quinta-feira, 3 de julho de 2014

Segundo psicólogos, a rotina faz o tempo correr mais depressa

DESACELERAR A PERCEPÇÃO DO TEMPO É POSSÍVEL (FOTO: NICOLE JORDAN/FLICKR/CREATIVE COMMONS)
Está impressionado sobre como metade do ano já passou? Não entende porquê seu aniversário parece chegar cada vez mais rápido com o tempo? E o Natal então, que bruxaria é essa que passa a impressão de que, quando estamos no dia 25, a última ceia em família aconteceu apenas um mês atrás? Tudo isso tem a ver com a nossa percepção do tempo: segundo teorias psicológicas recentes, a grande responsável pela aceleração de nossas vidas tem um nome – rotina.

O armazenamento da memória humana não funciona como um disco rígido de computador, que salva cada informação, bit por bit. No nosso caso, a memória é socialmente construída, nem tudo é guardado e, mesmo as coisas que mantemos, frequentemente não são fáceis de serem acessadas. Na maioria das vezes, o que fica gravado de um jeito mais forte nas nossas lembranças são asprimeiras experiências que temos de alguma situação, aqueles momentos marcantes, intensos, inusitados e novos que parecem fazer com que a hora passe mais devagar.

E é justamente por isso que a rotina faz o tempo voar: quando a vida se resume a uma interminável repetição das mesmas experiências, não temos porquê guardar estas memórias de uma forma especial, e tudo parece passar por nós como um borrão. A mesma lógica explica o motivo pelo qual a infância segue o caminho oposto – o mundo era inteiro feito de novidades, por isso o ritmo das coisas era bem mais vagaroso.

Confira estas dicas simples para ajudar a desacelerar sua percepção do tempo e aproveitar melhor seu dia a dia:

1. Experimente coisas novas

Não há como negar que a rotina tenha um apelo forte e transmita uma sensação de conforto. No entanto, pequenas mudanças já podem fazer uma grande diferença na forma como apreendemos nosso cotidiano: por que não tentar um trajeto diferente para casa ou para o trabalho? Que tal jantar em um restaurante diferente, ou viajar para um lugar novo? Começar pelos detalhes pode ser um bom caminho.

2. Tente inovar no trabalho

Por ocupar tantas horas do dia, o trabalho merece uma atenção especial. É fácil deixar que a torrente de obrigações te deixe levar, e fazer tudo da mesma forma pode parecer uma boa opção para garantir os resultados esperados. Mesmo que seja difícil, correr riscos é importante: uma postura mais inovadora pode criar situações gratificantes e estimular o envolvimento com seu emprego, além de aumentar o sentimento de auto-satisfação.

3. Conheça pessoas novas

Sabe aquela pessoa que você vê todos os dias, mas com quem nunca trocou sequer uma palavra? Ela poderia se tornar uma grande amiga ou, quem sabe, até mesmo um grande amor. Conhecer histórias de vida e estabelecer novos vínculos possui um grande potencial de gerar momentos estimulantes.

4. Aproveite melhor cada momento

Aqui cabe citar o velho Carpe Diem: focar no momento presente e aproveitá-lo da melhor maneira possível é a chave para extrair o máximo de suas experiências e aprender com elas. Mesmo para as coisas que compõem claramente uma rotina, há uma saída – tente vê-las de um outro ângulo. Prestar mais atenção ao seu redor, tanto no novo quanto no velho, é uma ótima forma de incentivar insights e intensificar seus momentos.

5. Foque no lado bom das coisas

Vale tanto para o passado, quanto para o presente, como para o futuro: valorize mais as boas lembranças vividas, atenha-se ao que te faz sentir mais estimulado, e espere o melhor do seu futuro. Aposte sempre na espontaneidade – nada como atitudes inesperadas para quebrar a rotina.

Mais informações, confira os artigos do autor e psicólogo Ronald Riggio, professor de psicologia organizacional da Universidade Claremont McKenna. Os livros sem tradução para o português Why Life Speeds Up As You Get Older: How Memory Shapes our Past, de Douwe Draaisma, e The Time Paradox: The New Psychology of Time That Will Change Your Life, de Philip Zimbardo e John Boyd também são ótimas referências.

Fonte: Galileu, por Jorge de Oliveira, 26/06/2014

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