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terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

"Todas as mulheres dos presidentes": livro conta a história das primeiras-damas brasileiras

A História das Primeiras-Damas do Brasil
Trajetória pouco conhecida, livro destaca a participação das primeiras-damas ao longo de 130 anos de República. Salvo exceções, elas foram ofuscadas por uma sociedade machista e conservadora

“Filha de um senador, fui esposa de um presidente e mãe de um ministro de Estado.” Trinta e oito anos depois de encerrado o mandato de Arthur Bernardes – na Primeira República, entre 1922 e 1926 –, assim se definiu sua esposa, Clélia Vaz de Melo (1876-1972), em entrevista concedida à revista Manchete em 1964. Natural de Viçosa, de tradicional família de políticos mineiros, Clélia, a mais longeva primeira-dama em 130 anos de República – morreu lúcida aos 96 anos – forjou a própria identidade na trajetória política dos homens de sua família, muitas vezes influenciando decisões à sombra. A história de Clélia, mulher dedicada ao lar e discreta, traduz o itinerário da maioria das primeiras-damas em 130 anos de República.

E se é inequívoco que os postos-chave da política no Brasil foram e continuam ocupados por homens – apenas uma mulher, Dilma Rousseff, foi eleita presidente da República –, é fato que a maior parte das primeiras-damas que orbitaram o poder durante o exercício do mandato de seus respectivos maridos fizeram vistas grossas aos casos extraconjugais e não cultivaram a carreira profissional.

Nesse sentido, a antropóloga, pesquisadora e pós-doutora Ruth Cardoso foi ponto fora da curva. Ser “do lar”, a “retaguarda” dos homens de poder, foi o padrão esperado, assim expresso por Scylla Gaffré Nogueira (1907-2003), mulher de Emílio Garrastazu Médici, presidente entre 1969 e 1974, auge do período da repressão da ditadura militar:
Sou e serei sempre o que fui: a esposa de meu marido, duas vezes mãe. Ao longo de minha vida, não me tem feito maior diferença a função que ele exerce, desde que permitido me seja estar ao seu lado. Minha valia é tão pouca, minha missão é tão fácil e tão suave. A mim, toca fazer-lhe a casa amiga e serena (…)”.
A história não contada das primeiras-damas brasileiras está registrada no óleo sobre tela de Gustavo Hastoy, que retrata, no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro, o momento em que o marechal Deodoro da Fonseca, chefe do Governo Provisório, rodeado por 18 homens, assina em 20 de junho de 1890 o projeto da primeira Constituição da República do Brasil. “A mulher que inauguraria o cargo de primeira-dama no Brasil é a única figura de costas na pintura; impossível ver seu rosto.

A cena explicita uma contradição que vai se repetir ao longo dos 130 anos de República: o Brasil teve muitas primeiras-damas marcantes, mas suas histórias, quando não foram apagadas, são como Mariana Cecília de Sousa Meireles, esposa de Deodoro da Fonseca, na pintura de Hastoy: sem rosto, sem que se possa ao menos adivinhar seus sentimentos, mas presentes, mesmo que às sombras”, escrevem os jornalistas Ciça Guedes e Murilo Fiúza de Melo, autores do livro Todas as mulheres dos presidentes – A história pouco conhecida das primeiras-damas do Brasil desde o início da República (Editora Máquina de Livros).
Todas as primeiras-damas, até mesmo Ruth Cardoso, uma acadêmica reconhecida, cuja trajetória profissional se destaca como exceção entre a maioria das primeiras-damas que não cultivaram carreira profissional, tiveram vidas regidas por opção política do homem com o qual se casaram”, avalia Ciça Guedes.
“Com raras exceções, essas mulheres invisíveis passaram à história como citações nas biografias de homens fortes”, acrescentam.
“Sobre os presidentes da República há grande volume e variedade de biografias, perfis, ensaios e trabalhos. Mas sobre as primeiras-damas há pouca informação. Quisemos contar a história da República com esse viés feminino”, diz Murilo Fiúza de Melo, lembrando que para a historiografia nacional – narrada sobretudo por homens – elas são ignoradas, praticamente “não existem”.
A invisibilidade das primeiras-damas do Brasil fala muito da trajetória social da mulher, numa sociedade machista e conservadora, afirma Murilo Fiúza.
O espaço das mulheres tem sido conquistado com muito esforço”, afirma. Foi apenas no Código Civil de 2002 que as mulheres deixaram, pelo menos perante a lei, de ser subjugadas pelo homem, considerado o “chefe da sociedade conjugal”, e, inclusive, passaram a escolher se queriam ou não adotar o sobrenome do marido. 
Ambos lembram que no Código Civil de 1916 as mulheres precisavam da autorização do marido para exercer uma profissão, o que deixou de existir apenas em 1962, com o Estatuto da Mulher Casada. 

Já o direito à participação política por meio do voto chegou apenas no governo de Getúlio Vargas, em fevereiro de 1932, quando, por meio de decreto, um novo Código Eleitoral estendeu o direito de voto às mulheres.
Apesar dos avanços da luta pelos direitos das mulheres, a esposa do principal líder do país continua sendo coadjuvante – quanto mais bela, recatada e do lar for, mais feliz estará a nação”, destacam Ciça Guedes e Murilo Fiuza, que lembram, em contraponto, como, nos estertores da monarquia, a princesa Isabel deixou a sua marca na história, nas três oportunidades em que assumiu a regência: assinou a Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei Áurea (1888).
Ciça Guedes e Murilo Fiúza fizeram a pesquisa bibliográfica de 34 primeiras-damas, inclusive de Risoleta Neves (1917-2003) – esposa de Tancredo Neves, que morreu em 1985, antes de assumir o primeiro governo civil após a ditadura militar –, e Antonieta Castelo Branco (1922-2010), filha do marechal Castelo Branco (1897-1967), que era viúvo, o primeiro presidente militar a assumir após o golpe de 1964. Os autores também consideraram a biografia de Ana Guilhermina de Oliveira Borges (1855-1891), que morreu antes de Rodrigues Alves (1848-1919) chegar à Presidência, cargo que exerceu entre 1902 e 1906. Ele foi eleito para um segundo mandato como presidente em 1º de março de 1918, mas contraiu a gripe espanhola e morreu.

Entre as 34 primeiras-damas abordadas no livro, oito foram mineiras, com especial destaque para a trajetória de Sarah Luísa Gomes de Sousa Lemos Kubitschek (1908-1996) e Risoleta Neves. Um dos presidentes mais marcantes da história brasileira, sob Juscelino Kubitschek (1902-1976) o Brasil viveu a arrancada desenvolvimentista, expressa no slogan “50 anos em 5”. Os autores destacam, sobre o político apelidado de Presidente Bossa Nova:
Por todos os ângulos em que se examina, parece que nunca fomos tão felizes como no governo de JK, um homem charmoso, descendente de ciganos, que adorava dançar e se divertir”. Classificando Sarah como uma “das mais importantes primeiras-damas” da República, ao lado de Darcy Vargas e Ruth Cardoso, os autores registram a forma como ela impulsionou a carreira política de Juscelino, abrindo-lhe as portas das “famílias poderosas de Minas”.
Mas demonstram que ela foi muito além do papel de coadjuvante, sendo citada pela Fundação Oswaldo Cruz como autora das primeiras iniciativas de prevenção e tratamento de câncer ginecológico no país.
A importância de suas obras assistenciais resistiu ao tempo, mas ela não é tão lembrada quanto outras primeiras-damas de destaque. Foi também vítima do massacre que a ditadura militar promoveu contra a imagem de Juscelino”, afirmam Ciça Guedes e Murilo Fiuza. Ao longo de sua carreira, Juscelino teve diversos casos amorosos.

Conhecida pela reserva e comedimento, Risoleta foi casada por 47 anos com Tancredo Neves (1910-1985), considerado articulador importante da transição democrática: costurou ampla aliança entre o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), oposicionista, e a Frente Liberal, dissidência do Partido Democrático Social (PDS), governista, para apoiar, a sua eleição no Colégio Eleitoral, em janeiro de 1985. Tancredo era considerado moderado, portanto, palatável pelo regime militar para consolidar a transição. Mas foi impedido de tomar posse em decorrência de uma cirurgia, morrendo antes de assumir a Presidência da República, vítima de sucessivos erros médicos.

Clipping Livro conta a história das primeiras-damas do Brasil, por Bertha Maakaroun, Estado de Minas, 09/02/2020

sábado, 16 de fevereiro de 2019

"Ninguém nasce mulher: torna-se": Janaína Paschoal pensou certo por linhas tortas

Tirada fora de seu contexto original, a icônica frase da filósofa existencialista Simone de Beauvoir, "ninguém nasce mulher, torna-se mulher", se presta às interpretações mais errôneas.

Entre os assuntos da semana, voltou à cena a ícônica frase da Simone de Beauvoir "ninguém nasce mulher, torna-se mulher", proferida pelo Celso de Mello no julgamento das ações para criminalizar a homofobia.

Tirada fora de seu contexto original, a frase tem servido para as interpretações mais errôneas. Os ativistas transgênero acham que ela referenda sua ideia de que uma pessoa do sexo masculino pode ser mulher ou qualquer coisa que lhes dê na telha. Outros conservadores (porque os trans também são) também acham que ela nega a realidade material da mulher. Nesse sentido, disse a Janaína Paschoal:
Será que não se percebe que ao dizer que mulheres não nascem mulheres, tornam-se mulheres se está reduzindo as mulheres ao NADA? Será que não se percebe que, uma vez mais, conceitua-se mulher a partir do conceito de homem?"
O que são nossas vaginas, nossos seios, nossos úteros, nossa inteligência emocional, nosso sexto sentido, nossa capacidade de fazer inúmeras coisas ao mesmo tempo, nossa capacidade de, além da vida profissional e política, gerar e alimentar outro ser humano? Nada?
Acordem, iludidas feministas! O discurso que vocês tanto aplaudem leva à destruição. Quero ser respeitada e quero que as mulheres sejam respeitadas como seres capazes e dignos de fazer o que se determinam a fazer. Ofende-me, profundamente, ouvir que as mulheres são mera ficção."
Mas, minha gente, vamos pegar a famosa frase dentro do seu contexto. "NINGUÉM nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade..." (O Segundo Sexo*, vol. 2, A Experiência Vivida, Primeira Parte Formação, Capítulo 1, Infância, p. 9)

Como se vê, primeirissimamente, Beauvoir se referia à fêmea da espécie humana, a mulher. Portanto, homens que personificam o gênero feminino (modelo de mulher) não podem usar essa frase para referendar seus devaneios fetichistas. Segundo, ela não estava dizendo que a mulher é uma ficção. Ela quis dizer que a fêmea humana (a mulher) não deve aceitar que nenhum suposto destino biológico, psíquico, econômico, etc... venha limitá-la em seus objetivos práticos e existenciais, a definir o que ela deve ser. Trata-se de um brado de independência, de autodeterminação. Só isso.

Agora, a Janaína Paschoal até escreveu certo por linhas tortas. Também a mim me ofende, profundamente, ouvir que as mulheres são mera ficção, um sentimento, uma identidade, como pregam os transativistas e não a Simone de Beauvoir.

* O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir, publicado em 1949, é considerado não só um texto base para o movimento feminista como um dos cem livros que mais influenciaram a humanidade. No Brasil, foi publicado em dois volumes, Mitos e Fatos e A experiência Vivida, em tradução de Sérgio Milliet, pela editora Difusão Europeia. 

segunda-feira, 19 de maio de 2014

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Plataformas de autopublicação para lançar seu livro

Publique seu Livro

Diz a sabedoria popular que três coisas o ser humano deve fazer na vida: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Para aqueles que se aventuram nesse terceiro projeto, mais desafiador do que passar uma boa história para o papel foi, até agora, conseguir publicá-la. Mas isso está mudando. A internet propiciou o aparecimento das chamadas plataformas de autopublicação, que facilitam o processo para os pequenos autores.

Basta cadastrar-se online e converter arquivos em programas de edição de texto, como o Word, para o formato de livro eletrônico (e-book). O processo inclui instruções para que o próprio autor defina a capa e o preço da obra. Feito isso, o livro eletrônico pode ser vendido online para interessados no mundo todo.

Algumas plataformas de autopublicação oferecem também a venda de exemplares impressos, sob pedido (on demand). Não há exigência de tiragem mínima e os royalties para o autor variam de 35% a até 70% do valor de capa, substancialmente mais do que os 10% geralmente oferecidos no mercado editorial convencional. É um caminho novo para quem pretende deixar a história da família para os netos, editar contos eróticos ou distribuir apostilas de um curso.

A Bookess, uma das pioneiras na autopublicação no Brasil, oferece serviços extras, como revisão, elaboração do projeto gráfico e da ficha catalográfica. Mesmo com todos os trâmites, o escritor pode ver seu livro pronto em até 30 dias, a um custo sete vezes mais baixo do que o vigente pelas vias tradicionais.

A nova modalidade atraiu a atenção de grandes empresas como Amazon e Saraiva, que lançaram suas plataformas de autopublicação em português, em dezembro de 2012 e em junho de 2013, respectivamente. O diretor-geral da Amazon.com.br, Alex Szapiro, destaca a importância do novo caminho para obras que antes ficariam engavetadas, uma vez que as editoras convencionais têm capacidade limitada para revisar manuscritos.

Os livros publicados pela plataforma gratuita Kindle Direct Publishing (KDP) alcançam, por semana, em média, 20% dos mais vendidos no Brasil pela Amazon.com. Mas é um sistema que está só começando por aqui. Na Alemanha já atinge 50%; na França e na Espanha, 40%. Nos Estados Unidos, editoras tradicionais têm recorrido à autopublicação para garimpar novos autores, a exemplo de E. L. James, que começou pela KDP, antes de se tornar campeã de vendas com o título “50 tons de cinza”.

Deric Guilhen, diretor de produtos digitais da Saraiva, enxerga na autopublicação mais uma opção para os leitores. “Temos o maior site de venda de livros do Brasil, não podíamos ficar de fora desse movimento. Mas não nos esquecemos da importância do processo de curadoria convencional para as editoras”, pondera. Dos 25 mil títulos à venda na loja digital da Saraiva, cerca de 10% são da plataforma Publique-se, que possui 11,5 mil autores cadastrados.

“A falta de um trabalho editorial profissional prejudica a qualidade do texto final”, afirma Susanna Florissi, coordenadora da Comissão do Livro Digital da Câmara Brasileira do Livro (CBL). Para Marcelo Cazado, diretor executivo da Bookess, a tendência é a de que a autopublicação domine o mercado: “Muitos escritores têm recusado convites para migrar para grandes editoras por terem mais flexibilidade na autopublicação e mais autonomia para definir seus próprios preços e políticas de direitos autorais”. / COLABOROU DANIELLE VILLELA

COMO FUNCIONA:

Bookess

Escritores recebem 50% do valor de capa das suas obras, sem exigência de exclusividade. As obras podem ser publicadas no formato de livro eletrônico ou impressas sob pedido.

KDP (Amazon)

O autor é remunerado com até 70% do valor de capa de obras exclusivas na plataforma da Amazon ou com 35% para obras disponíveis em outras lojas. Apenas no formato e-book.

Publique-se (Saraiva)

Remuneração para o autor de até 35% do valor de capa da obra, sem exigência de exclusividade. Apenas no formato e-book.

Fonte: Estado de São Paulo, Celso Ming, 04/04/2014

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Dracula Episódio nº: 4: From darkness to light (Das sombras à luz)



Grayson decide que é hora de ganhar o coração de Lady Jayne. Enquanto isso, Lucy esconde, em meio aos planos entusiasmados de organização da festa de noivado de Mina e Harker, seus sentimentos pela amiga. Greyson utiliza um velho amigo para seus planos de vingança. Já os esforços para Dracula conquistar a luz do Sol avançam, mas logo enfrentam um obstáculo. As pesquisas de Van Helsing para permitir que Grayson ande sob a luz do dia encontra como obstáculo o fato do vampiro não ter coração.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Para download, obras completas de dois gigantes da língua portuguesa: Machado de Assis e Fernando Pessoa

Machado de Assis
Uma parceria entre o portal Domínio Público e o Núcleo de Pesquisa em Informática, Literatura e Linguística (Nupill), da Universidade Federal de Santa Catarina, sistematizou, revisou e disponibilizou on-line a Coleção Digital Machado de Assis, reunindo a obra completa do autor para download.

Além dos romances, “Ressurreição” (1872), “A Mão e a Luva” (1874), “Helena” (1876), “Iaiá Garcia” (1878), “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), “Casa Velha” (1885), “Quincas Borba” (1891), “Dom Casmurro” (1899), “Esaú e Jacó” (1904) e “Memorial de Aires” (1908), a coleção engloba sua obra em conto, poesia, crônica, teatro, crítica e tradução. O projeto, que foi criado em 2008, também disponibiliza teses, dissertações e estudos críticos, e traz um vídeo sobre a vida do autor e sobre o contexto histórico em que ele viveu.


Fernando Pessoa

O portal Domínio Público disponibiliza para download a poesia completa de Fernando Pessoa. Embora sem uma ordem cronológica adequada e com edições repetidas, o acervo contempla toda a obra conhecida do poeta português. Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, em junho de 1888, e morreu em novembro de 1935, na mesma cidade. É considerado, ao lado de Luís de Camões, o maior poeta da língua portuguesa e um dos maiores da literatura universal. 

Seus poemas mais conhecidos foram assinados pelos heterônimos Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro, além de um semi-heterônimo, Bernardo Soares, que seria o próprio Pessoa, um ajudante de guarda-livros da cidade de Lisboa e autor do “Livro do Desassossego”, uma das obras fundadoras da ficção portuguesa no século 20. Além de exímio poeta, Fernando Pessoa foi um grande criador de personagens. Mais do que meros pseudônimos, seus heterônimos foram personagens completos, com biografias próprias e estilos literários díspares.

Álvaro de Campos, por exemplo, era um engenheiro português com educação inglesa e com forte influência do simbolismo e futurismo. Ricardo Reis era um médico defensor da monarquia e com grande interesse pela cultura latina. Alberto Caeiro, embora com pouca educação formal e uma posição anti-intelectualista (cursou apenas o primário), é considerado um mestre. Com uma linguagem direta e com a naturalidade do discurso oral, é o mais profícuo entre os heterônimos. São seus “O Guardador de Rebanhos”, “O Pastor Amoroso” e os “Poemas Inconjuntos”. O crítico literário Harold Bloom afirmou que a obra de Fernando Pessoa é o legado da língua portuguesa ao mundo.


Veja também

1,3 milhão de livros para download ou leitura on-line

Fonte: Revista Bula, jornalismo cultural

sexta-feira, 1 de março de 2013

Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta...

Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda..." (Cecília Meireles, Romanceiro da Inconfidência). Música "Surrender to Hope" (Entregue-se à Esperança). 
 

Experience Freedom from InfinityList on Vimeo.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sempre é bom saber: lista de bibliotecas virtuais



Biblioteca virtual é a digitalização de bibliotecas tradicionais, via serviço de informação sem infra-estrutura física, que oferece materiais exclusivamente em formato digital. Seguem abaixo links para algumas dessas bibliotecas. A fonte da listagem é o site Canal do Ensino.

Contém textos de autoria dos pesquisadores do CPDOC, disponíveis para download. Os livros para download tem como propósito a divulgação, na íntegra, de obras produzidas pelo CPDOC não disponíveis para venda, por estarem esgotadas ou por terem sido produzidas para distribuição restrita. Na Consulta à base de dados tem acesso a trabahos do CPDOC, atualmente cerca de 1000 títulos.

Livre à literatura e com mais de 2000 textos clássicos. Notas dos livros, biografia dos autores, sumários dos livros e obras de referência.

Gerenciamento de direitos autorais, edição de textos em formato eletrônico e transformação de bibliotecas em bibliotecas virtuais – documentos digitais.

Emprega o sistema Nou-Rau de arquivamento e indexação de documentos digitais, provendo acesso controlado e mecanismos eficientes de busca. Estão disponíveis hoje as seguintes seções : congressos e seminários, dissertações e teses, periódicos publicados pela Unicamp em formato eletrônico.

Edições digitais de referência da BN de Portugal, obras históricas digitalizadas entre outras.

É um espaço aberto à construção e compartilhamento do conhecimento, que visa contribuir para o cotínuo aprendizado do empreendedorismo, auxiliando o desenvolvimento e o fortalecimento dos pequenos negócios.

Criado com o objetivo de democratizar as informações armazenadas nas bibliotecas das instituições estaduais participantes (FEE ; IRGA ; EMATER / RS ; CIENTEC) abrangendo assim, pesquisas por autores, títulos e assuntos.

Possui base de dados nacionais e internacionais.

Constitui-se como um site onde você encontrará tudo relacionado ao saber universal, a ciência, literatura, arte e todas os demais ramos que compõem a cultura de nossa civilização. Nesse sentido o site está estruturado de tal maneira que você encontre uma forma prática e rápida a informação. Não pretende mostrar uma investigação profunda acerca de cada um dos temas.

Site federal dos EUA que oferece informações sobre desenvolvimento de coleções digitais e controle da informação para o benefício da instrução, cultura e progresso.

Da Biblioteca Nacional da França (BNF), constitui uma das mais importantes bibliotecas de acesso gratuito da Internet.

Coordenado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), disponibiliza links de bibliotecas brasileiras classificadas por ordem alfabética, por categorias e por Estado, bem como, bibliotecas que possuem catálogos on-line, sistemas de bibliotecas, estatísticas de bibliotecas e projetos de bibliotecas virtuais no mundo.

Portal do conhecimento que disponibiliza teses da USP digitalizadas

Oferece instrumentos de busca, códigos e leis norte-americanas, tanto federais quanto estaduais ; além disso, possui lei e tratados internacionais.

Permite acesso às grandes obras da literatura infantil, além de outros clássicos da literatura.

LATINDEX -Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América Latina, el Caribe e España y Portugal
Diversas revistas científicas editadas em países íbero-americanos compiladas nesta biblioteca virtual.

Disponibiliza documentos do seu acervo que não estão sujeitos à lei de direitos autorais – coleções de informações – hypertextos – index de recuperação de texto, imagem e som.

Desenvolvido pela Comissão Nacional de Energia Nuclear através do Centro de Informações Nucleares. Os periódicos incluem revistas científicas, revistas de divulgação científica e boletins técnicos.

Oferece para a comunidade científica a consulta ágil e atualizada, por meio eletrônico, a textos completos de revistas científicas internacionais.

O objetivo da Biblioteca Pública das Ciências (PLoS, sua sigla em inglês) é publicar online os resultados das investigações em diverentes domínios da ciência e colocá-los à livre disposição de especialistas e novatos. A PLoS é uma organização sem fins lucrativos que tem recebido apoio de mais de 30.000 cientetistas de 182 países.

A biblioteca Sun Site de Berkeley Digital constrói coleções digitais e serviços ao fornecer a informação e a sustentação aos colaboradores digitais da biblioteca worldwide.

O SBICafé disponibiliza, em formato eletrônico, publicações relacionadas ao agronegócio do café. Seu acervo é constituido de livros, teses de mestrado e de doutorado, artigos científicos, etc. Além de publicações, você também tem acesso a centenas de projetos de pesquisa e eventos relacionados ao agronegócio do café.

Mais de 7000 títulos do acervo da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos

Permite o acesso a livros eletrônicos em várias linguas

terça-feira, 6 de março de 2012

Ayn Rand: homenagem a uma mulher notável no dia internacional da mulher!

Escrevi o texto abaixo em março do ano passado e o republico hoje por ser aniversário da morte de Ayn Rand e por estarmos às vésperas do Dia Internacional das Mulheres, quando feministas esquerdistas estarão novamente misturando a luta pelos direitos das mulheres com uma suposta luta anticapitalista.

Essa mistura espúria serve apenas para alimentar os argumentos conservadores contra o feminismo que, segundo eles seria fruto do marxismo cultural da Escola de Frankfurt, instituto  de pesquisa alemão (de inspiração marxista) das primeiras décadas do século XX, embora as lutas das mulheres tenham se iniciado a partir de ideias liberais, em particular à época da Revolução Francesa (1789-1799), e sob essa bandeira tenham se dado as conquistas do direito a estudar, trabalhar e votar e ser votada, entre outros, para o sexo feminino.

Dizer que o feminismo é fruto do marxismo cultural, em função da atual predominância de ideias esquerdistas no movimento, é o mesmo que dizer que o Brasil é fruto de governos socialistas só porque, desde 2002, temos um governo com essa tendência. Enfim, o que não faltam são mentirosos de "esquerda" e de "direita". Como não faço parte desse fla-flu de autoritários, busco apresentar os fatos sem esse comprometimento ideológico excessivo. Fiquem, então, mais uma vez, com a história dessa mulher notável e polêmica que foi Ayn Rand. (06/03/12)


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Neste momento em que o mundo celebra mais um dia - agora por extensão mês – internacional da mulher e um bando de absurdas (feministas socialistas) vai às ruas para pregar contra o capitalismo, o sistema que mais proporcionou às mulheres autonomia e liberdade, torna-se imprescindível lembrar Ayn Rand (vi a pregação anticapitalista em chamada para a manifestação pela data, no dia 12, em São Paulo). Torna-se imprescindível não só porque ela foi uma mulher extraordinária, por suas vida e obra, mas também por ter sido uma das maiores defensoras das liberdades individuais, da racionalidade, da livre expressão e da democracia liberal.

Podemos não concordar com tudo que ela diz, em sua obra de ficção e não-ficção, da corrente filosófica que iniciou, chamada Objetivismo, mas não podemos deixar de admirar sua inteligência e a incrível influência que suas idéias exerceram – e exercem ainda - na sociedade norte-americana, inclusive em nível governamental. Basta lembrar que sua obra-prima, A Revolta de Atlas (Atlas Shrugged), continua sendo o livro mais lido nos EUA, depois da Bíblia, e um best-seller no mundo inteiro, com 11 milhões de exemplares vendidos. Qual outra mulher exerceu tanta influência em qualquer dos países ocidentais? E por que uma mulher como Ayn Rand nunca teve sua biografia e obra divulgadas pelo movimento feminista brasileiro? Provavelmente porque quem sai às ruas para pregar contra o capitalismo, sem ter a menor idéia do que colocar no lugar dele, não tem mesmo condições de falar sobre Ayn Rand.

Quem foi Ayn Rand (1905–1982)?
Nascida Alissa Zinovievna Rosenbaum, em São Petersburgo (Rússia), em 1905, Ayn Rand deixou seu país, ao completar 21 anos de idade, rumo aos Estados Unidos, supostamente para visitar parentes, mas, de fato, com a intenção de por lá ficar. Na terra natal, com a revolução russa e a vitória final dos comunistas, sua família de classe-média, que fugira para a Criméia, teve seus bens confiscados e ficou na miséria. Mesmo assim, de volta a Petrogrado, Alissa conseguiu se formar, em 1924, em Filosofia e História na universidade local e, no ano seguinte, 1925, logrou obter permissão para visitar parentes nos EUA, a terra da liberdade, como aprendera nas aulas de história ainda no secundário. Nunca mais retornou.

Nos EUA, após passar alguns meses com parentes em Chicago, praticando inglês, mudou-se para Hollywood em busca de trabalho. Foi quando adotou o nome Ayn Rand (Ayn se pronuncia com “mine” em inglês) e conheceu, por um golpe de sorte, em seu segundo dia na cidade, o legendário diretor Cecil B. DeMille, que lhe deu trabalho como extra no filme Rei dos Reis (King of Kings, 1927). O contato com DeMille lhe rendeu, além de trabalho, conselhos de como se tornar roteirista em Hollywood e o encontro com o ator Frank O’Connor, nos sets de filmagem, com o qual passaria a namorar e se casaria em 1929.

Ilustração de Nick Gaetano
Antes de se tornar escritora profissional, Ayn Rand trabalhou como analista de roteiros, arquivista nos estúdios cinematográficos e atendente no departamento de figurinos da RKO Pictures. Entretanto, apenas quando produziu o roteiro O peão vermelho (Red Pawan), vendido para a Universal Pictures, em 1932, e nunca filmado, ela conseguiu dinheiro suficiente para se manter apenas como escritora. Daí em diante, não parou de produzir romances e contos até chegar ao monumental Atlas Shrugged (A revolta de Atlas) que lançou em 1957. Depois disso, deixou a literatura para se dedicar a trabalhos de não-ficção, sobretudo referentes à sua filosofia, o Objetivismo, e outros temas como o capitalismo, as esquerdas, o trabalho intelectual.

Mesmo após sua morte, em 1982, A influência de Ayn Rand não se extinguiu. Pelo contrário, trabalhos literários e acadêmicos sobre sua obra continuaram sendo produzidos (Journal of Ayn Rand Studies) e organizações devotadas às suas ideias foram criadas, como o Centro objetivista (The Objectivist Center) e o Instituto Ayn Rand (Ayn Rand Institute).

Ayn Rand no Brasil
Em nosso país, Ayn Rand é pouco conhecida, embora tenha fãs ilustres e ilustrados, mas duas de suas principais obras, A Nascente (The Fountainhead) e A Revolta de Atlas (Atlas Shrugged), foram traduzidas para o português e lançadas respectivamente, em 2008 e em 2010, pelas editoras Landscape e Sextante. Atlas Shrugged já havia sido traduzido e publicado em 1987, pela Editora Expressão e Cultura, com o título Quem foi John Galt?, mas só se encontram exemplares dessa edição em sebos e por preços astronômicos. Os três volumes da edição atual, da Sextante, podem ser comprados por R$69,00 nas melhores livrarias.

A Nascente (The Fountainhead, 1942)

A Nascente foi o primeiro romance de Ayn Rand a ser conhecido internacionalmente e onde ela já apresenta, de forma mais consistente, as idéias que seriam melhor elaboradas em A Revolta de Atlas e que gerariam a filosofia do Objetivismo. O protagonista do livro, o arquiteto Howard Roark é um homem criativo e idealista que constrói projetos ousados, cujo brilhantismo, porém, atrai mais inveja do que reconhecimento, como a sentida pelo influente jornalista do periódico The Banner, Elsworth Toohey, que o persegue a ponto de deixá-lo sem clientes.

Entre quedas e recuperações, Roark mantém sua integridade, chegando a dinamitar um conjunto habitacional que construíra por causa das mutilações feitas no projeto original, mutilações que afetariam a qualidade de vida dos moradores. Essa atitude polêmica lhe causa uma série de vicissitudes, não só com os invejosos costumeiros mas também com a namorada e a Justiça. Roark é o modelo ideal de pessoa, na ótica de Ayn Rand: o indivíduo movido pela razão e pela criatividade, colocadas em prática através do esforço próprio, e que, se necessário, enfrenta a tudo e a todos para afirmar sua individualidade, não aceitando quaisquer tentativas de suborno ou dominação. O livro foi transformado em filme, em 1949, pelo diretor King Vidor (no Brasil, apareceu com o nome de Vontade Indômita), estrelado por Gary Cooper e Patricia Neal. Melodrama típico dos anos 40 e 50, o destaque da fita é a cena antológica de Howard Roark explicando, num tribunal, as razões que o levaram a implodir a própria obra. 



A Revolta de Atlas (Atlas Shrugged, 1957)

A Revolta de Atlas é a obra-prima de Ayn Rand e considerada um dos grandes romances de ideias de todos os tempos. Nela, através de um enredo que mescla suspense e filosofia, a escritora russa-americana expõe seu ideário. Num mundo governado por repúblicas autoritárias coletivistas, os EUA rumam para o mesmo destino, com seu governo criando tantos obstáculos à livre iniciativa das pessoas, sob pretexto de igualitarismo, que os principais líderes da indústria, do empresariado, das ciências e das artes, liderados por um misterioso John Galt, decidem fazer uma greve de cérebros.

Em outras palavras, aqueles que sustentam o país (daí a referência à figura de Atlas, o titã da mitologia grega, que sustenta o mundo nos ombros) somem literalmente do mapa deixando a sociedade à própria sorte. O Estado se apossa de suas propriedades e invenções, mas não é capaz de mantê-las funcionando porque não tem competência para tal, atravancado pela burocracia e pela corrupção e infestado de medíocres e parasitas de toda ordem (qualquer semelhança com o Brasil de hoje não é mera coincidência). Para saber o resultado dessa greve, é preciso ler os três volumes desse épico da liberdade que é A Revolta de Atlas.

Nele, Ayn Rand desafia algumas de nossas crenças mais arraigadas, seja em função de nossa formação judaico-cristã seja em razão da influência das ideias de esquerda em nossa sociedade. Como lemos na contra-capa da caixa que contém os três volumes do romance, em A Revolta de Atlas, a autora apresenta os princípios de sua filosofia: a defesa da razão, do individualismo, do livre mercado e da liberdade de expressão, bem como os valores segundo os quais o homem deve viver – a racionalidade, a honestidade, a justiça, a independência, a integridade, a produtividade e o orgulho.... Sua mensagem transformadora conquistou uma legião de leitores e fãs: cada indivíduo é responsável por suas ações e por buscar a liberdade e a felicidade como valores supremos.

No site da editora Sextante, que lançou A Revolta de Atlas, no ano passado, é possível baixar o primeiro capítulo do romance em *.PDF. E na página da editora, no Youtube também é possível assistir a própria Ayn Rand falando sobre sua obra e suas idéias numa entrevista ao jornalista Mike Wallace em 1959. Clique aqui para assistir a entrevista em 3 partes: Parte 1:  Parte 2: Parte 3:

Há também um site sobre Ayn Rand, em português, com sua biografia e obras, elaborado por Eduardo Chaves, Professor de Filosofia da Faculdade de Educação da UNICAMP, hoje aposentado. Clique aqui para seguir até lá. 

Ainda se pode ter uma introdução ao pensamento de Ayn Rand com o livro do economista Rodrigo Constantino, intitulado Egoismo Racional, O Individualismo de Ayn Rand, de 2007, que pode ser encontrado nas boas livrarias do país.

Ayn Rand, contra todos os autoritários
Ilustração de Nick Gaetano

Finalizando esta postagem, que é uma lembrança e uma homenagem a essa mulher brilhante e polêmica, neste dia internacional da mulher, vale lembrar que a escritora e filósofa Ayn Rand era particularmente contrária ao comunismo (socialismo) pela experiência traumática que teve com a revolução russa em sua terra natal, não usufruindo  obviamente de  prestígio com as esquerdas em geral. Entretanto, Rand também não gozava de popularidade junto à direita religiosa e conservadora, pois era ateia e igualmente pregava a liberdade dos indivíduos frente às instituições religiosas.

Suas ideias deram origem ao libertarianismo americano, uma espécie de retomada do liberalismo clássico, que inclusive veio a se concretizar como partido, de difícil definição no espectro político tradicional: de direita por defender o capitalismo, como o sistema que melhor possibilita uma sociedade livre?; de esquerda por possuir uma pauta de apoio, por exemplo, aos direitos da mulher, dos homossexuais, à liberação das drogas, ao aborto, etc.?

Como se vê, o que não falta na vida e na obra de Ayn Rand e no trabalho de seus seguidores é polêmica. Muitas das pessoas que leram livros seus como A Nascente e A Revolta de Atlas afirmam que suas vidas nunca mais foram as mesmas. Vamos ler também e ver o que nos acontece? Abaixo vídeo sobre Ayn Rand nos Simpsons. Apenas um reparo à legendagem. No início, onde se lê "que evitava compromisso" de fato é "que se recusava a conceder."

Fontes: Várias fontes, já apontadas nos links e citações do texto, e o Cato Institute.
Outras bibliografias: Objetivismo, a Filosofia de Ayn Rand. Leonard Peikoff. Editora Ateneu Objetivista. Clique aqui para mais informações e compra.

A Virtude do Egoísmo
por OnLine Assessoria em Idiomas, revisão de Winston Ling e Cândido Mendes Prunes, publicado pela Editora Ortiz e pelo Instituto de Estudos Empresariais, Porto Alegre, 1991)


sexta-feira, 1 de julho de 2011

Notas políticas e outras notas! 01/07

Manifestantes pedindo a liberdade
do artista chinês Ai Weiwei
Os destaques de hoje continuam sendo a participação obscena do BNDES na fusão do Pão de Açucar com o Carrefour e a confirmação de que o tirano Hugo Chávez, da Venezuela, tem câncer. As doenças são democráticas e atingem os nobres e os vis, mas em alguns casos podemos dizer que há males que vêm para bem. Quem sabe os venezuelanos não se livrem finalmente desse crápula.

E por falar em crápulas, no dia do aniversário de 90 anos do Partido Comunista chinês, os chineses de Hong Kong foram às ruas hoje, com máscaras do filme V de Vingança, como quando reivindicaram a libertação do artista Ai WeiWei, para clamar por democracia. Foto ao lado.

terça-feira, 26 de abril de 2011

A liberdade e os livros por Vargas Llosa!

“Os livros representam a diversidade humana, a condição de que podem participar nela sem discriminação, cortes, sem censura. Os livros de uma Feira do Livro são, em pequeno formato, a Humanidade vivente, com o melhor e o pior que ela possui”, disse Vargas Llosa durante sua conferência na Feira do Livro de Buenos Aires.

O Nobel de literatura de 2010, Mario Vargas Llosa, teve sua participação na 37a Feira do Livro de Buenos Aires, Argentina, contestada por neoperonistas partidários da presidente Cristina Kirchner  e esquerdistas  que não aceitam suas críticas ao governo argentino e seu apoio ao liberalismo. De fato, Vargas Llosa é bastante crítico do governo Kirchner e do esquerdiotismo vigente na América Latina, contudo, como criticar é próprio dos intelectuais e divergir não é crime, acabou prevalecendo o convite para que o escritor peruano falasse na abertura da Feira. (Confira aqui outra postagem que escrevi sobre o tema). E Llosa preparou um belo e muito apropriado texto para o entorno tão pouco democrático em que vivemos em toda a região. Abaixo seguem a palestra, de 21/04/11,  em vídeo (na íntegra graças a garimpagem do blogueiro Orlando Tambosi) e trechos da mesma, traduzidos para o português, que transcrevo do blog do Ariel Palacios. Ao fim do texto, links para as fontes citadas. Degustem!


Juan Mabromata (AFP) - El País - 22-04-11

“Ler nos faz livres. Mas, claro, é preciso que exista a condição de que possamos escolher os livros que queremos ler”. Estas palavras foram o leitmotiv de “A liberdade e os livros”, a aula magistral que o escritor e prêmio Nobel da Literatura Mario Vargas Llosa proferiu na noite da quinta-feira na Feira do Livro de Buenos Aires. “Os livros despertaram a desconfiança, o receio e o temor dos inimigos da liberdade, daqueles que acreditam que são os donos das verdades absolutas, de todos os dogmáticos e fanáticos que semearam de ódio e violência ziguezagueante no curso da civilização”, disse o Nobel, enquanto o público o aplaudia como se fosse um rock star.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Luto na Literatura: morrem Moacir Scliar e Benedito Nunes

Faleceram neste domingo, dia 27/02, o escritor gaúcho Moacir Scliar e o crítico literário Benedito Nunes, com respectivamente 74 e 81 anos de idade. O primeiro foi vítima de falência múltipla de órgãos, após ter sofrido um AVC em janeiro que o manteve no hospital desde então. O segundo de uma hemorragia estomacal.

Moacir Scliar

Médico sanitarista de formação, Moacir Scliar também arranjou tempo para escrever 80 obras literárias, entre romances, contos, crônicas e livros infantis, além de ensaios e traduções. Pela vasta produção, recebeu inúmeros prêmios tais como: Prêmio da Academia Mineira de Letras (1968), Prêmio Joaquim Manuel de Macedo (Governo do Estado do Rio, 1974), Prêmio Cidade de Porto Alegre (1976), Prêmio Érico Veríssimo de romance (1976); Prêmio Brasília (1977), Prêmio Guimarães Rosa (Governo do Estado de Minas Gerais, 1977); Prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte (1980); Prêmio Jabuti (1988, 1993 e 2000); ; Prêmio PEN Clube do Brasil (1990), Prêmio Açorianos (Prefeitura de Porto Alegre, 1997 e 2002).

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