8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Ainda o caso da censura ao comercial da Hope

Laerte e Iriny Lopes: separados ao nascer
A discussão sobre a proposta de censura ao comercial da Hope, onde Gisele Bundchen apareceu de calcinha e sutiã, para vender a marca, rendeu muitas postagens e mensagens a respeito do assunto. Numa troca de mensagens, em que me meti, um rapaz veio dizer que a indústria da moda e da beleza só existia em função do machismo. Acabei escrevendo uma resposta longa o suficiente para virar uma postagem, por isso a transcrevo aqui. Segue, com pequenas edições!
-----------------------------------------------------------------------------------------------------
Acho que a indústria da moda é menos machista que a de margarina, se formos ver só pelo prisma das relações entre os sexos. São nos comerciais de margarina que mais se vê a mulher no papel tradicional de dona de casa, cuidando do marido e dos filhos. Em propagandas de outros produtos de uso doméstico idem. São todos voltados para a mulher que continua a administradora do lar por excelência. Por que não se vê feministas querendo censurar esse tipo de anúncio? Por que eles não falam de sexo, não apresentam a mulher como buscando ser desejável para os homens. Há uma ala do feminismo que vê o desejo masculino pela mulher,  como intrinsecamente opressivo, ou seja, opressivo em si mesmo. 

Por outro lado, os padrões de beleza são de fato ditados pela sociedade tanto faz se a tribal ou do capitalismo globalizado. Pergunte para os antropólogos, o quanto de coisas doidas os seres humanos já não fizeram para se adequar aos padrões estéticos de suas tribos e de suas épocas. Hoje inclusive muitos buscam se adequar aos padrões estéticos de suas tribos urbanas.

Então, discordo quando diz que a indústria da moda e da beleza existe em função do machismo. Ela existe em função do desejo fundamental dos seres humanos de se adornar, de se enfeitar, de bem-aparentar desde tempos imemoriais. O fato do machismo (e acho que precisamos rever sua conceituação) perspassar essa indústria, como todas as outras, não o torna fonte primeira dela.

Obviamente, como toda a indústria, a da moda e da beleza não apenas atende ao desejo das pessoas de se embelezar mas busca induzir todo o mundo a consumir cada vez mais seus produtos. Mas da mesma maneira que a indústria alimentícia não faz todo o mundo ficar obeso, a da moda e da beleza não obriga todo o mundo a girar em torno dela. Acho que o contraponto para os exageros é a disseminação de ideias que valorizem mais a essência das pessoas do que a aparência.

Agora negar a importância que a nossa sociedade dá à aparência é impossível. Hoje uma aparência cuidada e relativamente jovem já faz parte do currículo profissional das pessoas. E isso também para os homens. Lembrando que os gregos também tinham altos padrões de beleza, embora não tivessem exatamente indústria da moda e beleza por lá.
Gisele e Iriny: fiquei com dó da segunda
De qualquer forma, opiniões à parte, o pior dessa querela é o fato da SPM, que não cumpre seu papel, no que diz respeito a casos sérios de violência contra a mulher, querer censurar comercial de calcinha e sutiã. Como grande parte das pessoas reconheceu o ridículo da situação, por falta de razões objetivas para tal, partiram para as razões subjetivas e definiram a decisão da sra. Iriny Lopes como despeito. Botaram a foto dela, que é feia para danar (a cara do Laerte), ao lado da Gisele. Sério que fiquei até com pena dela, mas já que decidiu se expor ao ridículo, que ridicularizada seja. E para homenagear as mulheres bonitas e inteligentes, uma bela música também:

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Secretaria de Políticas para Mulheres banca a censora de novo

No ano passado, as feministas da Secretaria de Políticas para Mulheres censuraram o comercial da Devassa, com a socialite Paris Hilton, porque degradaria a imagem das mulheres, já que usava de apelo sexual para vender cerveja. Agora, cismaram com o comercial da Hope, estrelado pela Gisele Bündchen, um comercial fraquinho em que a Top ensina as mulheres a usarem seus atributos físicos, emoldurados pela lingerie da HOPE, para conseguir o que querem do marido. Meio estereotipadinho, mas nada além disso. E claro em tom de humor, essa qualidade que decidamente parece faltar nas hostes feministas.

Com tanta coisa séria que ainda atinge as mulheres, a SPM, que vive de nosso dinheiro, não tem mais com o que se preocupar? Agora mesmo veio a público um novo caso de curra de uma menina de 14 anos numa prisão rural do Pará. Até agora a gente não ouviu a SPM se pronunciar. Também não se ouviu falar de mensagem de repúdio contra o caso de um tal de Nartagman, dirigente do PT de Minas que foi  condenado sob a acusação de estupro de menor, mas que andava por aí livre, leve e solto, organizando eventos da companherada, embora se soubesse de seu currículo.

Agora para bancar as donas solanges do petismo (Dona Solange foi célebre censora da época da ditadura militar), elas são rápidas e certeiras? Além de moralistas, antidemocráticas? Alguém precisa dizer a essas senhoras que não há nada de errado em ser objeto sexual nem de gostar de ser objeto sexual de quem a gente deseja, ama, etc... Nem de brincar com isso ou mesmo usar disso. Havia problema no passado quando as mulheres eram restritas a esse papel, medidas só pelos atributos físicos ou ausência deles ou por sua capacidade de agradar os homens.

Mas isso faz muito tempo, não? Hoje, as mulheres desempenham muitos papéis, estão em profissões de mando e até no executivo dos países (no caso da Dilma, não exatamente por seus predicados intelectuais). Então, não dá para continuar com essa conversa de 50 anos atrás de querer censurar comerciais porque a mulher aparece como objeto sexual para vender produtos. Os homens belos também aparecem nessa mesma situação faz tempo e não se vê essa conversa mole de sexismo, para cá e para lá, quando o objeto sexual é masculino. Esse tipo de atitude apenas reforça a ideia das feministas como barangas mal-amadas e mal-resolvidas. Pelo visto, algumas são mesmo.

Então, se é para protestar contra alguma coisa, melhor escrever para a SPM protestando contra essa nova tentativa de censura a comerciais, coisa que não cabe em uma sociedade democrática. Abaixo, contatos da Secretaria. Antes assistam os vídeos do comercial com a Gisele Bündchen e avaliem se a censura tem cabimento.

Secretaria de Políticas para as Mulheres - SPM
Endereço: Via N1 Leste S/nº, Pavilhão das Metas, Praça dos 3 Poderes - Zona Cívico-Administrativa
70150-908 Brasília DF
Telefone: (61) 3411.4246
Fax:(61) 3327.7464
E-mail:spmulheres@spmulheres.gov.br

Ouvidoria - reclamações e denúncias
Telefone: (61) 3411.4279 - 3411.4298
E-mail:ouvidoria@spmulheres.gov.br

Solicitação de publicações
Telefone: (61) 3411.4220
E-mail: karla.rocha@spmulheres.gov.br
E-mail: web@spmulheres.gov.br





terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ei, Sarney, vai tomar....

No Rock in Rio, a banda Capital Inicial decidiu fazer justa homenagem ao Congresso Brasileiro e, em particular, a José Sarney. Diz o Dinho, a partir dos 01:58, que é o que interessa:

Tinha três coisas que a gente fazia quando moleque que a gente mais se amarrava, velho: era andar de skate, cara, ouvir rock'n'roll e falar mal do governo, cara. Na verdade, os anos foram se passando, e a gente descobriu que a gente gostava de falar mal de qualquer governo. Foda-se! Fosse ele qual fosse: de esquerda, de direita, todos são iguais, cara. A regra básica é nunca confie num político, tá ligado? Essa aqui, velho, é para as oligarquias, cara, que parecem ainda governar o Brasil, que conseguem deixar os grandes jornais brasileiros censurados  durante dois anos, como o Estado de São Paulo, coisas inacreditáveis... Essa aqui é para o Congresso Brasileiro, cara. Essa aqui é em especial para o José Sarney, cara. Isso aqui se chama "Que país é esse?, e vai assim:

E a garotada entoou um refrão à altura do homenageado: Ei, Sarney, vai tomá no cu!  Meus garotos! Agora, só falta ir para às ruas, gente, em todo o Brasil e gritar, bonito assim: Ei, Sarney, vai tomá no cu! Bom demais! Abaixo do vídeo a letra do Que País é Esse?, do Renato Russo (Legião Urbana), para refrescar as memórias!

´

Que País É Esse?
Legião Urbana

Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

No Amazonas, no Araguaia iá, iá,
Na baixada fluminense
Mato grosso, Minas Gerais e no
Nordeste tudo em paz
Na morte o meu descanso, mas o
Sangue anda solto
Manchando os papeis e documentos fieis
Ao descanso do patrão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

Terceiro mundo, se foi
Piada no exterior
Mas o Brasil vai fica rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos indios num leilão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Clipping legal: Comissão de Constituição e Justiça aprova mais de 100 projetos com plenária vazia!

Luiz Couto (PT), o aprovador geral do Brasil
Matéria do jornal O Globo mostra como 118 projetos foram aprovados, em sessão  da Comissão de Constituição e Justiça, no dia 22/09 (quinta última), por um único parlamentar. Observem o absurdo da cena e o total descaso dessa gente com o interesse público. Precisamos instituir o recall, procedimento eleitoral que permite suspender o mandato de parlamentares por não estar cumprindo seu trabalho. Assim como, em empresas, demite-se quem é incompetente ou desonesto. Leiam o texto abaixo e o vídeo correspondente e sintam o sangue ferver.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------

sábado, 24 de setembro de 2011

Samba-canção: entre tapas e beijos


Linda Batista
O samba-canção é uma versão mais melódica do samba tradicional, que também incorporou um pouco da modinha, da seresta e do bolero, com letras pra lá de sentimentais, versando geralmente sobre a famosa dor-de-cotovelo, hoje um pouco fora de moda, mais sempre existente.

Variando do elegante ao brega, o gênero teve seu ápice, na década de 50, e paradoxalmente influenciou o surgimento da sofisticada bossa nova, quando tudo se torna mais leve e a imagem da mulher passa de fatal à musa. (Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça. É ela menina que vem e que passa, num doce balanço, caminho do mar).

De qualquer forma, apesar do tom carregado, o samba-canção deixou belas canções, interpretadas por ícones da MPB, que vale a pena resgatar. É o que pretendo fazer, publicando alguns clássicos do gênero, a partir desta postagem. Minha mãe gostava de ouvi-las no rádio, quando eu era criança, e guardo várias de memória.

Compartilhe

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites