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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Como assim o PT não é uma quadrilha?

Artigo contraditório de Demétrio Magnoli
Costumo apreciar os artigos de Demétrio Magnoli, inclusive transcrevi vários neste blog, mas este "O PT não é uma quadrilha" me deixou um tanto quanto perplexa, vindo dele. Quer dizer que uma criatura pequena, peluda, que mia e anda pelos telhados não é um gato e sim um tatu?

Que nome se dá a um agrupamento de pessoas que fez do roubo sistêmico do dinheiro público uma forma de governo? Sanga budista? Inclusive contraditoriamente Magnoli cita as várias razões pelas quais pode se considerar o PT uma quadrilha, incluindo as condenações de seus líderes por formação de quadrilha, para concluir dizendo que a agremiação não é uma quadrilha!!??

Se não é, como os condenados petistas permanecem no "partido", quando deveriam inclusive pelo estatuto da sigla, ser desligados? Não são cúmplices dos criminosos os petistas que não foram diretamente condenados pela justiça por seus delitos, mas apoiam a permanência de seus parceiros criminosos no partido e ainda saem por aí difamando os juízes, dizendo que o STF não tem representatividade para julgar petistas!? Cúmplices de criminosos recebem nome diferenciado quando os criminosos são de partidos? Criminosos recebem nome diferenciado quando pertencem a partidos?

Se o PT se transformou numa máquina de cometer delitos penais em série, com vistas a permanecer no poder indefinidamente, e - sim - solapar a democracia, desculpe, porque não chamá-lo pelo verdadeiro nome? (Eu só acrescentaria "fascistóide" ao quadrilha). Por uma espécie de etiqueta política unilateral? Enquanto o PT injuria, difama, calunia, rouba e até mata, a oposição não pode chamar as coisas pelos nomes? 

E vai me dizer que Demétrio não sabe o que as vitórias do PT representam para a democracia brasileira!? Vale sempre lembrar que os nazistas chegaram ao poder pela via democrática. Esta eleição mesmo em São Paulo, concretizando-se, vai ser usada pelos petistas (todos) para dizer que o judiciário nada significa porque eles foram absolvidos pelas urnas. Essa gente não é um partido, nos termos normais: é uma mistura de máfia com tropa de choque fascista!

Em suma, Demétrio Magnoli, desta vez, perdeu uma boa oportunidade de ficar calado. Até concordo que a oposição não tem encontrado um discurso contra os petistas, mas, exatamente ao contrário do que ele diz, foi por não descrever o PT pelo que ele se tornou, por falta de vigor, por excesso de polidez, como ovelhas entre lobos. De qualquer forma, se Demétrio tem outra sugestão de discurso para a oposição, porque não a colocou em vez de simplesmente criticá-la por dizer o óbvio andando a pé? De repente, tem uma boa ideia de como dizer o mesmo com outras palavras mais "democráticas".  

Segue o estranho texto de Magnoli, publicado hoje em vários jornais.

O PT não é uma quadrilha

Demétrio Magnoli

Fernando Haddad está cercado por José Dirceu e Paulo Maluf. Sobre Dirceu, aparece a palavra "condenado"; sobre Maluf, "procurado". Contaminada pelo desespero, a propaganda eleitoral de José Serra não viola a verdade factual, mas envereda por uma perigosa narrativa política. O candidato tucano está dizendo que eleger o petista equivale a colocar uma quadrilha no comando da Prefeitura paulistana. A substituição da divergência política pela acusação criminal evidencia o estado falimentar da oposição no País e, mais importante, inocula veneno no sistema circulatório de nossa democracia.

Demóstenes Torres foi expulso do DEM antes de qualquer condenação, quando se patenteou que ele operava como despachante de luxo da quadrilha de Carlinhos Cachoeira. José Dirceu foi aclamado como herói e mártir pela direção do PT depois da decisão da Corte Suprema de uma democracia de condená-lo por corrupção ativa e formação de quadrilha. O mensalão é um tema legítimo de campanha eleitoral e nada há de errado na exposição dos vínculos entre Haddad e Dirceu. A linguagem da política, contudo, não deveria confundir-se com a linguagem da polícia.

Dirceu permanece na alta direção petista, pois é um dos artífices de uma concepção da política que rejeita a separação entre o Estado e o partido. No mensalão, a imbricação Estado/partido assumiu o formato de um conjunto de crimes tipificados. Entretanto, tal imbricação se manifesta sob as formas mais diversas desde que Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto. O código genético do mensalão está impresso no movimento de partidarização da administração pública, das empresas estatais, dos fundos de pensão, dos sindicatos, das políticas sociais e da política externa, conduzido ao longo de uma década de lulismo triunfante. Na linguagem da política, Dirceu figuraria como símbolo da visão de mundo do lulopetismo. Mas a campanha de Serra não é capaz de escapar ao círculo de ferro da linguagem policial.

A Interpol define Paulo Maluf como um foragido da Justiça. Lula e Haddad não se limitaram a firmar um pacto eleitoral com o partido de Maluf, mas peregrinaram até a mansão do fugitivo para desempenhar o papel abjeto de cortejá-lo como liderança política. Faz sentido divulgar, no horário de campanha, as imagens da macabra confraternização. Todavia, uma vez mais, seria indispensável traduzir o evento na linguagem da política, que não é a da Interpol.

Maluf é um caso extremo, mas não um ponto fora da curva. Lula e o PT insuflaram uma segunda vida aos cadáveres políticos de Fernando Collor, Jader Barbalho, José Sarney, Renan Calheiros e tantos outros. As alianças recendem a oportunismo, um vício menor, mas a extensão da prática exige uma explicação de fundo. O paradoxo aparente do encontro entre "esquerda" e "direita" é fruto de um interesse compartilhado: a continuidade da tradição patrimonial de apropriação da "coisa pública" pela elite política. As "estranhas alianças" lulistas funcionam como ferramentas para a repartição do imponente castelo de cargos públicos na administração direta e nas empresas estatais. Até hoje o Brasil não concluiu o processo de criação de uma burocracia pública profissional. Na linguagem da política, a confraternização de Lula e Haddad com Maluf ajudaria a esclarecer os motivos desse fracasso. Mas a propaganda eleitoral de Serra preferiu operar em outro registro.

A campanha do tucano oscila entre os registros administrativo, moral e policial, sem nunca sincronizar o registro político. De certo modo, ela é um reflexo fiel da falência geral da oposição, que jamais conseguiu elaborar uma crítica sistemática ao lulopetismo. Entretanto, nas circunstâncias produzidas pelo julgamento do mensalão, a inclinação oposicionista a apelar para a linguagem policial tem efeitos nefastos de largas implicações. Na democracia, não se acusa um dos principais partidos políticos do País de ser uma quadrilha.

O PT não é igual à sua direção eventual, nem é uma emanação da vontade de Dirceu ou mesmo de Lula. O PT não se confunde com o que dizem seus líderes ou parlamentares em determinada conjuntura, nem mesmo com as resoluções aprovadas nesse ou naquele encontro partidário. Embora tudo isso tenha relevância, o PT é algo maior: uma história e uma representação. A trajetória petista de mais de três décadas inscreve-se no percurso da sociedade brasileira de superação da ditadura militar e de construção de um sistema político democrático. O PT é a representação partidária de uma parcela significativa dos cidadãos brasileiros. A crítica ao partido e às suas concepções políticas não é apenas legítima, mas indispensável. Coisa muito diferente é tentar marcá-lo a fogo como uma coleção de marginais.

O jogo do pluralismo depende do respeito à sua regra de ouro: a presunção de legitimidade de todos os atores envolvidos. Nas democracias, eleições concluem-se pelo clássico telefonema em que o derrotado oferece congratulações ao vencedor. Em 1999, após o terceiro insucesso eleitoral de Lula, o PT violou a regra do jogo ao desfraldar a bandeira do "fora FHC". Serra ficou longe disso dois anos atrás, mas seu discurso de derrota continha a estranha insinuação de que a vitória de Dilma Rousseff representaria uma ameaça à democracia.

Agora, na eleição paulistana, a propaganda do tucano sugere que um triunfo de Haddad equivaleria à transferência da Prefeitura da cidade para uma quadrilha. Na hipótese de derrota, como será o seu telefonema de domingo à noite?

Marqueteiros designam ataques ao adversário eleitoral pela expressão "propaganda negativa". O rótulo dos vendedores de sabonete abrange tudo, desde a crítica política fundamentada até as mais sórdidas agressões pessoais. O problema da campanha de Serra não está no uso da "propaganda negativa", mas na violação da regra do jogo. Não é assim que se faz oposição.

* SOCIÓLOGO, DOUTOR EM GEOGRAFIA HUMANA PELA USP.
E-MAIL: DEMETRIO.MAGNOLI@UOL.COM.BR (não consegui contato por esse e-mail)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

As frases emblemáticas sobre o julgamento do mensalão no Jornal Nacional

E continua tão distraída que pode dar São Paulo ao ladrão
Durante quase três meses, o país acompanhou o julgamento do mensalão. Ao longo desse período, algumas frases ouvidas no plenário do Supremo ajudaram a dar a dimensão histórica do momento.

Onze ministros e muitos momentos para ficar na história.

“Esses fatos estão com as vísceras expostas. Eles gritam. Cegar para essa realidade é golpear a própria sociedade”, afirmou Carlos Ayres Britto, presidente do STF.

O dinheiro é para o crime o que o sangue é para veia. Ou seja, se não circular com volume e sem obstáculo, não temos esquemas criminosos como esses”, avaliou a ministra Cármen Lúcia.“Esse processo criminal revela a face sombria daqueles que, no controle do aparelho de estado, transformaram a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder”, definiu o ministro Celso de Mello.

“A entidade bancária serviu de verdadeira lavanderia de dinheiro para se cometer um crime que não está nem previsto, mas esse deveria ser o nome: gestão tenebrosa, pelos riscos que acarreta e pelas consequências que acarreta à economia popular”, disse o ministro Luiz Fux.

Discussão, argumentos, teses jurídicas e muita inspiração. Na música:

“Dormia a nossa pátria mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações”, disse Roberto Gurgel, procurador-geral da República.

Inspiração no paladar:

“Nordestinamente, eu diria, é isso mesmo, gosto de jiló, gosto de mandioca roxa, gosto de berinjela crua. Ou seja, algo de vinagre, algo de fel, fica no céu da boca do magistrado, que se vê na obrigação de condenar alguém”, comparou Ayres Britto.

Foram mais de 200 horas de julgamento. Do plenário, saíram também lições que vão ecoar por toda a sociedade brasileira.

“Agentes públicos que se deixam corromper, qualquer que seja sua posição, são eles corruptos e corruptores, os profanadores da República, os subversivos da ordem institucional. São eles os delinquentes, marginais da ética do poder”, definiu Celso de Mello.

“O estado brasileiro não tolera o poder que corrompe e nem admite o poder que se deixa corromper”, comentou Celso de Mello.“Nenhum juiz verdadeiramente digno da sua vocação condena ninguém por ódio”, afirmou o ex-ministro do STF Cezar Peluso.

“Corrupção significa não que alguém foi furtado de alguma coisa, mas que uma sociedade inteira foi furtada pela escola que não chega, pelo posto de saúde que não se tem. Eu acho que esse julgamento dá exatamente o testemunho de que o estado de direito, a política é, sim, necessária para qualquer lugar deste planeta”, declarou Cármen Lúcia.

 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A condenação do PT (um partido neofascista)


No artigo Petismo, neobolchevismo neofascista abordei as semelhanças entre a estrutura corrupta e autoritária do PT e o fascismo de Mussolini. Citei também outro autor, o cientista político Paulo Roberto de Almeida, que fez análise semelhante sobre o projeto de poder do petismo, moldado em conluio com políticos corruptos, empresários inescrupulosos e oportunistas de todos os tipos.  Agora, o conhecido historiador Marco Antonio Villa também analisa a estrutura fascista do PT. Destaco o trecho:

"O único projeto da aristocracia petista — conservadora, oportunista e reacionária — é de se perpetuar no poder. A estratégia petista conta com o apoio do que há de pior no Brasil. É uma associação entre políticos corruptos, empresários inescrupulosos e oportunistas de todos os tipos. O que os une é o desejo de saquear o Estado."
Por Marco Antonio Villa

O julgamento do mensalão atingiu duramente o Partido dos Trabalhadores. As revelações acabaram por enterrar definitivamente o figurino construído ao longo de décadas de um partido ético, republicano e defensor dos mais pobres. Agora é possível entender as razões da sua liderança de tentar, por todos os meios, impedir a realização do julgamento. Não queriam a publicização das práticas criminosas, das reuniões clandestinas, algumas delas ocorridas no interior do próprio Palácio do Planalto, caso único na história brasileira.

Muito distante das pesquisas acadêmicas — instrumentalizadas por petistas — e, portanto, mais próximos da realidade, os ministros do STF acertaram na mosca ao definir a liderança petista, em 2005, como uma sofisticada organização criminosa e que, no entender do ministro Joaquim Barbosa, tinha como chefe José Dirceu, ex-presidente do PT e ministro da Casa Civil de Lula. Segundo o ministro Celso de Mello: “Este processo criminal revela a face sombria daqueles que, no controle do aparelho de Estado, transformaram a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder.” E concluiu: “É macrodelinquência governamental.” O presidente Ayres Brito foi direto: “É continuísmo governamental. É golpe.”

O julgamento do mensalão desnudou o PT, daí o ódio dos seus fanáticos militantes com a Suprema Corte e, principalmente, contra o que eles consideram os “ministros traidores”, isto é, aqueles que julgaram segundo os autos do processo e não de acordo com as determinações emanadas da direção partidária. Como estão acostumados a lotear as funções públicas, até hoje não entenderam o significado da existência de três poderes independentes e, mais ainda, o que é ser ministro do STF. Para eles, especialmente Lula, ministro da Suprema Corte é cargo de confiança, como os milhares criados pelo partido desde 2003. Daí que já começaram a fazer campanha para que os próximos nomeados, a começar do substituto de Ayres Brito, sejam somente aqueles de absoluta confiança do PT, uma espécie de ministro companheiro. E assim, sucessivamente, até conseguirem ter um STF absolutamente sob controle partidário.

A recepção da liderança às condenações demonstra como os petistas têm uma enorme dificuldade de conviver com a democracia. Primeiramente, logo após a eclosão do escândalo, Lula pediu desculpas em pronunciamento por rede nacional. No final do governo mudou de opinião: iria investigar o que aconteceu, sem explicar como e com quais instrumentos, pois seria um ex-presidente. Em 2011 apresentou uma terceira explicação: tudo era uma farsa, não tinha existido o mensalão. Agora apresentou uma quarta versão: disse que foi absolvido pelas urnas — um ato falho, registre-se, pois não eram um dos réus do processo. Ao associar uma simples eleição com um julgamento demonstrou mais uma vez o seu desconhecimento do funcionamento das instituições — registre-se que, em todas estas versões, Lula sempre contou com o beneplácito dos intelectuais chapas-brancas para ecoar sua fala.

As lideranças condenadas pelo STF insistem em dizer que o partido tem que manter seu projeto estratégico. Qual? O socialismo foi abandonado e faz muito tempo. A retórica anticapitalista é reservada para os bate-papos nostálgicos de suas velhas lideranças, assim como fazem parte do passado o uso das indefectíveis bolsas de couro, as sandálias, as roupas desalinhadas e a barba por fazer. A única revolução petista foi na aparência das suas lideranças. O look guevarista foi abandonado. Ficou reservado somente à base partidária. A direção, como eles próprios diriam em 1980, “se aburguesou”. Vestem roupas caras, fizeram plásticas, aplicam botox a três por quatro. Só frequentam restaurantes caros e a cachaça foi substituída pelo uísque e o vinho, sempre importados, claro.

O único projeto da aristocracia petista — conservadora, oportunista e reacionária — é de se perpetuar no poder. Para isso precisa contar com uma sociedade civil amorfa, invertebrada. Não é acidental que passaram a falar em controle social da imprensa e... do Judiciário. Sabem que a imprensa e o Judiciário acabaram se tornando, mesmo sem o querer, nos maiores obstáculos à ditadura de novo tipo que almejam criar, dada ausência de uma oposição político-partidária.

A estratégia petista conta com o apoio do que há de pior no Brasil. É uma associação entre políticos corruptos, empresários inescrupulosos e oportunistas de todos os tipos. O que os une é o desejo de saquear o Estado. O PT acabou virando o instrumento de uma burguesia predatória, que sobrevive graças às benesses do Estado. De uma burguesia corrupta que, no fundo, odeia o capitalismo e a concorrência. E que encontrou no partido — depois de um século de desencontros, namorando os militares e setores políticos ultraconservadores — o melhor instrumento para a manutenção e expansão dos seus interesses. Não deram nenhum passo atrás na defesa dos seus interesses de classe. Ficaram onde sempre estiveram. Quem se movimentou em direção a eles foi o PT.

Vivemos uma quadra muito difícil. Remar contra a corrente não é tarefa das mais fáceis. As hordas governistas estão sempre prontas para calar seus adversários.

Mas as decisões do STF dão um alento, uma esperança, de que é possível imaginar uma república em que os valores predominantes não sejam o da malandragem e da corrupção, onde o desrespeito à coisa pública é uma espécie de lema governamental e a mala recheada de dinheiro roubado do Erário tenha se transformado em símbolo nacional.

MARCO ANTONIO VILLA é historiador e professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos

Baixaria do "kit gay" prejudicou Serra: Marketing e núcleo político divergiram da ofensiva tucana

Ao ecoar a ignorância e o preconceito conservador contra "kit gay",
Serra prejudicou a própria candidatura
Do marketing ao núcleo político da campanha de José Serra (PSDB), a avaliação é de que o tucano "demorou demais" para minimizar o debate sobre o kit anti-homofobia, no qual sequer deveria ter entrado.
O candidato já havia sido avisado por interlocutores, às vésperas do primeiro turno, que o assunto poderia vir à tona e lhe era perigoso. Na campanha presidencial de 2010, Serra ficou negativamente marcado pela discussão de temas como religião e legalização do aborto, que lhe grudaram uma pecha conservadora que, segundo os mais próximos, nada tem a ver com as reais convicções do tucano.
Para estes grupos da campanha tucana, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus e que ofertou seu apoio a Serra, é "incontrolável". Mas Serra teria errado ao comentar a diferença do material distribuído nas escolas estaduais em 2009, quando governador, daquele que estava sendo feito no Ministério da Educação à época de Haddad como ministro. Dizem que ali o candidato "deu corda" a um assunto ingrato, impossível de abordar na propaganda televisiva e desgastante do ponto de vista político. Avaliam que o candidato fora influenciado a falar por pessoas alheias à campanha, de seu círculo pessoal.
Sobre a estratégia para a última semana da disputa, tucanos alegam que não há o que mudar. Mostram-se atônitos com os resultados mostrados por pesquisas como Ibope e Datafolha, que dão ao adversário petista uma dianteira de 20 pontos percentuais. A campanha faz pesquisas diárias por telefone com amostras de 1000 entrevistados. Todas indicam situação de empate técnico e um número de indecisos de quase um terço do eleitorado - bem maior do que aparece nas sondagens dos institutos.
Um tucano envolvido na estratégia de campanha alega que um mesmo grupo faz pesquisa para o PSDB desde 1994 e "nunca errou". Portanto, seria descabido duvidar dos resultados e mudar o discurso por causa das diferenças em relação ao Datafolha e Ibope. As pesquisas qualitativas do grupo mostram que o eleitor indeciso tende a fazer uma aposta "segura" na última hora. Isso norteou as inserções televisivas que vendem o candidato do PSDB como experiente e realizador, em contraponto a um adversário que "não está preparado", segundo a peça.

Fonte: Valor Econômico - 23/10/2012

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