8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

quinta-feira, 30 de abril de 2009

DIA DE PROTESTAR CONTRA A VINDA DO PRESIDENTE DO IRÃ AO BRASIL


Notório sexista (mulher no Irã quase não tem direitos), homofóbico (enforca adolescentes gays em praça pública) e racista (prega a destruição do estado de Israel inclusive), o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, recebeu estranho convite da presidência da República para vir visitar o Brasil. Entidades de direitos humanos, de mulheres, de LGBTês e todas as pessoas que sonham com um mundo melhor, estão promovendo atos de protesto contra essa indigesta visita.

Em São Paulo
DATA: 03 de maio, domingo
HORA: às 11h00
LOCAL DO ENCONTRO: Praça Marechal Cordeiro de Farias (Praça dos Arcos, na esquina da Avenida Angélica com a Avenida Paulista)

No Rio, também no domingo, dia 3, às 11:00 na Avenida Atlântica. Em Brasília, no dia 6.

Faça seu protesto contra vinda do Presidente do Irã ao Brasil.

Contra o totalitarismo e o racismo, a favor da democracia, do direitos das mulheres, homossexuais, da liberdade religiosa, da liberdade de imprensa, da liberdade de expressão, do direito a existência de Israel, contra o fundamentalismo teocrático islâmico e contra o revisionismo histórico.

Somos contra a vinda do imbecil que representa todas as ideologias do mal que devemos combater no século XXI. (blog Dois em Cena)

Envie para o gabinete de Lula o seu protesto. O blog de De Olho Na Mídia também está fazendo uma petição contra a presença de Mahmoud Ahmadinejad: Genocídio e Revisionismo: Não Em Nosso Nome!

domingo, 26 de abril de 2009

Mate em legítima defesa


Pródigo em criar polêmicas, o antropólogo Luiz Mott, do Grupo Gay da Bahia, com quem compartilho o decanato no MHB/MLGBT, não perdeu a chance de roubar a cena no modorrento cenário do Congresso da ABGLT, em Belém do Pará, em 19 de abril último, segundo matéria do site A Capa.

Afirmando que o Brasil Sem Homofobia "não funciona" e que as 500 propostas tiradas da Conferência Nacional LGBT (programa e evento ligados ao governo federal) "não têm diminuído a morte de homossexuais e travestis", Mott declarou que, caso os homocídios continuem em escalada alarmante, vai fazer campanha de reação a esses crimes a que dará o nome de 'Mate em legitima defesa’.
Claro, tratou-se de frase de efeito, mas que acabou sendo tomada literalmente por representantes da ABGLT e do governo federal, todos ligados ao ironicamente belicoso partido dos trabalhadores (PT), que bajula ditadores islâmicos (o presidente do Irã, assassino de homossexuais vem aí a convite de Lula), abriga terroristas e apóia invasões armadas de terras produtivas, com cada vez mais mortos e feridos.

Apesar do perfil, imbuídos de um episódico surto de pacifismo enviesado, Claudio Nascimento (Arco-Íris/ABGLT) ameaçou "solicitar ao congresso que intervenha" caso o antropólogo realmente leve a ideia adiante, classificando-a como "panfletaria e sem valor". Caio Varela, assessor parlamentar da senadora Fátima Cleide (PT-RO), saiu-se com uma história de que a colocação seria "capitalista e individualista (sic)". Eduardo Barbosa, do programa nacional de DST/Aids, disse que a proposta era "totalmente descabida" e "contrariava qualquer tipo de política pública voltada para os direitos humanos". Por fim, Toni Reis, presidente da ABGLT, afirmou que a idéia era “um factóide baratíssimo" e que “sua entidade era contra esse tipo de proposta, pois se identificava como pró-vida e pró Direitos Humanos."

A polêmica teve continuidade na lista gls, fórum informal pero no mucho da militância tupiniquim, e em outras listas congêneres, trazida pela repassagem da matéria do site A Capa por um dos listeiros de plantão. As opiniões aí se dividiram, com várias pessoas dando apoio a Mott, inclusive eu mesma, e outras tantas insistindo numa visão pacifista meio “de orelha” contra a qual supostamente a proposta do antropólogo se insurgiria. A partir dessa discussão, outras variantes ao redor do tema despontaram, da necessidade de se promover o aprendizado de técnicas de autodefesa, entre a população LGBT, à necessidade de se aumentar a auto-estima da mesma.

O mais engraçado da história é que tanto a frase de efeito (e sua idéia embutida) quanto suas variantes são apenas ovos de Colombo, ou seja, obviedades que, apesar de sua natureza, precisaram de alguém para apontá-las. Todo ser vivo, se atacado, busca se defender com as armas que possui e, se necessário for, para sobreviver, mata seu agressor. A lei reconhece a legítima defesa como válida (desde que comprovada) e exime quem a pratica da condenação por homicídio. As religiões, em geral, ao contrário do que parece que alguns imaginam, também reconhecem a legítima defesa como válida mesmo quando implica na morte de alguém.

Por fim, o pacifismo de Gandhi (e de seu discípulo moral, Martin Luther King), muito lembrado nessa falsa polêmica como contraposição à suposta proposta anti-vida(sic) do presidente do GGB, precisa ser lido de forma menos superficial. Esse pacifismo visa derrotar o opressor, inimigo, adversário (à escolha) tanto quanto a estratégia belicista e também produz mortos e feridos (pior que só de um lado). A diferença é que essa estratégia, que é fundamentalmente uma ação coletiva e não individual, busca derrotar o inimigo sem matá-lo, desmoralizando-o através da ação não-violenta (que exige sacrifícios), com a qual também se procura romper o círculo vicioso que a tática do “olho por olho, dente por dente” costuma engendrar. Como disse, também provoca mortos e feridos, mas as baixas e as sequelas físicas e psicológicas nas populações envolvidas costumam ser significativamente menores do que nos conflitos onde ambos os lados pegam em armas .

O pacifismo de Gandhi é, portanto, uma estratégia de luta, nada tendo a ver com passividade diante de agressores de qualquer ímpeto e natureza. Contra eles, todo o indíviduo tem o direito de se defender e de escolher a estratégia que lhe permitirá derrotar seu agressor, mesmo que ela implique na morte do atacante. Mott nada disse de novo, e o que de fato espanta é que sua fala tenha provocado reações tão inflamadas e, sobretudo, hipócritas.

No mais, espera-se que toda essa falação resulte mesmo em ações de empoderamento da população LGBT, como oficinas de promoção de auto-estima e de técnicas de autodefesa, e não apenas em mais reclamações junto a órgãos estatais que, mesmo em países civilizados, não estão em condições de estar protegendo seus cidadãos e suas cidadãs individualmente em casa ou nas ruas.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Se eu fosse um garoto - If I Were A Boy



If I were a boy even just for a day
Se eu fosse um garoto mesmo só por um dia
I'd roll out of bed in the morning
Eu rolaria da cama de manhãAnd throw on what I wanted
Jogaria qualquer roupa por cima do corpo
And go drink beer with the guys
E iria beber cerveja com os amigos
And chase after girlsE iria correr atrás das garotasI'd kick it with who I wanted
E sairia com quem quisesseAnd I'd never get confronted for it
E nunca seria questionado por isso'Cause they stick up for mePor que os amigos me apoiariam
If I were a boy
Se eu fosse um garotoI think I could understand
Acho que poderia entenderHow it feels to love a girlComo é amar uma garotaI swear I'd be a better man
E juro eu seria um homem melhor

I'd listen to her
Eu a escutaria'Cause I know how it hurts
Porque sei como dóiWhen you lose the one you wanted
Quando você perde aquela que queria'Cause he's taking you for granted
Porque estava certo de que não perderiaAnd everything you had got destroyed
E tudo que você tinha acabou destruído

If I were a boySe eu fosse um garoto
I would turn off my phone
Desligaria meu telefone
Tell everyone it's brokenDiria a todo mundo que ele está quebrado
So they'd think that I was sleeping alone
Assim achariam que estava dormindo sozinho

I'd put myself first
Me colocaria em primeiro lugarAnd make the rules as I goE faria minhas próprias regras
'Cause I know that she'd be faithful
Porque sei que ela estaria sendo fiel
Waiting for me to come home, to come home
me esperando voltar pra casa, voltar para casa.
If I were a boySe eu fosse um garotoI think I could understandAcho que poderia entenderHow it feels to love a girlComo é amar uma garotaI swear I'd be a better manE juro eu seria um homem melhor

I'd listen to herEu a escutaria'Cause I know how it hurtsPorque sei como dóiWhen you lose the one you wantedQuando você perde aquela que queria'Cause he's taking you for grantedPorque estava certo de que não perderiaAnd everything you had got destroyedE tudo que você tinha acabou destruído

It's a little too late for you to come back
É um pouco tarde para você voltarSay it's just a mistake
Dizer que foi apenas um erroThink I'd forgive you like that
Pensar que eu o perdoaria de qualquer jeitoIf you thought I would wait for you
Se você pensou que eu esperaria por vocêYou thought wrong
Se enganou
But you're just a boy
Mas você é apenas um garotoYou don't understand
Você não entende
And you don't understand, oh
E você não entende
How it feels to love a girlComo é amar uma garotaSomeday you wish you were a better man
Algum dia você vai desejar ter sido melhor

You don't listen to her
Você não a escutaYou don't care how it hurts
Não se incomoda de magoar
Until you lose the one you wanted
Até que você perde aquela que queria'Cause you're taking her for granted
Porque estava certo de que não perderia
And everything you had got destroyed
E tudo que você tinha foi destruído

But you're just a boy
Mas você é apenas um garoto

Tradução: Míriam Martinho

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Impacto ambiental do consumo de carne

Vista-se é um site vegano bem legal, cheio de notícias, imagens e vídeos sobre vegetarianismo, ambientalismo e direitos dos animais. Tem dicas de produtos ecologicamente corretos, dicas de restaurantes, folhetos para baixar, etcetera. Uma das páginas mais legais é a passeata vegetariana, uma página em flash cheia de imagens de cartazes criativos e contundentes condenando o consumo de carne. Tem imagens com a Rita Lee e o Paul MacCartney.

De lá também fiz o download do áudio abaixo de uma fala do Arnaldo jabor sobre o impacto do consumo de carne no planeta. Essa fala do Arnaldo demonstra que as batalhas cotidianas dos ambientalistas para salvar a Terra já encontram eco nos formadores de opinião.

A propósito, não como carne. E você?

segunda-feira, 30 de março de 2009

A fera nossa de cada dia!

Esta semana que passou quase me vi envolvida num tremendo barraco pelo grande crime de não ter lido e não ter comentado um texto que me enviaram como circular num e-mail. Por conta da minha longa militância, algumas pesquisadoras, que já me entrevistaram, pedem meu parecer sobre suas teses. Muitas vezes, pela correria da vida cotidiana, deixo de comentar de imediato ou levo inclusive tempo para comentar o que me enviam. Nesses casos, contudo, quando sou objetivamente convocada a dar minha opinião sobre algo, pelo menos me sinto na obrigação de me desculpar por não ter lido ou por ter demorado a responder. Nunca me ocorreu, contudo, de alguém me vir com paus e pedras porque não expressei minha opinião sobre um texto. Tá certo que minha opinião vale muito (rsss), mas não é caso para tanto.

Como para tudo, porém, existe uma primeira vez, na semana passada fiz meu debut nesse tipo de imbróglio. Dado o caráter cordial do relacionamento que tinha com a pessoa barraqueira em questão (não sabia que era barraqueira até então) e pelo fato inclusive de estar tentando convencê-la a escrever num projeto coletivo de uma colega em comum (nem de minha iniciativa o projeto é), expliquei que não lera e comentara aquele texto dela, da barraqueira (embora tivesse comentado outros), por ter estado muito ocupada, ao mesmo tempo que busquei incentivá-la a redigir para o projeto coletivo pela idéia do projeto simplesmente. Mas a figura afirmou que, como lia meus textos, apesar de eu não ter pedido que o fizesse, eu tinha a obrigação (como amiga...rsss) de ler e comentar os dela, e, já que não lia os dela, não estava em posição de lhe pedir que escrevesse em nenhum outro lugar (sic). E quanto mais logicamente eu tentava argumentar com a dita, mais enfurecida ela ficava, começando, depois de um certo momento, literalmente a delirar, dizendo-se atacada, perseguida e não sei mais quantas outras. Como vi que estava entrando numa areia movediça porque a figura distorcia tudo o que eu dizia, entendendo inclusive o avesso do que eu falava, encerrei a conversa ponderando que ela estava querendo brigar, mas eu não queria, e desejando-lhe que ficasse bem e se encontrasse. A dita ainda me enviou uma mensagem desaforada, quando então a bloqueei, mas continua pela Web a destilar seu surto e, por certo, a veicular suas alucinações pelos bastidores da vida.

Conversa de louco, não é mesmo? Circulares de textos rolam aos milhares pelas caixas de entrada de todo mundo, por isso mesmo, quando se quer uma opinião de qualquer forma, a gente expressa isso claramente. Se não, entende-se que é facultativo ao destinatário comentar ou não a circular. Claro, todo mundo espera um feedback de tudo que envia, mas ninguém, em estado normal, arma um tremendo barraco porque alguém não leu um texto em particular.

Mas parece mesmo que está todo mundo meio louco, arrumando
brigas por motivos fúteis, como barris de pólvora humanos de pavio super-curto. Em novembro do ano passado, presenciei, mais do que vivi, um outro lance desses de ira despropositada. Ia deixar uma colega no ponto de ônibus, mas antes parei na farmácia, e ela me acompanhou para dar continuidade à conversa que mantínhamos. Estacionei o carro atrás de um outro de vidro fumê, e lá fomos às compras. Quando já estava no caixa, reparo que a pessoa do carro de vidro fumê manobrava, tentando sair, sabe-se lá por onde, pois não havia espaço para tal, e se aproximava perigosamente do meu carro. Pedi à colega que me acompanhava que fosse dizer @ motorista que esperasse um pouquinho que eu já estava pagando as compras. Minha colega foi e voltou irritada porque a motorista (era uma mulher) fora grosseira com ela, dizendo que tinha o que fazer, coisas do gênero (só ela, né?) em voz alta. Até apressei a caixa, alertando-a que tinha uma atacada ali no estacionamento e que era melhor correr.

Bem, saímos da farmácia e fomos para meu carro. Minha colega pegou a mochila que havia deixado no banco de trás, demos um beijinho de despedida, ela saiu em direção ao ponto de ônibus e eu sentei no banco do motorista, para dar partida no carro, quando se iniciou uma cena inusitada. Minha colega, que já estava a meio caminho do ponto de ônibus, retornou e se dirigindo ao carro de vidro fumê ergueu o braço e exclamou um “como é que é mesmo?”. Depois fiquei sabendo que a motorista havia dito para minha colega que era bom mesmo ela se apressar para não perder a hora na zona (sic). Ato contínuo, saiu do carro de vidro fumê uma versão brasileira do Arnold Schwarzenegger, se dirigiu a essa minha colega soltando fogo pelas narinas, pegou-a pelos ombros e a empurrou. Ela se estatelou no meio fio. Daí que saio eu do meu carro, para acudir a colega, e a barraqueira da motorista do vidro fumê sai do carro dela agora preocupada em controlar seu provável marido pitbulll que ela mesmo atiçara. Os transeuntes começaram a rodear a cena e a dizer para chamar a polícia ao mesmo tempo que xingavam o grandalhão de covarde, assim meio baixinho porque o tamanho do pitt e sua raiva botavam mesmo medo.

Enquanto eu entrava no meu carro de volta, para abrir a porta para minha colega a fim de sairmos dali (ela estava inclusive com um dos cotovelos sangrando), o Arnold também veio para o meu lado fungando e babando. Me senti como naquela cena do Alien III quando o monstro chega bem perto do rosto da Ripley mas não a mata porque sabe que ela estava grávida de outro monstrinho. O Arnold quase encostou o nariz no meu, mas eu mantive a pose e lhe disse que, se me tocasse, a coisa ia ficar feia. Funcionou porque ele se afastou, pude abrir a porta do carro do motorista e do passageiro para minha colega entrar e fugirmos dali. Antes pegamos a placa do veículo do pitt e, posteriomente, fomos à delegacia da mulher dar queixa. Como a colega já tinha problemas osteomusculares, o tombo agravou sua condição, estando até hoje na base da fisioterapia.

Coisa de louco, não é mesmo? Como é que alguém pode estar tão alterado a ponto de agredir outro alguém por que não tem paciência para esperar as manobras de um carro num estacionamento público? E as conseqüências de atitudes como esta? Minha colega poderia ter batido a cabeça no meio fio e ter sofrido algo bem mais sério do que problemas nas articulações.

Cito esses dois casos porque são os mais recentes que vivi, mas não são os únicos e não sou a única a ter vivido ou presenciado atitudes deste tipo principalmente em cidades como São Paulo. Tem muita gente que perde até a vida em simples brigas de trânsito, de bar, de rua. Gente que nunca sequer lhe viu, por qualquer picuinha, se toma de fúria descontrolada e parte para a baixaria verbal ou física num piscar de olhos.

O senso comum diz que há muitas pessoas por aí, carregadas de frustrações, desapontamentos, que buscam descarregar em outras pesssoas seus infortúnios, e o mais certo é simplesmente não deixar que elas lhe façam de lixeira. Sem dúvida, manter a cabeça fria em momentos de ataques alheios, súbitos e sem sentido, pode minimizar realmente as conseqüências dos atos dos destemperados sobre nossas vidas. Mas creio que é necessário uma análise mais ampla das sociedades que, cada vez mais, produzem gente assim tão irada, tão egoísta, tão amarga, tão de mal com a vida.

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