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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Mais um golpe no antropocentrismo: “A pesquisa científica com animais é uma falácia”, diz médico Ray Greek

Dr. Ray Greek
Anda cada vez mais difícil para os antropocêntricos, que acham que a natureza está aí para nos servir, o que inclui os animais, sustentar seus anticompassivos pontos de vista.

Hoje não só ativistas de direitos dos animais mas inclusive cientistas levantam suas vozes contra os maltratos (muitas vezes verdadeiras abominações) cometidas pelos humanos contra nossos vizinhos de planeta. Em meados deste ano, cientistas redigiram um manifesto onde declaram que animais têm consciência (veja o vídeos ao fim da postagem). Qualquer dono de pet sabe bem disso, mas não somos "otoridades" científicas para merecer crédito.

Em outubro, foi a vez do médico Ray Greek contestar o uso de animais em laboratório (essa aberração) não em nome da ética mas da ciência. Reproduzo sua entrevista abaixo e destaco o trecho onde ele diz a verdadeira razão para a existência de testes em animais: a ganância e a corrupção.

Destaque: Se isso fosse verdade os cientistas já teriam abandonado o modelo animal. Por que isso não aconteceu ainda? 
Porque o trabalho deles depende disso. Nos Estados Unidos, a maior parte da pesquisa médica é financiada pelo Instituto Nacional de Saúde [NIH, em inglês]. O orçamento do NIH gira em torno de 30 bilhões de dólares por ano. Mais ou menos a metade disso é entregue a pesquisadores que realizam experimentos com animais. Eles têm centenas de comitês e cada comitê decide para onde vai o dinheiro. Nos últimos 40 anos, 50% desse dinheiro vai, anualmente, para pesquisa com animais. Isso acontece porque as próprias pessoas que decidem para onde o dinheiro vai, os cientistas que formam esses comitês, realizam pesquisas com animais. O que temos é um sistema muito corrupto que está preocupado em garantir o dinheiro de pesquisadores versus um sistema que está preocupado em encontrar curas para doenças e novos remédios.

“A pesquisa científica com animais é uma falácia”, diz o médico Ray Greek

Médico americano afirma que a pesquisa com animais atrasa o avanço do desenvolvimento de remédios

Há 20 anos, Ray Greek abandonou o consultório para convencer a comunidade científica de que a pesquisa com animais para fins médicos não faz sentido. Greek é autor de seis livros, nos quais, sem recorrer a argumentos éticos ou morais, tenta explicar cientificamente como a sua posição se sustenta. Em 2003 escreveu Specious Science: Why Experiments on Animals Harm Humans(Ciência das Espécies: Por que Experimentos com Animais Prejudicam os Humanos, ainda não publicado no Brasil) e o mais recente em 2009: FAQs About the Use of Animals in Science: A Handbook for the Scientifically Perplexed (Perguntas e Respostas Sobre o Uso de Animais na Ciência: Um Manual Para os Cientificamente Perplexos). Ele garante que sua motivação não é salvar os animais, mas analisar dados científicos. 

Além disso, Greek uniu esforços com outros médicos americanos e fundou a Americans for Medical Advancement, uma organização sem fins lucrativos que advoga métodos alternativos ao modelo animal. Em entrevista para VEJA, ele diz porque, na opinião dele, a pesquisa com animais para o desenvolvimento de remédios não é necessária.

O senhor seria cobaia de uma pesquisa que está desenvolvendo algum remédio?
Claro. Se a pesquisa estivesse sendo conduzida eticamente eu seria voluntário. Milhares de pessoas fazem isso todos os dias. Por vezes elas doam tecido para que possamos aprender mais sobre uma doença, em outros momentos ingerem novos remédios para o tratamento de doenças na esperança que a nova droga apresente alguma cura.

E se o medicamento nunca tivesse sido testado em animais?
A falácia nesse caso é de que devemos testar essas drogas primeiro em animais antes de testá-las em humanos. Testar em animais não nos dá informações sobre o que irá acontecer em humanos. Assim, você pode testar uma droga em um macaco, por exemplo, e talvez ele não sofra nenhum efeito colateral. Depois disso, o remédio é dado a seres humanos que podem morrer por causa dessa droga. Em alguns casos, macacos tomam um remédio que resultam em efeitos colaterais horríveis, mas são inofensivos em seres humanos. O meu argumento é que não interessa o que determinado remédio faz em camundongos, cães ou macacos, ele pode causar reações completamente diferentes em humanos. Então, os teste em animais não possuem valor preditivo. E se eles não têm valor preditivo, cientificamente falando, não faz sentido realizá-los.

Mas todos os remédios comercializados legalmente foram testados em animais antes de seres humanos. Este não é um caminho seguro?
Definitivamente não. As estatísticas sobre o assunto são diretas. Inclusive, muitos cientistas que experimentam com animais admitiram que eles não têm nenhum valor preditivo para humanos. Outros disseram que o valor preditivo é igual a uma disputa de cara ou coroa. A ciência médica exige um valor que seja de pelo menos 90%. 

Esses remédios legalmente comercializados e que dependeram de pesquisas científicas com animais já salvaram milhões de vidas...
A indústria farmacêutica já divulgou que os remédios normalmente funcionam em 50% da população. É uma média. Algumas drogas funcionam em 10% da população, outras 80%. Mas isso tem a ver com a diferença entre os seres humanos. Então, nesse momento, não temos milhares de remédios que funcionam em todas as pessoas e são seguros. Na verdade, você tem remédios que não funcionam para algumas pessoas e ao mesmo tempo não são seguros para outras. A grande maioria dos remédios que existe no mercado são cópias de drogas que já existem, por isso já sabemos os efeitos sem precisar testar em animais. Outras drogas que foram descobertas na natureza e já são usadas por muitos anos foram testadas em animais apenas como um adendo. Além disso, muitos remédios que temos hoje foram testados em animais, falharam nos testes, mas as empresas decidiram comercializar assim mesmo e o remédio foi um sucesso. Então, a noção de que os remédios funcionam por causa de testes com animais é uma falácia. 

Se isso fosse verdade os cientistas já teriam abandonado o modelo animal. Por que isso não aconteceu ainda? 
Porque o trabalho deles depende disso. Nos Estados Unidos, a maior parte da pesquisa médica é financiada pelo Instituto Nacional de Saúde [NIH, em inglês]. O orçamento do NIH gira em torno de 30 bilhões de dólares por ano. Mais ou menos a metade disso é entregue a pesquisadores que realizam experimentos com animais. Eles têm centenas de comitês e cada comitê decide para onde vai o dinheiro. Nos últimos 40 anos, 50% desse dinheiro vai, anualmente, para pesquisa com animais. Isso acontece porque as próprias pessoas que decidem para onde o dinheiro vai, os cientistas que formam esses comitês, realizam pesquisas com animais. O que temos é um sistema muito corrupto que está preocupado em garantir o dinheiro de pesquisadores versus um sistema que está preocupado em encontrar curas para doenças e novos remédios.

Onde estaria a medicina se não fosse a pesquisa com animais?
No mesmo lugar em que ela está hoje. A maioria das drogas é descoberta utilizando computadores ou por meio da natureza. As drogas não são descobertas utilizando animais. Elas são testadas em animais depois que são descobertas. Essas drogas deveriam ser testadas em computadores, depois em tecido humano e daí sim, em seres humanos. Empresas farmacêuticas já admitiram que essa será a forma de testar remédios no futuro. Algumas empresas já admitiram inúmeras vezes em literatura científica que os animais não são preditivos para humanos. E essas empresas já perderam muito dinheiro porque cancelaram o desenvolvimento de remédios por causa de efeitos adversos em animais e que não necessariamente ocorreriam em seres humanos. Foram bilhões de dólares perdidos ao não desenvolver drogas que poderiam ter dado certo.

Como as pesquisas deveriam ser conduzidas?
Deveríamos estar fazendo pesquisa baseada em humanos. E com isso eu quero dizer pesquisas baseadas em tecidos e genes humanos. É daí que os grandes avanços da medicina estão vindo. Por exemplo, o Projeto Genoma, que foi concluído há 10 anos, possibilitou que muitos pesquisadores descobrissem o que genes específicos no corpo humano fazem. E agora, existem cerca de 10 drogas que não são receitadas antes que se saiba o perfil genético do paciente. É assim que a medicina deveria ser praticada. Nesse momento, tratamos todos os seres humanos como se fossem idênticos, mas eles não são. Uma droga que poderia me matar pode te ajudar. Desse modo, as diferenças não são grandes apenas entre espécies, mas também entre os humanos. Então, a única maneira de termos um suprimento seguro e eficiente de remédios é testar as drogas e desenvolvê-las baseados na composição genética de indivíduos humanos. Para se ter uma ideia, a modelagem animal corresponde a apenas 1% de todos os testes e métodos que existem. Ou seja, ela é um pedaço insignificante do todo. O estudo dos genes humanos é uma alternativa. Quando fazemos isso, estamos olhando para grandes populações de pessoas. Por exemplo, você analisa 10.000 pessoas e 100 delas sofreram de ataque cardíaco. A partir daí analisamos as diferenças entre os genes dos dois grupos e é assim que você descobre quais genes estão ligados às doenças do coração. E isso está sendo feito, porém, não o bastante. Há também a pesquisa in vitro com tecido humano. Virtualmente tudo que sabemos sobre HIV aprendemos estudando tecido de pessoas que tiveram a doença e por meio de autópsias de pacientes. A modelagem computacional de doenças e drogas é outra saída. Se quisermos saber quais efeitos uma droga terá, podemos desenvolvê-la no computador e simular a interação com a célula.

Mas ainda não temos informações suficientes para simular o corpo humano no computador...
Temos sim. Não temos informações suficientes para criar 100% do corpo humano e isso não vai acontecer nos próximos 100 anos. Mas não precisamos de toda essa informação. O que precisamos é saber como e do que um receptor celular é constituído — isso já sabemos — e a partir daí podemos desenvolver, no computador, remédios baseados nas leis da química que se encaixem nesses receptores. Depois disso, a droga é testada em tecido humano e depois em seres humanos. Antes disso acontecer, contudo, muitos testes são feitos in vitro e em tecidos humanos até chegar em um voluntário humano.

Um computador não é um sistema vivo completo. Como é possível garantir que essa droga, que nunca foi testada em animais, não será nociva aos seres humanos?
A falácia nesse argumento é que os macacos e camundongos, por exemplo, são seres vivos, mas não são seres humanos intactos. E esse argumento seria muito bom, se ele não fosse tão ruim. Drogas são testadas em macacos e camundongos intactos por quase 100 anos e não há valor preditivo no sentido de dizer quais serão os efeitos da droga no ser humano. O que essas pesquisas têm feito, na verdade, é verificar o que essas drogas causam em macacos e em seres humanos separadamente e não há relação. Por isso, o que dizem é meramente retórico, não há nenhuma base científica.

O senhor já fez experimentos com animais. O que o fez mudar de ideia?
Meu posicionamento mudou apenas uma década depois que terminei a faculdade de medicina. Minha esposa é veterinária e comecei a notar como tratávamos nossos pacientes de maneira muito diferente. Comecei a notar também que alguns remédios funcionam muito bem em animais, mas não funcionam em humanos e algumas drogas funcionam em humanos, mas não podem ser usadas em cães, mas podem ser usadas em gatos e assim por diante. Não estou dizendo que os animais e os humanos são exatamente opostos, não é isso. Eles têm muito em comum.

A semelhança genética de 90% entre humanos e camundongos não é suficiente? 
Aparentemente não. Porque os dados científicos dizem que não. Não me interessa se somos suficientemente semelhantes aos animais para fazer testes neles ou não. A minha interpretação é científica. E a ciência diz que não somos. Na minha experiência clínica isso é verdade porque não conseguimos prever nem quais serão os efeitos de um remédio no seu irmão, realizando testes em você. Algumas drogas que você pode tomar, seu irmão não pode, por exemplo. Contudo, eu não sou contra todo tipo de experimento com animais. É possível recorrer aos animais para utilização de algumas partes. Por exemplo, podemos utilizar a válvula cardíaca de um porco para substituir a de seres humanos. Além disso, é possível cultivar vírus, insulina, mas isso não é pesquisa. O fracasso está em utilizar modelos animais para prever o que irá acontecer com um ser humano. Um ótimo exemplo disso é a Aids. Os animais não desenvolvem essa doença, de jeito nenhum. Eles sofrem de doenças parecidas com a Aids, mas por causa de vírus completamente diferentes. E os sintomas são muito diferentes dos manifestados em pacientes aidéticos. Por isso, não há correlação.

O senhor é contra o eventual sacrifício de animais em pesquisas científicas com o objetivo de salvar milhões de vidas humanas? 
Eu não tenho nenhum problema com isso. Meu problema com pesquisa animal não é de cunho ético e sim, científico. É como dizer que estamos em um cruzeiro atravessando o oceano Atlântico e um indivíduo cai na água e está se afogando. Ele precisa é de um salva-vidas mas não temos nenhum, então vamos arremessar 1.000 cães na água. Por que arremessar os cães na água já que eles não vão salvar a vida da pessoa? Você pode construir um argumento ético dizendo que é aceitável afogar esses cães mas o que eu quero dizer é que a pessoa precisa de um salva-vidas e não 1.000 cães afogados. E é exatamente isso que estamos fazendo com a pesquisa animal. Estamos matando cães pelo bem de matar cães. Não porque matá-los irá trazer a cura para doenças como a Aids ou o Alzheimer.


Fonte: Veja,16/10/2010;

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Desfazendo um mito: Ayn Rand não era conservadora

Ayn Rand não era conservadora
A tradução abaixo foi baseada no original Myth: Ayn Rand was a conservative do site The Atlas Society e adaptada para o português tendo em conta nossa realidade. Atentar para o fato, ao ler o texto Conservadorismo: Um Obituário, ou ouvir o vídeo abaixo, de que os americanos chamam de liberais (liberals)  os que de fato são de centro-esquerda, social-democratas, e "progressistas" em termos de moral e costumes (Vide o atual presidente americano Barack Obama). No sentido que empregamos, liberal para eles é libertário.

Atentar também para o fato de que Rand se refere ao comunismo real, dos regimes comunistas vigentes no leste europeu e outros países à época da palestra Conservadorismo: Um Obituário. Apesar da distância temporal, contudo, e guardadas as devidas proporções, suas palavras são bem atuais e servem como luva no conservadorismo brasileiro com seus Pondé e Olavos Carvalho da vida.

Desfazendo um mito: Ayn Rand não era conservadora

por Míriam Martinho (com base no original de William R Thomas)

Ayn Rand pode parecer conservadora, por ter em comum com conservadores a defesa da economia de livre mercado, mas de fato não o era em termos morais e intelectuais.

Sua filosofia, o Objetivismo, advoga a razão, o individualismo e a felicidade pessoal. Conservadores têm como valores fundamentais a fé, a tradição e o dever. Politicamente, o Objetivismo pode ser classificado como uma vertente liberal clássica ou libertária, expressando uma visão de mundo associada ao Iluminismo. Ayn Rand rejeitava enfaticamente a distinção progressista-conservador na no âmbito da cultura.

Em termos de bandeiras políticas, Rand defendeu o direito da mulher ao aborto e apoiou a liberdade de expressão. Também atacou o racismo, por sua discriminação coletivista, embora igualmente rejeitasse as políticas afirmativas pela mesma razão.

O Conservadorismo é uma tendência política e cultural que vê o passado como superior ao presente, que respeita a tradição e se mostra cauteloso sobre mudanças culturais. No mundo anglofônico atual, conservadores defendem a moralidade tradicional (valores familiares), a tradição religiosa (principalmente a cristã) e a prevalência da iniciativa privada sobre a burocracia governamental. Como citado, exatamente por este último aspecto, já que o movimento conservador tem lutado, desde os anos 60, por reformas visando o livre mercado, é que liberais clássicos, como os Objetivistas, têm feito coalizões políticas com eles.

Intelectualmente, contudo, os conservadores têm sido inimigos de Rand desde antes dos anos 50. Devastadoras resenhas de seus livros foram feitas por conservadores que interpretaram incorretamente seu individualismo, chegando a chamá-la de alguém apenas um pouco melhor do que um nazista. Por sua vez, Ayn Rand retribuiu as gentilezas dando palestras com temas como Conservadorismo: Um Obituário, na Universidade de Princeton, nos anos sessenta. (Ver abaixo trecho da palestra em vídeo e link para o texto da mesma)

E a hostilidade mútua tem fundamento. O Objetivismo deriva seu nome do compromisso que tem com a  objetividade. Os fatos e o que funciona são a base dessa visão de mundo e não a tradição. O Objetivismo rejeita “Deus” como um conceito incoerente e qualquer ideia de sobrenatural, pondo-se em conflito com as religiões tradicionais sobre essa questão. Rand ofereceu uma moralidade mundana e auto-centrada como base para uma vida calcada na razão e no comércio, com o orgulho como virtude principal. Desse modo, sua ética se contrapõe as ideias de dever e auto-sacrifício religiosos que muitos conservadores tanto prezam.

Em Conservadorismo: Um Obituário Rand acusa os valores filosóficos subjacentes ao conservadorismo de viciar suas tentativas de promover o capitalismo de mercado. Para ela, os conservadores não defendiam o capitalismo adequadamente porque "paralizados pelo profundo conflito entre o próprio capitalismo e o código moral que domina(va) a cultura americana: a moralidade do altruísmo." 

"Há muita coisa correta na tradição americana. Por exemplo, a defesa da liberdade e da liberdade individual entre suas ideias básicas. A America é o país do self-made man (do empreendedor). Também há muita coisa certa no conservadorismo: sua ética da responsabilidade individual, por exemplo, ou seu respeito pela Constituição. Mas estes valores só podem ser defendidos com base na razão e nos fatos. Não podemos aceitar substitutos para esses instrumentos".

Ayn Rand estava certa em não aceitar substitutos para a razão e os fatos. Eis porque não pode realmente ser considerada conservadora.

Fonte: The Atlas Society. Myth: Ayn Rand was a conservative, William R Thomas. Texto de Conservadorismo: Um Obituário (em inglês)
 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Dilma mantém popularidade em 62% apesar da economia e outros índices sociais continuarem a fazer água

Dilma, a bem-amada!
Segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta sexta-feira, 14, o governo Dilma Rousseff manteve a aprovação de 62% dos brasileiros, mesmo número apresentado no último levantamento, realizado em setembro deste ano. De duas uma: ou essas pesquisas continuam falhas demais, ou politicamente manipuladas (que ninguém duvide dessa possibilidade) ou a sociedade brasileira está com um grave caso de desassociação da realidade.  A maioria desaprova a saúde, a educação, a segurança pública, a carga tributária, a inflação (que retornou) e os escândalos de corrupção, mas não consegue associar nada disso à gestão de Dilma Roussef!!?? 

Lembremos algumas últimas notícias, sobre educação, corrupção política e economia, à guisa de ilustrar nosso espanto diante da alienação de que parece padecer boa parte da população brasileira.  No final de novembro último, o estudo The Learning Curve (A curva de aprendizagem), encomendado pela empresa Pearson colocou o Brasil na penúltima colocação de um ranking de educação que comparou as “habilidades cognitivas e de desempenho escolar” de 40 países. Abaixo do Brasil, só a Indonésia. Quer dizer, a educação brasileira está na UTI.

Na política, os casos de corrupção se sucedem, cada um mais escabroso do que o outro, escancarando a dura verdade de que o país foi e continua sendo governado, nos últimos 10 anos, por uma máfia fascistóide, chamada PT, que conta com uma legião de apoiadores dos mais variados quilates de vigarice. Mal acabou o julgamento do mensalão e já se iniciou o Rosegate, escândalo envolvendo a amante de Lula e suas falcatruas mil. Nem ainda a sociedade deglutiu mais esse sapo e já surge outro escândalo na trilha das declarações do empresário Marcos Valério sobre a óbvia participação de Lula no esquema do mensalão. E agorinha, saindo do forno, mais um quadrilheiro, Paulo Vieira, da operação Porto Seguro, quer abrir o bico e denunciar outros envolvidos no esquema em troca da redução de sua possível pena, caso condenado. O fato é que qualquer fiozinho que se puxe do enorme novelo do lulopetismo desenrolará toda uma fieira de falcatruas inacreditáveis.

Na economia, até a revista britânica The Economist resolveu dizer que o rei...ooops... a rainha está nua, e a economia brasileira indo para o brejo, com crescimento de apenas 0,6% neste último trimestre, o mesmo ocorrendo com o PIB nacional que deverá ficar em penúltimo lugar em termos de expansão na América Latina, no ano de 2012, não alcançando sequer os 1,5% previstos por Guido Mantenga. Não por menos a The Economist recomendou a demissão de Mantega para ver se a coisa não afunda de vez. Dilma se fez de ofendida, declarando que não será revista estrangeira a lhe ensinar como governar. 

As razões para o fracasso econômico já são bem conhecidas: excessiva intervenção governamental na economia com uma política de crescimento baseada em grande parte no estímulo ao consumo, via crédito fácil, e não no investimento produtivo, gerando dívidas e inflação. Sobre o tema das dívidas  inclusive (milhares de famílias estão individadas), o Estadão fez um editorial esclarecedor, intitulado A Armadilha do Crédito, que transcrevo abaixo.

Enfim, exemplos não faltam do quanto este governo é péssimo. E permanece a pergunta do porque, então, a presidanta continua com boa aprovação. Só a ineficiência da oposição, que não faz barulho diante de tantos problemas, responde por esse grave caso de desassociação da realidade sofrido pela sociedade brasileira? Ou será que enquanto tiver um empreguinho e puder levar itens da linha branca das Casas Bahia, mesmo às custas de penhorar as calcinhas e cuecas, os brasileiros vão continuar achando tudo muito bom? Estou querendo entender!!    

A Armadilha do Crédito

O Estado de S.Paulo

Atraídas pela oferta de crédito fácil, dezenas de milhares de famílias entraram na armadilha do endividamento e da inadimplência, quase sempre sem ter uma ideia clara de como chegaram a esse ponto. Na semana passada, em quatro dias, 60 mil endividados foram ao Memorial da América Latina, em São Paulo, para um mutirão de renegociação. Até sexta-feira, 35 mil haviam conseguido renegociar suas dívidas. Mutirões desse tipo ocorreram nos últimos 7 meses em 15 cidades de 7 Estados. Cerca de 50 mil dívidas foram reescalonadas. Esse drama é um dos subprodutos de uma política de crescimento baseada em grande parte no estímulo ao consumo por meio da expansão dos empréstimos e da redução dos juros. A partir da crise de 2008 essa estratégia foi reforçada com redução temporária de impostos para compras de veículos e de outros bens duráveis. O incentivo fiscal teria produzido resultados muito menos sensíveis sem a expansão dos empréstimos e a indução ao endividamento.

A ampliação do crédito facilitou o ingresso de milhões de pessoas - a chamada nova classe C - no mercado de consumo. Esse movimento elevou o padrão de vida desses brasileiros, mas a maior parte desses consumidores nunca foi preparada para usar com prudência os novos instrumentos financeiros colocados a seu alcance. Limites de endividamento foram ignorados por tomadores e fornecedores de empréstimos. Clientes recém-chegados ao mundo dos serviços bancários perderam-se no uso do cheque especial e do cartão de crédito e afundaram no atoleiro dos juros mais escorchantes do mercado. Mesmo na classe média tradicional muita gente entrou na festa do endividamento sem calcular as consequências. Uma dessas pessoas, uma professora citada em reportagem do Estado, acumulou compromissos de R$ 120 mil, muito acima de sua capacidade financeira, e foi aconselhada, no mutirão, a declarar insolvência civil.

Enquanto estimulava o consumo com uma política monetária frouxa e pressões para redução dos juros, o governo procurou estimular o investimento em habitações, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. A participação do crédito habitacional no total dos empréstimos tem crescido. Chegou a 24,6% em outubro, ainda abaixo do crédito pessoal (25,9%), e deve continuar em expansão. No fim do próximo ano, será provavelmente o item mais importante da carteira geral de crédito, segundo projeção da Serasa Experian. O panorama dos financiamentos ficará mais parecido com o dos países desenvolvidos. Mas a formação de uma bolha imobiliária parecida com a dos países avançados é um risco remoto, segundo especialistas.

A mensagem seria mais tranquilizadora se as condições atuais do mercado de crédito fossem mais saudáveis. A expansão do financiamento imobiliário ocorre num universo de consumidores já muito endividados. Segundo o Banco Central, as famílias já comprometeram com dívidas 44,4% de sua renda anual. Indicadores de inadimplência melhoraram nos últimos doze meses, mas o quadro continua preocupante. De janeiro a outubro do ano passado, o saldo de novos inadimplentes no cadastro da Serasa Experian foi de 5,9 milhões. Neste ano, o saldo ficou em 5,5 milhões, um número ainda muito alto. Metade dos devedores pertence a famílias com renda entre R$ 1.376 e R$ 3.825 - de 2,2 a 6,1 salários mínimos.

O crédito concedido ao setor privado - pessoas e empresas - correspondeu em outubro a 51,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Essa proporção é menor que a encontrada em muitos outros países, tanto desenvolvidos quanto em desenvolvimento. O ponto que mais preocupa é outro: a relação entre crédito e PIB dobrou em dez anos, isto é, avançou muito mais rapidamente do que na maior parte do mundo. Como os financiamentos foram dirigidos muito mais ao consumo do que ao investimento produtivo, a política de crédito tem sido um importante fator inflacionário. Neste ano e em 2011, mesmo com um crescimento econômico pífio, o Brasil enfrentou taxas de inflação bem superiores às de economias muito mais prósperas. Também isso comprova a urgência de buscar uma nova estratégia de crescimento.

Fonte: O Estado de São Paulo, 14/12/2012

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Regimes autoritários querem controlar a internet globalmente. Assine petição contra esse atentado à liberdade de expressão

Assine petição pela liberdade de expressão na Internet
Regimes autoritários, em um encontro da ONU na cidade de Dubai, estão fazendo pressão pelo controle da internet em um tratado global obrigatório. Se eles tiverem sucesso, a Internet pode se tornar menos aberta, mais cara e muito mais lenta. Leia as informações abaixo e assine a petição da AVAAZ contra esse ataque à liberdade de expressão das populações.

Países como Rússia, China e Emirados Árabes Unidos estão tentando reescrever um grande tratado de telecomunicações chamado ITR para colocar a Internet sob seu controle – a rede seria então modelada pelos interesses do governo, não por nós, os usuários (cortar o acesso com facilidade, ameaçar a privacidade, legitimar o monitoramento e o bloqueio de tráfego de dados, além de apresentar novas taxas para acessar conteúdo online).

O encontro que atualizará o ITR (Regulamentações Internacionais de Telecomunicações) foi convocado por um órgão da ONU chamado União Internacional de Telecomunicações (ITU). A ITU faz um trabalho extremamente importante, expandindo o acesso barato para países pobres e garantindo o funcionamento das redes. Mas esse encontro não é o lugar certo para fazer mudanças sobre como a Internet opera. Mudanças não devem ser ditadas por um tratado opaco feito apenas entre governos. Elas devem emergir de um processo participativo, aberto e transparente, colocando os interesses dos usuários no centro das discussões. Vamos garantir que nossa Internet se mantenha livre e governada pelo povo e mostrar à ITU e ao mundo que não ficaremos em silêncio diante deste ataque contra a Internet. 

Impedimos ataques como este no passado e podemos impedi-los mais uma vez antes que o texto do tratado seja fechado essa semana. Exigimos que os EUA barrassem um projeto de lei que daria ao governo o direito de tirar qualquer website do ar, ajudando a pressionar a Casa Branca a desistir de apoiá-lo. Na União Europeia, exigimos que desistissem do ACTA, outra grande ameaça à liberdade da rede. Juntos, podemos vencer mais uma vez.  Uma onda de oposição a um novo ITR já está crescendo – assine a petição para dizer aos governos que tirem suas mãos da nossa Internet! Em seguida, encaminhe esse e-mail para todos que você conhece. Quando chegarmos a 1 milhão de assinaturas, entregaremos a petição diretamente às delegações que participam do encontro. 

Sign the petition

MAIS INFORMAÇÕES 

Os detalhes da reunião em Dubai (Estadão)

ONU abre conferência de telecom em meio a temor por liberdade na internet (BBC Brasil)

Encontro ''obscuro'' de governos discute políticas de controle da internet (UOL Notícias)

Dubai pode ter propostas para controle da internet (Observatório da Imprensa)

EUA recusam proposta de regulação de internet (Folha de São Paulo)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Bom resumo do mais recente causo de corrupção envolvendo Lula e sua amante Rose Nódoa


Se você está - como eu - exausta dos casos de corrupção de Lula e do PT e não aguenta mais ler tanta notícia girando sobre a mesma coisa, o editorial do Estadão de hoje pode ser uma mão na roda pois sintetiza o mais recente capítulo da novela Lula e seus Intermináveis Ladrões.

O editorial, intitulado Conto da carochinha, resume o mais recente imbróglio lulopetista (e seus desenrolamentos) envolvendo, desta feita, a amante de Lula, Rose Nóvoa de Noronha, que prefiro chamar de Rose Nódoa, até agora indiciada por corrupção, tráfico de influência e falsidade ideológica.

Lula - naturalmente - de novo não sabe de nada. E o Ministro da Justiça (rsss), 
José Eduardo Cardozo, que foi à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados livrar a cara da Dilma de mais um dos escândalos de corrupção de seu (des)governo, herdado do padim lulim, caprichou naquela lógica peculiar dos petistas que tenta negar simplesmente a realidade. Boa leitura!

Conto da carochinha

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não foi terça-feira à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados para fazer justiça aos fatos de que se viu obrigado a tratar em depoimento que se arrastou por cerca de oito horas - as evidências de corrupção no governo reveladas pela Operação Porto Seguro da Polícia Federal. Foi para salvar a face da presidente Dilma Rousseff, alvejada por mais um escândalo na sua administração, semeado, também este, pelo seu antecessor e padrinho Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o noticiário, a chefe gostou do desempenho do ministro. Só se foi porque ele cumpriu sem corar o papel que lhe cabia. Já se a avaliação se pautar pelo respeito do depoente pelas verdades trazidas à luz, o resultado foi deplorável.

Como se sabe, em fevereiro do ano passado, um então auditor do Tribunal de Contas da União, Cyonil da Cunha Borges de Farias Júnior, procurou a Polícia Federal para delatar um esquema de fabricação sob medida de pareceres oficiais, para o qual ele teria sido aliciado mediante suborno. As investigações disso resultantes, incluindo escutas telefônicas e interceptação de e-mails autorizadas pela Justiça, identificaram uma quadrilha chefiada pelo diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Vieira, com aparentes ramificações na Advocacia-Geral da União (AGU), na pessoa de José Weber Holanda, o sub do titular Luís Inácio Adams. Vieira, assim como seu irmão Rubens, então diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), também envolvido em maracutaias, deviam os seus cargos à chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha - Rose para os íntimos -, que por sua vez ganhou o posto por ser namorada de Lula.

Justiça se faça à presidente Dilma, ela de imediato demitiu ou afastou de seus cargos estes e outros funcionários graduados, mandou abrir cinco sindicâncias e revisar os atos por eles praticados. O que, já de si, fazem parecer conto da carochinha as principais alegações de Cardozo na sua alocução aos deputados, que se resumem, afinal, a duas falácias. Uma, a de que não cabe falar em quadrilha, porque tudo se limitou à conduta criminosa de "servidores de um patamar secundário". Outra, a de que "imaginar que o ex-presidente estivesse envolvido por trás disso está, a meu ver, desmentido". O ministro atropelou o idioma e a inteligência alheia. Antes de tudo, chamar diretores de agências reguladoras de setores estratégicos da área pública, para não mencionar o segundo homem da AGU, o maior escritório de advocacia do País, de "servidores de um patamar secundário" é dose, como se diz.

Já o envolvimento de Lula não é fruto da imaginação de ninguém, mas do que se conhece do esquema - e decerto há muito mais a conhecer. O então presidente, que premiou a sua amiga com uma boquinha no gabinete presidencial em São Paulo, promoveu-a mais tarde a chefe da repartição e, antes de deixar o Planalto, pediu a Dilma que a mantivesse no lugar, não só estava ciente, mas, a pedido de Rose, trabalhou pela nomeação de Paulo Vieira. Tanto que, não tendo o seu nome sido homologado pelo Senado em duas votações, foi providenciada uma terceira, enfim bem-sucedida. Pode alguém imaginar - aqui, sim, o verbo se aplica - que essa anomalia teria ocorrido sem o concurso do então presidente? A cadeia de malfeitos evidentemente não começa com as jogadas da espaçosa Rose - sempre pronta, aliás, a destratar os de baixo e se fazer benquista pelo seu protetor - em troca de prendas de variados tamanhos: de empregos para a parentela a pagamento de contas.

Lula deu mão forte a Rose o tempo todo - até, naturalmente, ela cair em desgraça, indiciada por corrupção, tráfico de influência e falsidade ideológica. Desde então ele se mantém fechado em copas. Para diminuir a importância da sua acompanhante em 24 viagens ao exterior, com passaporte diplomático - e, por tabela, tirar o ex-presidente de cena -, Cardozo argumentou que, segundo conversas interceptadas, ela havia sido "escanteada" pelos quadrilheiros. É irrelevante. O que conta é que, sem o apoio de Lula, não teria a importância que teve a contribuição de Rose à esbórnia na "administração republicana" do PT.

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