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Quando Deus era mulher:

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Aserá,

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terça-feira, 12 de maio de 2020

Pneumologista brasileira se destaca ao usar com sucesso anticoagulante contra a Covid-19

Elnara Negri é destaque por uso de anticoagulante contra Covid-19 Foto: Divulgação
Pneumologista conseguiu alcançar alta taxa de recuperação de pacientes

Uma pneumologista brasileira ganhou destaque em uma das revistas científicas mais conceituadas do mundo, a Science, ao apresentar um artigo que teve ótimos resultados no combate à Covid-19.

O estudo em questão, conduzido pela doutora Elnara Negri, trata do uso do anticoagulante heparina, usado para reversão da trombose, em pacientes com o coronavírus. Ao redor do mundo, médicos de diversos países também têm comprovado a eficácia do método.

Elnara, que foi a primeira médica no Brasil a observar os bons resultados do medicamento, relatou que o maior problema de pacientes com casos graves de Covid-19 não está no pulmão propriamente, mas na coagulação da rede sanguínea do órgão.
A evasão em cascata de proteínas do sangue leva à coagulação, o que impede a oxigenação adequada – destaca a médica.
A pneumologista conta que percebeu o fato ao atender a primeira paciente com Covid-19, uma idosa com dificuldades para respirar e com problemas circulatórios em um dedo do pé.
 Ficou roxo, ao mesmo tempo em que houve uma queda abrupta na oxigenação – relatou.
Com base na conclusão, Elnara publicou um estudo preliminar, no dia 20 de abril, detalhando a experiência no Hospital Sírio Libanês, onde ela atua, em 27 pacientes com Covid-19. No tratamento, as pessoas com baixa oxigenação no sangue receberam heparina, com a dose sendo reforçada a cada vez que a coagulação aumentava.

Dos 27 pacientes atendidos por Elnara, um não recebeu acompanhamento porque foi transferido para outro hospital, dois mantiveram-se em estado grave, e 24 se recuperaram da infecção, incluindo quatro que tinham sido submetidos à ventilação mecânica. A taxa de recuperação é a mais alta já vista desde o início da pandemia, segundo a conceituada revista Science.

A médica destaca que nem todos os hospitais têm utilizado o medicamento “porque nem todos os colegas acreditam no tratamento”, mas ela ressalta que o momento atual é uma guerra e todos os avanços devem ser considerados para salvar vidas.
Eles querem tudo baseado em evidências com estudos randomizados. Acontece que nós estamos no meio da guerra, e por isso nesse caso, a nosso ver, a observação clínica associada aos dados de autópsia deve ser levada em consideração – finaliza.
Clipping Brasileira se destaca ao tratar Covid-19 com anticoagulante, por Paulo Moura, Pleno.News, 07/05/2020

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Governos chefiados por mulheres viram exemplo de combate à pandemia do coronavírus

Angela Merkel
Chanceler alemã, Angela Merkel, chega ao Parlamento Foto: AFP / Bernd von Jutrczenk 
As respostas dos países à crise do coronavírus têm sido variada e de resultados heterogêneos, mas as de maior sucesso têm em comum governos chefiados por mulheres. Em dois exemplos, Alemanha e Nova Zelândia, as estratégias foram diferentes, mas o êxito foi parecido, em comparação a outras grandes economias.

No primeiro caso, na Alemanha, o governo da chanceler Angela Merkel realizou um vasto número de testes, ofereceu milhares de leitos de UTI e equipou seu pessoal de saúde com as proteções necessárias para lidar com a pandemia. O país foi atingido duramente pelo vírus, mas com uma taxa de mortalidade baixa, cerca de 1,6%. Em comparação, na Itália, ela foi de 12%, na Espanha e no Reino Unido, de 10%.

A Nova Zelândia, liderada por Jacinda Ardern, também se destacou com apenas 9 mortes. Muito graças a sua geografia e tamanho: o país tem apenas 5 milhões de habitantes, menos do que a cidade de São Paulo. No entanto, a liderança de Ardern também contribuiu. Ela determinou testes em massa e tomou a rápida decisão de fechar fronteiras e ordenar o isolamento no início da pandemia.

O que é importante não é a questão de gênero do líder, mas a habilidade do país de eleger o melhor candidato, independentemente do sexo”, escreveu a colunista Emma Burnell do jornal Independent.

Jacinda Ardern
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, carrega sua filha recém-nascida, Neve Te Aroha Ardern Gayford, ao lado de seu marido, Clarke Gayford, ao deixar o Hospital de Auckland. Foto: REUTERS/Ross Land - 24 de Junho de 2018
Uma das respostas mais rápidas à pandemia foi a da presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen. No dia 31 de dezembro, no mesmo dia em que soube do surgimento de um vírus em Wuhan, até então desconhecido, ela determinou que todos os passageiros retornando da cidade deveriam ser investigados. Somente alguns dias depois é que a Organização Mundial da Saúde (OMS), organismo do qual Taiwan não faz parte, viria a declarar que o vírus era transmissível entre humanos.

Em janeiro, dois meses antes de a OMS declarar a pandemia, Tsai apresentou 124 medidas para evitar que o vírus se espalhasse sem ter de recorrer ao isolamento total, que viria a ser adotado em vários países mais tarde. Hoje, Taiwan contabiliza um saldo de 393 casos e apenas 6 mortes.

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, recebeu apoio depois de recusar os apelos do presidente da China, Xi Jinping Foto: Billy H.C. Kwok/The New York Times.
Na Finlândia, Sanna Marin, a chefe de Estado mais jovem do mundo, de 34 anos, comanda uma cruzada contra a pandemia usando as redes sociais e influenciadores digitais, que vem ajudando o país a manter números baixíssimos de infectados – apenas 3 mil. O sucesso da premiê finlandesa é tão grande que uma pesquisa recente indicou que seu desempenho durante a crise recebeu a aprovação de 85% dos eleitores.

A jovem Sanna Marin após a eleição que a definiu como primeira-ministra.
Foto: Vesa Moilanen/ Lehtikuva /Reuters
De acordo com reportagem da revista Forbes, a Islândia, sob a liderança da jovem primeira-ministra Katrín Jakobsdóttir, também é um caso à parte. Seu governo está oferecendo testes gratuitos para todos os cidadãos, com ou sem sintomas – o país já testou 10% da população. O país registrou 1,7 mil casos e apenas 8 mortos. O governo islandês instituiu também um sistema completo de rastreamento de casos, permitindo que não fosse necessário o isolamento ou fechamento de escolas.

Clipping Governos liderados por mulheres viram exemplo de combate à pandemia, Estadão, 15/04/2020




terça-feira, 14 de abril de 2020

Cientistas brasileiras foram pioneiras no sequenciamento do genoma do coronavírus

Ester Cerdeira Sabino (à esq.) e Jaqueline Goes de Jesus fazem parte da equipe que fez o sequenciamento do sequenciamento do genoma do novo coronavírus, que teve casos confirmados no Brasil em fevereiro (Foto: USP Imagens; Currículo Lattes)
Ester Cerdeira Sabino (à esq.) e Jaqueline Goes de Jesus fazem parte da equipe que fez o sequenciamento do genoma do novo coronavírus, que teve casos confirmados no Brasil a partir de fevereiro (Foto: USP Imagens; Currículo Lattes)

No início de março, duas brasileiras lideraram o trabalho que sequenciou o genoma do novo coronavírus em apenas dois dias, quando a média mundial vinha sendo de 15 dias.

Quem comandou a equipe foi Jaqueline Goes de Jesus, pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP e bolsista da Fapesp. Jaqueline desenvolve pesquisas na área de arboviroses emergentes e integra um projeto itinerante de mapeamento genômico do vírus Zika no Brasil.

A coordenadora geral da “missão” é Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP e coordenadora do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), que é apoiado pela Fapesp e pelos britânicos Medical Research Council e Fundo Newton.

Os pesquisadores conseguiram um resultado tão rápido porque se prepararam. Eles sabiam que a doença poderia chegar ao Brasil e se prepararam para acelerar o processo de sequenciamento.

Segundo Ester Sabino, assim que o primeiro surto de COVID-19 foi confirmado na China, em janeiro, a equipe do projeto se mobilizou para obter os recursos necessários para sequenciar o vírus quando ele chegasse no Brasil.
Usamos essa metodologia para monitorar a evolução do vírus zika nas Américas, mas, nesse caso, só conseguimos traçar a origem do vírus e a rota de disseminação um ano após o término da epidemia. Desta vez, a equipe entrou em ação assim que o primeiro caso foi confirmado”, contou Ester.
O sequenciamento foi realizado com o primeiro caso identificado no país, de um paciente de 61 anos vindo da Itália para São Paulo. O resultado foi publicado e disponibilizado para pesquisadores do mundo inteiro e já foi possível descobrir que o vírus do brasileiro é semelhante ao de um genoma sequenciado do coronavírus na Alemanha.

Com esse sequenciamento, é possível desenvolver mais rapidamente vacinas e tratamentos mais eficientes. “Por meio desse projeto foi criado uma rede de pesquisadores dedicada a responder e analisar dados de epidemias em tempo real. A proposta é realmente ajudar os serviços de saúde e não apenas publicar as informações meses depois que o problema ocorreu”, disse Ester Sabino à Agência FAPESP.

Outros pesquisadores que participaram do sequenciamento do novo coronavírus

Ao lado dessas duas mulheres que fizeram história estão vários outros pesquisadores que elas fazem questão de lembrar, como Claudio Tavares Sacchi, responsável pelo Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz, Dr. Nuno Faria, Dr. Oliver Pybus, Dra. Sarah Hill e o doutorando Darlan Candido, da Universidade de Oxford, Dr. Joshua Quick e Dr. Nicholas Loman, da Universidade de Birmingham, o mestre Filipe Romero, da UFRJ, a mestre Pâmela Andrade, as estudantes Mariana Cardoso e Camila Maia a bióloga Thais Coletti, a farmacêutica Erika Manuli e as biomédicas Ingra Morales e Flavia Sales. 

Clipping Cientistas brasileiras são as mais rápidas no mundo a sequenciar genoma do coronavírus, por Rafael Melo, Razões para Acreditar (via revista Galileu e Jornal da USP), 02/03/2020

terça-feira, 8 de outubro de 2019

História do Outubro Rosa, a campanha de prevenção ao câncer de mama


Campanha surgiu em 1990 em Nova York (EUA)
O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. Este movimento começou nos Estados Unidos, onde vários Estados tinham ações isoladas referente ao câncer de mama e ou mamografia no mês de outubro, posteriormente com a aprovação do Congresso Americano o mês de Outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama.

A história do Outubro Rosa remonta à última década do século 20, quando o laço cor-de-rosa, foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em 1990 e, desde então, promovida anualmente na cidade (www.komen.org). 

Em 1997, entidades das cidades de Yuba e Lodi nos Estados Unidos, começaram efetivamente a comemorar e fomentar ações voltadas a prevenção do câncer de mama, denominando como Outubro Rosa. Todas ações eram e são até hoje direcionadas a conscientização da prevenção pelo diagnóstico precoce. Para sensibilizar a população inicialmente as cidades se enfeitavam com os laços rosas, principalmente nos locais públicos, depois surgiram outras ações como corridas, desfile de modas com sobreviventes (de câncer de mama), partidas de boliche e etc. (www.pink-october.org).

A ação de iluminar de rosa monumentos, prédios públicos, pontes, teatros e etc. surgiu posteriormente, e não há uma informação oficial, de como, quando e onde foi efetuada a primeira iluminação. O importante é que foi uma forma prática para que o Outubro Rosa tivesse uma expansão cada vez mais abrangente para a população e que, principalmente, pudesse ser replicada em qualquer lugar, bastando apenas adequar a iluminação já existente.

Obelisco do Ibirapuera
A popularidade do Outubro Rosa alcançou o mundo de forma bonita e elegante, motivando e unindo diversos povos em em torno de tão nobre causa. Isso faz que a iluminação em rosa assuma importante papel, pois tornou-se uma leitura visual, compreendida em qualquer lugar no mundo.

No dia 02 de outubro de 2002, houve participação brasileira na campanha do Outubro Rosa, com a iluminação em rosa do monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista (mais conhecido como o Obelisco do Ibirapuera), situado em São Paulo-SP quando da comemoração dos 70 Anos do Encerramento da Revolução Constitucionalista. Desde então, outras iniciativas do gênero se sucederam com o envolvimento de governos, organizações não-governamentais, empresas e da sociedade civil nas mais variadas iniciativas de prevenção ao câncer de mama.

Como não poderia deixar de ser, neste ano de 2019, não faltam iniciativas para a campanha do Outubro Rosa. Seguem mais informações. 


Outubro Rosa: Sesc realiza mutirão da mamografia em todo o Brasil 

Outubro Rosa 2019: mensagens e notícias importantes sobre o câncer de mama

Campanha 'Outubro Rosa' alerta sobre a importância do diagnóstico precoce

Tipos de câncer | INCA - Instituto Nacional de Câncer

Com informações de outubrorosa.org

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Baianas criam 'bafômetro' que detecta ao menos 15 doenças através do sopro

Irmãs, dupla de estudantes baianas cria dispositivo que detecta ao menos
 15 doenças através do sopro — Foto: Arquivo pessoal

Irmãs baianas criam 'bafômetro' que detecta ao menos 15 doenças através do sopro
Aparelho analisa dados a partir de gases exalados por pacientes. Dispositivo é capaz de identificar doenças infecciosas e crônicas, como gastrite, pneumonia, diabetes e intolerância à lactose.

Duas irmãs da cidade de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador, criaram um dispositivo capaz de detectar ao menos 15 tipos de doenças a partir do sopro. O aparelho, que funciona como uma espécie de bafômetro, surgiu a partir de pesquisas das estudantes Júlia, 26 anos, e Nathália Nascimento, 31.

Aluna do curso de Biotecnologia, Júlia explica que o OrientaMed foi desenvolvido inicialmente por meio de aplicações de inteligência artificial de um trabalho científico da irmã, que atualmente faz doutorado em Computação.
O início foi com base no mestrado da Nathália. Quando ela foi apresentar na UFRJ [Universidade Federal do Rio de Janeiro], onde eu estudo, eu percebi que tinha um mercado muito grande na área de saúde e uma aplicação que fazia sentido para a minha área de pesquisa também".
Ela então viu a chance das duas desenvolverem o dispositivo junto com outro estudante, o paulista Rheyller Vargas, que também é pesquisador na área.
Apareceu a oportunidade de ir para um evento de "hackathon" [maratona hacker], e eu chamei o colega para participar e formarmos uma equipe. Lá, a gente viu quais eram as aplicabilidades do dispositivo. No início, a gente pensou em algo para detectar gastrite, mas durante pesquisas aprofundadas, criação de bancos de dados, descobrimos outras aplicações", conta.
O uso do OrientaMed é simples e facilita a triagem de doenças. O paciente assopra e o aparelho devolve o resultado em cerca de cinco minutos, sem precisar de refrigeração ou do uso de produtos químicos.
Irmãs, dupla de estudantes baianas cria dispositivo que detecta ao menos
15 doenças através do sopro — Foto: Arquivo pessoal
Com a elaboração do banco de dados e o aprofundamento das pesquisas, as irmãs chegaram à média de detecção de 15 doenças infecciosas e crônicas, entre elas a gastrite, intolerância à lactose, pneumonia, Doença de Crohn e diabetes.
Ele [aparelho] captura o sopro da pessoa, e a gente envia esses dados para o computador. O resultado sai pouco tempo depois, porque o nosso objetivo é que ele seja um teste rápido para orientar os médicos a quais exames devem ser feitos para aquela determinada doença. Hoje, os resultados só saem via computador, mas a nossa expectativa de pesquisas é para que o próprio dispositivo mostre no display", explicou Júlia.
A estudante detalha ainda que as doenças são detectadas a partir da análise dos gases que contém no sopro.
Muitas doenças que deixam uma marca biológica, principalmente através das bactérias, com as doenças infecciosas. Algumas dessas doenças deixam a marca no corpo, que faz com que as pessoas exalem alguns tipos de gases diferentes, específicos. É com base nesse gás que a gente faz a análise".
A fabricação do OrientaMed custa em torno de R$ 2.500, segundo Júlia. A perspectiva das irmãs baianas, junto com o paulista Rheyller Vargas, é fabricar o produto em maior escala, para que ele se torne mais viável.
Nós já temos alguns parceiros em vista, para desenvolver o aparelho em fase escalonada. Neste momento, estamos buscando parceria com hospitais, para pesquisar de forma mais ampla. A partir disso, a gente vai conseguir ter uma precisão boa da quantidade de doenças que conseguiremos detectar".
Fonte: G1, por Itana Alencar, G1 BA, 12/02/2019


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Devido ao surto do vírus zika, revista Forbes defende cancelamento da Olímpiada no Rio

Chegou a hora de cancelar a Olimpíada no Rio, defende revista 'Forbes'
Com a crise no Brasil agravada pelo surto de vírus zika, “está começando a parecer que chegou a hora de cancelar os jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro'', diz um texto publicado no site da revista de economia “Forbes''.
A razão é simples: mulheres jovens não podem viajar com segurança para o país'', diz o texto, publicado na seção de finanças nos esportes.
Por mais que a água poluída e questões de segurança já tornassem as coisas difíceis para qualquer pessoa que quisesse visitar o país, agora o Brasil está na linha de frente da epidemia do vírus zika'', explica, lembrando que a Organização Mundial de Saúde já decretou emergência internacional por causa da doença.
Segundo a “Forbes'', na situação atual, somente atletas vão poder viajar ao país, e mesmo entre os competidores há mulheres que vão correr riscos.
O Comitê Olímpico Internacional deve mudar os Jogos de lugar, adiar sua realização ou cancelar a Olimpíada. Prevenção é a melhor opção diante de uma ameaça tão séria à humanidade'', complementa.
O risco de epidemia global das doenças se tornou um assunto político a ser tratado por diplomatas em encontros internacionais e médicos de todo o mundo na Organização Mundial da Saúde. E agora o zika praticamente mobiliza o noticiário internacional sobre o Brasil. Mais da metade das menções ao país na imprensa estrangeira tratam do zika. Na última semana, foram centenas de reportagens todos os dias, com diferentes abordagens e com variados graus de aprofundamento. E assim, a associação entre zika e Brasil chegaram ao topo das tendências mais populares do planeta no Google.

Fonte: Brasilianismo, por Daniel Buarque, 05/02/2016

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Retrospectiva 2015: Confirmada a informação de que o Mais Médicos visa fundamentalmente financiar a ditadura cubana

Segue abaixo matéria e vídeo do Jornal da Band confirmando a informação de que o programa Mais Médicos visa fundamentalmente financiar a ditadura cubana. Este blog já havia denunciado o esquema com clippings de vários artigos que podem ser conferidos abaixo (à guisa de resgate).

Muitos engoliram a conversa hipócrita e populista de que os contrários ao programa eram de fato contra o tratamento dos pobres e não contra mais essa baixaria petista. Sem falar na demonização dos médicos brasileiros pela máfia da estrelinha e seus sequazes. Agora, gravações com membros do próprio governo desvelam o óbvio: o programa visa basicamente financiar os irmãos Castro que há mais de meio século vive parasitando o povo cubano mantido refém em seu próprio país. Depois, ainda há quem conteste porque os brasileiros estão nas ruas protestando com sonoros #ForaPT.

A formação dos médicos cubanos e os moldes de sua exportação para países compañeros
Clipping Médicos cubanos no Brasil: discriminados pelos governos Dilma e Castro
Mais 4 mil cubanos chegarão ao Brasil para trabalhar em regime semi-escravo
Mais Médicos: a vergonha escravagista que o governo Dilma firmou com a ditadura cubana

Mais Médicos: acordo com Cuba foi mascarado
Gravação mostra como governo fingiu que programa estava aberto a profissionais de outros países

Gravações de uma reunião anterior ao lançamento do Mais Médicos revelam que assessores ministeriais tentaram mascarar um dos objetivos do programa: atender o governo cubano, reservando a maior parte do orçamento a profissionais vindo do país insular.

Após as manifestações de junho de 2013, o governo federal tratou de apressar algumas medidas populares. Uma delas foi contratar médicos para atuar em locais do país que não eram atrativas para doutores brasileiros com o projeto, que o planalto vinha estruturando secretamente havia seis meses.

A pressa foi grande que acabou dando causa a um evento raríssimo em Brasília, onde, em pleno sábado, aconteceu uma reunião da qual participaram ao menos seis assessores de ministérios. O Jornal da Band conseguiu identificar três assessores do Ministério da Saúde que participaram do encontro: Rafael Bonassa, assessor do gabinete do ministro, Alberto Kleiman, da área internacional e Jean Kenji Uema, chefe da assessoria jurídica.

Além deles, também esteve no encontro Maria Alice Barbosa Fortunato, que atualmente é coordenadora do Mais Médicos na Organização Panamericana de Saúde (Opas), a mais preocupada do grupo em ocultar a preferência do governo federal pelo médicos Cubanos.
Eu acho que não pode ter o nome governo de Cuba porque senão vai mostrar que nós estamos driblando uma relação bilateral”, explicou Maria Alice em um trecho da gravação, ressaltando que, como o documento é público, um “drible” estaria sendo aplicado no texto.
Para mascarar o acordo com Cuba, a representante da Opas propõe que seja simulada uma abertura para médicos de outros países. A esses, no entanto, será destinado apenas 0,13% da verba alocada para o primeiro ano do Mais Médicos.
Eu posso colocar atividades do Mercosul e da Unasul, que vai dar dois milhões. Dois milhões (de reais) em relação a um bilhão e seiscentos milhões (de reais), será que na coisa da justiça tem problema?”, questionou.
Salário de cubanos foi estipulado por Marco Aurélio Garcia

A discussão dos assessores enfrenta outros temas complicados , como a vinda de "assessores" cubanos para acompanhar o programa, encarados pelos críticos do Mais Médicos como vigias ou feitores do governo cubano para evitar deserções.
Eu vou colocar, tipo assim, se são nove mil médicos e 50 assessores, eu vou colocar 9.050 médicos bolsistas no meu T.A. (Termo de Ajuste), porque no programa não entra e é isso que eu quero defender”, explicou Maria Alice em outro trecho da gravação.
Outro problema posto na reunião foi qual seria o salário que Cuba iria pagar aos médicos. Segundo o representante do Ministério da Saúde, Alberto Kleiman, quem definiu o valor foi um brasileiro, o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
Sessenta (por cento) para o governo e 40 (por cento) para o médico. O Marco Aurélio (Garcia) botou isso na reunião, só para socializar”, frisou o assessor na reunião.
A representante da Opas, no entanto, disse achar que o governo brasileiro, que contrata e paga a conta, não deveria se meter.
A relação é do governo deles, eles que decidem. Não é a gente que vai interferir nisso”, opinou.
Não é o que pensa o Tribunal de Contas da União, que após estudar os documentos que embasaram o acordo concluiu que o tratamento diferenciado entre os médicos brasileiros e os que virão por meio de intercâmbio afronta o artigo 5º da Constituição Federal, segundo o qual todos são iguais perante a lei.

O TCU aponta que o documento afronta também o código de recrutamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), que determina que o "pessoal de saúde imigrante deve ser contratado, promovido e remunerado com base em critérios objetivos, tais como níveis de qualificação, anos de experiência e grau de responsabilidade, tendo por base a igualdade de tratamento com o pessoal de saúde do país onde irão trabalhar”.

O TCU vê ainda falta de transparência na relação entre a Opas e o governo brasileiro no caso do Mais Médicos. e diz que “a Opas/OMS vem invocando imunidade de jurisdição para não atender às audiências públicas bem como para negar a apresentação de documentação referente ao convênio com Cuba".

O atual secretario de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Heider Aurélio Pinto, diz que não houve intenção de mascarar o acordo com Cuba.
Não tem nenhuma tem tentativa de burlar”, garantiu, afirmando que os termos do acordo “são bem claros”.
Fonte:  Notícias Brasil, 17/03/2015

Publicado originalmente em 18/03/2015

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Que conservadores e "progressistas" me desculpem, mas não existe criança "trans"



Quando a religião predominava como reguladora do mundo, tudo que ela considerava fora  de seus rígidos padrões de comportamento caía na categoria de pecado. E os pecadores pagavam seus pecados até virando tochas vivas nas fogueiras da Inquisição.

Com o advento das ciências médicas e afins, o que era pecado virou doença ou anormalidade. Os pecadores de antes viraram doentes ou anormais por não se encaixarem nos padrões dos novos reguladores do mundo. E psicólogos, psiquiatras, sexólogos e outros tantos ditos "especialistas" no comportamento humano se revelaram pródigos em criar problemas para depois se propor como fornecedores de soluções.

De homossexuais, transexuais, centauros e unicórnios

Uma de suas mais conhecidas invenções, desenvolvida na segunda metade do século XIX, foi "o homossexual", "o terceiro sexo", criatura tida como possuidora de uma "alma feminina em um corpo masculino" ou de uma "alma masculina em um corpo feminino". E saíram os doutos senhores inclusive a buscar por características anatômicas nesses invertidos que comprovassem suas fantasias. E como quem procura acha, não é que acharam as tais diferenças!? Modo de dizer, claro.

Foi preciso chegar a 1990, mais de um século depois da invenção do homossexual pelos "especialistas", para homens e mulheres, que preferem amantes e amores de mesmo sexo, conseguirem tirar sua orientação sexual da classificação internacional de doenças. Classificação - claro - obra dos próprios "especialistas". E tal façanha ainda não é consenso, haja vista a recorrente historinha da tal "cura gay". Saiu da moda, porém, entre a maioria dos "especialistas" atuais, considerar "os homossexuais" como doentes. 

Entretanto, a ideia de gente presa em corpo errado nunca deixou de cativar os corações e mentes dos "especialistas". Tanto que, com nova perspectiva, retomaram a historinha criando agora a figura do "transexual", desta feita em meados do século passado (anos 50/60). O transexual é a criatura tão descontente com seu sexo de nascimento, em tal sofrimento com essa condição, que só tratamentos hormonais e mesmo cirurgias de reatribuição sexual, ou mais popularmente, de mudança de sexo, podem resolver seu problema.

Essa história de transexual me lembra o aforisma do Millôr Fernandes sobre o comunismo. Dizia o genial frasista: "O comunismo é uma espécie de alfaiate que quando a roupa não fica boa faz alterações no cliente." Os "especialistas" são desse tipo de alfaiate que faz alterações no cliente porque ele não consegue se sentir bem na roupa de gênero que a sociedade lhe deu. Obviamente o problema reside na roupa de gênero (verdadeira camisa de força) e não no cliente, porém é mais fácil e gratificante, em múltiplos sentidos, fazer alterações no paciente.

Não deixa de ser irônico que, sobre esse tema, conservadores e "especialistas", considerados em geral "progressistas", comunguem da mesma perspectiva. Os chamados papéis de gênero (masculino e feminino) são impostos a meninas e meninos pela educação diferenciada. Nada tem a ver com o sexo natural das crianças, lembrando que a natureza só passa a distinguir efetivamente os sexos na puberdade. Durante a infância, meninas e meninos são praticamente indistinguíveis, a não ser para os que podem ver seus genitais.

Quem estabelece a diferença entre a garotada, na tenra idade, não é a natureza e sim  a sociedade. A educação diferenciada começa já desde o berço, com a roupinha cor-de-rosa idiota para a menina e o azul para o menino, estendendo-se, por toda a infância, por meio de roupas e cortes de cabelo diferentes para ambos os sexos. Também via brinquedos e brincadeiras diferentes para meninas e meninos. E, para garantir que as crianças caibam na roupa de gênero que lhes foi designada, vale tudo, desde induções várias até a repressão dos menos domesticáveis.

Trata-se de fato do primeiro grande massacre contra a individualidade das pessoas porque, na infância, elas não têm como se defender. São como massinhas de modelar que os pais e a sociedade empurram para forminhas pré-estabelecidas em detrimento de suas características (de cada criança) de personalidade, temperamento, índole. Todas as meninas têm que caber na forminha do feminino. Todos os meninos na forminha do masculino. Caso contrário, os conservadores apelam para a porrada, como nas falas atravessadas do deputado Jair Bolsonaro, e os "especialistas", agora, para a mudança de sexo.   

Papéis de gênero não são naturais e não existem crianças "trans"

E aqui chegamos ao tema central dessa postagem. Que gente adulta, maior e vacinada queira mudar de sexo, porque acha que nasceu no sexo errado ou seja lá pelo que for, é um direito que a assiste. Acho que adultos pagam bastante caro, em vários sentidos, para incorporar uma fantasia, uma convenção criada pela sociedade conservadora. Entretanto, o ser humano vive buscando alterar sua aparência de diferentes formas, por diferentes vias. Dermatologistas e cirurgiões plásticos contam hoje com um fantástico arsenal para mudar o visual das pessoas, às vezes para melhor, às vezes para ficarem parecendo um ET, como no caso do Michael Jackson. Os tratamentos de mudança de sexo são formas radicais de body modification (modificação do corpo), tais como tatuagens no corpo inteiro, escarificações e outras tantas de espantar a muitos.

E até aí morreu Neves, como no dito popular. Acho que todos os seres humanos têm soberania sobre seus próprios corpos e o direito de fazer com eles o que bem entender. No caso dos transexuais, têm também o direito de obter documentação correspondente ao sexo que escolheram. Picuinha total negar-lhes algo tão simples. E, diga-se de passagem, os trans, não só os sexuais, devem aumentar no futuro.

Agora, quando essa história de transexualidade passa a ser aplicada a crianças, tudo muda muito de figura. Digo porque atualmente vez ou outra, rola nas redes sociais exemplos de crianças "trans", ou seja, meninos e meninas que não se sentem bem na roupa de gênero que a sociedade lhes impôs e que saem dizendo, inocentemente, que são do sexo oposto. E os pais, condicionados pelo binarismo de gênero (a crença nos papéis de gênero feminino e masculino como naturais), resolvem submeter as crianças a tratamentos hormonais e outras loucuras para enquadrá-las no suposto sexo certo. A garota gosta de roupas, brincadeiras, coisas que os pais e a sociedade dizem que são de menino. A garota pode consequentemente se sentir um menino, tendo sua interpretação errônea corroborada pelos pais. 

Comparo essa invenção de criança "trans", e o consequente "tratamento" a que andam submetendo as pobres crianças, à pedofilia. Crianças têm sexualidade difusa, compatível com seu nível de maturidade, mas não vão, de livre e espontânea vontade, querer se relacionar sexualmente com gente grande. Elas são induzidas por algum adulto a atos que lhes são danosos. Trata-se de uma violência.

Essa invenção de criança "trans" é a mesma coisa. Crianças não têm idade para discernir sobre algo complexo como identidade sexual. Gostam de coisas e brincadeiras que lhes agradam como pequenos indivíduos em formação já com seus gostos particulares. Os adultos é que vão dizer a elas que o que apreciam pode ou não ser supostamente adequado ao seu sexo. E são os adultos que decidem, agora com aval dos "especialistas", partir para a violência de fazer "tratamentos" a fim de adequar meninos e meninas ao que se convencionou chamar de masculino ou feminino. Se a roupa não serve no cliente, fazemos alterações no cliente e não na roupa. 

Pra mim, essa gente é tão criminosa quanto um pedófilo, e "tratamentos" para mudança de sexo só deveriam ser permitidos mesmo para adultos, maiores e vacinados. As crianças devem ser deixadas em paz. Como disse a blogueira Camila Lisboa, que me inspirou essa postagem, em seu artigo "E se meus pais tivessem decidido que eu era uma criança "transgênero" e me transformado em um menino?" :
Sinceramente, rezo para que essa moda não pegue. Para que os pais deixem seus filhos livres com as suas escolhas durante a infância, sem impor que precisam ter cabelos longos ou curtos, usar shorts, vestidos, azul ou cor-de-rosa. Que os pais não transformem a sexualidade das crianças em uma questão durante a infância, que deixem que sejam simplesmente crianças e esperem a chegada da adolescência e idade adulta para que possam ter maturidade e discernimento para decidirem por conta própria o time para o qual desejam torcer.
Perfeito. Os papéis de gênero (essa história ridícula de coisa de menino e coisa de menina) têm sido uma fonte permanente de conflitos emocionais para todo o mundo, como coisa massificante que são, em detrimento da individualidade das pessoas. Em casos mais extremos, levam até a tragédias como o caso do pai que matou o filho de pancada por ser efeminado, seguindo os conselhos do truculento Bolsonaro (boçalnaro). Pais e mães amorosos tem que fazer como o famoso casal de atores Brad Pitt e Angelina Jolie, cuja filha, Shiloh Nouvel, prefere o "masculino", pede para ser chamada de John e gosta de usar roupas dos irmãos. Disse o célebre ator, em entrevista a Oprah Winfrey:
Nós tentamos promover a individualidade (das crianças) ao máximo, não importando quão excêntrica ela possa ser”.
Shiloh Nouvel: só ela poderá definir o que será quando crescer
A considerar as fotos da garota (ver acima e abaixo), a cara do pai, a única coisa certa é que ela vai arrebatar os corações quando crescer.

Para terminar, acautelem-se todos contra os "especialistas", mesmo quando se apresentam bonzinhos (de boas intenções está pavimentado o chão do inferno). Quer dizer, não vão assim comprando de primeira o que eles dizem. A razão pela qual os conservadores criaram os papéis de gênero pode ser encontrada na imagem acima, na frase da saudosa Simone de Beauvoir, de uma época em que feministas expunham mais as ideias do que as tetas. "Admitir a existência de uma natureza feminina é aderir a um mito inventado pelos homens para prender as mulheres em sua condição de oprimidas". Em outras palavras, trata-se da velha questão do poder, nesse particular do poder dos homens sobre as mulheres. 

As razões dos "especialistas" são da mesma natureza. Trata-se do poder de ditar o comportamento de todos. Para atestar como sua coerência é falha, basta lembrar que enquanto andam dando aval a "tratamentos" de mudança de sexo em crianças - uma tremenda violência - celebram a ridícula lei da Palmada que quer penalizar pais por darem um tapinha na bunda de um moleque ou moleca mais levados, não dados a respeitar limites só com a coação das palavras.

E essa celebração se deve ao fato de serem eles, "os especialistas", os criadores dessa nova patacoada e também seus aplicadores, via Estado, já que os "delituosos" pais e mães podem ser encaminhados para - ora, vejam - "tratamento" psicológico ou psiquiátrico (idem para a criança que levou um tapa na bunda). A lei inclusive obriga médicos e assistentes sociais a denunciar pais supostamente agressores. Para completar o quadro de incoerência, deram à lei o nome do menino Bernardo Boldrini, assassinado pelos pais com um sedativo e não com palmadas. Como se fosse possível comparar um tapa com um assassinato, não é?

Enfim, parece haver mais em comum entre conservadores e certos "especialistas" do que sonham as vãs filosofias. E eles, os fiscais da vida de todos, que se entendam, mas o fato é que, na real, os papéis de gênero não são naturais e não existem crianças "trans".

Fotos: revista Quem

A moleca do casal Pitt-Jolie criada com respeito por sua individualidade

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Nouveau Parfum: uma crítica às mulheres feitas à base de Photoshop


A cantora húngara Csemer Boglárka – ou simplesmente Boggie lançou um clipe, chamado Nouveau Parfum (Novo Perfume), onde aparece sendo transformada numa mulher glamourosa por meio daquela mágica que só o Photoshop sabe fazer. 

Com o objetivo de contestar as belezas cada vez mais artificiais das indústrias da moda e da beleza, a cantora já  ultrapassou os dois milhões de acessos no youtube. Na letra, a mensagem bem clara: "Eu não sou seu produto... Eles não podem me mudar.  Sem comparação, inigualável, a nova fragrância, sou eu mesma, o novo perfume."

Confira a letra traduzida e a original bem como o clipe ao fim da postagem.
Novo Perfume
Seja Prada, Hugo Boss, Chanel, Giorgio Armani, Cartier, Azarro, Sisley, Escada, Gucci Naf Naf, Nina Ricci, Lancôme, Kenzo e ainda em plus/encore, outra vez

Seja Bruno Banani, La Bastidane, Estée Lauder, Guerlain, Burberry e Thierry Mugler, Bourjois, Chloé, Jean-Paul Gautier, Valentino e eu nem sei mais

O que eu escolho?
Por que eu escolho?
Quem quer que eu escolha?
Eu não sou seu produto

De beleza, de preciosidade
Eles não podem me mudar
Sem comparação, inigualável,
A nova fragrância, sou eu mesma, o novo perfume

Seja Roberto Cavalli, Bulgari, Givengi, Dolce & Gabana, Paco Rabana ou Lacoste Tommy Hilfiger, Yves Saint Laurent e eu nem sei mais

O que eu escolho?
Por que eu escolho?
Quem quer que eu escolha?
Eu não sou seu produto

De beleza, preciosidade
Eles não podem me mudar
sem comparação, inigualável,
A nova fragrância, sou eu mesma, o novo perfume.

Nouveau Parfum
Soit Prada, Hugo Boss, Chanel, Giorgio Armani, Cartier, Azarro, Sisley, Escada, Gucci Naf Naf, Nina Ricci, Lancôme, Kenzo et encore en plus/encore, encore

Soit Bruno Banani, La Bastidane, Estée Lauder, Guerlain, Burberry et Thierry Mugler, Bourjois, Chloé, Jean-Paul Gautier, Valentino et je n'en sais plus

Lequel je choisis?
Pourquoi je choisis?
Qui veut que je choisisse?
Je ne suis pas leur produit

De beauté, d'préciosité
Ils ne peuvent pas me changer
Sans pareille, nonpareille,
Le nouveau parfum, c'est moi-même, nouveau parfum

Soit Roberto Cavalli, Bulgari, Givengi, Dolce & Gabana, Paco rabana, soit Lacoste Tommy Hilfiger, Yves Saint Laurent et je n'en sais plus

Lequel je choisis?
Pourquoi je choisis?
Qui veut que je choisisse?
Je ne suis pas leur produit

De beauté, d'préciosité
Ils ne peuvent pas me changer
Sans pareille, nonpareille,

Le nouveau parfum, c'est moi-même, nouveau parfumne peuvent pas me changer Sans pareille, nonpareille, Le nouveau parfum, c'est moi-même, nouveau parfum

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Dez anos de PT e a saúde pública entrou em colapso


O corredor da morte nos hospitais
Faltam roupas, remédios, leitos. Faltam médicos, anestesistas, enfermeiros. Falta vergonha

Ruth de Aquino

"Aqui, olha, deixam a gente na musiquinha”, disse a recepcionista do Hospital Barra d’Or, no Rio de Janeiro, apontando para o telefone em viva voz. Ela tentava, sem sucesso, autorização do Bradesco Saúde para Hélio Araújo ser atendido na emergência. Hélio tem 91 anos e é meu pai. Sofreu uma queda em casa, e um armário caiu por cima dele. Esperava na cadeira de rodas, a mão enfaixada, pingando sangue no lobby do hospital. Não sabíamos se havia fratura da mão ou um dano no crânio. Meus pais pagam R$ 2.440 por mês ao plano de saúde. A mesma seguradora desde 1978.

“Não autorizaram emergência, só internação. Também não autorizaram tomografia cerebral. Estou tentando o raio-X”, disse a recepcionista. “Então pago tudo particular, depois abro um processo”, disse eu. Só assim ele foi atendido, “no particular”, após horas de incerteza. Ficamos no hospital das 20 horas às 4 horas da manhã. Na saída, surpresa: não foi preciso pagar nada. Mas a recepcionista teve de insistir horas, houve discussão e estresse. É o caso de um paciente de elite, que enfrenta os maus-tratos comuns dos planos.

O buraco é bem mais embaixo na saúde pública do Brasil. Sinto náuseas ao ver multidões de pacientes, de crianças a idosos, dormindo em filas diante dos hospitais, com senhas só para “agendar a consulta”, e não para atendimento. As senhas acabam. As pessoas choram. Estão vulneráveis, doentes, frágeis, sentem-se humilhadas, escorraçadas. Gosto de cachorros, mas acho que a sociedade tem se escandalizado mais com o tratamento dispensado a cães do que a seres humanos.

O estado deprimente e indigno de nossa Saúde é o maior atestado de que a ideologia política de um governo não garante o respeito aos direitos básicos escritos na Constituição brasileira. Temos uma década de governo “de esquerda” – já que o PT se considera um partido do povo. O que existe diante dos hospitais é a fila da vergonha. Nossas emergências e nossos postos de saúde estão em colapso.

No Rio, há 12.500 pacientes à espera de cirurgia em hospitais federais. Alguns esperam há sete anos. Os dados são da semana passada, levantados pela Defensoria Pública da União. Os defensores decidiram processar o Ministério da Saúde. Querem um cronograma oficial de cirurgias no prazo máximo de dois meses. Exigem que o ministério pague uma indenização coletiva aos pacientes, de R$ 1,2 bilhão.

Os doentes morrem na fila da cirurgia. Cirurgias vasculares, cardíacas, neurológicas, ortopédicas, urológicas, oftalmológicas e torácicas. Os médicos se descabelam por falta de tudo. Sem parafusos e placas, idosos não podem ser operados num dos maiores hospitais do Rio. Uns pedem material emprestado a outros. De nada adianta. A precariedade é o artigo mais em alta nos hospitais federais, estaduais e municipais. O jogo de empurra entre as esferas de governo é conhecido. União, Estados e municípios se mostram incompetentes e venais na oferta de serviço de Saúde. Levam pacientes à histeria, pelo sentimento continuado de impotência.

O programa Globo repórter da última sexta-feira 13, chamado “Emergência médica”, equivale a um filme de terror. Só que é tudo verdade. Durante 40 dias, primeiro com câmeras escondidas, depois oficialmente, uma equipe de repórteres e cinegrafistas voltou aos mesmos hospitais e postos de saúde da família denunciados há quase três anos pela TV Globo, para ver o que mudara. Nada. Em Belém ou no entorno de Brasília, não importa, a calamidade na Saúde rima com crueldade.

Pacientes dividem a mesma maca, quando não estão no chão. Um médico de macacão atende pacientes coletivamente, como se estivéssemos em guerra. Em março de 2011, em Belém, uma menina, Ruth, morreu na frente da câmera dos jornalistas. Tinha vindo de uma ilha, com uma leishmaniose que virou pneumonia. Não resistiu à falta de estrutura dos hospitais. Médicos diziam que nada poderiam fazer, não havia material nem esperança. Os jornalistas voltaram agora à casa da família de Ruth. Os parentes nunca receberam indenização. Ninguém é culpado jamais.

Faltam roupas para operar no centro cirúrgico. Faltam leitos. Faltam médicos, anestesistas, enfermeiros. Falta salário. Faltam remédios. Falta vergonha.

Minha empregada, Lindinalva Souza, estimulada pelas campanhas do governo de prevenção de câncer nos seios, foi à Clínica da Família em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, pedir uma mamografia. Faz quatro meses. “Quando tiver uma vaga, a gente te chama”, disse a agente de saúde. “Por enquanto, só estamos atendendo diabéticos, hipertensos e grávidas.” Que resposta é essa?

E, assim, brasileiros e brasileiras anônimos somem para sempre no corredor da morte, ignorados pelos governos, que gastam nossos impostos com sei lá o quê.

Fonte: Época, 17/12/2013

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Clipping Médicos cubanos no Brasil: discriminados pelos governos Dilma e Castro


Fiz um clipping das últimas notícias sobre esse tema que tem ocupado as manchetes das últimas duas semanas. Há controvérsias sobre a qualidade dos médicos cubanos que são exportados para outros países (abaixo, dois deles, fugitivos da ilha-prisão têm opiniões diferentes sobre o assunto), mas não há dúvidas de que chegam ao Brasil em condições de semiescravidão, recebendo apenas pequena porcentagem do que deveriam receber, porque a ditadura castrista se apodera da maior parte de seus salários, sem poder trazer a família, que fica como que sequestrada em Cuba, sem poder pedir asilo.

Com a vinda desses médicos, nessas circunstâncias, o governo e o petismo mergulharam de vez na lama. E os verdadeiros problemas de saúde do Brasil - a falta de infraestrutura, a ausência de um plano de carreira para os médicos - permanece inalterado. Tempos de fezes estes!

Conferir também vídeo sobre o tema ao fim das postagens.

Médicos questionam infraestrutura e exigências e abandonam programa
Profissionais desistem de bolsa federal alegando de precariedade a desconhecimento de regras

Nova fase de inscrições mantém baixa adesão; para ministro, cidades vivem 'drama' igual ao de quando há concurso

Daniel Carvalho, Nelson Barros Neto

A carreira de Nailton Galdino de Oliveira, 34, no programa Mais Médicos, bandeira de Dilma Rousseff (PT) para levar atendimento de saúde ao interior e às periferias, durou menos de 48 horas e exatos 55 atendimentos.

Alegando estar impressionado com a estrutura precária da unidade em Camaragibe (região metropolitana do Recife), onde atuou por dois dias, pediu desligamento.

"É uma aberração: teto caindo, muito mofo e infiltração, uma parede que dá choque, sem ventilação no consultório, sala de vacina em local inapropriado, falta de medicamentos", afirmou.

Casos de desistência como esse frustraram parte dos municípios que deveriam receber anteontem 1.096 médicos brasileiros da primeira etapa do programa (os estrangeiros só vão começar depois).

A Folha encontrou exemplos espalhados pelo país, com justificativas variadas alegadas pelos profissionais --incluindo falta de infraestrutura, planos profissionais e pessoais e desconhecimento de algumas condições.

Na prática, as desistências de brasileiros devem reforçar a dependência do programa por profissionais estrangeiros.

Um balanço da segunda rodada do Mais Médicos mostra baixa adesão de novos interessados na bolsa de R$ 10 mil por mês. Houve só 3.016 inscrições --mais de metade de formados no exterior.

Enquanto isso, a demanda por médicos ultrapassou 16 mil --menos de 10% foi suprida na primeira etapa.

O ministro Alexandre Padilha (Saúde) disse que, após a nova fase, deve pensar "outras estratégias" para atrair mais médicos. Ele comparou as baixas às dificuldades cotidianas de contratação.

"As secretarias estão vivendo o drama que toda vez vivem quando fazem um concurso público", afirmou.

Ele disse que, se houve boicote de médicos contrários ao programa, "é de uma perversidade quase inimaginável".

BAIXAS

Em Vitória da Conquista (BA), dos cinco médicos que deveriam ter começado, três já desistiram. Na região metropolitana de Campinas, dos 13 selecionados, 5 pediram para sair. Na capital paulista, 1 de 6 voltou atrás.

Em Salvador, 5 dos 32 convocados já abandonaram, assim como 11 dos 26 profissionais previstos em Fortaleza. No Recife, 2 desistências foram confirmadas de um total de 12 médicos selecionados.

A Secretaria da Saúde de Salvador disse que três desistiram porque passaram em concursos, enquanto outros dois alegaram problemas com a carga horária.

A baiana Clarissa Oliveira, 27, disse que recuou devido "à falta de estrutura" da unidade em que trabalharia na periferia da capital baiana.

Em Caratinga (MG), um médico de 26 anos disse que abandonou devido à vinculação obrigatória de três anos.

O coordenador do Mais Médicos em Fortaleza, José Carlos de Souza Filho, disse que médicos desistiram logo que "ressaltamos que era necessário cumprir a carga horária de 40 horas e que iriam ficar em bairros mais distantes".

Segundo ele, profissionais acharam que poderiam usar parte da carga horária para se dedicar à especialização.

Em Camaragibe, Nailton Oliveira também alegou não ter recebido alimentação nem moradia individual. A prefeitura nega, diz que ele "demonstrou má vontade" e afirma que a unidade precisa de reparos, mas "nada que impeça seu funcionamento".

Fonte: Folha de São Paulo, 04/09/2013

"Cubanos se preparam há mais de um ano", diz médico
O médico cubano Carlos Rafael Jorge Jimenez, que mora no Brasil há 14 anos, afirma que colegas que ficaram na ilha foram avisados há mais de um ano pelo Ministério da Saúde local sobre missão

Anunciado em julho como uma das principais soluções para o déficit da saúde brasileira, o programa Mais Médicos já era um velho conhecido dos profissionais cubanos. De acordo com o médico cubano Carlos Rafael Jorge Jimenez, seus conterrâneos tanto sabiam da proposta que já se preparavam estudando a língua portuguesa e as condições do Sistema Único de Saúde (SUS). Jimenez participou nesta quarta-feira de uma comissão geral realizada pela Câmara dos Deputados para discutir o programa federal. Também estiveram presentes o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. 

Carlos Jimenez chegou ao Brasil há 14 anos por vias diferentes dos seus 4.000 conterrâneos — que o governo brasileiro pretender trazer até o fim do ano para atuar em regiões carentes. O profissional fugiu da ditadura cubana e, após uma passagem pela Bolívia, desembarcou no país. Assim como qualquer profissional estrangeiro, fez o exame de revalidação do diploma, requisito para estrangeiros poderem atuar no país, e estudou português. Jimenez teve o direito de trazer seus familiares para Aracaú, no interior do Ceará, onde trabalha no programa de atenção à família e recebe tratamento igualitário ao dos demais profissionais — realidade bem diferente da dos cubanos que integrarão o Mais Médicos.

Apesar de ter fugido da ilha há mais de uma década, ele ainda mantém contato com colegas e amigos que ficaram por lá. Foi em uma conversa com um dos médicos que ainda moram em Cuba, que Jimenez recebeu a notícia de que os cubanos já sabiam da missão ao Brasil. Segundo o colega, eles foram avisados pelo Ministério da Saúde local e, então, começaram os preparativos. “Médicos de outros países vêm com família, livres. Os cubanos têm de deixar seus familiares, trabalham para receber 25%, 30% do salário, não podem sair de seus alojamentos e nem se comunicar com o resto das pessoas. Sou a favor do programa, mas que seja de uma forma correta, sem exploração.” 

Até o final deste ano, o Brasil receberá 4.000 médicos cubanos, que serão distribuídos em 701 municípios, segundo acordo fechado entre o governo e a Organização Panamericana de Saúde (Opas). O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira que 91% dos profissionais cubanos estarão concentrados em regiões do Norte e do Nordeste do país. 

Governo — Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, rebateu as críticas de que o Brasil estaria impondo o regime ditatorial aos profissionais cubanos. “O que nós estamos trazendo não é o regime cubano, não é o seu modelo econômico ou de sociedade”, afirmou. “O que outros países fazem é trazer a experiência de atenção básica. Esse é um país democrático.” 

Padilha usou como exemplo países como Portugal e Canadá para justificar a não-obrigatoriedade da revalidação do diploma para profissionais estrangeiros. Segundo ele, os países utilizam apenas o modelo que está sendo adotado no Brasil: a avaliação de três semanas na universidade. Após isso, os médicos podem atuar — mas apenas na atenção básica. 

Já o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, saiu em defesa da constitucionalidade do programa. Adams apontou que desde a criação houve 53 ações judiciais contra o programa. Todas, porém, foram negadas. “Do ponto de vista constitucional, não vemos nenhuma fragilidade, como vem sendo comprovado nas recorrentes decisões judiciais que vem sendo apresentadas”, apontou.

Fonte: Veja, Marcela Mattos, de Brasília, 04/09/2013

Cubano naturalizado diz que médicos estão sendo explorados
Médico de família no Ceará, com 30 anos de formado, Carlos Jiménez avalia que os cubanos estão sendo discriminados no país


BRASÍLIA - Os médicos de Cuba possuem uma boa formação, mas ganham pouco e têm condições de trabalho ruins quando saem da ilha para trabalhar em outros países, avalia o cubano Carlos Rafael Jorge Jiménez, que fugiu da ilha e, há três anos, trabalha como médico da família no Ceará.

— O Brasil precisa de médicos nas áreas mais carentes, mas que seja de forma correta, e não explorando como estão explorando os médicos cubanos - declarou Jiménez, que tem 30 anos de formado.

Segundo ele, os cubanos dos Mais Médicos, ao ganharem menos que os médicos de outros países e ao não poderem trazer a família, estão sendo discriminados pelos governos do Brasil e de Cuba. Ele afirmou que, em geral, os médicos cubanos em missão no exterior ganham entre 25% e 40% do que é pago pelo país que os recebe ao governo de Cuba. No caso brasileiro, o salário ficaria entre R$ 2,5 mil e R$ 4 mil, frente aos R$ 10 mil que os outros médicos do programa vão receber.

Jiménez saiu de Cuba rumo à Bolívia e, de lá, veio ao Brasil, onde fez o exame de revalidação do diploma e se naturalizou. A esposa e o filho vieram depois. A filha, diz ele, ficou oito anos retida em Cuba, mas conseguiu fugir de barco. Ele se diz representante do Movimento Cristão Liberação, de oposição em Cuba, e está em Brasília para participar de um debate na Câmara sobre o programa Mais Médicos, que já trouxe 400 cubanos ao Brasil.

— Saí de Cuba como turista e fiquei. Não voltei.

Apesar dos problemas, Carlos Rafael destaca que o trabalho no exterior é uma oportunidade cobiçada pelos cubanos.

— É pouco em relação ao que fica com os outros médicos. Mas para os cubanos é muito bom. Um cubano ganha em Cuba 25 dólares por mês, ao redor de R$ 60, R$ 70, com uma carga horária de 60, 70 horas por semana. Então, chegar aqui e ganhar 200, 300, 400 dólares, para eles, é uma coisa muito boa. Eu concordo que os médicos cubanos venham ao Brasil, mas em condições iguais às dos outros médicos — afirmou Carlos Rafael.

Questionado sobre a existência de espiões entre os médicos cubanos, para evitar que eles desertem, Carlos Rafael disse:

— Normalmente vêm. Mas falar se estão vindo ou não, eu não posso falar. É normal que viajem com essas missões. São os coordenadores da missão. (A função deles) É custodiar esses médicos para que não se desvirtuem.

Aulas de português e sobre o SUS começaram no ano passado

No caso dos médicos cubanos que vêm ao Brasil, a preparação para trabalhar por aqui começou já no ano passado, com aulas de português e sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), contou Jiménez.

— Esses médicos cubanos estão há mais de um ano se preparando em Cuba para vir ao Brasil. Não foi uma coisa de agora. Estão há mais de um ano tendo aula de português e vendo as características do SUS em Cuba — afirmou ele.

Fonte: O Globo, André de Souza, 04/09/2013

"Nossa medicina é quase de curandeirismo", diz doutor cubano
Gilberto Velazco Serrano, de 32 anos, conta por que, em 2006, desertou de uma missão de seu país na Bolívia - na qual os médicos eram vigiados por paramilitares
Aretha Yarak

O cubano Gilberto Velazco Serrano, de 32 anos, é médico. Na ilha dos irmãos Castro ele aprendeu seu ofício em meio a livros desatualizados e à falta crônica de medicamentos e de equipamentos. Os sonhos de ajudar os desamparados bateram de frente, ainda durante sua formação universitária, com a dura realidade de seu país: falta de infraestrutura, doutrinação política e arbitrariedade por parte do governo. "É triste, mas eu diria que o que se pratica em Cuba é uma medicina quase de curandeirismo”, diz Velazco. 

Ao ser enviado à Bolívia em 2006, para o que seria uma ação humanitária, o médico se viu em meio a uma manobra política, que visava pregar a ideologia comunista. “A brigada tinha cerca de 10 paramilitares, que estavam ali para nos dizer o que fazer”. Velazco não suportou a servidão forçada e fugiu. Sua primeira parada foi pedir abrigo político no Brasil, que permitiu sua estada apenas de maneira provisória. Hoje, ele mora com a família em Miami, nos Estados Unidos, onde tem asilo político e estuda para revalidar seu diploma. De lá, ele concedeu a seguinte entrevista ao site de VEJA:

Como os médicos são selecionados para as missões?
Eles são obrigados a participar. Em Cuba, se é obrigado a tudo, o governo diz até o que você deve comer e o que estudar. As brigadas médicas são apenas uma extensão disso. Se eles precisam de 100 médicos para uma missão, você precisa estar disponível. Normalmente, eles faziam uma filtragem ideológica, selecionavam pessoas alinhadas ao regime. Mas com tantas colaborações internacionais, acredito que essa filtragem esteja menos rígida ou tenha até acabado.

Como foi sua missão?
Fomos enviados 140 médicos para a Bolívia em 2006. Disseram que íamos ficar no país por três meses para ajudar a população após uma enchente. Quando cheguei lá, fiquei sabendo que não chovia há meses. Era tudo mentira. Os três meses iniciais viraram dois anos. O pior de tudo é que o grupo de 140 pessoas não era formado apenas por médicos - havia pelo menos 10 paramilitares. A chefe da brigada, por exemplo, não era médica. Os paramilitares estavam infiltrados para impedir que a gente fugisse.

Paramilitares?
Vi armas dentro das casas onde eles moravam. Eles andavam com dinheiro e viviam em mansões, enquanto nós éramos obrigados a morar nos hospitais com os pacientes internados. Quando chegamos a Havana para embarcar para a Bolívia, assinamos uma lista para registro. Eram 14 listas com 10 nomes cada. Em uma delas, nenhum dos médicos pode assinar. Essa era a lista que tinha os nomes dos paramilitares.

Como era o trabalho dos paramilitares?
Não me esqueço do que a chefe da brigada disse: “Vocês são guerrilheiros, não médicos. Não viemos à Bolívia tratar doenças parasitárias, vocês são guerrilheiros que vieram ganhar a luta que Che Guevara não pode terminar”. Eles nos diziam o que fazer, como nos comportar e eram os responsáveis por evitar deserções e impedir que fugíssemos. Na Bolívia, ela nos disse que deveríamos estudar a catarata. Estávamos lá, a priori, para a atenção básica – não para operações como catarata. Mas tratar a catarata, uma cirurgia muito simples, tinha um efeito psicológico no paciente e também na família. Todos ficariam agradecidos à brigada cubana.

Você foi obrigado a fazer algo que não quisesse?
Certa vez, eu fui para Santa Cruz para uma reunião, lá me disseram que eu teria de ficar no telefone, para atender informações dos médicos e fazer estatísticas. O objetivo era cadastrar o número de atendimentos feitos naquele dia. Alguns médicos ligavam para passar informações, outros não. Eu precisava falar com todos, do contrário os líderes saíam à caça daquele com quem eu não havia conversado. Quando terminei o relatório, 603 pacientes tinham sido atendidos. Na teoria, estávamos em 140 médicos na Bolívia, mas foi divulgado oficialmente que o grupo seria de 680. Então como poderiam ter sido feitas apenas 603 consultas? Acabei tendo que alterar os dados, já que o estabelecido era um mínimo de 72 atendimentos por médico ao dia. Os dados foram falsificados.

Como é a formação de um médico em Cuba?
Muito ruim. É uma graduação extremamente ideologizada, as aulas são teóricas, os livros são velhos e desatualizados. Alguns tinham até páginas perdidas. Aprendi sobre as doenças na literatura médica, porque não tinha reativo de glicemia para fazer um exame, por exemplo. Não dava para fazer hemograma. A máquina de raio-X só podia ser usada em casos extremos. Os hospitais tinham barata, ratos e, às vezes, faltava até água. Vi diversos pacientes que só foram medicados porque os parentes mandavam remédios dos Estados Unidos. Aspirina, por exemplo, era artigo raro. É triste, mas eu diria que é uma medicina quase de curandeiro. Você fala para o paciente que ele deveria tomar tal remédio. Mas não tem. Aí você acaba tendo que indicar um chá, um suco.

Como era feita essa "graduação extremamente ideologizada" que o senhor menciona?
Tínhamos uma disciplina chamada preparação militar. Ficávamos duas semanas por ano fora da universidade para atender a essa demanda. Segundo o governo cubano, o imperialismo iria atacar a ilha e tínhamos que nos defender. Assim, estudávamos tudo sobre bombas químicas, aprendíamos a atirar com rifle, a fazer maquiagem de guerra e a nos arrastar no chão. Mas isso não é algo exclusivo na faculdade de medicina, são ensinamentos dados até a crianças.

Como é o sistema de saúde de Cuba?
O país está vivendo uma epidemia de cólera. Nas últimas décadas não havia registro dessa doença. Agora, até a capital Havana está em crise. A cólera é uma doença típica da pobreza extrema, ela não é facilmente transmissível. Isso acontece porque o sistema público de saúde está deteriorado. Quase não existem mais médicos em Cuba, em função das missões.

Por que você resolveu fugir da missão na Bolívia?
Nasci em Cuba, estudei em Cuba, passei minha vida na ilha. Minha realidade era: ao me formar médico eu teria um salário de 25 dólares, sem permissão para sair do país, tendo que fazer o que o governo me obrigasse a fazer. Em Cuba, o paramédico é uma propriedade do governo. A Bolívia era um país um pouco mais livre, mas, supostamente, eu tinha sido enviado para trabalhar por apenas três meses. Lá, me avisaram que eu teria de ficar por dois anos. Eu não tinha opção. Eram pagos 5.000 dólares por médico, mas eu recebia apenas 100 dólares: 80 em alimentos que eles me davam e os 20 em dinheiro. A verdade é que eu nunca fui pago corretamente, já que médico cubano não pode ter dinheiro em mãos, se não compra a fuga. Todas essas condições eram insustentáveis.

Você pediu asilo no Brasil?
Pedi que o Brasil me ajudasse no refúgio. Aleguei que faria o Revalida e iria para o Nordeste trabalhar em regiões pobres, mas a Polícia Federal disse que não poderia regularizar minha situação. Consegui um refúgio temporário, válido de 1 de novembro de 2006 a 4 de fevereiro de 2007. Nesse meio tempo, fui à embaixada dos Estados Unidos e fui aprovado.

Após a sua deserção, sua família sofreu algum tipo de punição?
Eles foram penalizados e tiveram de ficar três anos sem poder sair de Cuba. Meus pais nunca receberam um centavo do governo cubano enquanto estive na Bolívia, mas sofreram represálias depois que eu decidi fugir.

Quando você foi enviado à Bolívia era um recém-formado. A primeira leva de cubanos no Brasil é composta por médicos mais experientes...
Pelo o que vivi, sei que isso é tudo uma montagem de doutrinação. Essas pessoas são mais velhas porque os jovens como eu não querem a ditadura. Eu saí de Cuba e não voltei mais. No caso das pessoas mais velhas, talvez eles tenham família, marido, filhos em Cuba. É mais improvável que optem pela fuga e deixem seus familiares para trás. Geralmente, são pessoas que vivem aterrorizadas, que só podem falar com a imprensa quando autorizadas.

Os médicos cubanos que estão no Brasil deveriam fazer o Revalida?
Sim. Em Cuba, os médicos têm de passar por uma revalidação para praticar a medicina dentro do país. Sou favorável que os médicos estrangeiros trabalhem no Brasil, mas eles precisam se adequar à legislação local. Além do mais, a formação médica em Cuba está muito crítica. Eu passei o fim da minha graduação dentro de um programa especial de emergência. A ideia era que eles reduzissem em um ano minha formação, para que eu pudesse ser enviado à Bolívia. O governo cubano está fazendo isso: acelerando a graduação para poder enviar os médicos em missões ao exterior.

Fonte: Veja, 31/08/2013

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