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Quando Deus era mulher:

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Liberais e Conservadores

Tudo muda o tempo todo no mundo
O texto que segue abaixo (de 2007) é do economista Rodrigo Constantino, de uma época em que o dito se dizia mais do que liberal, dizia-se inclusive libertário.

Nesse texto, baseado no texto The Constitution of Liberty, de Hayek, ele estabelece uma separação entre a visão de mundo liberal e a conservadora já que formadas  por duas psicologias distintas. De fato, trata-se mais de uma resenha do citado texto do que um artigo, mas vale a leitura.

Vale também o registro para constatar a personalidade volátil do autor que, no prazo de apenas 6 anos, passou da água para o vinho e virou conservador, contradizendo principalmente este trecho do texto que escreveu outrora:

Uma das características mais comuns na atitude conservadora é o medo da mudança, uma descrença no novo, enquanto a posição liberal é baseada na coragem e confiança, aceitando que as mudanças sigam seus cursos mesmo que não possamos prever aonde isso irá levar.

Liberais e Conservadores

“The liberal today must more positively oppose some of the basic conceptions which most conservatives share with the socialists.” (Hayek)

Não são poucos os que confundem liberais e conservadores, colocando tudo no mesmo saco. Tamanha é a confusão, que Hayek, em seu clássico The Constitution of Liberty, acabou escrevendo um capítulo extra apenas para explicar porque não era um conservador, levantando as principais diferenças entre estes e os liberais – lembrando sempre que não se trata dos liberais americanos, mas sim dos clássicos. 

Isso não o impediu de reconhecer o conservadorismo como legítimo e provavelmente necessário em oposição às mudanças drásticas. Tampouco impede que seja reconhecido o valor das tradições, ainda que estas sejam passadas de geração em geração sem argumento. As tradições são importantes para sustentar as leis e a liberdade, mas nem por isso devem ficar blindadas contra questionamentos. Liberais acreditam na liberdade de pensamento contra aqueles que pretendem impor crenças pela força. Creio que H. B. Acton resumiu bem a coisa quando disse que o tradicionalista quer poder seguir seus caminhos transmitidos, enquanto o liberal quer poder seguir novos caminhos também, sem coerção dos demais.

O liberal deveria perguntar, acima de tudo, para onde devemos nos mover, e não quão rápida deve ser a mudança. Hayek propõe um triângulo como diagrama para separar conservadores, liberais e socialistas, em vez de uma linha reta, que gera mais confusão. Em cada canto estaria um grupo diferente, o que parece mais correto do que colocar liberais no meio entre conservadores e socialistas.

A admiração dos conservadores pelo crescimento livre geralmente aplica-se somente ao passado. Falta-lhes normalmente a coragem para aceitar as mesmas mudanças não programadas pelas quais novas ferramentas para conquistas humanas irão emergir. Uma das características mais comuns na atitude conservadora é o medo da mudança, uma descrença no novo, enquanto a posição liberal é baseada na coragem e confiança, aceitando que as mudanças sigam seus cursos mesmo que não possamos prever aonde isso irá levar. Os conservadores estão inclinados a usar a força do governo para evitar mudanças, pois não possuem confiança nas forças espontâneas de ajuste que fazem o liberal aceitar as mudanças com menos apreensão, mesmo que não saiba ainda como as necessárias adaptações irão surgir. Como um exemplo que vem à cabeça, pode-se citar as pesquisas científicas com células-tronco.

O conservador sente-se seguro somente quando existe alguma forma de sabedoria superior que observa e supervisa a mudança, apenas quando ele sabe que alguma autoridade está a cargo de manter as mudanças “ordenadas”. Em geral, pode-se provavelmente dizer que o conservador não é contra a coerção em si ou o poder arbitrário, contanto que ele seja usado para aquilo que o conservador considera um propósito adequado. Ele acredita que se o governo estiver em mãos de homens decentes, então não é preciso ser muito reduzido por regras rígidas. Assim como o socialista, ele está menos preocupado com o problema de como se deve limitar o poder do governo do que com quem ocupa o poder. E ainda como o socialista, ele sente-se no direito de impor seus próprios valores aos demais pela força. Já para o liberal, a importância que ele pessoalmente deposita em objetivos específicos não é uma suficiente justificativa para forçar os outros a atender tais metas. 

Seria por esta razão que o liberal não considera ideais morais ou religiosos como objetos adequados para a coerção, enquanto tanto os conservadores como os socialistas não reconhecem tais limites. Crenças morais que dizem respeito apenas à conduta individual que não interfere diretamente na esfera protegida das outras pessoas não justificam coerção. Pode-se pensar em alguns exemplos como a prostituição entre adultos responsáveis ou mesmo algo mais extremo, como a venda de um rim, que podem ser atitudes moralmente condenáveis para muitos, mas que impactam apenas as vidas dos envolvidos. O liberal, diferente do conservador e do socialista, não é autoritário. Isso pode explicar porque parece tão mais fácil para um socialista arrependido achar uma nova casa espiritual no conservadorismo que no liberalismo.

Diferente do liberalismo, cuja crença fundamental reside no poder de longo prazo das idéias, o conservadorismo está atrelado a um estoque de idéias herdadas num determinado momento. E como o conservador não acredita realmente no poder do argumento, seu último recurso é geralmente alegar uma sabedoria superior, baseada em alguma qualidade superior auto-arrogada. Hayek considera a característica mais condenável da atitude do conservador a propensão a rejeitar conhecimento bastante embasado porque ele não gosta de algumas das conseqüências que podem se seguir dali. Ora, se ficasse provado que nossas crenças morais realmente são dependentes de premissas que se mostram incorretas, seria moral defendê-las recusando-se a reconhecer os fatos? 

O viés nacionalista é outro elo que frequentemente liga conservadores ao coletivismo. Pensar em termos de “nossa” indústria ou “nosso” recurso natural é um pequeno passo de distância para começar a demandar que tais ativos nacionais sejam direcionados para o “interesse nacional”. Protecionismo, reservas de mercado, subsídios agrícolas, são algumas das medidas que podem colocar conservadores lado a lado com socialistas, ambos contra os liberais.

Por fim, Hayek escreveu algo que resume bem a diferença básica entre liberais e conservadores: “O liberal difere do conservador em sua disposição para encarar sua ignorância e admitir o quão pouco sabemos, sem alegar autoridade de fontes sobrenaturais de conhecimento onde sua razão falha”.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Clipping legal: Duplipensar (petista)

Anatomia precisa da saga petista no Brasil pelo sociólogo Demétrio Magnoli (ESP, 16/02/02)

A blogueira Yoani Sánchez, os aeroportos privatizados, os policiais amotinados - por três vezes, sucessivamente, o PT exercitou a arte da duplicidade, desfazendo com uma mão o que a outra acabara de fazer. Há mais que oportunismo na dissociação rotinizada entre o princípio da realidade e o imperativo da ideologia. A lacuna abissal entre um e outro sugere que, aos 32 anos, o maior partido do País alcançou um estado de equilíbrio sustentado sobre o rochedo da mentira.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Meryl Streep em A Dama de Ferro

Meryl Streep como A Dama de Ferro
Meryl Streep encarna  Margaret Thatcher, a ex-Primeira Ministra britânica, que tirou a Inglaterra do buraco, durante seus mandatos entre 1979 e 1990, e impôs uma derrota humilhante aos generais argentinos na guerra das Ilhas Falkland/Malvinas. (Incrível que estejam querendo ressuscitar o conflito).

O filme acompanha a trajetória de Thatcher, através de uma série de flashbacks, com destaque exatamente para os 17 dias que antecederam a Guerra das Malvinas em 1982, mas também foca a vida particular dessa mulher polêmica que desempenhou um papel determinante na cena mundial por mais de uma década. Tudo isso numa época em que mulheres ainda eram raras em posições de mando. Bem mais raras do que hoje seguramente.

Pelo papel de Thachter, em A Dama de Ferro, da diretora  Phyllida Lloyd, com quem já trabalhara no grande sucesso Mamma Mia, Meryl Streep  já ganhou o Bafta em Londres e o Globo de Ouro. E está cotadíssima para receber o Oscar no dia 26 próximo. 

Abaixo veja comentário, da crítica de cinema Isabela Boscov, sobre o filme que estreia na sexta-feira em todo o Brasil. 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Como os juros são formados


Conhecer é adquirir poder. Veja como é calculada a quarta maior taxa de juros do mundo - a do Brasil - e o que propõe o vídeo abaixo para reduzí-la. Da revista Veja!|

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