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A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Apoie o projeto de lei que reivindica o voto impresso

Voto impresso como no Japão
Divulgando o projeto de iniciativa popular do Movimento Voto Transparente que altera, acrescenta e revoga dispositivos da Lei nº 9.504, de 30 setembro 1997, para atualizar o artigo 5º da lei 12.034 de 2009, com vistas à regulamentação do uso e da fiscalização voto eletrônico nas eleições.

Segue o texto de divulgação do projeto e links para o mesmo e para o site onde você poderá participar do abaixo-assinado:

Brasileira/ Brasileiro,

"Se a Urna Eletrônica não imprimir, o seu voto pode sumir!" 

Assine, portanto, o abaixo-assinado de apoio ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular, que busca ELEIÇÕES LIMPAS com voto eletrônico e impresso, seguro, transparente e confiável, ao ponto de permitir a conferência do voto eletrônico com a cópia impressa, recontagem dos votos, auditagem independente da apuração e fiscalização externa.

Acesse Voto Transparente, veja os vídeos, divulgue ao máximo e no momento oportuno, cobre urgência dos congressistas e das autoridades empenhadas no processo eleitoral brasileiro. 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

FHC: PSDB liberal na economia, social-democrata nas políticas públicas e progressista nos costumes


Fernando Henrique "ouvindo" meu clamores contra o oportunismo de conservadores e os ataques dos petralhas, escreve mais um de seus textos lúcidos e afinados. Destaco o seguinte trecho:

Carlos Mello, em artigo publicado neste jornal, afirmou que o PSDB era originariamente "liberal na economia, social-democrata nas políticas públicas e progressista nos costumes". Essa poderia continuar a ser a mensagem do partido, desde que se acrescente ao liberalismo econômico o contrapeso de um Estado atuante nas agências reguladoras e capaz de preservar instituições-chave para o desenvolvimento, como a Petrobrás e os bancos públicos, sem chafurdar no clientelismo e na confusão entre público e privado. O progressismo nos costumes implica a defesa da igualdade de gênero, o apoio às medidas racionais de compensação social e racial, bem como políticas modernas de controle da violência e das drogas que não joguem as populações pobres contra os governos. Sem esquecer que o crescimento do produto interno bruto (PIB) só é satisfatório quando respeita o meio ambiente e beneficia a maioria da população.

Hora de Balanço

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO - SOCIÓLOGO, FOI PRESIDENTE DA REPÚBLICA - O Estado de S.Paulo

As eleições municipais foram um prato cheio para análises, avaliações, distorções e apostas. Os resultados eleitorais foram muito dispersos. Dão margem para tudo: ganhou o PT, pois levou São Paulo; perderam Lula e o PT, pois no Norte e no Nordeste o PSDB e o DEM ganharam várias capitais e cidades importantes. Ou ainda: o PSDB foi "dizimado" no Sudeste. Ao que replicam os oposicionistas: quem perdeu foi Lula, derrotado em Salvador, Campinas, Manaus, Fortaleza, etc.

Se o PSDB era um partido "do Sudeste", expandiu-se no Norte e no Nordeste. O próprio DEM, candidato à extinção, segundo muitos, derrotou o lulopetismo em Salvador, Aracaju e Mossoró. Juntos, PSDB e DEM levaram 7 das 15 maiores cidades da região: no bunker petista das eleições presidenciais a oposição encontra agora fortes bases de apoio. O mesmo se diga sobre o Norte.

As avaliações sobre quem venceu podem ser discutidas a partir de vários critérios: número de prefeituras - o PMDB manteve a dianteira com cerca de mil, o PSDB tem 698 e o PT, 636 -, número de votos obtidos, etc. Há, entretanto, dificuldades para uma avaliação objetiva. Por exemplo, em Belo Horizonte ganhou o PSB, aliado ao PSDB. Mas os votos são dos socialistas ou do PSDB de Aécio Neves? O mesmo se diga de Campinas. Bastaria mudar o cômputo dessas duas cidades para alterar a posição relativa dos partidos no rol dos vencedores.

O PT pode se gabar de haver ganho São Paulo. Mas deve reconhecer que seu avanço no País foi tímido para quem queria obter mil prefeituras e detém as rédeas do poder federal e as chaves do cofre. Manteve 16 prefeituras nas cidades com mais de 200 mil habitantes, ante as agora 15 do PSDB, que antes tinha apenas 10. O PMDB, sem vitórias expressivas fora do Rio de Janeiro, guardou, contudo, uma rede importante de prefeituras: nas cidades com mais de 100 mil habitantes ganhou em 45, ficando o PSDB com 48 e o PT com 54. São esses os três partidos com maior capilaridade no eleitorado brasileiro. O PSDB manteve a posição sendo oposicionista e, portanto, com maior dificuldade para obter recursos financeiros e políticos.

O PSB teve dois êxitos significativos: derrotou o lulopetismo no Recife e em Fortaleza. Isso abre margens à especulação sobre suas possibilidades para as eleições presidenciais, com uma cisão no bloco que até agora apoia o governo Dilma Rousseff. A divisão dos eleitores continua sendo entre governistas e oposicionistas. Daí a peculiaridade da situação do PSB, que, governista, derrotou o partido hegemônico no governo, o PT. Prosseguirá nesse rumo? Difícil responder. Para ocupar posições polares num sistema organizado entre governo e oposição é preciso dispor de base social e rumo político. Se o PSB vier a disputar com chances de êxito as presidenciais, terá de ser identificado pelo eleitorado como diferente do lulopetismo, ainda que não oposto a ele. E terá de obter apoio em amplos setores sociais em função dessas diferenças. Uma coisa é ganhar votos nas eleições municipais e outra, nas federais.

A consideração vale para o PSDB. Apesar das críticas de que o partido não faz oposição vigorosa, conseguiu se manter como seu carro-chefe. Em São Paulo ganhou 176 prefeituras, ante 67 do PT. E mesmo na capital, arrastando o desgaste da administração local, obteve 40% dos votos. Elegeu candidatos de nova geração, como os prefeitos de Botucatu, João Cury, de Americana, Diego de Nadai, e de Votuporanga, Junior Marão, com votações muito expressivas. Em Maceió, Rui Palmeira venceu no primeiro turno. Em Blumenau, Napoleão Bernardes ganhou no segundo, assim como, em Pelotas, Eduardo Leite. Mariana Carvalho, em Porto Velho, sem se eleger, teve boa votação. O PSDB renovou os quadros, mas não fez o erro de dispensar os mais experientes: Arthur Virgílio, em Manaus, Firmino Filho, em Teresina, ou, para mencionar um entre os veteranos paulistas, o prefeito de Sorocaba, Antonio Carlos Pannunzio, são exemplos disso.

Ser jovem não assegura ser portador de mensagem renovadora e tê-la é a questão estratégica central. Carlos Mello, em artigo publicado neste jornal, afirmou que o PSDB era originariamente "liberal na economia, social-democrata nas políticas públicas e progressista nos costumes". Essa poderia continuar a ser a mensagem do partido, desde que se acrescente ao liberalismo econômico o contrapeso de um Estado atuante nas agências reguladoras e capaz de preservar instituições-chave para o desenvolvimento, como a Petrobrás e os bancos públicos, sem chafurdar no clientelismo e na confusão entre público e privado. O progressismo nos costumes implica a defesa da igualdade de gênero, o apoio às medidas racionais de compensação social e racial, bem como políticas modernas de controle da violência e das drogas que não joguem as populações pobres contra os governos. Sem esquecer que o crescimento do produto interno bruto (PIB) só é satisfatório quando respeita o meio ambiente e beneficia a maioria da população.

Renovar implica comunicar-se melhor, usando linguagem contemporânea nas mídias televisivas e eletrônicas. Mas não basta a pregação durante o período eleitoral. É preciso a reiteração cotidiana das crenças e dos valores partidários, para reagir à tentativa dos adversários de estigmatizar o PSDB como o partido "dos ricos", privatista a qualquer custo e arrogante. Perguntem aos pobres de Maceió, Teresina, Belém ou Manaus em que partido votaram e verão que a identificação com os partidos se dá mais pela mensagem e pelas características de quem a proclama e a quem se dirige do que por classificações abstratas de segmentos sociais. Sem deixar de ser um partido modernizador, o PSDB, como escrevi tantas vezes, deve se dirigir aos mais pobres, mas também às classes médias, tanto às antigas como às camadas que aumentaram a renda, mas ainda não têm identificação social própria.

É esse o caminho para êxitos futuros.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O óbvio ululante: conservadores querem mesmo sequestrar o PSDB \lol/


Imagem que mostra bem o quanto a vitória de ACM Neto na Bahia
 tem a ver com nostalgia de valores conservadores. Como sabem 50 é o número do PSOL
Reproduzo abaixo texto do ultraconservador "filósofo" Olavo de Carvalho, intitulado O Óbvio Esotérico, em mais uma sequência da franquia As tentativas conservadoras de sequestrar o PSDB. Abordei essa novela do sequestro dos tucanos no período antes das eleições e logo após a derrota de Serra, em vários textos,  e agora transcrevo o artigo do tal OV como mais uma prova da pertinência do que observei.

Esse texto do apelidado ogro medieval segue na mesma linha das intenções de sequestro da alma dos tucanos que conservadores publicaram durante e depois dessa última eleição em artigos e vídeos. Isso nos leva a ponderar que não se trata apenas de comentários aleatórios, mas sim de uma certa tentativa concatenada de usurpação simbólica de um partido de centro-esquerda pelos pontas da direita. 

Então, assim, o PSDB está mesmo em apuros: o PT quer lhe matar o corpo, e os conservadores querem lhe roubar o espírito, com a desculpa esfarrapada de que os tucanos, para vencer os petistas, precisam jogar sua história na lata do lixo e adotar um discurso conservador sem concessões nem atenuações.

Gozado é que eles, "cons", não explicam as razões para a inexistência de um partido conservador em um país - segundo eles - essencialmente conservador. Também não explicam porque seu Serra que tantas vezes chegou à prefeitura e ao governo de São Paulo, sendo fiel a sua história centro-esquerdista, só venha colhendo derrotas desde que passou a flertar com o conservadorismo.
Por um simples raciocínio, juntando as duas coisas, pode-se deduzir que se Serra ou outro tucano passar do flerte ao namoro e - pior - ao casamento com os "cons", a tendência é de que - aí assim - siga inapelavelmente para o brejo. :)

Como já disse em outro texto, é preciso ser muito idiota para não perceber que os "cons" querem um partido pronto onde se locupletarem em vez de ter o trabalho de organizar um. Seria só cômico se não fosse também um pouco preocupante, dada à falta de rumos do PSDB. Se a oposição, que já é pequena e débil, sucumbir ao oportunismo desse conservadores, o país ficará decididamente parecendo um programa do Ratinho versus o TV Brasil. Toc, toc, pé de pato, bangalô três vezes!!! E segue o texto!

O Óbvio Esotérico

Neste país, o óbvio vai-se tornando cada vez mais um segredo esotérico, só acessível a um círculo de iniciados: num campeonato de esquerdismo, vence, por definição, o mais esquerdista.

A derrota do sr. José Serra em São Paulo demonstra, pela enésima vez, que é impossível vencer o PT e seus aliados sem fazer precisamente as duas coisas que a oposição tem evitado a todo preço: (1) livrar-se do resíduo ideológico “politicamente correto”, adotando um discurso conservador sem concessões nem atenuações; (2) denunciar incansavelmente a aliança criminosa de partidos comunistas e quadrilhas de narcotraficantes – o Foro de São Paulo.

Quem duvida que o sucesso de Magalhães Neto, em contrapartida, deveu muito à nostalgia de um conservadorismo linha-dura que o seu nome de família ainda evoca na imaginação do eleitorado baiano? Antonio Carlos Magalhães nunca foi um conservador em sentido estrito, mas, faute de mieux, a esquerda fez dele o símbolo quintessencial da direita, e, ao menos nos seus últimos anos, ele vestiu a camiseta com alguma bravura, cujo prestígio agora reverte em benefício do seu neto.

Uma das razões mais óbvias do triunfo da esquerda, não só no Brasil mas em toda parte, é a solidariedade profunda, a aliança inquebrantável entre seus setores moderados e radicais, sempre articulados para bater no adversário com duas mãos. Na direita, ao contrário, os moderados, menos ciosos do seu futuro político que da imagem que exibem na mídia esquerdista, tratam de marcar distância dos radicais, seja fingindo ignorá-los, seja mesmo insultando-os, ao menos da boca para fora.

A mensagem que isso transmite ao eleitor é clara: o esquerdismo é um remédio bom, do qual se pode, no máximo, discutir a dosagem; o direitismo, ao contrário, é um veneno que só pode ser bom em doses mínimas.

É preciso ter subido muito na escala da idiotice para não entender que isso é a política de quem já se acostumou tanto com a derrota que já não pode viver sem ela.

O PT não se inibe de aliar-se ao PSOL, ao PSTU, aos Sem-Terra e até, mais discretamente, às Farc. Mas quem pode imaginar os homens do DEM – para não falar de José Serra – posando numa foto em visita, mesmo de pura cortesia, ao Instituto Plínio Correia de Oliveira ou ao Clube Militar? Cito essas entidades de caso pensado: elas nada têm de radical, mas assim as rotulou a mídia esquerdista para isolá-las da direita oficial, que, como sempre, aceitou servilmente jogar segundo a regra imposta pelo adversário.

O mais elementar bom-senso político ensina que toda maioria moderada precisa dos radicais - ou de quem o pareça - para dizer em público o que ela não pode dizer. Ensina também que a minoria enfezada só pode ser posta sob controle quando inserida numa aliança. A esquerda já aprendeu isso há décadas. A direita nem começou a pensar no assunto.

Na França, a vitória da esquerda teve como causa principal ou única a impossibilidade de um diálogo entre a direita gaullista e o Front National. Nos EUA, em 2008, John McCain jamais teria perdido a eleição se não houvesse caprichado tanto naquele bom-mocismo centralista que os conservadores abominam. E no Brasil o sr. José Serra teria tido uma carreira mais brilhante se atirasse à lata de lixo da História um passado esquerdista que, quanto mais ostentado, mais honra e eleva a imagem dos seus inimigos. Desculpem-me por insistir no óbvio, mas, neste país, o óbvio vai-se tornando cada vez mais um segredo esotérico, só acessível a um círculo de iniciados: num campeonato de esquerdismo, vence, por definição, o mais esquerdista. O eleitorado brasileiro é maciçamente conservador, mas, não tendo quem o represente na política (e por que não existe um partido conservador?), acaba votando a esmo, conforme simpatias de momento ou interesses de ocasião que no fim o tornam tão corrupto, ao menos psicologicamente, quanto os políticos que ele despreza. O voto interesseiro vai, necessariamente, para quem está no poder, para quem controla a usina de favores. A oposição teria tudo a ganhar se contrapusesse a esse estado de coisas um discurso ideologicamente carregado, restaurando o senso da política como conflito de valores em vez de mera disputa de cargos. Mas ela não vai fazer isso. Há tempos ela já se persuadiu de que acumular derrotas é mais confortável do que fazer um exame de consciência.

Quem quiser ouvir também o autor do texto - à guisa de estudo de certas mentalidades - lendo esse texto, com comentários à parte, acesse o canal do dito no youtube.

Fonte: Diário do Comércio, 01/11/12

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Nosferatu (Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens) - filme completo

Nosferatu (1922)
Atenção: Nosferatu, terá sessão ao ar livre e de graça no Parque Ibirapuera (zona sul), nesta sexta-feira (dia 2), às 20h.


Baseado no livro de Bram Stoker, Drácula, o diretor alemão F.W. Murnau fez sua obra-prima expressionista, chamada Nosferatu, em 1922. Como a viúva de Bram Stoker não autorizou Murnau a utilizar o livro do marido, o diretor alterou, a princípio, o nome dos personagens de seu filme para evitar problemas com direitos autorais, sem sucesso de qualquer forma. 

Na versão abaixo, contudo, a referência ao livro está presente, e os personagens com os nomes que aparecem na obra literária. Para quem ainda não conhece, um corretor de imóveis, Harker (Gustav von Wagenheim), vai vender um imóvel, da capital londrina, para um conde, chamado Drácula, (Max Schreck), em seu sinistro castelo nos Montes Cárpatos (Transilvânia). Ainda no castelo, o corretor se dá conta de que seu anfitrião não é humano ao vê-lo acomodar-se em um caixão para a viagem de navio à sua nova casa. 

Antes de chegarem a seu destino, toda a tripulação do navio é morta pelo vampiro. Na sequência, uma série de mortes misteriosas, atribuída a uma praga, passa a ocorrer em Londres (no início do filme, contudo, citam Bremen, na Alemanha). A esposa do corretor, Nina (Greta Schroeder), sabe que as mortes são causadas por Nosferatu. Percebendo que ela o atrai, oferece-se em sacríficio, para mantê-lo entretido até o raiar do sol, levando-o à destruição. 

Filmado em locações da Europa Central, com sombras dramáticas e ângulos baixos que intensificam a impressão de que o vampiro sobrepuja já em tamanho suas vítimas, além do espanto que provoca a maquiagem medonha aplicada à Max Schreck, Nosferatu mantém um clima de terror  atemporal. Sua originalidade técnica influenciará outros famosos diretores como Orson Welles e o mestre do suspense, Alfred Hitchcock. Fora que no remake do filme, feito por Werner Herzog em 1989, Nosferatu, o Vampiro, o ator Klaus Kinski usará a mesma maquiagem do Nosferatu original, apenas mais aprimorada. 

Abaixo, o vídeo do filme completo e sua ficha resumida.

Título original: (Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens)
Lançamento: 1922 (Alemanha)
Direção: F.W. Murnau
Atores: Max Schreck, Greta Schröder, Karl Etlinger, John Gottowt.
Duração: 80 min
Gênero: Terror

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