8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Rid of me, de PJ Harvey, é o oitavo melhor álbum pop/rock

O álbum Rid of Me, da compositora e roqueira inglesa Polly Jean Harvey (nascida em 9 de outubro de 1969), mais conhecida como PJ Harvey, foi considerado o oitavo melhor trabalho da lista dos 25 melhores álbuns de pop/rock da revista musical Spin.

Rid of Me, lançado em 1993, tem um pouco de hard rock, indie rock, blues e punk e foi o segundo álbum da roqueira, ainda com a participação do trio com quem produzira Dry, seu primeiro álbum.  As críticas positivas ao trabalho, da imprensa especializada,  só cresceram com o passar dos anos e, além da revista Spin, a Rolling Stones definiu Rid of Me como um dos títulos essenciais dos anos 90 e, em 2003, como um dos melhores discos de todos os tempos entre os 500 mais conceituados.

Considerado o melhor trabalho de PJ Harvey, Rid of Me, extremamente pessoal, tematiza a sexualidade, o machismo, a paixão, tudo mesclado com música cheia de energia e vibração de uma artista que a revista Spin definiu como a primeira mulher a tocar guitarra melhor do que canta. Abaixo Rid of Me, com letra.

Faixas do álbum
1.Rid of Me;  2.Missed; 3.Legs; 4. Rub 'til It Bleeds; 5.Hook; 6.Man-Size Sextet; 7.Highway '61 Revisited (Bob Dylan); 8.50ft Queenie; 9.Yuri-G; 10.Man-Size; 11.Dry; 12.Me-Jane; 13.Snake; 14.Ecstasy


Lyrics | P.J. Harvey - Rid of me lyrics

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Mulheres muito fortes ou quando o desejo é mais forte que as convenções!

Sempre admirei quem ousa ir além dos estereótipos de normalidade impostos pela sociedade. Sobretudo sempre admirei aqueles e aquelas que ousam esculpir, nos próprios corpos, a bandeira libertária do desejo individual contra a padronização das convenções.

Tatuados (hoje mais inseridos na sociedade), body modifiers em geral, travestis e fisiculturistas, para citar alguns tipos mais conhecidos, sempre me provocaram fascínio, às vezes acompanhado de um certo espanto, diante de seu visual e de sua coragem de desafiar os preconceitos, apesar de todas as dores que dele advém. A maior parte dos discriminados, por vários preconceitos passíveis de dissimulação, busca esconder o estigma que lhes foi imposto pela sociedade para evitar a discriminação.

Entretanto, em algumas pessoas, o desejo de afirmar a individualidade, o desejo de afirmar o desejo parece ser tão forte que supera o medo da desaprovação social. E principalmente quando essas pessoas são do sexo feminino, normalmente mais restrito em suas possibilidades de afirmação como sujeito, minha admiração é ainda maior, embora não seja menor às vezes meu estranhamento.

Esse é o caso das fisiculturistas que abordo nessa postagem, aquelas mulheres que malham tanto que seus corpos ficam parecidos com corpos masculinos para lá de bombados, modelito Arnold Schwarzenegger. Naturalmente, não apenas eu me interesso por elas, mas também inúmeras outras pessoas, cada uma por sua razão.

Assim foi com dois fotógrafos, um americano, outro brasileiro que resolveram fazer ensaios com modelos fisiculturistas, explorando o inusitado de rostos maquiados e adornados com brincos se equilibrando em corpos ultramusculosos. O americano Martin Schoeller fez uma série de fotos de fisiculturistas que estão em exposição, na galeria de arte Hasted Hunt Kraeutler, em Nova York. O brasileiro André Arruda produziu também uma exposição, denominada Fortia Femina – Aceitação e Preconceito, com fisiculturistas nuas, que esteve em cartaz, no ano passado, no Centro Cultural da Justiça Federal no Rio. Clicando nos links, você pode ver mais imagens das exposições.
 
As fisiculturistas brasileiras – pelo que se vê nas fotos em preto e branco – são menos esculpidas que suas colegas americanas (nas fotos coloridas). Nestas realmente há uma maior explosão de músculos, músculos que muitos homens não ostentam. Ao observá-las, reflito primeiro que elas contestam, em carne e osso, o mito da maior fragilidade física feminina (essas espantosas mulheres mostram claramente que, querendo, mulheres podem ser tão ou mais fortes que homens); segundo, que elas questionam, com seu visual, o que seria o feminino e o masculino e suas belezas correspondentes.

Esteticamente não me agradam corpos excessivos, independente de aparecerem em homens ou mulheres. Acho que a figura humana fica muito pesada. Prefiro sempre o caminho do meio, equidistante entre as obes@s e @s ultramalhad@s. Entretanto, não posso deixar de admirar a poesia escrita pela coragem dessas mulheres de esculpir, nos próprios corpos, a força libertária do desejo. Nesses tempos novamente tão liberticidas, tão hostis às liberdades individuais, com os agentes do Estado tentando regular toda a nossa vida, sempre é bom destacar quem desafina do coro dos contentes. Tim-tim para elas!

sábado, 10 de julho de 2010

O goleiro Bruno e a candidata de programa!

Duas histórias provocaram polêmica na semana passada. Aparentemente distintas, vejo coisas em comum entre ambas.

A primeira, o escabroso caso do assassinato de Eliza Samudi, amante do goleiro Bruno, do Flamengo, sequestrada, espancada, estrangulada e, por fim, esquartejada, com as partes do corpo jogadas a cães e os ossos enterrados sabe-se lá onde.

A moça, do time das Marias de Chuteiras (moças que vivem às voltas com jogadores de futebol), como amplamente divulgado pela imprensa, transou com o tal Bruno, tendo ficado grávida dele. A partir da gravidez, passou a cobrar de Bruno o reconhecimento da paternidade da criança e correspondente pensão, naquela velha história do toma que o filho é teu.

Golpe dos mais antigos, dado por mulheres a fim de arrumar marido ou pensão, a exigência de Eliza para que Bruno reconhecesse a paternidade da criança nunca foi aceita pelo goleiro que, do tipo machista e violento, logo de início foi lhe metendo umas porradas e exigindo que tomasse abortivos. Eliza deu inclusive queixa numa delegacia da mulher contra as agressões sofridas.

Mas o fato é que a criança nasceu, em fevereiro, levou o nome do pai, e Eliza continuou em sua saga pelo reconhecimento da paternidade do menino, conseguindo que a Justiça obrigasse Bruno a fazer exame de DNA. Agora, não dá para entender porque, na primeira semana de junho, apesar de já ter passado por uma agressão razoável, a moça aceitou ir ter com o goleiro e amigos dele no sítio do atleta, chamado Sítio das Esmeraldas, em Minas Gerais. O desconfiômetro da moça estava desligado que nem cogitou o perigo que corria. Os próximos capítulos desse triste conto prometem ainda muitas cenas de terror.

De qualquer forma, o que impressiona é o fato de um caso que poderia ter sido resolvido na Justiça e, sendo comprovada a paternidade da criança, ter levado a uma pensão para o menino, ter chegado ao que chegou. Afinal o goleiro não é nenhum pobretão. Obviamente, o machismo do jogador mais alguns possíveis traços de psicopatia determinaram o triste fim dessa história.

Basta lembrar que, antes de surgirem evidências mais contundentes que o levaram à prisão, Bruno já havia argumentado, em sua defesa, que Eliza era uma “rodada”, que já tinha dormido com todo o time do São Paulo e feito um filme pornô. Em outras palavras, o filho podia ser de qualquer um, e Eliza era uma vadia cuja palavra consequentemente não valia nada.

Daqui partimos para a outra história que rolou pela Web. O cartunista Nani, no dia 6 agora, fez uma charge (ver imagem ao lado) onde aparece uma prostituta encostada numa parede, rodando a bolsa e dizendo: “o programa quem faz são os fregueses: PMDB, barba, cabelo e bigode; PDT, papai e mamãe e vai por aí...” Nani se referia ao programa de governo da candidata Dilma Roussef que, na segunda, dia 05/06, apresentou primeiro uma versão do documento, ao TSE, cheia de propostas autoritárias, depois apresentou outra versão e, por fim, apresentou as duas, ainda afirmando que haveria uma terceira.

Quando a primeira versão, baseada no programa do PT, chegou ao conhecimento público e do PMDB, partido aliado do governo, houve muita polêmica pelo caráter radical do texto. Após a chiadeira geral, Dilma se saiu com uma história de que o primeiro programa fora apresentado por engano, mesmo ela tendo rubricado e assinado o documento, que era uma coisa do PT, e ela não está de acordo com tudo que diz o PT, e que, por último, a segunda versão era a da coalizão que dá sustentação à sua canditadura.

O cartunista Nani partiu da palavra programa para se remeter à caricatura de uma prostituta, pois prostitutas fazem programa, que se vende a quem paga mais, apontando para o fato de Dilma ter mudado seu programa de governo por pressão do PMDB, PDT, etc...

Incrível ter lido mais comentários irados a respeito dessa charge do que a propósito do assassinato da Eliza Samudi. O que teve de gente acusando o cartunista de falta de respeito com as mulheres, por ter associado à imagem sugerida da candidata petista a uma prostituta, não foi brincadeira. Inclusive o presidente do PT, José Eduardo Dutra, escreveu no blog do Josias de Souza, que reproduziu a charge, o seguinte comentário:
Lamentável a reprodução no blog de Josias de Souza de charge grosseira e ofensiva. Não condiz com a reputação de seriedade do jornalista e está muito abaixo do nível que se espera de sua cobertura das eleições”.
Na página do cartunista, também choveu uma tempestade de comentários irados dada à suposta grande ofensa feita às mulheres pela charge onde se relaciona as idas e vindas do programa da candidata Dilma à imagem de uma prostituta dizendo que o programa quem define é o cliente.

Como disse no início da postagem, vi um pano de fundo comum a essas duas histórias aparentemente distintas. Percebi o quanto a sociedade brasileira continua moralista, hipócrita e machista. Percebi o quanto o valor das mulheres ainda está relacionado ao número de vezes em que abrem as pernas, ficam de joelhos ou de quatro. Sei que me entendem.

O goleiro Bruno procurou desqualificar a cobrança de Eliza quanto à paternidade do filho pelo fato de ela ter feito sexo com muitos homens e participado de um filme pornô. Se ela estava cobrando dele a paternidade é porque devia ter boas razões para acreditar que o filho não fosse de outro, não?

Os comentaristas que ficaram tão ofendidos, por ver relacionada à imagem de Dilma a uma prostituta, têm das prostitutas uma péssima visão, embora muitos hipocritamente  denominem as prostitutas de profissionais como outras quaisquer e inclusive as chamem de trabalhadoras do sexo, no jargão politicamente correto.

A verdade é que o jogador Bruno ficou profundamente revoltado porque uma mulher, que ele via como puta, portanto, não respeitável, tivesse o desplante de lhe cobrar alguma coisa, em particular o reconhecimento da paternidade de seu filho. Tão pouco respeitável seria Eliza, por seu histórico sexual, que poderia ser despachada desta para a melhor que ninguém sequer se daria ao trabalho de investigar, tamanha sua irrelevância. À parte os possíveis traços de psicopatia do sujeito, creditados à frieza com que planejou e executou o crime, o fato é que o número de homens que continua matando mulheres, por conta da visão que tem delas, permanece alto.

A verdade também é que os críticos da charge do Nani consideram simplesmente sugerir que uma mulher seja uma puta uma ofensa inominável porque putas têm como atividade fazer sexo com muitos homens (às vezes também com mulheres) e cobrar por isso. E isso não merece respeito.

Entretanto, de fato, ofensiva e mesmo obscena é essa maneira de pensar. Eliza pode ter sido oportunista, mas a lei faculta às mulheres pedir reconhecimento da paternidade dos filhos e requerer pensão para eles, e nada justifica a violência que sofreu, a morte precedida de tortura. E a charge do Nani só pode ser ofensiva para quem é muito moralista e hipócrita, sobretudo se for do PT, o partido das grandes imoralidades. De fato, ofensivo é associar a imagem das prostitutas, que não tem a vida nada fácil, que têm que trabalhar muito duro para sobreviver, a uma mulher que vendeu não o corpo mas sim a alma por um projeto de poder dos mais obscenos.

Nota: No site do Nani, vale também ver outra página, onde o cartunista mostra que, quando fez charges de outros políticos, inclusive utilizando a imagem de prostitutas, nunca houve tanta "polêmica" nem presidentes de partidos vieram dando lição de moral que eles próprios não têm.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Segurança ou burocracia? Eleitor terá que apresentar documento oficial com foto para votar

Uma mudança, na Lei Eleitoral 12.034/09, promete criar muita confusão este ano: é que, além do título de eleitor, a pessoa terá que  apresentar um documento oficial com foto para poder votar nas eleições deste pleito. Em outras palavras, o eleitor deverá levar a carteira de identidade, de trabalho ou a de motorista para participar da votação.

O objetivo, segundo a Justiça Eleitoral, é evitar fraudes, já que o documento com foto impede a possibilidade de que um eleitor vote pelo outro. Mas tem que ser documento com foto, portanto, certidão de nascimento ou de casamento não serão aceitos. Em caso de dúvida sobre a identidade do eleitor, mesmo com a apresentação do documento com foto, os mesários poderão fazer perguntas pessoais para comparar com a ficha cadastral do TRE, como nome dos pais e data de nascimento.

E o prazo, para o eleitor que perdeu o título tirar a segunda via, é  23 de setembro. Veja o vídeo abaixo do TSE sobre as novidades para essa eleição!

Pessoalmente, acho a tentativa de evitar fraudes na eleição super-válida, mas, para isso, penso que bastaria  a carteira de identidade, sabendo o eleitor a seção em que votar. Considerando a questão infra-estrutural, a exigência dos dois documentos deve aumentar as filas e criar problemas para quem, por exemplo, esquecer um dos documentos ou não levar porque sequer ficou sabendo da obrigatoriedade. E logo nessa eleição tão crucial para o país, uma novidade dessas.

E você, o que acha da nova? Veio para o bem ou para o mal?


Lembrete
Datas de votação:
Propaganda eleitoral gratuita do primeiro turno: de 17 de agosto a 30 de setembro
Primeiro turno: 3 de outubro
Segundo turno: 31 de outubro
O que levar:
Título de eleitor
Documento oficial com foto: Cédula de Identidade (RG), Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Campanha contra a morte de um jovem gay do Irã!

O Grupo Pluralidade e Diversidade de Duque de Caxias e a LIBERTOS Comunicação, de Belo Horizonte, estão realizando uma campanha para salvar a vida de um gay iraniano, condenado à morte por sodomia, propondo que receba asilo no Brasil, como caso já ocorrido anteriormente. A campanha se chama Envie um e-mail, Salve uma vida!

Veja um histórico do caso e, ao final, a ação a ser tomada em prol do rapaz:
O governo do Irã condenou mais um homossexual à morte. Ebrahim Hamidi, natural da cidade de Tabriz, no noroeste do Irã, foi acusado de homossexualidade e sodomia junto com mais quatro jovens. No entanto, os rapazes receberam veredictos diferentes. Enquanto Ebrahim foi condenado à execução, os outros três foram absolvidos. Segundo Saghi Ghahramani, advogado da Associação de Defesa dos Gays Iranianos, sediada em Toronto, Ebrahim foi torturado e forçado a confessar atos de sodomia, enquanto os outros quatro jovens apenas foram acusados há alguns meses por um quinto homem.

Segundo Saghi Ghahramani, atualmente há outros cinco rapazes que estão sujeitos à mesma condenação no país. "Ebrahim Hamidi é atualmente o único jovem acusado de sodomia e condenado à morte que tem a sorte de ter um advogado e seus pais para apoiá-lo nesta questão", afirma ele.

Em novembro do ano passado, Nemat Safavi, outro iraniano de 21 anos, preso desde os 16, também foi condenado à morte sob a mesma acusação.

Ponderações e ações a serem tomadas:
Vale lembrar que o governo brasileiro tem sido criticado pelas entidades de defesa dos direitos LGBT por manter uma relação amigável com o presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad. Tudo porque Luís Inácio Lula da Silva declarou há alguns meses, em visita a República Islâmica, ser favorável ao programa nuclear iraniano.

Não podemos admitir que o Governo brasileiro continue pactuando com um regime que nega o holocausto e assassina homossexuais em espetáculos de ódio e monstruosidade em praça pública como os nazistas faziam.

O Grupo Pluralidade e Diversidade convoca Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e todos e todas que defendem a vida, a liberdade e o direito de se expressar que envie uma carta ao Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores)  intercedendo pela vida do jovem Ebrahim Hamidi de apenas 20 anos, solicitando que ele seja apatriado pelo governo brasileiro para assim preservar-lhe a vida.

Não podemos nos calar perante a esse assassinato anunciado. Devemos e podemos dar uma resposta a barbárie, vamos cobrar do governo brasileiro um posicionamento firme e urgente, assim como foi na questão nuclear.

Os interesses econômicos e políticos não podem estar acima da Liberdade da Democracia e da Vida. Mande um email, salve uma vida!

Envie seu email para: imprensa@itamaraty. gov.br ou ligue para:(0XX61) 3411-8006/ 8007 / 6160 / 6162 / 6163 e cobre do Ministro Celso Amorim e do Governo Brasileiro um posicionamento em relação ao caso, e para que, da próxima vez em que o governo brasileiro falar em Direitos Humanos, não faça como quem comeu salame e arrota presunto.

Saudações Humanitárias,
Osmar Rezende
Reproduza essa mensagem para amigo@s e conhecidos, para senadores, deputados, vereadores, líderes partidários locais que também mandem emails presionando o Ministro através de ofício e solicite resposta oficial do deputado e a resposta que o Ministro ou Ministério lhe deu em relação ao caso, pois se não eles dizem que vão fazer e não fazem.

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