segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Como reconhecer os medíocres e acautelar-se contra eles

O ataque dos medíocres

Precisamos mais de estabilidade ou criatividade?

A incapacidade para criar e apreciar a excelência, ou seja, a mediocridade, é necessária para a estabilidade social: um mundo de gênios seria ingovernável. Todavia, possui também uma vertente maligna que procura destruir qualquer indivíduo que se destaque.

Quando surge um verdadeiro gênio no mundo, podemos reconhecê-lo pelo seguinte sinal: todos os medíocres conspiram contra ele.” Foi assim que o médico, aventureiro e escritor irlandês Jonathan Swift (1667–1745), autor de As Viagens de Gulliver, resumiu a eterna tensão entre excelência e mediocridade, duas características da psicologia humana que exercem grande influência no funcionamento da sociedade. Cada uma se rege pelas suas próprias leis e ambas são necessárias: uma promove o progresso, a outra assegura a estabilidade social.

Aspirar a ultrapassar-se a si próprio, quer através da própria criatividade, quer apoiando e admirando indivíduos notáveis, constitui uma qualidade intrínseca de um ser humano são. Sem essa tendência natural, não desejaría­mos ser melhores como pessoas, nem aprender bem um ofício; não existiria progresso ou desenvolvimento, nem nada de novo à face da Terra. Viveríamos em cavernas.

Todavia, o valor oposto, a mediocridade, não é tão indesejável como pode parecer à primeira vista. De facto, desempenha uma função como parte de uma estratégia altamente evolutiva: proporciona o contraponto de estabilidade ao fator de mudança introduzido pelos gênios (pensadores, artistas, inventores, investigadores...), que são, por definição, inovadores. Se todos fôssemos criadores geniais, o mundo seria um caos. Ninguém iria querer trabalhar nas fábricas, distribuir correio, lavar pratos nos restaurantes. No entanto, há uma variante de mediocridade maligna que tem como único objectivo prejudicar o talento alheio e quem se destaca pelos seus méritos.

Luís de Rivera, catedrático espanhol de psiquiatria, define a mediocridade como a incapacidade para valorizar, apreciar ou admirar a excelência, e distingue três graus. A mediocridade comum é a forma mais simples e inócua. Os seus sintomas são a hiper-adaptação, a falta de originalidade e uma normalidade tão absoluta que poderia ser considerada patológica: a chamada “normopatia”. Os que a manifestam não têm ponta de criatividade e não sabem distinguir a excelência, mas respeitam as indicações que lhes dão e são consumidores bons e obedientes. O conformismo permite que se sintam razoavelmente felizes.

O segundo tipo, a mediocridade pseudocriativa, acrescenta à anterior uma tendência pretensiosa para imitar os processos criativos normais. Enquanto o medíocre comum não se esforça para além do mínimo exigível, o pseudocriativo sente necessidade de aparentar e ostentar poder. A imagem é tudo para ele, mas, como não distingue o belo do feio, o bom do mau, não mostra inclinação para favorecer progressos de qualquer tipo e incentiva as manobras repetitivas e imitativas.

Aqueles que se enquadram na síndrome da mediocridade inoperante ativa (MIA) formam o terceiro grupo. Trata-se do mais prejudicial e agressivo, pelo que encaixa no perfil da maioria dos praticantes de assédio. Enquanto as categorias anteriores são simplesmente incapazes de reconhecer o gênio, os MIA também se propõem destruí-lo por todos os meios ao seu alcance. O indivíduo afetado por esta síndrome desenvolve uma grande atividade que não é criativa nem produtiva, e possui um enorme desejo de notoriedade e influência. Por isso, tende a infiltrar-se em organizações complexas, nomeadamente as que já se encontram minadas por formas menores de mediocridade, com o objetivo de entorpecer ou aniquilar o progresso dos indivíduos brilhantes.

Conspiração de néscios

Foi o espírito MIA que esteve por detrás da morte do filósofo grego Sócrates, dos crimes da Inquisição, da perseguição das elites intelectuais pelas ditaduras, do exílio de Freud e de Einstein e de incontáveis outros judeus, da queima de livros, da marginalização e absoluta pobreza em que morreram tantos artistas, da censura, do assédio e do abandono que vitimaram personalidades notáveis de todas as épocas e cantos do mundo.

Se o ser humano, como defendia o psicólogo norte-americano Abraham Maslow, tem inclinação para a excelência por natureza, então é preciso analisar o papel desempenhado pela cultura e pela educação. “Será possível que estejamos condicionados por uma espécie de seleção cultural que nos condena à imbecilidade?”, questiona o escritor italiano Pino Aprile no seu livro Elogio do Imbecil. Conclui que sim e que existe uma razão para todos os sistemas sociais advogarem a mediania: “A inteligência é como a areia que se introduz nas engrenagens: pode obstruir os mecanismos.” O gênio é subversivo, não apenas por discutir a norma em vez de a aplicar, mas também por blo­quear, através da sua atuação, o percurso habitual de qualquer sistema burocrático. Por isso, segundo o autor, “o poder de uma organização social humana será tanto maior quanto maior for a quantidade de inteligência que conseguiu destruir”.

Há sistemas políticos que o fazem de uma forma mais óbvia do que outros. No Camboja de Pol Pot, os khmers vermelhos matavam qualquer indivíduo que não tivesse calos nas mãos, sinal de que poderia ser um intelectual e pensar pela própria cabeça. Outras culturas gabam-se de fomentar o individualismo e a meritocracia, mito que os Estados Unidos, por exemplo, sempre procuraram vender. Era também o ideal do liberalismo inglês do século XIX: se uma única pessoa quiser empreender algo diferente do que fazem os restantes mortais, tem o mesmo direito de escolher o caminho do que o conjunto maioritário, dizia o filósofo inglês John Stuart Mill, na obra Sobre a Liberdade.

Todavia, o mais frequente é que a imposição da mediocridade e a perseguição da excelência continuem a ser exercidas de forma insidiosa e subtil nas sociedades democráticas, e isso desde a mais tenra infância. O indivíduo me­díocre representa uma joia para o sistema, pois é o consumidor ideal, fácil de manipular, e não questiona a autoridade nem as normas.

Talvez por esse motivo, o modelo educativo dominante não se dá geralmente ao trabalho de fomentar a excelência, a criatividade ou a iniciativa. As crianças usam o mesmo uniforme, preenchem as mesmas fichas e quase não tomam apontamentos; acompanham a lição num livro, igual para todos. Não interessa se uma delas é ótima em matemática e odeia línguas, ou se tem talento para desenhar mas não se interessa por álgebra. Têm todas de fazer o mesmo: adaptar-se sem se destacar demasiado, não causar conflitos. O que se espera delas é que sejam “normais”.

A exceção finlandesa

Chama a atenção, como caso isolado, um discreto país nórdico em que quase não existe insucesso escolar. Na Finlândia, ser brilhante não é excepção. Os jovens concluem o ensino secundário com notas excelentes, a saber falar duas ou três línguas e com um saudável interesse pela leitura. De facto, é o país europeu com maior índice de consumo de livros e lidera a lista, na categoria de excelência educativa, do programa PISA para a avaliação internacional dos resultados dos estudantes da OCDE. Motivos? Para começar, a profissão de professor possui grande prestígio social; é um dos cursos universitários mais difíceis e que mais requisitos exige aos candidatos. Apenas os melhores conseguem chegar a dar aulas, e o método de ensino nada tem a ver com o que conhecemos: dá-se prioridade ao ensino individualizado e à liberdade criativa, e os alunos têm verdadeiro poder de decisão na escola, onde abundam as reuniões e os debates.

E na esfera laboral? Já houve quem tentasse explicar a forma como a mediocridade se impõe no trabalho através de uma série de princípios destinados a impedir a eficiência. Cyril Northcote Parkinson, historiador inglês com grande conhecimento do sistema burocrático britânico de meados do século XX e autor do livro A Lei de Parkinson, afirmava que “a tarefa a ser efetuada será insuflada de importância e complexidade na proporção direta do tempo disponível”. Na opinião deste observador da realidade social, o número de horas consagrado ao desempenho de uma atividade nada tem a ver com a qualidade do resultado (Paul McCartney corroborou o facto ao assegurar que os Beatles nunca investiram mais de duas horas para compor qualquer dos seus temas). Segundo Parkinson, quanto mais tempo alguém tiver para executar uma tarefa, mais irá demorar a fazê-la. Propôs mesmo uma equação para cacular o ritmo de crescimento da burocracia.

“O incompetente procura ocultar a própria incompetência através do aumento das suas competências”, assinalava Parkinson, que descreveu a forma como os chefes gostam de multiplicar o número de subordinados, pelo que contratam pessoas para dividir as tarefas, e como os funcionários arranjam sempre trabalho para os colegas. Isso significa que o resultado de determinada incumbência será o mesmo, quer seja feita por uma ou cinco pessoas, embora o processo, no segundo caso, seja mais longo e complexo: no prazo de dez dias, B tem de fazer aquilo de que encarregou A, para depois ser revisto por C, pelo que necessita de se reunir com A; D e E terão de aprovar, mas não sem antes lerem os relatórios escritos por C e B, após as respectivas secretárias terem enviado cópias aos primeiros, a fim de que A possa finalmente assinar o que poderia ter escrito e rubricado desde o início, concluindo a tarefa em apenas um dia. Por exemplo...

Ascensão imparável?

Por sua vez, o pedagogo canadiano Laurence J. Peter (1919–1990) explicou o êxito profissional dos medíocres através do que denominou “princípio de Peter”: “Numa empresa ou organização, qualquer trabalhador tende a ascender até atingir o seu nível de incompetência.” Se nos promoverem devido aos nossos méritos, acabaremos por ocupar um cargo para o qual não temos competência e deixaremos de nos destacar (e de ascender), permanecendo enquistados no nosso nicho de mediocridade. Uma das consequências é que quem alcança o seu nível de incompetência poderá sentir-se tentado a boicotar os subordinados de forma a não serem promovidos (ou mesmo a serem despedidos); assim, acaba por agir como uma espécie de tampão involuntário para as próximas gerações. Os norte-americanos, que levam muito a sério a questão da eficiência, adiantaram algumas soluções, como a de premiar um bom trabalhador com um aumento salarial em vez de uma promoção. Todavia, parece que entram em jogo outros fatores no complexo sistema da mediocridade.

De acordo com o princípio de Dilbert, “as empresas promovem sistematicamente os trabalhadores menos competentes a cargos diretivos, a fim de limitar os danos que eles podem provocar”. O termo foi inventado por um economista nova-iorquino, Scott Adams, que é também autor da banda desenhada humorística protagonizada por Dilbert, um excelente engenheiro a serviço de um chefe despótico. Os desenhos, publicados originalmente no Wall Street Journal, inspiraram posteriormente um livro e, para além do aspecto lúdico, demonstraram constituir um fiel reflexo da organização empresarial nos Estados Unidos (seguramente extensível a outros países). Numa entrevista à revista Funny Business, Adams explicava: “Muitas vezes, promove-se a pessoa menos competente apenas para afastá-la do verdadeiro trabalho. É preferível que se dedique a coisas simples, como pedir café ou gritar com os outros. Os programadores e os cirurgiões, pessoas verdadeiramente brilhantes, não costumam figurar no quadro de administração das empresas.”

A percentagem de medíocres é sempre maior do que a proporção de pessoas notáveis. O que aconteceria se fosse ao contrário e os criativos dominassem? Pois, ninguém vestiria de acordo com os ditames da moda, nem iria querer trabalhar nas fábricas que materializam os inventos dos inventores; haveria frequentes revoluções políticas, os departamentos dos organismos públicos estariam vazios e não haveria best-sellers. Em Ao Farol, de Virginia Woolf, uma das personagens interroga-se se o mundo seria diferente se Shakespeare não tivesse existido, e conclui: “Provavelmente, não. Talvez o bem geral exija a existência de uma massa de servos. O condutor do metro, esse sim, é uma necessidade eterna.”

Em busca de um ideal

Nesse caso, estará a excelência reservada a uma pequena minoria? Se definirmos a mediocridade, não pelas suas conquistas, mas como sendo uma atitude (a incapacidade de valorizar a excelência), então também poderíamos definir o oposto nos mesmos termos. Isto é, uma pessoa excelente é aquela capaz de reconhecer e apreciar o bom, o notável, o brilhante, o belo ou o original, quer seja ou não artífice do objecto apreciado. Não é preciso ser Aristóteles, Dalí ou Einstein; a excelência também está presente nos que sabem admirar o talento dos outros e tomá-lo, subtilmente, por modelo.

Não depende das notas na escola, nem da classe socioeconômica, nem da profissão. Um humilde lavador de pratos pode pender para a excelência se for capaz de reconhecê-la e respeitá-la; nesse caso, terá bom gosto para se vestir, embora a roupa seja barata, e saberá escolher os amigos, distinguir um bom filme de um fraco e apreciar a beleza de um pôr-do-sol. Do mesmo modo, é possível que um rei, um líder político ou um multimilionário seja um medíocre, sem capacidade para distinguir o excepcional. Por muito dinheiro, fama ou poder que tenha, a decoração da sua casa não terá grande estilo, dificilmente saberá escolher pessoal bem preparado para o auxiliar e não conseguirá distinguir sozinho uma verdadeira obra de arte de uma variação oportunista sobre os temas da moda.

A procura da excelência implica uma tensão interior que faz o indivíduo suplantar-se, acelerando o seu desenvolvimento ou potenciando e admirando o progresso dos outros. O excelente é idealista, rebelde, aventureiro, altruísta, incansável, mas pode também ser egocêntrico, insatisfeito, maníaco e viciado no trabalho, ou manifestar dificuldade em adaptar-se e socializar. Quando a pressão para nos ultrapassarmos a nós próprios é excessiva, conduz ao perfeccionismo. Quanto mais alguém tiver inclinação para a excelência, menos satisfeito estará consigo próprio, enquanto o medíocre raras vezes é vítima de uma sensação de fracasso e sente-se, geralmente, satisfeito com a vida que leva.

O filósofo inglês Bertrand Russell sabia, por experiência própria, como é difícil adaptar-se à “tirania da ignorância”; no livro A Conquista da Felicidade, aconselha os gênios incompreen­di­dos a emigrarem para um lugar onde as suas ideias sejam mais bem recebidas, a fingirem aceitar os preconceitos e os costumes dominantes ou a tentarem que a sua independência de espírito não seja interpretada como uma provocação. Na realidade, por muito que custe admiti-lo, ser tomado por louco traz muito menos problemas.

L.G.R.

Os normais e os outros

A mediocridade e o seu oposto, a excelência, surgem ligadas a uma série de características contraditórias: a primeira costuma ter por aliados a inveja, a imitação, o conformismo, a adaptação, a tradição, a inércia e a rotina; a segunda é amiga da admiração, da criatividade, do inconformismo, da rebeldia, da inovação, da curiosidade e da iniciativa. Outros sete associados de uma e outra:

Instinto de sobrevivência – A prioridade do medíocre é sobreviver, custe o que custar. Mais vale ser parvo do que morto, como dizia o escritor escocês Robert-Louis Stevenson. É o oposto do instinto de suplantar, que procura alargar os horizontes, mesmo que se tenha de arriscar a vida. Será que Colombo pensava no risco que corria ao atravessar o oceano na sua frágil embarcação?

Terror do infinito – O medíocre não só não consegue imaginar o infinito, como sente náuseas só de pensar nisso. Em contrapartida, o excelente acolhe a espiritualidade e procura um sentido para a vida.

Egoísmo – Ao “salve-se quem puder” opõe-se o altruísmo do indivíduo excelente, que dá prioridade à ideia do progresso e ao bem da humanidade.

Normopatia – O medíocre receia e detesta sair dos carris, ser diferente. O excelente encoraja o individualismo para desenvolver as suas qualidades inatas.

Comodismo – Como se está bem no sofá a ver televisão! O oposto é o apelo da aventura: vou ficar na modorra quando há tanto por descobrir?

Materialismo – Ao “sou o que tenho” do medíocre contrapõe-se o idealismo, motor do gênio.

Semear a discórdia

Eis como agem, em diferentes esferas sociais, os indivíduos com síndrome de mediocridade inoperante ativa:

Na escola – As crianças agressivas que praticam o bullying ou assédio escolar costumam ser as mais ignorantes e menos aptas intelectualmente. Por sua vez, os professores medíocres esforçam-se por ridicularizar e destruir qualquer lampejo de genialidade entre os seus alunos.

No trabalho – Os responsáveis por mobbing ou assédio moral no trabalho (em Portugal, a Autoridade para as Condições do Trabalho recebeu 913 queixas entre 2005 e 2008, mas há milhares de casos responsáveis por muitas baixas laborais) são, geralmente, indivíduos afetados pela síndrome MIA.

No casal – Muitos agressores psicológicos que exercem violência de gênero são indivíduos medíocres e inseguros que se sentem ameaçados pelo que interpretam como uma superioridade do outro.

Na família – A “ovelha negra” é, muitas vezes, a única pessoa que tenta pensar por si própria e empreender um caminho diferente do esperado. Se um membro do clã manifestar a síndrome MIA, irá tornar-lhe a vida impossível.

Na religião – A Inquisição eliminou todos os gênios que conseguiu encontrar. Muitas igrejas são, ainda hoje, dirigidas por uma elite de medíocres com poder que não entende os ensinamentos do seu fundador e as corrompe para justificar a perseguição dos infiéis.

Na política – O que se passa quando um líder faz bem o seu trabalho, pretende mudar o mundo e começa a falar de justiça e liberdade? A síndrome MIA entra em ação para destruí-lo, como aconteceu com Gandhi ou Martin Luther King. E no caso de ser o político a manifestar a síndrome? Hitler foi um bom exemplo.

Na arte – A excelência desperta o ódio virulento dos artistas medíocres que não conseguem alcançá-la. Salieri, por exemplo, pode ser considerado uma vítima da síndrome, pois vivia obcecado pelo gênio de Mozart, apesar de ele próprio ter deixado uma obra que não desmerece.

Na ciência – De cada vez que um sábio descobre algo que contradiz o pensamento vigente, a elite científica dominante cai-lhe em cima. Galileu esteve prestes a arder por afirmar que a Terra se movia. Hoje, mesmo sem fogueiras, as coisas não são muito diferentes.

Na universidade – Tristemente, como disse um filósofo, intervém ali a inveja dos medíocres e o jogo sujo dos mafiosos; a inveja e a corrupção são duas ­doenças que causam muitos danos na vida acadêmica ou universitária”. O famoso governo dos sábios, na sua própria casa, não é imune à mediocracia.

Criativo ou falhado?

Responda às 20 perguntas e some as pon­tua­ções das respostas (o número entre parêntesis). No final, poderá verificar se a criatividade e a genialidade prevalecem na sua existência ou se vive mergulhado na rotina e na mediania.

1. Tem um sonho inacreditável.
a) Procura interpretá-lo (0)
b) Vai contá-lo a alguém (2)
c) Pensa: “Disparate!” (3)
d) Já se esqueceu (1)

2. A pessoa de quem gosta compromete-se com outra.
a) Sente atracão por muitas, pelo que não há problema (1)
b) Arranja uma intriga para acabarem (3)
c) Sai com outra para lhe fazer ciúmes (2)
d) Demonstra que era o melhor partido (0)

3. O seu vizinho compra o carro dos seus sonhos. O que pensa?
a) Deve ter custado uma nota! (1)
b) Como é um fulano tão feio, precisa de um carro destes para ter sucesso (2)
c) É lindo! (0)
d) Decide riscá-lo (3)

4. Quando os amigos de infância não lhe emprestavam um brinquedo...
a) Tentava que lhe comprassem um igual (2)
b) Partia o brinquedo (3)
c) Ameaçava acabar a amizade (1)
d) Construía um brinquedo parecido (0)

5. Numa briga, um desconhecido defende-o.
a) Convida-o para fazer alguma coisa e tornam-se amigos (0)
b) Um desconhecido a defender-me? (1)
c) Suspeita das suas intenções (2)
d) Diz-lhe para se meter na sua vida (3)

6. Em criança, queria ser…
a) Astronauta, bombeiro, músico, inventor (0)
b) Não me lembro (1)
c) Dono de um carro descapotável (2)
d) Chefe (3)

7. Os livros...
a) Nem lhes toco (3)
b) Ficam muito bem numa sala (2)
c) Leio todos os best-sellers (1)
d) São a minha paixão (0)

8. As crianças...
a) Precisam de liberdade e proteção (0)
b) São pequenos tiranos e devem andar de rédea curta (3)
c) Sou alérgico (2)
d) São umas queridas! (1)

9. Promoveram alguém que entrou depois de si.
a) Obviamente, é porque vai para a cama com o chefe! (2)
b) São as injustiças da vida... (1)
c) É por ser um bom profissional (0)
d) Começa a fazer-lhe a folha (3)

10. Querem criar uma comissão de trabalhadores na sua empresa.
a) Vai a uma reunião para ver o que lhe parece (0)
b) Não tenho nada a ver com isso! (1)
c) Espia e vai contar ao patrão (3)
d) Começa a pensar como poderá utilizá-la para obter benefícios pessoais (2)

11. Ultimamente, toda a gente fala de determinado livro
a) Apressa-se a comprá-lo, embora quase nunca leia (1)
b) É de certeza uma porcaria! (2)
d) Qual será o tema? (0)
c) Passo bem sem livros (3)

12. Se fosse chefe, queria estar rodeado de...
a) Gente bonita (2)
b) Pessoas experientes (0)
c ) Pessoas obedientes (2)
d) Idiotas (3)

13. Saber falar várias línguas...
a) Para quê? (2)
b) Não tenho jeito para isso (1)
c) Abre muitas portas (0)
d) É para cretinos (3)

14. Um colega de trabalho é mais eficiente do que o leitor. O que faz?
a) Passa-lhe as tarefas sempre que o apanha distraído (2)
b) Convida-o para fazer uma pausa, para não render tanto (3)
c) Observa-o e procura imitá-lo e aprender como o faz (0)
d) Não se tinha apercebido (1)

15. Na escola, quando um colega tirava a nota máxima num exame, o leitor...
a) Fuzilava-o com o olhar (2)
b) Fazia-lhe uma espera e dava-lhe uma tareia, para ele aprender a não ser espertinho (3)
c) Ficava orgulhoso e pensava “que tipo mais esperto!” (0)
d) Sentia-se feliz por ter passado (1)

16. Continuamos na escola. Imagina que um colega lhe pede para o deixar copiar a sua prova num exame.
a) Acede a que ele o faça (0)
b) Denuncia-o ao professor, pois não é justo que uns estudem e outros copiem (1)
c) Não aceita, mas aproveita para fazer chantagem com o colega, mais tarde (3)
d) Diz-lhe que o problema é dele, devia ter estudado! (2)

17. Este teste...
a) Vai rasgá-lo se o resultado não lhe agradar, antes que alguém veja (2)
b) Fá-lo por diversão (0)
c) É para imbecis (3)
d) É demasiado comprido (1)

18. As notícias do dia...
a) Dão-lhe que pensar (0)
b) Tanta miséria, que alívio ver que há gente que está pior do que eu! (3)
c) Vejo-as às refeições (1)
d) Só as vejo para ter de que falar (2)

19. Não sabe cozinhar, mas convidou o parceiro para jantar em sua casa.
a) Procura receitas na internet (1)
b) Recorre aos enlatados (2)
c) Espera que ele se ofereça para cozinhar (3)

20. Com o seu parceiro...
a) Aprende a amar e a respeitar as diferenças e a individualidade de cada um (0)
b) Estão juntos por hábito (1)
c) Exibe-o nas festas (2)
d) Fica furioso quando ele não se comporta como gostaria (3)

RESULTADOS

Menos de 14 pontos – A criatividade e o esforço pessoal são o motor da sua vida. Não lhe interessa o que os outros possam dizer; sabe que se faz o caminho ao andar e caminha rumo à excelência. Também sabe que não há caminho sem obstáculos e alguns tropeções.

De 15 a 29 pontos – Não faz mal a uma mosca, é uma pessoa normalíssima e tem nas mãos a chave da felicidade. Parabéns por ser um medíocre vulgar!

De 30 a 44 pontos – Muito bem, não percebe por que motivo veio parar ao grupo dos medíocres pseudocriativos; deve haver algum erro. Um conselho apenas: não lhe faria mal dar mais atenção ao conteúdo das coisas e menos às aparências.

De 45 a 60 pontos – É um caso típico de síndrome MIA (mediocridade inoperante ativa) e constitui um verdadeiro perigo para a sociedade. Neste preciso momento, está a pensar escrever ao diretor, queixar-se do artigo, declarar guerra à revista, fazer comentários negativos no Facebook. Se estiver numa posição de chefia, esperamos ardentemente que se demita e escreva mil vezes: “Não atacarei o talento dos outros”.

Fonte: Superinteressante 155 - Março 2011

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