8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

quinta-feira, 11 de março de 2010

Demétrio Magnoli no Fórum Democracia e Liberdade de Expressão: Uma aula sobre o PT 2

quarta-feira, 10 de março de 2010

Demétrio Magnoli no Fórum Democracia e Liberdade de Expressão: Uma aula sobre o PT 1

Na minha postagem, sobre o Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, disse ter lamentando haver perdido exatamente a fala de Demétrio Magnoli e que estava aguardando a disponibilização da fala dele em vídeo. Como acompanho os textos de Magnoli, sabia que provavelmente deveria ter sido uma excelente fala. E não deu outra. Magnoli deu uma aula sobre a constituição do PT desde seus primórdios até o ponto em que chegou hoje. Esse ponto em que o partido chegou hoje é de crucial importância para entender o que temos pela frente na hipótese funesta da vitória de Dilma. Daí que resolvi então postar essas aulas aqui no blog nos próximos dias. Segue agora o vídeo número 1.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Feliz Dia Internacional das Mulheres!

Ontem, comemorou-se o dia internacional da mulher, mas a origem da data é controversa. De fato, a "história" que sempre se contou sobre a origem do evento é fictícia, uma mistura de eventos reais desconexos no tempo a que se deu foro de verdade pela repetição sistemática. Recentemente, pesquisadoras se debruçaram de fato sobre a História do mito e o dissecaram. Ontem, postei um artigo sobre o assunto, no site da Um Outro Olhar, que convido os leitores do blog a conhecer, clicando aqui.

Vale salientar que a ideia da celebração de um dia internacional da mulher é verdadeira e permanece importante comemorar esse dia, sabemos todas de bom senso. Mas é importante também conhecer as origens reais das histórias que contamos em geral de boa fé.

Aproveito para dizer que a música abaixo é da Marina Elali e foi trilha sonora do filme Se eu fosse você I. Uma música simples, mas no ponto.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Homenagem a Johnny Alf! Eu e a brisa!

Johnny Alf, precursor da bossa-nova, genial para muitos, nunca teve sua obra devidamente reconhecida em vida, nem quando se comemoraram os 50 anos da bossa-nova.

Filho de uma doméstica, negro, pobre e homossexual, Alfredo José da Silva, nasceu na Vila Isabel de Noel Rosa (1910-1937), no Rio de Janeiro, no dia 19 de maio de 1929 e faleceu em Santo André (SP) em 4 de março de 2010. Por intermédio de uma amiga da família, onde sua mãe trabalhava, ele pode aprender piano clássico, o que lhe deu sólida formação musical.

Sua motivação para compôr, contudo, segundo dizia, foram os filmes musicais norte-americanos, com trilhas sonoras assinadas por gente do gabarito de George Gershwin e Cole Porter. Fora essa influência cinematográfica, Alf também se inspirava no cantor Nat King Cole e naturalmente no jazz. Também gostava de seus contemporâneos Lúcio Alves e Dick Farney que já apresentavam um canto mais cool, jazzístico e sofisticado prenunciando a bossa-nova. Com todas essas influências de qualidade, não espanta que o moço tenha sido precursor do estilo de música brasileira que mais sucesso fez no exterior.

Sua carreira profissional se iniciou, em 1952, como pianista, numa casa noturna de propriedade do radialista César Alencar, no Rio, e logo teve algumas de suas composições, como O Que É Amar, Estamos Sós, Escuta e Podem Falar, gravadas por uma cantora de rádio da época chamada Mary Gonçalves.

Depois, como cantor, Alf também se destacou por utilizar a voz num registro diferente do que se empregava em seu tempo, de forma suave e quase instrumental, fazendo a cabeça de uma plateia vip que acompanhava seus shows noturnos, composta de gente como João Gilberto, Tom Jobim, Carlos Lyra, João Donato, entre outros. Gente que lançaria a bossa-nova oficialmente 5 anos depois de conhecê-lo e sob sua influência.

Alf gravou apenas 13 álbuns em toda sua carreira, mas deixou alguns clássicos como o LP Rapaz de Bem, de 1961, e músicas como Eu e a Brisa, Ilusão à Toa  e  O Que É Amar. Sua partida deixa o Brasil mais pobre musicalmente, mas, de qualquer forma, não resta dúvida que a trilha sonora do atual momento brasileiro jamais poderia ser assinada por alguém com seu grau de sofisticação. Clicando aqui, tem-se acesso a discografia completa do artista.



quarta-feira, 3 de março de 2010

Impressões sobre o I Fórum Democracia e Liberdade de Expressão!















Participei na segunda-feira, dia 01/03, do I Fórum Democracia e Liberdade de Expressão (recebi uma inscrição de cortesia) e perdi apenas o início do evento, que começava às 8:30, pois segunda é rodízio do meu carro e só pude chegar às 11:30 ao Golden Tulip Plaza Hotel (local do simpósio). Infelizmente, não peguei a fala dos convidados estrangeiros e do Demétrio Magnoli, que queria muito ter visto. Aguardo o vídeo no site do Instituto Millenium para me inteirar das primeiras falas também. O vídeo de abertura do evento com Roberto Civita, da editora Abril, já está disponível no site referido.

Mas, enfim, vi 85% do evento e achei a iniciativa para lá de louvável principalmente nesse momento tão angustiante em que nos vemos às voltas com ameaças à democracia a bordo da nau dos insensatos governada por Lula e seu partido de origem. Gostei da maioria das falas, quase unânimes em apontar os perigos que corre a ordem democrática na mira das estrovengas autoritárias das Confecoms e sobretudo do PNDH-3 (Programa Nacional dos Direitos Humanos-3).

Gostei particularmente da fala de Arnaldo Jabor que disse que precisamos sair das abstrações e partir para ações concretas de prevenção dos avanços autoritários, que precisamos sair da defensiva e partir para a ofensiva. Gostei também da fala do Marcelo Madureira (Casseta & Planeta) quando disse que não podia crer estar vivendo de novo – depois de apenas 25 anos do fim da ditadura militar – esse clima de sufoco em relação às liberdades democráticas, com episódios de censura pipocando por todo lado. Veja entrevista do Marcelo para a TV Estadão.

Sinto o mesmo que ele porque é fato. Um dos palestrantes – cujo nome agora me falha a memória, depois retifico o texto – contou a hilária história de uma ONG de aleitamento materno que conseguiu aprovar um projeto proibindo propaganda de chupeta, pois as chupetas iriam contra a nobre arte de dar de mamar. O CONAR, após reclamação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, como relatei em postagem abaixo, decidiu proibir a veiculação do spot de lançamento da cerveja Devassa, acusada de desrespeitar às mulheres. Eu mesma, recentemente (depois vou contar a história), fui censurada, num blog para o qual fui convidada a escrever, por contrariar as opiniões da blogueira-dona a respeito da tal Comissão da Verdade (que coisa mais orwelliana) de apoiadores do governo, que quer acabar com a anistia aos repressores da época da ditadura militar, e por me posicionar contrária ao famigerado Programa Nacional de Direitos Humanos-3.

Para dar uma idéia da razão de minhas posições, basta ver que os que reivindicam a punição dos militares, que torturaram presos políticos durante o período militar, são os mesmos apoiadores da ditadura castrista que, agorinha, torturou e matou mais um dissidente político em seus porões sombrios. Com raras exceções, não ouvi um pio sequer das ditas organizações brasileiras dos “direitos humanos” sobre o caso. Nem o Tortura Nunca Mais se pronunciou nem ninguém mais da turminha que quer revanche contra os militares que a combateram no passado. Como se diz jocosamente, esse pessoal defende é os direitos dos manos, não os direitos humanos. Seu discurso é eivado da mais nauseante hipocrisia, cheio de dois pesos e duas medidas. Por isso, eu não o endosso, eu não o compro.

Enfim, mais do que simplesmente atos de censura explícita, o que existe é uma guerra, pela hegemonia do pensamento social e cultural, sendo travada em todos os cantos do país. Esse é o Zeitgeist do momento, o espírito do tempo, o clima intelectual e cultural do Brasil desse fim de era Lula que esperamos não tenha continuidade. Não por menos, em uma das mesas, todos os palestrantes, um que se revelou social-democrata (Marcelo Madureira), outro de direita (Reinaldo Azevedo) e um terceiro que não se identificou politicamente (Roberto Romano), afirmaram a necessidade da criação de um partido de direita, ainda que – como disse Romano, não venha a fazer parte dele. E eu acrescento: não só de direita mas de quaisquer outras forças realmente democráticas para fazer frente a maré vermelha autoritária.

A única coisa que não gostei no evento foi a participação de Antonio Palloci, deputado pelo PT, aquele mesmo do caso Francenildo. O Ministro da Comunicação, Hélio Costa, até se entende pela pasta que ocupa e o temário do evento, mas a presença de Palloci foi difícil de entender e de deglutir, ainda que o dito tenha se posicionando contrário ao controle social da imprensa proposto pelos PNDH-3, Confecom, etc. E quem leva a sério, não? Palloci veio em substituição a Fernando Gabeira que não pode participar. Melhor que a mesa tivesse ficado só com duas pessoas do que ter contado com a seleta presença de Palloci.

No mais, chamou a atenção, de quem entrava no hotel para o evento, as cerca de 20 pessoas, de várias organizações...rsss, que, vestidas com o uniforme de trabalho, protestavam contra o Fórum, dizendo-se discriminados por causa do preço da inscrição (como já disse, quem demonstrou interesse no evento, junto ao Instituto Millenium, e não podia pagar, recebeu inscrições de cortesia). Esses manifestantes não estavam interessados no evento da mídia de direita; estavam apenas a fim de marcar posição e chamar a atenção da imprensa, essa mesma que eles querem controlar. 

No banheiro próximo ao auditório do evento, logo que cheguei, troquei umas palavras com uma camerawoman, uma mulher negra retinta (que à primeira vista bem poderia estar do lado de fora "protestando"), iniciando com ela um papo sobre a interminável chuva que assolava São Paulo, ao qual ela foi logo acrescentando: "- E tem esse bando de desocupados aí na chuva, fazendo essa palhaçada." Sorri, e nos despedimos. Quando saí para almoçar, um dos manifestantes do bando, ainda mais reduzido por algumas defecções, veio me oferecer um panfleto e uma revista que recusei, atitude repetida por outros transeuntes. A mídia da esquerda xiita, como sempre imaginativa, falou do grande protesto contra o Fórum, citando o nome de mais organizações do que o número de pessoas que participava do happening. 

Espera-se agora que a iniciativa do Instituto Millenium se multiplique em outras cidades para arejar o ambiente político, cultural e social do país. Abaixo, vídeo da Globo, sobre o evento, e da UNE com os representantes das inúmeras organizações que protestaram contra o Fórum.



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