8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Diana Krall - The look of love!



The look of love is in your eyes
A look your smile can't disguise
The look of love is saying so much more than just words could ever say
And what my heart has heard, well it takes my breath away

I can hardly wait to hold you, feel my arms around you
How long I have waited
Waited just to love you, now that I have found you

You've got the
Look of love, it's on your face
A look that time can't erase
Be mine tonight, let this be just the start of so many nights like this
Let's take a lover's vow and then seal it with a kiss

I can hardly wait to hold you, feel my arms around you
How long I have waited
Waited just to love you, now that I have found you
Don't ever go
Don't ever go

Autores: Bacharach, Burt; David, Hal

Aleluia dilacerada



Que faço eu aqui
Entre essas mulheres vazias,
Em meio a essa conversa estéril,
Em meio a esse papo inútil;
Entre essas mulheres sôfregas,
E sua fala ácida de inveja, de cio?

Que faço eu aqui
Entre essas mulheres tolas,
Essas beldades decadentes,
Como um império que avista seus bárbaros,
Como uma Tróia que abraça o cavalo
Grávido de destruidores?

Que faço eu aqui
A essa hora pensando nela?
Por que o descuido me trouxe essa lembrança?
Ela que só me deixou perplexidade e fel
E roubou as flores da minha primavera.

Ah, sim, tudo que aprendi com o amor
Foi atirar em alguém que sacou primeiro,
Que me acertou em cheio porque eu não esperava
De quem dividia minha mesa e cama
Algo assim traiçoeiro.

Ah, o Amor, essa Aleluia dilacerada,
essa marcha sem bandeira e sem vitória
por uma avenida esvaziada.
Essa lança que trespassa a carne
E atinge a alma que ferida se rende...
E dança.

Míriam Martinho

São Paulo, 11/12/2009
Nota: poesia inspirada em Hallelujah de Leornard Cohen

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A Iluminação de Sidarta

Hoje, 8 de dezembro, comemora-se a Iluminação do sábio indiano Sidarta Gautama, mais conhecido como Buda. Durante oito dias, Sidarta se postou ao pé de uma figueira, e entrou em meditação profunda. Na manhã do oitavo dia, ao ver a estrela da manhã, Vênus, ele atingiu a Iluminação, um estágio de consciência onde se percebe a unidade subjacente a todas as coisas, onde a gente se toca de que tudo é interconectado, que não há de fato separação. Não se trata de uma descoberta intelectual, mas sim de uma descoberta que transcende o intelectual, que vem do âmago do ser.

Durante os dias em que permaneceu em meditação, Sidarta foi acossado por muitos demônios interiores e venceu a todos com a conquista da impassibilidade diante de todos os artifícios que eles usaram para desviá-lo do caminho. O último demônio a ser derrotado foi seu próprio ego. Após esse último embate, Sidarta se tornou Buda, um epíteto que significa aquele ou aquela que despertou ou se iluminou.

Segundo consta, Buda, então, colocou a ponta dos dedos no chão e disse:
“A Terra é minha testemunha. Eu e todos os seres da grande Terra simultaneamente nos tornamos o Caminho.”

Tinha 35 anos. Passou o resto da vida transmitindo seus ensinamentos até falecer, aos 80 anos, de forma prosaica, para um iluminado, de uma intoxicação alimentar. Os discípulos de Buda levaram seus ensinamentos da Índia para outros países da Ásia, onde eles floresceram com as características particulares de cada região.

Em fins do século XIX, missionários cristãos passaram a transportar para o Ocidente sua versão do caminho de Buda Xaquiamuni*, depois seguidos por estudiosos leigos e por monásticos que migraram da Ásia para a Europa, para os Estados Unidos e também para a América Latina. Do século XX em diante, sobretudo de meados do século XX para cá, o Budismo começou a se assentar em terras cristãs, como a nossa, e mestres e mestras, orientais e ocidentais, carregaram as sementes do Darma (os ensinamentos de Buda) para plantá-las também em solo brasileiro. Uma dessas sementes se instalou, por obra do destino, em meu coração cético, e vicejou. Quem sabe eu ainda não consiga sentar sob uma figueira sagrada, vença todos meus demônios interiores e não obtenha um pouquinho da tão sonhada felicidade plena.

* Chama-se Sidarta de Buda Xaquiamuni porque ele era da família dos Shákyas (abrasileirando deu Xaquia, mais muni que quer dizer sábio, daí Xaquiamuni, sábio da família dos Xáquias).
Foto do Buda Iluminado: Keanu Reeves em O Pequeno Buda de Bertolucci. Abaixo trecho do filme, quando Sidarta atinge a Iluminação.

sábado, 14 de novembro de 2009

Contra a visita do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil

Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, tem um currículo tão grande de infrações aos direitos humanos que bem podia constar da lista seleta de figuras como Hitler, Stálin, Mao Zedong, Fidel Castro, entre outros. Inclusive, seu antissemitismo é notório, já tendo afirmado vezes sem conta que quer varrer Israel do mapa terrestre e que o holocausto é uma mentira inventada pelo sionismo.

Mais não só os judeus são vítimas da intolerância do fanático presidente iraniano. Minorias religiosas em seu próprio país, como os Bahá'í são perseguidas e executadas assim como mulheres e jovens homossexuais, já que o adultério e a homossexualidade são crimes no Irã. E a lista de vítimas não pára por aí.

Como se não bastasse, Ahmadinejad está trabalhando com energia nuclear em sua pátria, da boca para fora, com fins pacíficos, mas obviamente ninguém acredita. É grande a possibilidade de que esteja fabricando artefatos nucleares para lançar contra Israel e sabe lá quem mais. Enfim, uma catástrofe.

Por sua vez, o atual ocupante da presidência no Brasil, sr. Lula da Silva, cada vez mais dando vazão à sua índole autoritária e anti-ética não perde a chance de flertar com ditadores de vários continentes, tendo agora Ahmadinejad como um de seus favoritos. Nessas, lá vem o (mal)dito nos visitar e, desta vez, parece que sem dúvida.

Para protestar contra essas estranhas amizades de Lula e a presença de Ahmadinejad por aqui, reproduzo abaixo, primeiro, texto do Roberto Romano, que é professor de Ética e Filosofia na Unicamp, e segundo a agenda de manifestações que ocorrerá em várias cidades do Brasil para "saudar" o presidente iraniano. Deixo aqui também um link para as pessoas abaixo-assinarem um manifesto, contra Ahmadinejad e suas loucuras, da Frente pela Liberdade no Iran.

Brasil: parceiro de tiranias? 
A visita do presidente iraniano, sr. Mahmoud Ahmadinejad, levanta interrogações sobre a política externa de nosso país. Aquele mandatário conseguiu a reeleição com fraudes, violência contra os adversários, bênçãos de um clero autoritário. A “Guarda Revolucionária”, dirigida pelo general Mohammad Ali Jafari, abafou nas prisões, torturas e mortes de inocentes, os gritos dos oposicionistas. Desde então, recrudesceram os atentados aos direitos humanos no Irã.
Terras submetidas à tirania dificilmente podem ser parceiras e amigas de Estados onde ainda rege uma Constituição que assegura prerrogativas democráticas. Assusta a consciência civil brasileira, o trato caloroso do governo federal com o regime de Teerã. Quando o Executivo brasileiro afirma, sem pestanejar, que os massacres, torturas, violações dos direitos de expressão e de imprensa, constituem “problema interno” daquele país, precisamos avivar a memória nacional para situações exatamente iguais, vividas inclusive por grupos e pessoas que hoje nos administram.
No século 20 vivemos o pesadelo trazido por duas ditaduras que anularam as garantias dos cidadãos diante do Estado. Quando as prisões clamavam, os dirigentes eludiam toda e qualquer responsabilidade. Eles respondiam que tudo, nas queixas, não passava de “propaganda contrária à grandeza nacional”. É da época o nefando “Brasil, ame-o ou deixe-o”. E para sustentar tal propaganda, eles contavam com apoios de Estados estrangeiros. Apenas com a exasperação das violações foi iniciada uma corrente cosmopolita de solidariedade aos perseguidos.
Abro um documento anexado ao processo judicial-militar que sofri a partir de 1969. Após enumerar supostos crimes hediondos contra o Brasil e o seu Estado, a autoridade coatora afirma que ele (Roberto Romano e companheiros) “em consciência não tem autoridade moral para oferecer à imprensa internacional qualquer fato que venha desmoralizar o governo, insultar a justiça ou estigmatizar a polícia que, no cumprimento de seu estrito dever, defendeu a Democracia e a Formação Cristã do Brasil” (Autos do Processo, Prontuário número 146141, página 5, com carimbo do Arquivo Público do Estado, 2/março de 2009, com o necessário “Confere com o Original”). Vejamos a Sentença dos Juízes militares, seguidos de um juiz togado, no desfecho da lide: “Tudo o que se sabe desse moço, no curso do processo, é que a acusação que se lhe faz é totalmente improcedente”. E “nestas condições, não comprovada, por ausência absoluta de provas, a denúncia, resolve o Conselho julgá-la improcedente, para absolver frei Roberto Romano da Silva” (Autos do Processo, Sentença 207/69, A-77).
Quando existem juízes idôneos, o veredictum modifica as palavras dos acusadores, restitui aos réus a cidadania e os direitos suspensos. Mesmo em uma ditadura podem ser encontrados julgadores prudentes, garantindo os fiapos de lei que protegem os adversários do regime. O meu caso não foi regra, mas exceção no período. Sem o apoio do meu advogado, o grande dr. Mario de Passos Simas, de setores eclesiásticos liderados por Dom Evaristo Arns e dos movimentos internacionais em defesa dos direitos, eu não teria chegado ao julgamento, tantas foram as ameaças à integridade física e anímica dos presos.
No caso do Irã, a violação dos direitos humanos não interessa apenas aos iranianos, mas à humanidade. A nossa política internacional segue doutrinas desprovidas de cautelas prudenciais. Ela esquece o que se passou ainda ontem em nosso país. Quando pessoas que defendiam os direitos humanos se dobram aos ditames de supostas razões de Estado e acolhem, braços abertos, um ditador sob cuja responsabilidade a cidadania iraniana é massacrada, temos tudo para que se tolde a legitimidade dos mandatários brasileiros. Isolado, o carisma do presidente não lhe garante poder legítimo. Todos os ditadores da era moderna foram populares e usaram esse fato para gerar monstros políticos. Na visita do sr. Ahmadinejad temos a confissão dos governantes: se estivessem no poder a partir de 1964, aceitariam os procedimentos do regime.

Amanhã,15 de novembro, protestos em algumas das principais capitais brasileiras contra a vinda do presidente do Iran ao país.
- São Paulo: Horário: 15:30h
Local: Praça dos Arcos (Paulista c/ Angélica)
- Belo Horizonte: Horário: a concentração será as 15:00h e sairá em passeata ou carreata às 15:30h
Local: Centro de Belo Horizonte (Saída da Praça Rodoviária até a Praça Sete)
- Cuiabá: Horário: 15h
Local: Em frente ao shopping Pantanal
- Curitiba: Horário: 15:30h
Local: Boca Maldita, no calçadão da Rua XV de Novembro
- Goiânia: Horário: 15:30h
Local: Parque Vaca Brava (em frente ao Goiânia Shopping)
- Manaus: Horário: 8:30h
Local: Praça do Congresso, Centro
- Roraima: Horário: 18:00h
Local: Vila Olímpica
- Pará: Horário: a partir das 8:00h
Local: Praça da República - Centro de Belém
- Rio Branco: Horário: 15:00h
Local: Praça Plácido de Castro (em frente à Prefeitura do Rio Branco)
- Rondônia: Horário: 15:30h
Local: Praça Aloisio Ferreira - Praça Central de Porto Velho
- Distrito Federal
A manifestação no ocorrerá em 23 de novembro, em horário ainda a ser definido, na Esplanada dos Ministérios.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A moça de vermelho e a baixaria dos machistas da UNIBAN 2

Bem, como é de conhecimento geral, a baixaria machista na UNIBAN continuou com a agora expulsão da moça de vermelho e seu vestido curto demais da tão honrada instituição. Andaram dizendo que a moça subiu por uma rampa, com aquele vestido, para dar evidência à sua - como diríamos - periquita!! Enfim, nos velhos moldes do discurso do estuprador, a vítima é responsável pela violência que sofreu!! É mole?!

Bem, pelo menos, as feministas foram mais rápidas desta feita (a UNIBAN não deve ter ligação com o PT) e estão prometendo protesto, às 18:00 de hoje, em frente ao campus de São Bernardo da Universidade Bandeirante.

Também está rolando petição contra o absurdo da agressão + expulsão que tod@s devem assinar. Clique no link ao lado para assinar http://www.petitiononline.com/unitalib/

Neste dia em que comemoramos a queda do muro da tirania, em Berlim, vamos ajudar a derrubar o muro do preconceito e do sexismo de que Geisy Arruda foi vítima.

Abaixo brincadeira com a situação tendo como base o filme A Queda que retrata os últimos dias de Hitler no fim da guerra. Bem apropriado.

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