos anos 1970 eu vivia vidrada nas descobertas das naves espaciais da Nasa, Pioneer 10 e 11, que estavam visitando Júpiter e Saturno. Naquela época não tínhamos internet, e o acesso à informação era bem restrito, principalmente para quem era de classe média baixa, como nós.

No entanto, Duília trabalha há onze anos na Nasa, foi responsável pela descoberta da supernova SN 1997D e participou também da descoberta das chamadas bolhas azuis — as estrelas órfãs, sem galáxias.

— Em 2008, detectamos umas bolhas azuis, estrelas solitárias que vivem entre as galáxias, formadas fora das galáxias. Tanto podem ser pequenos aglomerados de estrelas como galáxias anãs, que podem acabar engolidas pelas galáxias vizinhas. Enfim, é um mecanismo interessante de pensar a evolução das galáxias — Duília explica.

A despeito das dificuldades, ela teve o que muitas meninas não têm: a liberdade de sonhar poder ser qualquer coisa, de não ser levada a reproduzir estereótipos de gênero. Não é simples como parece.

— Os brinquedos que ainda hoje damos às crianças são uma forma de manter a organização da família da mesma forma como ela está construída há séculos — explica Hildete. — A princesa remete à ideia do príncipe encantado, do casamento como o grande upgrade da vida. A boneca é a forma de domesticar a mulher para o cuidado. Para os meninos, damos canhões, automóveis, aviões. Ou seja, são formas de socializar os bebês para os papéis sociais referidos que eles deverão cumprir.

Além disso, há a questão da maternidade e da criação dos filhos.

— Os homens não dividem os encargos da maternidade até hoje — constata Hildete. — E, ainda que elas possam pagar por creches, socialmente têm uma dificuldade muito grande. O reconhecimento social da mulher passa pela maternidade. E isso não é só no Brasil, é um problema recorrente no mundo todo.

Diretora do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e vencedora do Prêmio Loreal/Unesco ano passado, Márcia Cristina Bernardes Barbosa, de 54 anos, constatou isso ao participar de um projeto sobre a questão de gênero organizado pela União Internacional de Ciências, que contou com grupos de trabalho em 75 países.

— O problema é comum às mais diferentes culturas — diz. — E tem a ver com algumas características da carreira. Por exemplo, há uma demanda grande por viajar, e as mulheres são as responsáveis por cuidar dos filhos, dos idosos, da casa. Outra característica importante é que é preciso ser agressivo. Por último, são carreiras que demandam avaliação constante, exigem um número de publicações. É óbvio que quando elas têm filhos não conseguem a mesma produtividade.

A genética em questão

A questão é tão recorrente que se chegou a cogitar se haveria alguma explicação genética para a uma suposta “aversão” das mulheres a área de exatas.

A melhor resposta para isso veio de um homem, o astrofísico Neil deGrasse Tyson, num vídeo que faz sucesso nas redes sociais: “Eu nunca fui mulher, mas fui negro a minha vida toda”, disse ele. “Mas há similaridades na questão do acesso a oportunidades para negros e mulheres numa sociedade dominada por homens brancos.”

“Eu queria ser astrofísico desde os 9 anos. E via como o mundo ao redor reagia quando eu expressava essa ambição. Os professores retrucavam: mas você não quer ser atleta, não quer ser outra coisa? Eu queria algo que estava fora do paradigma das expectativas daqueles que estavam no poder. As forças da sociedade agem. Então, se não temos muitos negros na ciência, sei que é porque essas forças são reais e tive que superá-las para estar aqui. Portanto, antes de começarmos a falar sobre diferenças genéticas entre homens e mulheres, temos de encontrar um sistema de oportunidades iguais. Aí, sim, poderemos ter essa conversa.”

Fonte: O Globo, 13/06/2014, por Roberta Jansen
 


Publicado originalmente em julho de 2014 neste blog

quinta-feira, 16 de março de 2017

Para pesquisar no Google como especialista

14 Dicas para pesquisar no Google como um especialista

Você provavelmente utiliza o Google muitas vezes por dia. Mas as chances são – a menos que você seja um geek em tecnologia – de que você provavelmente ainda usa o Google em sua forma mais simples. Se o seu uso atual do Google é limitado a digitar algumas palavras, mudando a sua busca até encontrar o que você está procurando, então eu estou aqui para dizer-lhe que há uma maneira melhor – e não é difícil de aprender.

Mesmo se você já consiga usar o Google como um especialista, eu ainda sugiro que você leia este artigo. Desse modo, você terá as dicas em mão quando precisar ajudar um colega.

As seguintes dicas para pesquisar no Google são baseadas em minha própria experiência e em coisas que eu realmente acho úteis. A lista não é de forma abrangente, mas eu lhe garanto que, aprendendo a usar as dicas abaixo, você vai conseguir aproveitar o Google ainda mais.

1) Frases explícitas

Digamos que você esteja procurando por conteúdo sobre Inbound Marketing. Ao invés de simplesmente digitar inbound marketing na barra do Google, provavelmente será melhor para você pesquisar explicitamente pela frase. Para fazer isso, basta colocar a pesquisa dentro de aspas duplas.

Exemplo de busca: “inbound marketing”

Veja a diferença, quando você não usa aspas, o Google te da 7 milhões de resultados, que provavelmente não sejam tão relevantes para você, já que quando você procura "inbound marketing", ele te da 4 milhões de resultados, que ainda é muito, mas pelo menos os primeiros serão mais específicos sobre o que você está procurando.

2) Excluir palavras

Digamos que você deseje buscar por conteúdos sobre inbound marketing, mas você quer excluir todos os resultados que contenham o termo publicidade. Para fazê-lo, basta usar o sinal "-" na frente da palavra que você quer excluir.

Exemplo de busca: inbound marketing - publicidade

Mais uma vez, veja a diferença na quantidade de resultados, isso com certeza vai te poupar muitos resultado que não seriam úteis para o que você procura.


3) Pesquisas para um site específico

Muitas vezes, você deseja pesquisar um site específico para o conteúdo que corresponde a uma determinada frase. Mesmo que o site não suporte um recurso de busca (tipo este blog, vamos mudar isso em breve!), você pode usar o Google para pesquisar o conteúdo do site para achar o que você está tentando encontrar. Basta usar o modificador “site:somesite.com”.

Exemplo de busca: “SEO” site:br.hubspot.com

Este é o resultado que aparece, todos os resultados são do blog da HubSpot, o que ajuda muito se você já sabe que site vai poder te dar a informação que você procura ou se você está procurando todo o conteúdo sobre um tema em um site específico:

4) Arquivos específicos

Se você estiver procurando resultados que são de um tipo de arquivo específico, você pode usar o modificador “filetype:". Por exemplo, você pode querer encontrar apenas apresentações em PowerPoint relacionadas ao inbound marketing.

Exemplo de pesquisa: "inbound marketing" filetype:ppt

Como você pode ver, o "PPT" ao lado do título de resultado indica que é uma apresentação de PowerPoint - neste caso, já que procuramos específicamente por isto, todos os resultados são apresentações de PowerPoint.


5) Símbolo Ticker/ações

Basta digitar um símbolo ticker válido como o seu termo de pesquisa, e o Google vai lhe dar as finanças atuais e um rápido gráfico em miniatura para a ação.

Exemplo de busca: GOOG

Deste jeito você pode ver as finanças do dia da pesquisa e também de 5 dias, 1 mês, 3 meses e por ai vai.


6) Calculadora

A próxima vez que você precisar fazer um cálculo rápido, em vez de pegar o aplicativo de cálculos, você pode simplesmente digitar a expressão no Google

Exemplo de busca: 48512 * 1.02

Esta ferramenta ajuda muito quando você não tem uma calculadora por perto e quer calcular algo rapidinho, também funciona para contas mais complexas porque têm muitas funções.

7) Definições de palavras

Se você precisa procurar rapidamente a definição de uma palavra ou frase, basta usar o comando "define:”.

Exemplo de busca: define:Inbound Marketing

Se você procura uma definição ela vai aparecer em um quadradinho como esse de baixo, geralmente as definições utilizadas são as do Wikipedia.

8) Isso OU aquilo

Como padrão, ao conduzir uma pesquisa, o Google incluirá todos os termos especificados na pesquisa. Se estiver procurando por qualquer um dos termos, então você pode usar o operador OR. (Obs.: OR precisa sempre ser escrito com letras maiúsculas).

Exemplo de pesquisa: inbound marketing OR publicidade

9) Palavras no título

Quer encontrar uma página com certas palavras contidas no título (mas não necessariamente uma ao lado da outra)? Digite allintitle: seguido imediatamente das palavras ou frases.

Exemplo de pesquisa: allintitle:clube vinho

10) Pesquisa relacionada

Se quiser encontrar novos websites com conteúdo similar para um website que você já conhece, use o modificador related:algumsite.com.

Exemplo de pesquisa: related:visual.ly


11) Palavras perdidas

Esqueceu-se de uma palavra ou duas de uma frase específica, letra de música, citação de filme, ou outra coisa? Usar um asterisco "*" como curinga poderá ajudá-lo a encontrar a palavra perdida em uma frase.

Exemplo de pesquisa: quem semeia ventos, "*" tempestades

12) Traduções

Quer traduzir uma palavra simples ou frase de uma língua para outra? Não é necessário ir a um website de tradução. Basta procurar translate [palavra] to [língua], ou em português em baixo:


Exemplo: traduzir "amor" para ingles


13) Timer e Cronômetro


Não tem um timer em mãos? A Google cuida disso para você. Basta digitar qualquer valor de tempo + a palavra "timer" e a contagem automática começará automaticamente.

Exemplo de pesquisa: 20 min timer

14) Status de voo

Se digitar a companhia aérea e número do avião no Google, ele dirá as informações do voo, status e outras informações úteis.

Exemplo de pesquisa: JJ 2091


Fonte: HubSpot, por Rodrigo Souto | @rigso, 28/12/2015

terça-feira, 14 de março de 2017

Em um século, mulheres e homens terão igualdade salarial no Brasil


País levará 100 anos para igualar salário de homem e mulher
Pesquisa do Fórum Econômico Mundial coloca o Brasil com um dos países mais desiguais do mundo no que se refere a gênero

GENEBRA - A diferença salarial entre mulheres e homens no Brasil é uma das maiores do mundo e equiparar a condição dos dois sexos no País levará um século. Essas são algumas das conclusões do Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2016 do Fórum Econômico Mundial, publicado nesta quarta-feira, 26, em Genebra.

De acordo com o levantamento, as sociedades mais igualitárias são as escandinavas. O primeiro lugar é da Islândia, seguida por Finlândia, Noruega e Suécia, ao se considerar todos os aspectos econômicos, políticos, de saúde e de educação.

Entre 144 países avaliados, o Brasil ocupa apenas a 129.ª posição no que se refere especificamente à igualdade de salários entre gêneros. Países criticados por violações aos direitos das mulheres, como Irã, Iêmen e Arábia Saudita estão em melhor posição que o Brasil.

Para equiparar as condições econômicas de homens e mulheres, serão necessários 95 anos se o atual ritmo de progresso for mantido. Em termos gerais, incluindo política, educação e outros aspectos sociais, equiparar as condições entre gêneros no País levará 104 anos.

Segundo o Fórum Econômico Mundial, a taxa brasileira é melhor que a média mundial, de cerca de 170 anos. Mas, ainda assim, o ritmo de avanço é considerado como “lento demais”.

O estudo aponta que a presença de Dilma Rousseff no cargo de presidente nos últimos anos fez o Brasil subir no ranking geral da entidade, passando da 85.ª posição para a 79.ª entre 2014 e 2015. Mas a classificação ainda é pior do que dez anos atrás, quando o Brasil ocupava a 67.ª posição. Hoje, o País fica atrás dos 17 outros países latino-americanos.

O desempenho do Brasil pode cair nas próximas edições do ranking, após o afastamento de Dilma e a posse de um governo com um número reduzido de mulheres em cargos de confiança ou ministeriais.

A disparidade econômica entre homens e mulheres no Brasil é um dos fatores que mais impedem o avanço no ranking. Nesse quesito, o País ocupa a modesta 91.ª posição entre 144 países e é superado por Paraguai, China, Camboja e Chade.

O Brasil é ainda um dos seis países do mundo onde a diferença salarial entre homens e mulheres em cargos executivos é de mais de 50%. Além disso, a presença de brasileiras no mercado de trabalho também é menor: 62% ante 83% de homens. Isso coloca o Brasil na 87.ª posição por esse critério. No que se refere à renda média, a brasileira ganha por ano US$ 11,6 mil. Já a renda média dos homens brasileiros é de US$ 20 mil.

Na América Latina, os especialistas indicam que, se o ritmo for mantido, a “lacuna econômica de desigualdade de gênero” será fechada em apenas seis décadas.

Na política, a presença feminina também é pequena, mesmo que em 2015 a Presidência fosse ocupada por uma mulher. O Congresso ocupa o 120.º lugar entre os países com melhor representação feminina. Antes mesmo de Michel Temer assumir o governo, o Brasil era apenas o 83.º quando o assunto era ministérios ocupados por mulheres. Na educação, a diferença entre homens e mulheres voltou a crescer pela primeira vez em cinco anos. O ponto positivo ficou no acesso à saúde, em que o País aparece em 1.º lugar.

Fonte: Estadão, Jamil Chade, 26/10/2016

segunda-feira, 13 de março de 2017

As mulheres que mapearam as estrelas e fundaram a astrofísica moderna

Williamina Fleming, por volta de 1890, junto à chapa, de 1888, na qual, pela primeira vez,
identificou a nebulosa Cabeça de Cavalo. Abaixo, uma imagem recente do mesmo campo.
As mulheres computadores de Harvard identificaram cerca de 400.000 estrelas, a composição desses astros e a medição de distâncias no Universo. Cerca de 80 mulheres trabalharam para o astrônomo Edward Charles Pickering, recebendo metade do que receberiam se fossem homens, e cinco se destacaram como fundadoras da astrofísica moderna: Williamina Fleming, Annie J. Cannon, Antonia C. Maury, Henrietta Swan Leavitt e Cecilia Payne. 

A empregada doméstica que descobriu 10.000 estrelas

Empregada do diretor do Observatório de Harvard virou peça-chave para a astrofísica

"Até minha empregada faria um trabalho melhor!", mas o professor Pickering jogava com cartas marcadas quando dirigiu essas palavras de encorajamento a seus assistentes em Harvard. Diante deles acumulavam-se chapas fotográficas com os espectros estelares mais detalhados até aquele momento. As primeiras chapas de uma enorme série que, posteriormente, seriam a chave com a qual a antiga astronomia daria lugar a uma nova ciência: a astrofísica.

Como é a vida; um dia você tem 19 anos e sente o tempo voar. Começa a correr sem rumo, provocando o destino, decide se casar, vai para longe e, em menos de dois anos, está sozinha, na rua, grávida e a 5.000 quilômetros de casa. Esses pensamentos deviam rodopiar na mente de Mina Fleming na primavera de 1879, enquanto se adaptava aos imprevistos da vida e deixava de lado seus seis anos de magistério para procurar um trabalho urgente como empregada doméstica. Sua velha cidade natal, Dundee, não era, claro, lugar para uma mente inquieta, oferecendo apenas um difícil, mas estável futuro na crescente indústria têxtil de juta ou nas fábricas de geleia. Nem seu marido, James Fleming, um contador bancário, viúvo e 15 anos mais velho, era, provavelmente, seu companheiro de viagem ideal. De qualquer forma, a Mrs. Fleming encontrou refúgio e trabalho como empregada doméstica na casa do diretor do Observatório da Universidade Harvard, o professor Edward Charles Pickering.

Williamina Paton Stevens Fleming tinha uma personalidade magnética e um rosto atraente, com olhos brilhantes e vivos que aumentavam o efeito encantador, e que, ao entrar, deixava no ar uma saudação alegre, embalada com sotaque escocês. Pickering, cujas habilidades incluíam a de identificar talentos, não duvidou em nenhum momento que, além de todas as outras qualidades, a nova empregada tinha uma educação e inteligência claramente superiores. Por isso, esperou que ela voltasse da Escócia, para onde Williamina havia retornado para dar à luz a seu filho, e, assim que pisou novamente em Boston, em abril de 1881, ofereceu-lhe um emprego no Observatório. No início, como assistente em tarefas administrativas e para fazer cálculos de rotina para os quais, em sua visão na época, uma mulher teria uma habilidade especial. Pelo menos, mais do que seus assistentes do sexo masculino.

Pickering era um professor de Física no comando de um observatório astronômico, o que não foi facilmente aceito pela velha guarda de Harvard. Acreditava que era hora de introduzir novos métodos. Deixar para trás a antiga astronomia de posição e movimentos e abrir caminho para a fotometria e estudos espectrais. E, embora ainda sem a base física que permitisse compreender a natureza dos objetos, estava certo de que o caminho era a coleta e classificação da maior quantidade de dados. Para isso, assim como fez Piazzi Smyth em sua campanha pioneira em Tenerife, na Espanha, colocou a técnica à frente do carro da ciência. Com o apoio de seu irmão mais novo, William Henry, começou a adotar o método de obtenção de espectros estelares colocando um prisma na lente do telescópio, para então continuar aperfeiçoando as técnicas espectroscópicas ao longo da década de 1880.

Como sempre na ciência, Pickering foi precedido por gigantes em sua empreitada. Antes dele, as primeiras descrições dos espectros de Sirius e Arturo foram reveladas por William Herschel (1798); a classificação das linhas espectrais do Sol, por Joseph von Fraunhofer (1814); a identificação de elementos químicos na atmosfera solar, por Gustav Kirchhoff e Robert Bunsen (1861); as primeiras chapas e classificações de espectros estelares, por Lewis Rutherfurd (1862); e, finalmente, o trabalho meticuloso do Padre Angelo Secchi (outro jesuíta) durante a década de sessenta (sempre no século XIX), que resultou na primeira classificação de estrelas por sua distribuição de linhas espectrais, ou seja, pelos componentes químicos de suas atmosferas (1867).

Em 1886, chegou o dinheiro da viúva de Henry Draper, um pioneiro na obtenção de fotografias de espectros de estrelas. Em memória de seu marido e para a realização de seu sonho de criar um grande catálogo, interrompido por uma morte prematura, Mary Draper decidiu financiar os trabalhos de Pickering. Fiel ao seu pragmatismo e sem complicar as coisas diante das novidades, Pickering não perdeu tempo. Sua experiência com Williamina Fleming não poderia ter sido melhor, por isso contratou outras nove mulheres para realizar os cálculos de rotina e a classificação dos espectros nas chapas fotográficas.

Edward Pickering e suas assistentes, conhecidas como "computadores de Harvard .”
Image: Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics.
Era uma equipe de calculadoras humanas que ficariam conhecidas como "computadores de Harvard" ou "o harém de Pickering", dependendo das intenções. Um grupo de mulheres que continuaria aumentando nos anos seguintes e do qual surgiram algumas representantes da astrofísica mais importantes da história. E, no final das contas, foi uma verdadeira pechincha para o pragmático Pickering, que conseguiu uma brilhante equipe de 10 especialistas ao preço de cinco assistentes homens. Como responsável nomeou Nettie Farrar, que poucos meses depois abandonaria a carreira para se casar. Uma decisão tomada há 130 anos e cujas consequências no presente nos levam a refletir. Pickering não teve dúvidas: Mrs. Fleming iria substituí-la.
Trabalhadora, incansável e corajosa o suficiente para defender seus resultados, Williamina Fleming identificou e classificou os espectros de mais de 10.000 estrelas. Ampliou a classificação de quatro grupos de Secchi e introduziu um novo esquema baseado em 16 tipos, usando como referência as linhas de absorção do hidrogênio, identificados alfabeticamente de A a N (pulando a letra J), mais as letras O para estrelas com linhas brilhantes de emissão, P para nebulosas planetárias, e Q para as estrelas que não se encaixam nos grupos anteriores. Essa primeira parte do catálogo Draper, em compensação pelo financiamento recebido, foi publicada por Pickering em 1890, sem citar Fleming como autora (embora seja citada na parte interna e, posteriormente, não tenha hesitado em reconhecer publicamente sua autoria), e é a base da classificação espectral utilizada atualmente (classificação de Harvard).
Annie Jump Cannon at her desk at the Harvard Observatory.
Foto: The Smithsonian Institution Archives.
A chegada de espectros de resolução cada vez maior e a instalação de um telescópio em Arequipa, no Peru, no Hemisfério Sul, permitiram que a equipe liderada por Fleming e Pickering avançasse a classificação, especialmente com as importantes contribuições de duas outras "calculadoras", Antonia C. Maury e Annie J. Cannon, que reorganizaram os grupos espectrais e aumentaram o número de estrelas classificadas. Na publicação das ampliações do catálogo Draper lideradas por Maury (1897) e Cannon (em 1901 e várias outras até sua morte, em 1941) seus nomes já constam como autoras do trabalho. No total, as classificações de estrelas realizadas por essas mulheres somaram mais de 400.000.

A contribuição de Fleming poderia ser considerada decisiva e invejável para qualquer astrônomo atualmente, mas também deve ser atribuída a ela a descoberta de 10 supernovas e mais de 300 estrelas variáveis, tendo medido a posição e magnitude de 222 delas (1907), como parte da linha de trabalho que seria conduzida por outro eminente "computador de Harvard", Henrietta Swan Leavitt, que realizaria uma das descobertas fundamentais da astrofísica: a relação período-luminosidade das Cefeidas, com base na medição de distâncias no Universo. Finalmente, 59 nebulosas, entre as quais se encontra um dos objetos mais belos e fotografados do espaço, a nebulosa Cabeça de Cavalo, na constelação de Orion (1888). Apenas uma descoberta dessa importância serviria para compensar os sacrifícios de qualquer astrônomo. Antes de uma pneumonia matar Mina aos 54 anos, ela ainda teve tempo de publicar uma última classificação de um tipo de estrelas com um espectro particularmente especial e de cor branca, que posteriormente seriam chamadas de "anãs brancas".

O sucesso no desempenho de suas tarefas e capacidade de trabalhar acabaram sobrecarregando-a com tarefas mais simples que a afastavam, a contragosto, da ciência. Mrs. Fleming foi nomeada curadora da coleção fotográfica do Observatório, sendo o primeiro cargo organizacional ocupado por uma mulher. Mas também passou inúmeras horas, por exemplo, em trabalhos de edição e revisão dos Relatórios Anuais do Observatório. Seu salário "de mulher", muito inferior ao de seus colegas do sexo masculino, outro motivo de insatisfação e de protesto permanente, pode ser parcialmente compensado, por outro lado, pelo reconhecimento e honras que recebeu de numerosas sociedades astronômicas.

Em alguma tarde de domingo, talvez perto de um estádio de futebol americano depois de ver o Harvard Crimson, com seus pensamentos vagando livremente entre preocupações diárias e cuidados de mãe, pode ser que em sua mente rodopiassem novamente reflexões sobre os meandros da sorte e de como é a vida.

Julio A. Castro Almazán é físico e membro do SkyTeam do Instituto de Astrofísica de Canárias (IAC), especialista em Caracterização de Observatórios Astronômicos e Ótica Atmosférica.

Fonte: El País, 29/10/2015

quinta-feira, 9 de março de 2017

As ‘Mentiras’ Científicas Sobre as Mulheres

Uma mulher com uma camisa de força, diagnosticada com histeria, em uma foto
publicada em 1889. WELLCOME TRUST
Resenha do livro As ‘Mentiras’ Científicas Sobre as Mulheres, escrito por Eulalia Pérez Sedeño e S. García Dauder, fundamental para entender o problema da desigualdade entre os sexos nesse campo. (Fonte e autor da resenha ao fim do texto)

A ciência que discrimina as mulheres

Ao longo da história, a pesquisa tem marginalizado, manipulado, ignorado e até torturado as mulheres

A ciência tem maltratado as mulheres. Jocelyn Bell descobriu os pulsares, mas quem levou o Nobel de Física foi o orientador de sua tese. A atual presidenta da União Astronômica recebeu a ordem para trabalhar no escritório do marido. Durante décadas, as que se desviaram da trajetória do socialmente aceito foram torturadas com a invenção de doenças, como a histeria, e remédios que chegavam a mutilá-las, arrancando órgãos de suas entranhas. As mentes (masculinas) mais “brilhantes” desenvolveram teorias para explicar a inferioridade das mulheres e, assim, justificar sua submissão. Os exemplos do passado são incontáveis.
As mulheres estão mais fortemente marcadas por algumas faculdades que são características das raças inferiores e de um estado passado e inferior de civilização”, escreveu Darwin
Mas não é apenas uma coisa do passado. Hoje, 8 de março, há apenas uma mulher para cada nove homens da elite da ciência europeia. Apenas 25% dos pesquisadores mais bem pagos da maior instituição científica espanhola são mulheres. Nenhuma mulher comanda um órgão público de pesquisa na Espanha. Os estereótipos continuam indicando que ciência é coisa de homens. Continuamos discriminando e humilhando as atletas por seu físico. Incutimos nas meninas a ideia de que não são tão brilhantes como os meninos. O ambiente nos laboratórios continua sendo machista. E John continua tirando melhores notas do que Jennifer embora seu currículo seja o mesmo.

Em última análise, a questão que fica depois desta viagem é se estamos diante de exemplos de má ciência ou de uma ciência de época. Se melhorar a ciência consistiria em eliminar o viés de gênero, se isso for possível, ou se teremos de reconsiderar outras maneiras de fazer ciência.” É com esta contundência que se conclui um livro fundamental para entender o problema da desigualdade neste campo, escrito por Eulalia Pérez Sedeño e S. García Dauder, As ‘Mentiras’ Científicas Sobre as Mulheres, recém-publicado pela editora Catarata. Uma contundência nada exagerada após a análise detalhada que este trabalho faz sobre o machismo que discrimina na ciência, pela ciência e graças à ciência.
A medicina aplica nas mulheres pesquisas realizadas em homens, mesmo se os resultados no diagnóstico, na prevenção e no tratamento não tenham sido estudados de maneira adequada para o caso delas
Para começar, Pérez e García mostram no livro que os cientistas têm estado sempre dispostos a fornecer argumentos para aqueles que desejam que as mulheres sejam classificadas como humanos de segunda classe. “Aceita-se, geralmente, que as mulheres estão mais fortemente marcadas do que os homens com os poderes da intuição, percepção rápida e, talvez, da imitação; mas pelo menos algumas dessas faculdades são características das raças inferiores, e, portanto, de um estado passado e inferior de civilização”, escreveu em 1871 Charles Darwin, cujas teorias ajudaram a cimentar a ideia de que as mulheres eram uma versão menos evoluída do homem, como evidenciado pelo fato de o crânio feminino ser menor, por exemplo. Este corpus ideológico vinha de longe: “Aristóteles foi o primeiro a dar uma explicação biológica e sistemática sobre a mulher, na qual esta aparece como um homem imperfeito, justificando, assim, o papel subordinado que as mulheres deveriam desempenhar social e moralmente na polis”, dizem as autoras. Foi preciso a chegada de um exército de primatólogas e antropólogas de prestígio, defende o livro, para derrubar o mito evolucionário dos caçadores machos que alimentavam as passivas fêmeas.

As mulheres foram colocadas um degrau abaixo dos homens, e isso também se aplica à ciência médica. A saúde das mulheres, o conhecimento de seus corpos e de suas doenças, foi relegada a segundo plano e restrita a um único tema específico: “Durante muito tempo, pensava-se que a ‘saúde das mulheres’ se referia à saúde reprodutiva, o que incluía a assistência ao parto, a contracepção, o aborto, o câncer uterino, a síndrome pré-menstrual e outras doenças especificamente femininas”.
Durante o século XIX e começo do século XX, ‘doenças sociais e psicológicas’ como o feminismo e o lesbianismo também eram associadas à sexualidade do clitóris”, denuncia o livro
Os corpos das mulheres têm sido considerados um desvio da norma masculina, afirmam Pérez e García, e os resultados da pesquisa médica realizada entre homens são aplicados mais tarde nas mulheres, “mesmo se os resultados para as mulheres no diagnóstico, prevenção e tratamento não tenham sido estudados adequadamente”. Durante anos, as mulheres foram sistematicamente excluídas dos ensaios clínicos de novos medicamentos: até 1988, os testes da agência estatal dos Estados Unidos só incluíam homens; portanto, não se sabia se provocariam efeitos colaterais desconhecidos para elas (ou se seriam descobertos remédios que fossem mais eficazes para as mulheres). Atualmente ainda existem grandes lacunas no conhecimento específico sobre a saúde das mulheres, e estas continuam sendo minoria (ou inexistentes) em numerosos estudos de biomedicina.

Talvez o paradigma da ignorância sobre o corpo feminino seja o desconhecimento histórico da anatomia do clitóris, órgão esquecido pela medicina devido à ênfase tendenciosa do aspecto reprodutivo nas pesquisas. Isso fez com que ativistas na década de setenta tenham sido as pioneiras na exploração de seus corpos para aprender mais sobre eles, em oficinas que eram, ao mesmo tempo, atos políticos, de pesquisa e divulgação. “Durante o século XIX e início do século XX, ‘doenças sociais e psicológicas’, como o feminismo e o lesbianismo, também eram associadas à sexualidade do clitóris”, diz o livro, trazendo-nos para um dos capítulos mais importantes do relato: como a ciência transforma a natureza das mulheres em doenças que devem ser curadas, em problemas que devem extirpados, em distúrbios que devem ser tratados.
A fabricação de doenças mentais tem sido um dispositivo muito eficaz de controle e regulação tanto da feminilidade quanto da sexualidade das mulheres”, resumem no texto
“A fabricação de doenças mentais tem sido um dispositivo muito eficaz de controle e regulação tanto da feminilidade quanto da sexualidade das mulheres”, resumem no texto. Por exemplo, o século XIX foi marcado por uma epidemia de histeria, esse suposto distúrbio mental das mulheres que era tratado com torturas psicológicas ou removendo seus ovários ou útero. O livro relata vários casos escabrosos, como quando um proeminente médico explicava: “Decidi remover os ovários na esperança de extirpar seus instintos pervertidos”, porque a paciente estava sofrendo ataques após um aborto e o médico descobriu que ela se masturbava quando jovem. “Não retomou seus hábitos degradantes, desejosa e ansiosa por cuidar de seu lar”, congratulava-se depois o médico. Recentemente, descobriu-se que Constance Lloyd, esposa de Oscar Wilde, morreu após uma operação para remover seus ovários nas mãos de um especialista em “loucura pélvica”, quando na verdade sofria de esclerose.

Ainda hoje a ciência permite que situações da natureza feminina sejam transformadas em doenças que necessitam de medicação: a construção social da doença foi transformada em um dispositivo comercial que serve aos interesses da indústria. Só isso pode explicar o lançamento do viagra rosa nas farmácias. “A medicalização dos problemas da vida cotidiana das mulheres ou seus processos naturais ou fisiológicos (como tem acontecido com a menopausa ou com a menstruação); transformar desconfortos, produtos da desigualdade de gênero, em patologias individuais (como aconteceu com a histeria ou com a depressão); ou a medicalização de uma faceta da vida das mulheres (sua sexualidade, por exemplo),” enumeram Pérez e García, antes de analisarem os supostos problemas atuais, como a síndrome pré-menstrual, a menopausa ou a menstruação (“as prioridades das pesquisa têm se concentrado mais na busca de medicamentos anticoncepcionais do que em ajudar na regulação do ciclo e as dores”).
O século XIX foi marcado por uma epidemia de histeria, esse suposto distúrbio mental das mulheres que era tratado com torturas psicológicas ou com a remoção dos ovários
Diante de todos esses graves casos de discriminação, nos quais “longe da neutralidade e assepsia pretendida pela cânone científico, os valores são irremediavelmente” deixados para trás, Pérez e García propõem uma solução muito simples: melhorar o acesso das mulheres aos vários campos de pesquisa. 
Quando a ciência é feita a partir do ponto de vista de grupos tradicionalmente excluídos da comunidade científica são identificados muitos campos de ignorância, segredos são revelados, outras prioridades se tornam visíveis, novas perguntas são formuladas e valores hegemônicos são criticados (às vezes, acontecem até mesmo mudanças genuínas de paradigma).”
Fonte: El País, por Javier Salas, 08/03/2017

Ver também O sequestro do termo "gênero": uma perspectiva feminista do transgenerismo  


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