8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O debate sobre a responsabilização de adolescentes criminosos não pode ser tabu!

A dentista Cinthya Magaly Moutinho
 de Souza foi queimada viva por um menor
O debate sobre a redução da maioridade penal no Brasil é praticamente um tabu. Obviamente, reduzir a maioridade penal por si só, sem medidas complementares, serviria apenas para dar um pouco de coerência ao sistema, já que da mesma forma que não existe mulher meio grávida não existe gente meio responsável. Hoje um adolescente é considerado responsável para votar e decidir os rumos do país mas não é responsável pelos delitos que comete, mesmo quando são crimes hediondos. Do ponto de vista criminal, contudo,  a mera redução da maioria penal, não faria lá grandes diferenças.

Entretanto, as propostas de alteração do ECA, em debate hoje, nem passam pela redução da maioridade penal, dada à objeção absurda dos que defendem a inimputabilidade de adolescentes que botam fogo em pessoas e porque há dúvidas sobre se se trata ou não de cláusula pétrea da constituição (não passível de emenda portanto). De fato, a maior parte das propostas defende apenas o aumento da pena para os adolescentes que cometeram crimes hediondos. A própria relatora do ECA (em 1990), a ex-deputada Rita Camata, apresentou projeto, dez anos depois da efetivação do estatuto, prevendo a ampliação dos prazos de internação nos casos de crimes hediondos e ligados ao tráfico de entorpecentes (hoje os menores de 18 anos só podem ficar presos por 3 anos). Proposta do governador Geraldo Alckimin, de 2003, relançada agora, vai no mesmo sentido.

De qualquer forma, o problema dos que  defendem encarniçadamente a não redução da maioridade penal é a base falaciosa sobre a qual assentam seus argumentos. Partem do princípio de que as condições sociais são os únicos determinantes na vida dos indivíduos e que as péssimas condições dos presídios brasileiros justificariam a impunidade para bandidos juvenis que cometem crimes hediondos.

Entretanto, basta dar uma olhada nos chamados países mais desenvolvidos para ver como essa história não se sustenta. Nos países escandinavos, que detêm os melhores índices sociais e democráticos do planeta (agora inclusive estão sendo apontados como modelos econômicos também), a maioridade penal é de 15 anos, e os adolescentes infratores são julgados de acordo com a gravidade de seus delitos. O sistema prisional desses países não é o inferno de Dante do brasileiro, mas não se coloca um adolescente na cadeia apenas por ter cometido um furto (há penas alternativas). Agora, adolescente que ateia fogo nos outros seguramente vai para as grades, por bom tempo, que é o lugar desse tipo de gente em qualquer parte do mundo civilizado.

É o que deveria ser feito no Brasil. Na prática, os que tratam adolescentes que cometem crimes hediondos como tadinhos, vítimas das condições sociais, apenas reforçam a impunidade que permite que esses crimes se multipliquem. Algumas vítimas, por serem de classe média ou alta, são até responsabilizadas pela violência que sofreram, criando assim uma dupla moral no tocante aos direitos humanos. Na prática, todos nós, os não-criminosos, é que viramos vítimas indefesas em potencial! Sem falar que a impunidade desses menores delinquentes, tão flagrantemente injusta, colabora sobremaneira para a degradação democrática do país.

Da vontade de cantar: Dear Prudence, won't you come out and play? (Querida prudência, por que não dá as caras?)

Ver também vídeo abaixo e  bom texto de José Serra no Estadão sobre o assunto.
 

terça-feira, 30 de abril de 2013

Contra o voto obrigatório!

Vote limpo

Ruth de Aquino
É muita cara de pau exigir do eleitor brasileiro que “vote limpo”. Como se a lisura de nossa democracia dependesse de mim e de você. Durante dois meses, a televisão transmitiu 20 vídeos por dia para convencer o cidadão “infrator”, que não votou nas três últimas eleições, a pagar multa e regularizar sua situação. A campanha custou R$ 184 mil – de verba pública. E ameaçava punir pesado. O prazo terminou na última quinta-feira, 25 de abril.

Havia mais de 1,5 milhão de eleitores em falta com a Justiça Eleitoral. Desses, 129 mil ficaram “quites” nos últimos dias. O resto, pau neles. São maus cidadãos. O título de eleitor será cancelado, serão impedidos de tirar documento de identidade e passaporte, não poderão obter alguns empréstimos nem se matricular em qualquer escola ou universidade pública.

Não está certo. Um país que se gaba de ser uma democracia consolidada não pode transformar um exercício de cidadania num dever draconiano. Se não votarmos por impedimento geográfico ou inapetência pelo jogo sujo dos políticos, somos obrigados a nos justificar? Entre as dez primeiras economias do mundo, o Brasil, em sétimo lugar, é o único país a manter o voto obrigatório. Quem defende essa excrescência fala “em nome da representatividade”, mesmo forçada.

Os intelectuais adeptos do voto compulsório dizem que, se o voto for facultativo, menos pobres e mais ricos votarão – e o resultado da eleição será distorcido em favor da elite. É uma bobagem. Reforça a tese discriminatória de que “pobre não sabe votar”. Tantos países ricos têm lamentado a alta abstenção nas eleições. É cansativa, preconceituosa e ilusória essa tentativa de dividir as opiniões, as ideologias e a consciência da sociedade entre ricos e pobres. Como se a vontade de votar dependesse do contracheque. E como se os ricos tivessem mais motivo para votar.

Uma democracia consolidada
não pode transformar
um exercício de cidadania
em dever draconiano 

O voto obrigatório mascara o real interesse da população na eleição. Faz muita gente (de todas as classes sociais) eleger “rostos conhecidos” ou “amigos de amigos”. Falta maior consciência do eleitor, falta educação política? Falta. O voto facultativo levaria às urnas quem acha que sua escolha pode mudar o atual estado de coisas. Falta vergonha na cara dos políticos, falta transparência nos gastos públicos? Falta. O voto facultativo obrigaria o Estado a fazer campanhas sobre a importância de participar do processo democrático. Obrigaria os políticos a se preocupar mais com sua ficha corrida e a prestar contas de seus atos. O voto seria dado com consciência e por convicção, não por medo de pagar multa. Hoje, no Brasil, o cidadão que não está em dia com a Justiça Eleitoral “não está em pleno gozo de seus direitos civis”.

Ora, diante de um Renan Calheiros presidindo o Senado... Diante do pastor Feliciano cuidando dos Direitos Humanos... Diante da presença dos mensaleiros José Genoino e João Paulo Cunha e do deputado Paulo Maluf na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara... Diante do senador cassado Demóstenes Torres como promotor vitalício no Ministério Público em Goiás... Diante da manobra casuísta do governo Dilma para boicotar futuros potenciais adversários em 2014, como a ex-senadora Marina da Silva... Diante da lentidão da Justiça, que pode devolver à vida pública o ex-governador condenado do Distrito Federal José Roberto Arruda... Diante da censura do PT nacional a qualquer crítica aos Sarneys na TV do Maranhão, por pedido de Roseana a José Dirceu... Diante do salário de R$ 15 mil para garçom que serve cafezinho no Senado, nomeado por ato secreto... Bem, diante de tudo isso, qual eleitor e cidadão está “em pleno gozo” de alguma coisa? Eles é que estão gozando com a gente. E ainda exigem que eu vote limpo.

Na briga entre Congresso e Supremo, com quem fica a palavra final? É uma briga chata de doer. Não há santos nem no Judiciário nem no Legislativo. Mas o momento favorece o Supremo. É no Congresso que condenados e cassados se locupletam. O deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), autor da emenda contra o STF, se queixa de que “o Judiciário vem interferindo em decisões do Legislativo; há uma invasão de competência”. Ou seria “de incompetência”?

Ao ver na semana passada as imensas filas diante de cartórios para justificar a “infração eleitoral”, fiquei constrangida. O voto obrigatório ofende a democracia, desonra a expressão “direito de voto”. Se posso anular meu voto ou votar em branco, por que sou obrigada a comparecer às urnas? Voto porque quero, mas respeito quem não quer. O Brasil se livrou da ditadura. Numa democracia formal, o eleitor vota se quiser, se algum candidato o representar e se achar que sua opinião conta. Um dia essa obrigação cairá, por bom-senso. Por enquanto, se os políticos querem um voto limpo, façam sua parte. Comportem-se.

Fonte: Época Online

segunda-feira, 29 de abril de 2013

1 De Maio pelo Estado de Direito no Brasil


BRASÍLIA -- Esplanada dos Ministérios. Concentração: congresso nacional
BA - SALVADOR -- Farol da Barra
CE - FORTALEZA -- Aterro da Praia de Iracema (em frente ao Ideal Clube)
ES - VITÓRIA -- Em frente a Assembléia Legislativa
GO - MORRINHOS -- Praça do Mercado
MG - BELO HORIZONTE - 10H00 -- Praça da Liberdade (de novo - 10H00)
MG - PONTE NOVA -- Praça de Palmeiras
PE - RECIFE -- Marco Zero
PR - CURITIBA -- Praça Tiradentes, Centro
RJ - RIO DE JANEIRO -- Avenida Atlântica, em frente a rua Siqueira Campos
SC - FLORIANÓPOLIS -- Praça Tancredo Neves, em frente ao Fórum, Centro
SP - SÃO JOSÉ DOS CAMPOS -- Praça Afonso Pena
SP - TAQUARITINGA -- Praça do Balão
SP - SÃO PAULO -- MASP - Av. Paulista

Mais informações: Pelo Estado Democrático de Direito

sábado, 27 de abril de 2013

Principais marcas que NÃO testam em animais!


PRESTIGIEM AS MARCAS QUE NÃO TESTAM SEUS PRODUTOS NOS BICHOS E ASSINEM E COMPARTILHEM A PETIÇÃO PEDINDO PARA AS EMPRESAS COLOCAREM O SELO DE NÃO TESTADO EM ANIMAIS EM SEUS RÓTULOS.

NOSSA BELEZA E LIMPEZA NÃO PODEM DEPENDER DA TORTURA A SERES VIVOS!

Queremos o selo NÃO TESTADO EM ANIMAIS em produtos de higiene pessoal e limpeza!


sexta-feira, 26 de abril de 2013

A difícil hora da América Latina com tantos governos autocráticos

Cristina Kirchner e Nicolás Maduro, muito em comum
Governos autocráticos tentam ignorar a opinião pública

Maduro mantém confronto que exclui quase 50% dos venezuelanos, enquanto Cristina impõe reformas que poderão enfraquecer ainda mais a democracia argentina

O kirchnerismo e o chavismo têm vários pontos em comum. A Venezuela de Chávez socorreu financeiramente a Argentina dos Kirchner em momentos difíceis, e enviou recursos para a campanha de Cristina. O chavismo, com a morte do comandante, passa agora, guardadas as devidas proporções, pela situação que o kirchnerismo conheceu com a morte de Néstor. O futuro de ambos os movimentos é incerto, como o demonstra a apertadíssima — e sob vários aspectos suspeita — vitória do “filho de Chávez”, Nicolás Maduro, sobre o candidato das oposições venezuelanas, Henrique Capriles.

Na Argentina, a morte de Néstor, em 2010, destruiu o esquema de “sucessão matrimonial” pelo qual ele deveria suceder a Cristina. Diferentemente da Venezuela, onde Chávez logo aplicou o “kit bolivariano” para assegurar o direito à reeleição indefinida, o kirchnerismo ainda não obteve a emenda constitucional que garanta à presidente o terceiro mandato consecutivo. Mas também não desistiu da ideia.

O chavismo pode estar vivendo seu ocaso. Maduro não é Chávez , e os problemas econômicos e sociais da Venezuela são imensos. O kirchnerismo, por sua vez, não tem herdeiro aparente, e o governo autocentrado de Cristina leva a Argentina rumo ao isolamento, em meio a graves desequilíbrios econômicos e sociais, embora o PIB cresça por força da agroindústria.

Ambos são regimes acuados cuja reação é governar apenas para seus partidários. Algo gravíssimo na Venezuela, que saiu das eleições rachada ao meio. As primeiras declarações e medidas de Maduro mostram que ele opta pela exclusão dos quase 50% que votaram na oposição. Altos círculos chavistas planejam uma caça às bruxas no serviço público para excluir os suspeitos de terem votado em Capriles ou não terem demonstrado o esperado fervor chavista. A tática do confronto é temerária.

O casal K nunca levou em conta críticas, opiniões e sugestões, o que se agravou com Cristina. A Argentina está atrasada na aplicação do “kit bolivariano”, e a presidente corre contra o tempo. Sua obsessão é aprovar uma reforma que politizará o Poder Judiciário, permitindo ao governo manipulá-lo. Os parlamentares deverão examinar hoje o projeto, e têm a imensa responsabilidade de manter a independência do Judiciário. É difícil, pois o governo tem maioria no Congresso. Se a reforma passar, Cristina terá mais poder para aplicar outro instrumento de inspiração chavista: a Lei de Meios, que visa a enfraquecer empresas de comunicação, como o Grupo Clarín, críticas do governo.

Na Venezuela, a liberdade de expressão foi praticamente suprimida, e as instituições desmontadas. Na Argentina, algumas instituições democráticas ainda resistem. Mas estão sob o cerco de um regime autoritário e populista que quer impor ao país um receituário chavista que agora se mostra claramente falido.

Fonte:
O Globo, Editorial, 24/04/2013

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