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terça-feira, 14 de abril de 2020

Cientistas brasileiras foram pioneiras no sequenciamento do genoma do coronavírus

Ester Cerdeira Sabino (à esq.) e Jaqueline Goes de Jesus fazem parte da equipe que fez o sequenciamento do sequenciamento do genoma do novo coronavírus, que teve casos confirmados no Brasil em fevereiro (Foto: USP Imagens; Currículo Lattes)
Ester Cerdeira Sabino (à esq.) e Jaqueline Goes de Jesus fazem parte da equipe que fez o sequenciamento do genoma do novo coronavírus, que teve casos confirmados no Brasil a partir de fevereiro (Foto: USP Imagens; Currículo Lattes)

No início de março, duas brasileiras lideraram o trabalho que sequenciou o genoma do novo coronavírus em apenas dois dias, quando a média mundial vinha sendo de 15 dias.

Quem comandou a equipe foi Jaqueline Goes de Jesus, pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP e bolsista da Fapesp. Jaqueline desenvolve pesquisas na área de arboviroses emergentes e integra um projeto itinerante de mapeamento genômico do vírus Zika no Brasil.

A coordenadora geral da “missão” é Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP e coordenadora do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), que é apoiado pela Fapesp e pelos britânicos Medical Research Council e Fundo Newton.

Os pesquisadores conseguiram um resultado tão rápido porque se prepararam. Eles sabiam que a doença poderia chegar ao Brasil e se prepararam para acelerar o processo de sequenciamento.

Segundo Ester Sabino, assim que o primeiro surto de COVID-19 foi confirmado na China, em janeiro, a equipe do projeto se mobilizou para obter os recursos necessários para sequenciar o vírus quando ele chegasse no Brasil.
Usamos essa metodologia para monitorar a evolução do vírus zika nas Américas, mas, nesse caso, só conseguimos traçar a origem do vírus e a rota de disseminação um ano após o término da epidemia. Desta vez, a equipe entrou em ação assim que o primeiro caso foi confirmado”, contou Ester.
O sequenciamento foi realizado com o primeiro caso identificado no país, de um paciente de 61 anos vindo da Itália para São Paulo. O resultado foi publicado e disponibilizado para pesquisadores do mundo inteiro e já foi possível descobrir que o vírus do brasileiro é semelhante ao de um genoma sequenciado do coronavírus na Alemanha.

Com esse sequenciamento, é possível desenvolver mais rapidamente vacinas e tratamentos mais eficientes. “Por meio desse projeto foi criado uma rede de pesquisadores dedicada a responder e analisar dados de epidemias em tempo real. A proposta é realmente ajudar os serviços de saúde e não apenas publicar as informações meses depois que o problema ocorreu”, disse Ester Sabino à Agência FAPESP.

Outros pesquisadores que participaram do sequenciamento do novo coronavírus

Ao lado dessas duas mulheres que fizeram história estão vários outros pesquisadores que elas fazem questão de lembrar, como Claudio Tavares Sacchi, responsável pelo Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz, Dr. Nuno Faria, Dr. Oliver Pybus, Dra. Sarah Hill e o doutorando Darlan Candido, da Universidade de Oxford, Dr. Joshua Quick e Dr. Nicholas Loman, da Universidade de Birmingham, o mestre Filipe Romero, da UFRJ, a mestre Pâmela Andrade, as estudantes Mariana Cardoso e Camila Maia a bióloga Thais Coletti, a farmacêutica Erika Manuli e as biomédicas Ingra Morales e Flavia Sales. 

Clipping Cientistas brasileiras são as mais rápidas no mundo a sequenciar genoma do coronavírus, por Rafael Melo, Razões para Acreditar (via revista Galileu e Jornal da USP), 02/03/2020

quinta-feira, 14 de março de 2019

As mulheres são biologiamente mais "fortes" do que os homens

Diferença na expectativa de vida entre mulheres e homens surge ainda na infância
Ciência comprova: mulheres são mais ‘fortes’ que os homens
Em tempos de crise, como fome e epidemias, elas sobrevivem mais que eles

Não é novidade que hoje as mulheres vivem mais que os homens em praticamente todos os países do mundo, mas um levantamento reunindo dados dos últimos 300 anos mostra que elas também eram mais resilientes no passado , até nas piores circunstâncias, como fome e epidemias. Segundo os pesquisadores, mesmo na infância, quando as diferenças comportamentais são mínimas, as meninas têm mais chances de sobrevivência que os meninos , o que indica que a explicação para o fenômeno deve ter algum componente biológico .

A equipe liderada por Virginia Zarulli, da Universidade do Sul da Dinamarca, e James Vaupel, da Universidade Duke, analisou sete episódios históricos que tiveram forte impacto sobre a expectativa de vida da população, como a chegada de ex-escravos americanos na Libéria, entre 1820 e 1843; a fome na Suécia em 1772 e 1773; e as epidemias de sarampo na Islândia em 1846 e 1882.
As condições experimentadas pelas pessoas nas populações analisadas eram horríveis. Apesar de as crises reduzirem a vantagem da sobrevivência feminina na expectativa de vida, as mulheres ainda sobreviveram mais que os homens”, revelaram os cientistas em estudo publicado semana passada na revista científica "PNAS".
Na Libéria, por exemplo, os escravos libertados nos EUA experimentaram as piores taxas de mortalidade já registradas no mundo. Mais de 40% dos realocados no país do oeste africano morreram no primeiro ano após a chegada, provavelmente por doenças tropicais. No nascimento, a expectativa de vida para os meninos era de 1,68 ano e, para as meninas, de 2,23 anos.

A fome na Suécia de 1772/1773 é considerada a pior na história do país, provocada por condições climáticas anormais no verão de 1771, que quebrou a safra e provocou aumento expressivo nos preços dos alimentos. Em 1973, a expectativa de vida da população desabou para apenas 17,15 anos para os homens e 18,79 anos para as mulheres. Na Islândia, a epidemia de sarampo fez a expectativa de vida em 1846 cair de 35,35 anos para 17,86 anos entre os homens e de 40,81 anos para 18,82 anos entre as mulheres.
Em todas as populações os homens tinham taxas de mortalidade iguais ou maiores que as mulheres em todas as faixas etárias”, apontam os pesquisadores.
Quando os cientistas analisaram os dados por faixa etária, descobriram que a vantagem de sobrevivência das mulheres se desdobram a partir de diferenças na mortalidade infantil. Em todos os casos analisados, as meninas eram mais resilientes que os meninos. Como nos primeiros anos de vida os impactos ambientais e comportamentais são mínimos, os resultados sugerem que a diferença na expectativa de vida entre homens e mulheres não pode descartar a influência biológica.
Nossos resultados adicionam uma nova peça ao quebra-cabeças das diferenças de sobrevivência entre os gêneros”, concluem os pesquisadores. “Eles sugerem que a vantagem feminina tem raízes biológicas e é influenciada por riscos, oportunidades e recursos ambientais e comportamentais”.

Fonte: O Globo, 15/01/2018 

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