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Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

quarta-feira, 27 de março de 2013

Ameaças à democracia não vem só da esquerda autoritária: Ensino religioso é obrigatório em 49% de escolas públicas, contra lei

A., de 13 anos, segura sua guia sobre a saia baiana, símbolos do candomblé.
Ela tem aulas obrigatórias de cristianismo numa escola municipal de São João de Meriti 
Laura Marques

RIO - Na maioria das escolas públicas brasileiras, para passar de ano, os alunos têm que rezar. Literalmente. Levantamento feito pelo portal Qedu.org.br a partir de dados do questionário da Prova Brasil 2011, do Ministério da Educação, mostra que em 51% dos colégios há o costume de se fazer orações ou cantar músicas religiosas. Apesar de contrariar a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), segundo a qual o ensino religioso é facultativo, 49% dos diretores entrevistados admitiram que a presença nas aulas dessa disciplina é obrigatória. Para completar, em 79% das escolas não há atividades alternativas para estudantes que não queiram assistir às aulas.

A., de 13 anos, estuda numa escola municipal em São João de Meriti em que o ensino religioso é confessional, e a presença nas aulas, obrigatória. Praticante de candomblé, ela diz sofrer discriminação por parte de três professoras evangélicas, que tentam convertê-la. Com medo de retaliações, a menina pede que nem seu nome nem o de seu colégio sejam identificados. Ela relata que é obrigada não só a frequentar as aulas, como também a fazer orações.

— A professora manda eu rezar “Ó pai bondoso, livra-nos de todo espírito do mal, para quem é da macumba entrar para a igreja”, porque eu sou do candomblé. Se eu não repetir a oração, ela me manda para a sala da direção. E a diretora diz que a professora tem que ensinar o que ela acha que está certo. Não posso faltar, senão, ela disse que vou ser reprovada — conta a aluna do 5º ano do ensino fundamental.

A. recorda o constrangimento por que passou uma amiga sua candomblecista em 2012. Como parte de um ritual de iniciação na religião, a menina havia raspado o cabelo e tinha que usar vestes brancas durante um período:

— Quando a professora viu, rezou “tira todo o capeta do corpo dessa menina, que ela tem que ir para a igreja”. Depois disso, minha amiga trocou de colégio. Quando eu fizer o santo (ritual de iniciação), nem vou poder ir à escola.

Pós-graduada em Orientação Educacional e Supervisão Escolar, a professora Djenane Lessa incluiu o caso de A. como objeto de estudo em sua pesquisa de campo para a pós-graduação em Ensino da História e da Cultura Africana e Afrodescendente no Instituto Federal de Educação do Rio de Janeiro (IFRJ). Ela analisa a situação e lembra que a LDB veda qualquer tipo de proselitismo.

— A escola é um espaço laico. Em uma aula de religião confessional com um grupo misto, de várias orientações religiosas, uma oração direcionada pode ser entendida como proselitismo, já que obriga a quem não tem interesse a ouvir ou mesmo repetir a mesma — explica Djenane.

Já no colégio estadual em que Y. cursa o 1º ano do ensino médio, em Engenho de Dentro, as aulas de ensino religioso são facultativas, mas não há atividades alternativas para quem não quiser frequentá-las. A estudante de 15 anos é umbandista e diz que o professor, católico, fala sobre várias religiões, mas reza orações como Pai Nosso e Ave Maria, além de cantar músicas gospel.

— Fico quieta durante as orações, mas todo mundo reza. Tem vezes que o professor me chama de macumbeira, e tenho que corrigi-lo. Outros alunos ficam rindo de mim, dizendo que a “má cumba” é pra fazer o mal. Mas não ligo. Adoro minha religião e vou continuar nela — afirma ela, sem querer revelar sua identidade.

Especialistas criticam aulas da rede pública

Sobre a ausência de atividades alternativas ao ensino religioso, Luiz Antônio Cunha, professor titular da Faculdade de Educação da UFRJ e coordenador do Observatório da Laicidade do Estado, evoca a lei.

— A escola não pergunta aos pais se querem ensino religioso ou outra alternativa: ficar na rua, zanzando pela escola, no recreio jogando bola etc. Só seria facultativo se houvesse alternativas pedagógicas. Como não há, torna-se obrigatório o que a Constituição diz que é facultativo — argumenta Cunha.

Os irmãos X. e Z., de 7 e 9 anos, optam por não revelar que são umbandistas por medo de serem discriminados pela maioria dos estudantes católicos da escola municipal onde estudam, em Água Santa.

— Todo mundo lá é da igreja. Tenho vergonha porque acho que vão me chamar de macumbeiro — diz X.

— Tenho medo de contar, porque a maioria é católica. A professora sempre faz aquela reza que todos os católicos fazem — completa Z.

Também umbandista, a professora de Artes da rede municipal do Rio Christiane Ribeiro diz que alguns seus alunos de 7 a 13 anos começaram a revelar que tinham a mesma religião que ela após virem sua tatuagem com a inscrição "Eparrei, Oyá" (Salve Iansã!, em yourubá).

— Tanto o calar quanto o fingir que não se sente incomodado com o deboche são formas de engolir o preconceito. Eles têm medo de ficar à margem — relata Christiane.

Pesquisadora do tema há mais de 20 anos, a professora da faculdade de Educação da Uerj Stela Guedes Caputo acompanhou a infância e adolescência de candomblecistas, que foram vítima de discriminação religiosa na escola. O estudo, do mestrado ao pós-doutorado, virou o livro “Educação nos terreiros: e como a escola se relaciona com o candomblé”. Stela faz um balanço das consequências do impacto da discriminação a longo prazo.

— Ele ouve uma professora dizer que ele é filho ou filha do Diabo. Esse aluno tem o corpo, a alma cindida. Ele tem orgulho da religião dele, mas na escola ele sofre, e a maioria esconde a religião que ama. Isso é sofrimento, e sofrimento marca para sempre, diminui a autoestima, compromete o aprendizado, a subjetividade, a vida — resume Stela.

Para o economista Ernesto Martins Faria, coordenador de projetos da Fundação Lemann e responsável pela tabulação dos dados, a divulgação é importante para a discussão do tema:

— Auxiliamos para que essas informações cheguem às pessoas que discutem e estudam o tema, ajudando para que o debate seja mais qualificado.

Fonte: Jornal O Globo 

terça-feira, 26 de março de 2013

Vovó viu a vulva


Mulheres postam fotos de suas genitálias como reação à falsa estética da indústria pornô e às plásticas
Denise Mota

Mulheres de várias partes do mundo alimentam um blog com fotos de suas vulvas, em especial se são tidas como grandes e assimétricas.

Trata-se do "Large Labia Project" (projeto lábios grandes), criado pela australiana "Emma P.", 24, a primeira a publicar a própria vulva com riqueza de detalhes, depois de assistir a um documentário mostrando que lábios vaginais protuberantes eram considerados indesejáveis por censores responsáveis pela liberação de material pornográfico em seu país.

"Tomei como algo pessoal. Meus lábios são grandes e normais. Mas, se fosse uma daquelas modelos em uma revista pornô, minha anatomia teria sido cortada digitalmente", conta a autora à Folha sem revelar o sobrenome.

"Não sou antipornô, mas as garotas comparam sua vulva com a falsa visão que está na tela e acham que algo está errado", diz ela.

O objetivo do blog é reunir a maior diversidade de lábios vaginais grandes como uma espécie de "terapia de grupo" em que as internautas se sintam confortáveis para compartilhar histórias.

Na página, é permitida a publicação de fotos íntimas (sem a exibição do rosto) de mulheres acima de 18 anos.

"O blog dá às mulheres a chance de expressar medos e, às vezes, a raiva que têm de seus lábios vaginais."

ORGULHO E MILITÂNCIA

Na internet pululam páginas com o objetivo de derrubar a noção de genitália perfeita. É o caso do movimento "Pussy Pride" (orgulho da periquita), uma "celebração da beleza que repousa entre as coxas da mulher", como diz sua idealizadora, Molly Moore, escritora e fotógrafa britânica bem conhecida na cena erótica do Reino Unido.

Nesses fóruns de militância em prol da coisa como ela é, sempre aparece o desejo de algumas mulheres de se submeter a uma labioplastia.

"Se a labioplastia é feita por razões genuínas, sou a favor. Mas muitas optam pelo procedimento só por achar seus lábios grandes, feios ou diferentes dos que aparecem no mundo pornô", diz Emma.

As propostas de "orgulho da vulva" são bem-vindas, comenta a sexóloga brasileira Carmen Janssen.

"Algumas mulheres se sentem incomodadas com a flacidez nos grandes lábios e optam por cirurgia. Em alguns casos pode ajudar, mas elas precisam se informar mais sobre a sexualidade e o corpo. Assim como os lábios do rosto não são iguais em todas, vulvas também não."

Nesses fóruns, a presença masculina é vista de forma positiva, mesmo que a motivação deles seja a excitação provocada pelas imagens. "Homens gostam de vulvas grandes e pequenas e do que estiver entre uma coisa e outra. Enquanto elas estão obcecadas sobre forma ou tamanho perfeitos, eles só querem estar em algum lugar próximo à vulva", diz Emma.

Antes de fazer uma plástica, a pessoa deve avaliar se há questões não estéticas por trás da sua insatisfação, adverte Janssen. "Nosso aparelho reprodutor é semelhante ao das flores. Ninguém diz que as pétalas das orquídeas devem ser padronizadas."

Nessa sintonia trabalha a artesã norte-americana Jessica Marie, que defende a diversidade da vulva como um símbolo da singularidade feminina. Ela difunde suas convicções em uma loja virtual, a Vulva Love Lovely.

Jessica confecciona anéis, colares, canecas e espelhos alusivos à genitália feminina. Também vende bonecos em forma de útero. "Somos todas diferentes e perfeitas", diz. "As vulvas da indústria pornô são como os dragões: não existem no mundo natural."

SAIBA MAIS
PUSSY PRIDE PROJECT http://mollysdailykiss.com
VULVA LOVE LOVELY http://www.vulvalovelovely.com

Nota da blogueira: Ver também Vulvas Flores
E The Great Wall of Vagina Exhibition do Artista Plástico Jamie McCartney. Abaixo uma mostra de sua exposição de vaginas. Aqui seu site.

sábado, 23 de março de 2013

Ponha o racismo no seu devido lugar

Com inteligência se combate melhor o racismo. Vejam que ótimo o clipe abaixo!
 

sexta-feira, 22 de março de 2013

Conselho Federal de Medicina (CFM) defende liberdade de escolha da mulher sobre a gravidez


Ótima intervenção: "O que defendemos é o direito de a mulher decidir." Que cada mulher, cada indivíduo do sexo feminino, possa decidir o que fazer sobre essa questão delicada de acordo com suas crenças e consciência.

O que não tem cabimento é conservadores, religiosos ou não, usarem o Estado para obrigar as mulheres a manter uma gravidez indesejada. Depois criticam os socialistas quando estes usam o Estado para impor seus dogmas por nossas goelas abaixo. Rotos falando dos rasgados, pois não?

Ver aqui também texto e vídeo da escritora Ayn Rand sobre aborto. 


CFM vai apoiar o direito de a mulher abortar até a 12ª semana de gestação

Colegiado vai enviar documento ao Senado sugerindo descriminalização até 3º mês. Proposta avança em relação ao projeto em discussão e libera necessidade de autorização médica

Lígia Formenti - O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O Conselho Federal de Medicina (CFM) decidiu romper o silêncio e defender a liberação do aborto até a 12.ª semana de gestação. O colegiado vai enviar à comissão do Senado que cuida da reforma do Código Penal um documento sugerindo que a interrupção da gravidez até o terceiro mês seja permitida, a exemplo do que já ocorre nos casos de risco à saúde da gestante ou quando a gravidez é resultante de estupro.

O gesto tem um claro significado político. "Queremos deflagrar uma nova discussão sobre o assunto e esperamos que outros setores da sociedade se juntem a nós", afirmou o presidente do CFM, Roberto D'Ávila. A entidade nunca havia se manifestado sobre o aborto.

A movimentação em torno do tema vem perdendo força nos últimos anos, fruto sobretudo de um compromisso feito pela presidente Dilma Rousseff com setores religiosos, ainda durante a campanha eleitoral. Diante da polêmica e das pressões sofridas de grupos contrários à legalização do aborto, a então candidata amenizou o discurso e se comprometeu a não adotar nenhuma medida para incentivar novas regras durante seu governo.

O comportamento da secretária de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, é um exemplo do quanto o compromisso vem sendo seguido à risca. Conhecida por ser favorável ao aborto, em sua primeira entrevista depois da posse ela avisou: sua posição pessoal sobre o assunto não vinha mais ao caso. "O que importa é a posição do governo", disse ela, na época.

A decisão da entidade foi formalizada ontem, dia em que Dilma Rousseff se encontrou com o papa Francisco, em Roma.

Por enquanto, não há sinais de que uma nova onda de manifestos favoráveis possa mudar a estratégia do governo. O Ministério da Saúde disse que a discussão do tema cabe ao Congresso. A ministra Eleonora, por sua vez, afirmou que não se manifestaria.

"Não podemos deixar que esse assunto vire um tabu. O País precisa avançar", afirmou D'Ávila. Ele argumenta que mulheres sempre recorreram ao aborto, sendo ele crime ou não. Para o conselho, a situação atual cria duas realidades: mulheres com melhores condições econômicas buscam locais seguros para fazer a interrupção da gravidez. As que não têm recursos recorrem a locais inseguros. "Basta ver o alto índice de morte de mulheres por complicações. Não precisa ser assim." O aborto é a quinta causa de morte entre mulheres - são 200 mil por ano.

O CFM sustenta que a mulher tem autonomia para decidir. "E essas escolhas têm de ser respeitadas." A proposta do CFM avança em relação ao texto da comissão do Senado, que também permitia o aborto até a 12.ª semana, mas desde que houvesse aprovação médica. "Seria uma burocracia desnecessária. Sem falar de que poderia começar a ocorrer fraude com tais laudos", avaliou.

Legislação

D'Avila é enfático ao dizer que o CFM não é favorável ao aborto. "O que defendemos é o direito de a mulher decidir." A divulgação do manifesto, diz, não mudará em nada a forma como o conselho trata acusações de médicos que realizaram aborto ilegal. "Não estamos autorizando os profissionais a fazer a interrupção da gravidez nos casos que não estão previstos em lei. Queremos é que a lei seja alterada." O presidente do CFM reconhece haver resistência a essa alteração.

"Vivemos em um Estado laico. Seria ótimo que as decisões fossem adotadas de acordo com o que a sociedade quer e não com o que alguns grupos permitem."

Fonte: O Estado de São Paulo

quarta-feira, 20 de março de 2013

Brasil: democracia imperfeita (não seria melhor democradura)?

Brasil: democracia "imperfeita" é elogio!

Acho que o índice da Economist Intelligence Unit foi até generoso com o Brasil. Democracia imperfeita é um eufemismo. Parecia que caminhávamos para uma democracia razoável ao menos, no período dos governos FHC, mas depois descambamos de novo para o atraso que não pára de se acentuar a cada dia. Nossas instituições parecem derreter de tanto fisiologismo, tanta corrupção, tanta mediocridade e incompetência. Sem falar no autoritarismo.

O negócio é sonhar que estamos na Noruega, o país mais democrático do mundo, e consequentemente o de também melhor Índice de Desenvolvimento Humano. Ou então a gente se contentar por haver gente vivendo em países ainda piores do que o Brasil. 

Abaixo, um texto geral sobre o Índice de todos os países e um outro específico sobre a situação do Brasil. Ambos os artigos são da Exame. 

Noruega é país mais democrático; Brasil é 44º
Índice de democracia elaborado pela Economist Intelligence Unit mostra que 11% da população vive em democracias completas – brasileiros estão de fora

Índice de democracia elaborado pela Economist Intelligence Unit mostra que 11% da população vive em democracias completas – brasileiros estão de fora

São Paulo – Menos da metade da população mundial vive em algum tipo de democracia, sendo que apenas 11% (25 países) vive no que é considerado “democracia completa”. É o que mostra o índice de democracia elaborado pela Economist Intelligence Unit. A Noruega foi considerada o país mais democrático, seguida por Suécia, Islândia e Dinamarca. O Brasil aparece em 44º lugar, já entre as chamadas “democracias imperfeitas”.

O último colocado entre 165 estados independentes e dois territórios foi a Coreia do Norte, antecedida por Guiné-Bissau, Chade, Síria e Arábia Saudita (veja o desempenho dos países na tabela ao final da matéria). O índice mostra que o Oriente Médio e o Norte da África seguem sendo as regiões com mais repressão, com o regime de 12 entre 20 países tendo sido caracterizados como autoritário. Mesmo dois anos após as pressões para mudanças de regime na região, pouco mudou. Durante 2012, Tunísia, Líbia, Egito e Iêmen registraram algum progresso significativo. Em 2012, a democracia declinou em dez países na Europa oriental – incluindo Hungria, Rússia e Ucrânia.

A maior parte dos países da América Latina é classificada como Democracias imperfeitas ou Regimes híbridos. A forte ocorrência de crimes em alguns países da região – especialmente violência e tráfico de drogas – continua tendo um impacto negativo na democracia, segundo o índice.

Entre os países desenvolvidos, o Estados Unidos ocupa a 21ª posição no índice. O Reino Unido também aparece no final (16ª) posição da categoria Democracia completa. A democracia dos EUA tem sido afetada por um aprofundamento da polarização da cena política e por paralisia e atitudes políticas temerárias, segundo a Economist Intelligence Unit. O Reino Unido é assolado por uma profunda crise institucional, segundo o índice. A Noruega, que ocupa a 1ª posição, também lidera o ranking de Índice de Desenvolvimento Humano, divulgado na semana passada.

O índice baseia-se em 60 indicadores agrupados em cinco categorias: processo eleitoral e pluralismo, liberdades civis, funcionamento do governo, participação política e cultura política. Os países são divididos nas categorias Democracias completas (25 países), Democracias imperfeitas (54 países), Regimes híbridos (37 países) e Regimes autoritários (51 países).

Para Economist, Brasil tem democracia, mas "com falhas”
Ranking coloca Brasil como o 44º país mais democrático do mundo, mas na categoria dos regimes “com falhas”. Falta de cultura política da população contribui para desempenho

São Paulo – Os brasileiros vivem no 44ª país mais democrático do mundo, segundo pesquisa divulgada hoje pela Economist intelligence Unit (EIU). O país integra o que o grupo inglês chama de “democracias com falhas”. A Noruega conquistou o primeiro lugar (veja lista completa).

Segundo o levantamento, o Brasil falha em dois dos cinco aspectos considerados: participação e cultura política, cujas notas representam metade das conquistadas pelo país nórdico. Os números detalhados estão abaixo.

No grupo de democracias com falhas a que pertence o Brasil, diz o estudo, embora haja eleições livres, “há deficiências significativas em outros aspectos, incluindo problemas de governança, uma cultura política subdesenvolvida e baixos níveis de participação política”.

Critérios

O índice de participação política mede, por exemplo, a presença de mulheres e minorias no parlamento, a filiação dos cidadãos a partidos políticos, o nível de interesse das pessoas pelo assunto política e o acompanhamento das notícias, entre outras características.

Já o de cultura política questiona, por exemplo, a proporção da população que prefere um presidente forte em meio a um congresso fraco, quantos acreditam que a democracia traz ganhos econômicos e que é a melhor forma de governo, dentre outros.

A EIU compila no total 60 indicadores nas 5 categorias para chegar à nota final, que vai de 0 a 10.

Embora metade dos 165 países do mundo sejam considerados democráticos, apenas 25 estão na parte de democracias completas, segundo o estudo. Da América do Sul, apenas o Uruguai.

“Eleições livres e justas e liberdades civis são condições necessárias para a democracia, mas provavelmente não serão suficientes para uma democracia plena e consolidada se desacompanhadas de transparência e um governo minimamente eficiente, com participação política suficiente e uma cultura política de apoio”, diz o estudo.

É justamente na parte final da frase acima que o Brasil tem mais espaço para evoluir - e subir no ranking.
Fonte: Exame

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