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segunda-feira, 4 de março de 2013

Costa Rica: uma revolução que acabou em democracia

Don Pepe Figueres
Alfredo Sirkis é da turma do verde, do partido verde e agora da Rede (de Marina Silva). No texto abaixo, ele faz um resgate histórico de duas revoluções latino-americanas, a mitificada revolução cubana, que virou um regime totalitário comunista, e a desconhecida revolução ocorrida na Costa Rica que evoluiu para uma democracia.

A diferença entre as duas, pelo texto, ficou por conta de seus protagonistas: o autoritário Fidel Castro transformou Cuba numa ilha-prisão; o democrático Don Pepe Figueres transformou a Costa Rica numa referência democrática, onde a maioria da população é de classe média e os cuidados com o meio-ambiente são referência internacional. Vale conhecer essa história! Ótimo texto! 

Duas revoluções, dois destinos

Por Alfredo Sirkis *

Os recentes incidentes envolvendo a visita ao Brasil da blogueira cubana Yoani Sánchez, hostilizada por turbas agressivas da "Solidariedade com Cuba", foram também uma oportunidade perdida para debater o argumento de que a ditadura "de esquerda" seria o inevitável preço a pagar pelos grandes "avanços sociais".

É comum escutarmos que as restrições à liberdade de expressão e de imprensa, a ausência de eleições livres, de pluralismo político ou de alternância no poder, passado mais de meio século da revolução cubana, se justificam por suas conquistas na educação e na saúde e pela ausência de fome e miséria absoluta na ilha. O argumento jamais se sustentou na comparação com outra revolução que a precedeu em 11 anos: a da Costa Rica, de 1948, que obteve notáveis avanços em educação e saúde e garantiu um padrão de vida muito mais elevado, sem o sacrifício das liberdades, do pluralismo, do respeito aos direitos humanos e de um Judiciário independente.

Hoje a maioria da população costa-riquenha é de classe média, seu salário mínimo é 15 vezes maior que o de Cuba, seu produto interno bruto (PIB) e a sua renda per capita são os mais altos da região. Há três vezes menos suicídios do que em Cuba. A Costa Rica tem políticas ambientais e ecoturismo de referência internacional e ambiciona tornar-se o primeiro país carbono neutro do mundo.

A revolução de 1948, liderada por José María Figueres Ferrer, conhecido como Don Pepe Figueres, derrubou o regime oligárquico do presidente Teodoro Picado e do seu mentor político Rafael Calderón Guardia, que fraudavam sistematicamente as eleições, como na nossa República Velha. Foi desencadeada em reação a um "autogolpe" - queimaram as listas com os resultados eleitorais, privando da vitória o candidato progressista Otilio Ulate, e assassinaram um dos líderes oposicionistas, Carlos Luis Valverde. Detalhe curioso: o pequeno partido comunista local, o Partido Vanguardia Popular (PVP), apoiava ativamente o regime oligárquico.

A desmobilização de suas milícias, em troca da garantia dos direitos sindicais e da sua legalidade, acertada numa dramática negociação entre o secretário-geral do PVP, Manuel Mora, e José Figueres, na floresta de Ochomogo, foi decisiva para a relativamente incruenta vitória da revolução após 40 dias de combates.

A junta revolucionária, liderada por Don Pepe, nacionalizou os bancos para democratizar o crédito - até então exclusividade da burguesia compradora (importadora) -, permitindo desenvolver a agricultura e a indústria. Investiu obsessivamente na educação, instituiu a autonomia do Judiciário. Dissolveu seu próprio exército revolucionário depois de uma tentativa de golpe do então ministro da Defesa, Edgard Cardona, inconformado com o tratamento leniente dado por Figueres aos comunistas. Isso não o impediu de derrotar, com o povo em armas, uma invasão do ditador Anastasio "Tacho" Somoza (pai), da Nicarágua, onde se haviam exilado Picado e Calderón.

Ao final de 18 meses, Figueres entregou o governo a Otilio Ulate, legitimamente eleito nas eleições "meladas" do ano anterior, apesar de notórias divergências entre ambos. Voltou à sua Fazenda La Lucha sin Fin, onde ficou até 1953, quando disputou democraticamente e foi eleito presidente.

Cercada de ditaduras por todos os lados até anos recentes, a Costa Rica jamais deixou de promover eleições livres a cada quatro anos. Poderia ter sido assim em Cuba 11 anos mais tarde?

Don Pepe apoiou Fidel Castro com dinheiro e armas. Foram amigos, mas romperam quando Fidel se aliou ao bloco soviético. O contexto da guerra fria - em 1948, nos primórdios, em 1960, no apogeu -, com uma quase imediata hostilidade norte-americana à revolução cubana, fez a diferença, bem como a personalidade de Fidel.

Entre os líderes das duas revoluções ressaltam diferenças de idade, origem social e experiência de vida: Don Pepe, filho de um modesto médico catalão, era pequeno fazendeiro, tinha 42 anos ao liderar sua revolução. Conhecia bem os Estados Unidos, onde estudara. Sua primeira esposa, Henrietta Boggs, era americana. Ele sabia explorar com habilidade as contradições internas em Washington e nunca quis aliar-se à URSS, embora tenha nacionalizado a United Fruit, o flagelo das Repúblicas bananeiras. Fidel, filho de um grande latifundiário de origem galega, era universitário quando chefiou o assalto ao quartel de Moncada. Depois conheceu apenas a prisão, o exílio e Sierra Maestra. Don Pepe era de ouvir, negociar e pactuar. Fidel nasceu para mandar e ser obedecido.

Com pouco sangue e sem paredón, a revolução de 1948 não figura no panteão histórico-jornalístico. É praticamente desconhecida, ao contrário das revoluções trágicas ou das derrotas heroicas dos mártires, não importa quão patéticos ou desavisados. Uma revolução com final feliz, um país que há 65 anos "caiu numa democracia", para nela permanecer até hoje, um líder revolucionário que resolveu abrir mão do poder para depois disputar eleições livres, em 1953 e 1970, são decididamente indignos do rol de eventos e personagens históricos de primeira linha...

Don Pepe Figueres, que gostava de se definir como "socialista utópico", nunca cultivou o "Patria o Muerte" ou outro necrófilo brado retumbante do gênero. Seus compatriotas, los ticos - os costa-riquenhos - pacíficos e cosmopolitas, são, com toda a probabilidade, mais felizes. No entanto, a felicidade - gota de orvalho numa pétala de flor -, pelo visto, não é um indicador relevante no fazer História do nosso tempo.

Essa pacata democracia sexagenária, ainda que em terra de tantos vulcões, não evoca o menor romantismo, não vale sequer uma camiseta ou boina negra com estrelinha vermelha. Mas constitui intenso objeto de desejo na "geração Y", de Yoani Sánchez, dos filhos daquela outra revolução, a tão exaltada em prosa e verso.

* Alfredo Sirkis é escritor, jornalista e deputado federal da Rede.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta...

Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda..." (Cecília Meireles, Romanceiro da Inconfidência). Música "Surrender to Hope" (Entregue-se à Esperança). 
 

Experience Freedom from InfinityList on Vimeo.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Ex-embaixador da OEA afirma que Chávez está morto

Embaixador do Panamá demitido
por criticar situação na Venezuela
Guillermo Cochez, ex-embaixador do Panamá na OEA, demitido em janeiro último por haver criticado a situação antidemocrática na Venezuela, afirmou que, desde 30 de dezembro, o presidente venezuelano Hugo Chávez, teria sofrido "morte cerebral", em Cuba, e sido traslado para sua terra natal, onde, há 4 dias, as máquinas que o mantinham vivo foram desconectadas a pedido de sua família.

Cochez declarou, desafiante, que, se suas informações não procedem, os governantes chavistas devem contestá-lo apresentando Chávez à opinião pública. Abaixo texto e vídeo sobre o tema em espanhol.

Parece que os chavistas estão querendo transformar Chávez numa espécie de El Cid vermelho. El Cid foi um cavaleiro cristão tão temido pelos mouros que, como diz a lenda, mesmo depois de morto (o corpo foi amarrado ao cavalo com uma espada na mão e enviado ao campo de batalha) apavorou os inimigos levando-os a ser derrotados por seu exército. Enquanto mantém Chávez "vivo", os chavistas esperam manter a oposição imobilizada, na base da farsa, enquanto armam formas para vencê-la. O horizonte se apresenta bem nublado para os venezuelanos.

Chávez está "convertido en un vegetal", afirma el exembajador de Panamá ante la OEA

Guillermo Cochez, exembajador de Panamá en la OEA, amplió la información que dio este miércoles al canal internacional NTN24.

Cochez ratificó que desde el “30 ó 31” de diciembre pasado el presidente Hugo Chávez fue declarado con “muerte cerebral”, razón que según él, evitó que fuera presentando al público y atendido la visita de homólogos como Cristina Fernández y Evo Morales. 

Sobre posibles elecciones adelantadas Cochez indicó el Gobierno de Venezuela “ha tenido problemas” internamente, obstáculo para hacer la convocatoria electoral.

En primicia al canal internacional de noticias NTN24, Cochez anunció a mediodía de este miércoles que el presidente Hugo Chávez habría sido desconectado hace cuatro días de las máquinas que lo mantenían con vida. 

"El presidente habria sido desconectado de las máquinas que lo mantenian con vida hace cuatro días"

"La información que estoy manejando es que el presidente Chávez desde el 30 de diciembre pasado estaba con muerte cerebral, en ese estado lo trasladaron a Venezuela porque no querían desconectarlo en Cuba", dijo el exembajador.

Guillermo Cochez desafió al chavismo a que desmienta sus declaraciones.

"Reto al gobierno de Venezuela que me diga que lo que yo digo es falso, mostrando al presidente Chávez".

Según Guillermo Cochez entre este miércoles y jueves en Venezuela serían convocadas nuevas elecciones.

"Como consecuencia de todo esto, hoy o mañana llamarían a nuevas eleeciones, eso refleja que lo que se ha dicho de la salud del presidente Chávez es totalmente falso"

Ha estado escondido, porque nadie lo ha visto, han estado falseando la información con fotografías falsas, que no refelajan la realidad". "Han estado engañando a Venezuela y al mundo entero", reiteró.

Guillermo Cochez fue destituido el pasado 17 de enero de su cargo como embajador de Panamá ante la Organización de Estados Americanos OEA tras polémicas declaraciones de sobre la situación que vive Venezuela.

Fonte: NTN24

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Entrevista de Yoani Sánchez ao Roda Viva

Entrevista completa da blogueira Yoani Sánchez, ao Roda Viva (25/02/2013), sobre o regime cubano, as relações com o Brasil, o poder da internet e seu plano de viagens em 2013. 

No programa, a cubana que, em 2007, criou o blog Geração Y, traduzido para 15 idiomas, fala também sobre as críticas que recebeu no Brasil de grupos de extrema-esquerda ligados ao PT e ao governo federal.

O apresentador foi Mario Sergio Conti e os entrevistadores, Jaime Pinsky, historiador e diretor editorial da Editora Contexto; Laura Capriglione, repórter especial da Folha de S. Paulo; Sandro Vaia, jornalista e escritor; Rodrigo Cavalheiro, subeditor de Internacional do O Estado de S. Paulo; e Chantal Rayes, correspondente do francês Libération. 

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