8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

sábado, 18 de agosto de 2012

Pussy Riot: Ave Maria, nos livre de Putin!

Pussy Riot: condenadas por pedir a Virgem Maria para livrar a Rússia de Putin
Pessoalmente, não sou favorável que se invada igrejas para fazer protestos. Da mesma forma que considero um acinte antidemocrático esses evangélicos que realizam cultos em dependências governamentais (até no Congresso), acho que protestos contra instituições religiosas são válidos, mas devem ser feitos em frente das igrejas, templos, etc., na via pública.

De qualquer forma, nada justifica a decisão do governo e da igreja russos de sentenciar, com dois anos de cadeia, as jovens da banda punk Pussy Riot porque resolveram protestar, contra o apoio da Igreja à reeleição fraudulenta de Putin, nos degraus do altar da Catedral Ortodoxa de Cristo Salvador, em Moscou.

De fato, segundo analistas, os exageros envolvidos na prisão e julgamento das moças são uma mostra de endurecimento do regime do presidente russo, cada vez mais autoritário. O Estadão fez um bom editorial sobre o assunto que reproduzo abaixo bem como o vídeo da performance das punks na Igreja e a letra da música (em inglês) onde pediam para a Virgem Maria livrar a Rússia de Putin.

Incrível como os autoritários, de todos os tipos, andam a todo vapor!

Um processo agita Moscou

O Estado de S.Paulo

Nem o mais satírico dos escritores russos imaginaria uma cena como a que se passou na última quarta-feira em um tribunal moscovita. Por trás das barras da cela de onde, algemadas, assistem ao seu julgamento, três pessoas acusadas de vandalismo motivado por ódio religioso denunciam "o sistema totalitário-autoritário" do presidente Vladimir Putin, a quem acusam de sufocar as liberdades individuais. Comparam-se às legiões de réus de processos forjados ao longo da história do país para silenciar as críticas ao Estado todo-poderoso. E se declaram mais livres do que os seus acusadores, porque falam o que querem, enquanto aqueles só podem dizer o que o governo autoriza.

A situação parece inverossímil porque os acusados não são dissidentes políticos, intelectuais engajados ou oligarcas em desgraça. Seus nomes são Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alekhina e Yekaterina Samusevich. A primeira, apelidada Nadia, tem 22 anos. A outra, Masha, 24. E a terceira, Katya, 29. Nadia e Masha são casadas e têm filhos. O trio faz parte de uma banda punk chamada Pussy Riot, em inglês mesmo, que dispensa tradução. No dia 21 de fevereiro, acompanhadas por um cinegrafista, além de fãs e jornalistas, instalaram-se nos degraus do altar (vedado a mulheres) da Catedral Ortodoxa de Cristo Salvador, em Moscou. Com capuzes coloridos e roupas berrantes, puseram-se a parodiar um hino religioso e, logo em seguida, iniciaram uma performance.

Interrompidas pelos seguranças da igreja, ao cabo de 51 segundos, foram-se embora sob os olhares indiferentes de um grupo de policiais. Só que a provocação, como pretendiam, foi parar no YouTube, sob o título da sua oração punk "Virgem Maria, jogue Putin fora". O vídeo atraiu milhares de curiosos - entre eles o primaz ortodoxo russo, Patriarca Cirilo I. Ele foi se queixar da "blasfêmia" diretamente ao presidente, cuja terceira eleição, naquele começo de março, havia equiparado a um "ato de Deus". Pouco depois, as roqueiras foram detidas, indiciadas, impedidas de aguardar o julgamento em liberdade e proibidas de receber visitas de familiares e amigos. Os raros correspondentes estrangeiros que já as conheciam falam de jovens cultas, articuladas, decididas - e de boas maneiras. Exemplos, em suma, de parcelas da cosmopolita população jovem das metrópoles russas, que acompanhou, atenta, a explosão libertária da Primavera Árabe.

Em novembro passado, quando o então primeiro-ministro Putin anunciou que se candidataria novamente à presidência da Federação Russa e, se eleito, indicaria o então presidente Dmitri Medvedev, seu apadrinhado, ao posto de primeiro-ministro, o cínico rodízio causou revolta, provocou manifestações de rua e deu a Nadia, Masha, Katya e algumas amigas a ideia de formar uma banda. Ela se distinguiria de tantas outras pelo nome insolente, o mote "a arte contra o poder" e suas duas bandeiras: a defesa do feminismo (anátema para a imensa maioria dos russos) e a denúncia da perenização da autocracia de Putin, corrupta e violenta. O primeiro grande show do grupo, perante 5 mil pessoas em plena Praça Vermelha, alvejou as fraudes que garantiram a vitória do partido do Kremlin no pleito parlamentar de dezembro.

O julgamento do trio começou sob a expectativa de que o promotor pediria a pena máxima para o delito alegado - sete anos de prisão. Eis que a simultânea campanha de difamação das acusadas na TV russa teve efeito bumerangue: muitos moscovitas, antes alheios ao caso ou hostis às rés, passaram a vê-las como vítimas do Estado. Um manifesto em seu favor reuniu 40 mil assinaturas, muitas de figuras públicas. No exterior, o órgão equivalente ao Ministério do Exterior da União Europeia manifestou inquietação. Celebridades como a cantora Madonna, que fará um show em São Petersburgo, encamparam a causa. Em Londres para os Jogos Olímpicos, um constrangido Putin - que vem endurecendo a repressão aos ativistas russos - defendeu que o grupo fosse tratado com "indulgência". O obediente promotor pediu três anos. Para o governo ganhar tempo, o veredicto só sairá no fim da próxima semana.



St. Maria, Virgin, Drive away Putin
Drive away! Drive away Putin!
(end chorus)

Black robe, golden epaulettes
All parishioners are crawling and bowing
The ghost of freedom is in heaven
Gay pride sent to Siberia in chains

The head of the KGB is their chief saint
Leads protesters to prison under escort
In order not to offend the Holy
Women have to give birth and to love

Holy shit, shit, Lord's shit!
Holy shit, shit, Lord's shit!

(Chorus)
St. Maria, Virgin, become a feminist
Become a feminist, Become a feminist
(end chorus)

Church praises the rotten dictators
The cross-bearer procession of black limousines
In school you are going to meet with a teacher-preacher
Go to class - bring him money!

Patriarch Gundyaev believes in Putin
Bitch, you better believed in God
Belt of the Virgin is no substitute for mass-meetings
In protest of our Ever-Virgin Mary!

(Chorus)
St. Maria, Virgin, Drive away Putin
Drive away! Drive away Putin!
(end chorus)

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

V de Vingança - Completo e Dublado


Guy Fawkes foi um soldado inglês católico que participou de uma tentativa de levante, em 1605, contra o rei protestante Jaime I e  parlamentares ingleses, que ficou conhecida como Conspiração da Pólvora. Os revoltosos pretendiam implodir o parlamento e seus membros como primeiro passo do levante, e Guy era o sujeito que tomava conta dos barris de pólvora que seriam utilizados no atentado. Entretanto a conspiração foi descoberta e Guy preso, torturado e executado no dia 5 de novembro. Até hoje é tradição, na Inglaterra, malhar e queimar bonecos de Fawkes todo os 5 de novembro de cada ano, como fazemos com os bonecos de Judas nos sábados de aleluia.

Apesar de considerado traidor, Fawkes foi inspirador de mitos libertários, como a graphic novel V de Vendetta (V de Vingança), onde um rebelde, que usa uma máscara baseada em seu rosto, consegue detonar o parlamento inglês, num dia 5 de novembro, numa Inglaterra dominada por um regime fascista. A HQ ganhou, por sua vez, uma versão cinematográfica, entre outros, com HugoWeaving, Natalie Portman, Stephen Rea, John Hurt, em 2006, que ajudou a divulgar a história do católico conspirador.

Abaixo segue o filme completo em versão dublada, já que não encontrei a versão legendada. O filme vale a pena de qualquer jeito. 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Comparações inconvenientes: Havana e Hong Kong em 1950 e 2010

Como uma imagem sempre vale mais do que mil palavras, ilustro essa postagem com as imagens de duas cidades, Havana e Hong Kong, em 1950 e 2010, e suas mudanças sob dois sistemas político-econômicos diferentes. Poderíamos comparar também a Coréia do Sul com a do Norte para o quadro se tornar mais dramático: a primeira, capitalista, um dos países mais desenvolvidos do mundo; a segunda, comunista, um bolsão de miséria, onde pessoas, principalmente crianças e idosos, morrem, como moscas, de desnutrição. Poderíamos fazer outras comparações da mesma natureza, e o resultado seria idêntico.

Entretanto, apesar de tantas evidências mostrando a total ineficiência dos regimes comunistas, ou de socialismo real; apesar da maior parte desses regimes terem caído de podres, no início da década de 90 em todo o Leste Europeu e em alguns países da Ásia, os adeptos dessa seita insistem em defendê-la como uma alternativa ao capitalismo, pois o capitalismo é que seria responsável pela pobreza no mundo. Recomendo o texto Carta Aberta a Frei Betto, do João Luiz Mauad, à guisa de resposta a esse mito.

Na América Latina, esses insanos retornaram à cena, via Foro de São Paulo, e estão aí fazendo o que sabem fazer de melhor: detonar os países que caem vítimas de suas garras (A Venezuela é a principal vítima do momento, mas não é a única). Aliás, socialismo é um bom  nome para uma firma de demolição: "Precisando destruir um país rapidamente? Chame Demolidora Socialismo. Garantia de destruição em pouco tempo. Começamos pela economia e concluímos com a escravização do povo."

Mas, falando sério, os remanescentes dessa trágica experiência humana ou trataram de se capitalizar, como a China, razão pela qual virou potência, ou passaram a dar modestos passos nesse sentido. É o caso de Cuba, ou melhor, da ditadura comunista dos Castro, agora sob a regência do irmão de Fidel, Raúl Castro, já que Fidel está para ser recebido nos portões do inferno. Desde 2010, Raúl Castro passou a tomar mínimas medidas liberalizantes na economia local, permitindo aos infelizes cubanos passar a ter algum pequeno negócio próprio, prometendo cortar boa parte do funcionalismo público parasitário, enfim, algumas reformas econômicas para viabilizar a ilha-prisão que sempre dependeu de apoio externo para sobreviver.

Pois não é que o PSOL, o mais orwelliano desses partidecos de esquerda que infestam as universidades e os sindicatos brasileiros (pois Socialismo e Liberdade só tem sentido como Liberdade é Escravidão), considera essas mudanças uma traição ao socialismo e computa, a esses primeiros indícios de capitalismo de Estado, a miséria do povo cubano causada por mais de 50 anos de comunismo!?

Lembrei disso porque o PSOL anda angariando a simpatia dos esquerdiotas brasileiros e outros tantos,   agora desencantados com o PT (hoje também começando a ser considerado de "direita"), que vem abraçando a sigla como uma nova esperança de realização dos seus eternamente fracassados ideais. Pela visão que o partido tem das reformas cubanas, dá para ver o quanto de novo há no que pensa. O PSOL é tão arcaico que considera que os Castro vêm restaurando o capitalismo que se tinha desterrado com o triunfo da revolução (sic)!!!

Deixo abaixo uma primeira parte de um vídeo, de 2009, sobre a miséria cubana que nada tem a ver obviamente com o capitalismo. Podemos terminar dizendo, até como chiste, que, se o mundo é ruim com o capitalismo, mil vezes pior sem ele.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Comunista comia mesmo criancinhas? Os macabros fatos que levaram a essa frase!

E não é que comunista comia mesmo gente?
Todas as vezes que alguém aponta a herança da esquerda que se tornou hegemônica na América Latina nos últimos anos, a saber a do chamado socialismo real, se houver um(a) defensor(a) dessa ideologia por perto, seguramente ouvirá alguma tentativa de desclassificação da lembrança do tipo "ah, e comunista também comia criancinhas, né?

Que comunistas mataram criancinhas de baciada, isso é sabido, mas se também as comiam não se conhece ao certo. Sabe-se, contudo, que essa história tem um fundo verdadeiro e bem macabro, como não poderia deixar de ser considerando de quem se fala. 

Provavelmente surgiu por conta dos episódios de canibalismo que ocorreram nos países socialistas devido às chamadas "grandes fomes" geradas, por sua vez, pela desastrosa economia planificada comunista, a coletivização forçada, os grandes deslocamentos humanos, ou como política genocida de curvar os povos que não queriam se adaptar ao regime.  Como exemplo deste último caso, destaca-se o episódio do Holodomor (matar de fome, em ucraniano) perpetrado por Stálin contra os ucranianos que resistiam a integrar-se à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), durante os anos 1932-33, através do confisco da produção agrícola desse povo. 

Cerca de 5 milhões de ucranianos morreram de fome, incluindo crianças naturalmente, e houve relatos de canibalismo até de pais contra filhos. Enlouquecidas pela fome, as pessoas matam o que lhes vier pela frente ou se alimentam dos mortos. Embora os ucranianos tenham sido as maiores vítimas desse tipo de ação genocida, não foram únicos nem na URSS nem em outros países que caíram sob o jugo dessa ideologia sanguinária. 

No caso da China, o número de mortos pela fome também passou dos vinte milhões segundo os historiadores. Mas, nela, além do canibalismo derivado da situação limite de não se ter nada para comer, ocorreu também o canibalismo oficial como parte das loucuras da época da Revolução Cultural(1966-1976) do presidente Mao Zedong, outro dos grandes psicopatas dessa turma totalitária.

No livro chamado Memorial Escarlate, Contos de Canibalismo da China Moderna, de Zheng Yi, o autor descreve o caso das execuções e canibalizações dos inimigos de classe, do Estado, na província de Guangxi. Cerca de 100.000 pessoas foram mortas e - SIM - literalmente comidas pelos comunistas. Após as execuções, quando os corpos das vítimas se tornavam disponíveis para consumo, a elite local ficava com os corações e fígados enquanto o povo tinha o direito aos braços e solas do pés. Como de praxe em regimes totalitários, a insanidade política e os ressentimentos da turba se uniram para literalmente devorar os inimigos reais ou imaginários. Com certeza, criancinhas devem ter feito parte do cardápio demente, principalmente considerando que suas carnes são mais tenras.

Então, quando um desses sonsos vier com suas piadinhas, ao ser confrontado com a herança da ideologia que defende, responda com os macabros fatos históricos sobre o socialismo real, registrados por estudos acadêmicos e não-acadêmicos, que explicam a origem da história de que "comunistas comiam criancinhas". 

Fora o livro citado, Scarlet Memorial, Tales of Cannibalism in Modern China - Zheng Yi (1996), outros livros disponíveis, em português, que citam a questão do canibalismo, nos chamados países socialistas/comunistas, são o famoso O Livro Negro do Comunismo, escrito por esquerdistas (democráticos pelo visto), e a A Tragédia de um Povo -A Revolução Russa, 1891-1924, de Orlando Figes, da Record. 

Felizmente, na disputa entre militares e os representantes do socialismo real aqui no Brasil, ficamos com o mal menor. Pena que os fardados não tenham feito jus à confiança que o povo lhes depositou e tenham aproveitado o ensejo para implantar também a sua ditadura, pra lá de branda se comparada com as comunas de qualquer forma.

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