quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Maneira bem-humorada de criticar propagandas sexistas

Modelito calendário de oficina de mecânico mambembe precisa ser mudado
A grande reivindicação da última geração de feministas parece ser o direito de ser feia, direito que os homens sempre tiveram (sic). É fato que, educadas para serem objetos de uso masculino, as mulheres sempre tiveram a aparência supervalorizada, em detrimento de características muito mais relevantes de suas pessoas, criando muita ansiedade nas moças que tentam se encaixar em padrões de beleza irrealistas.

No entanto, acho um grande equívoco essa história de direito a ser feia. Substituir padrões de beleza por padrões de feiura é uma posição reativa e ressentida que não leva a nada. Em artes marciais, quando um adversário é mais poderoso do que você, se tenta derrotá-lo com raiva e de frente, você inevitavelmente perderá a contenda. Se quiser de fato derrotá-lo, tem que manter a calma e até o humor e usar a força do adversário contra ele. As mulheres têm mais é que capitalizar essa hipervalorização da aparência feminina a seu favor, sem se deixar escravizar por ela. Hoje em dia boa aparência é um abre-portas inclusive para os homens. O seu oposto, a feiura, o desleixo, fecham portas para muitas carreiras. Depois não adianta reclamar de sexismo quando não consegue emprego por aparecer em público como se estivesse em casa, sozinha e muito de folga.

O melhor a fazer é ridicularizar as propagandas de produtos e de beleza que apresentam as mulheres em imagens e posições absolutamente fora da realidade. Lembrando sempre, contudo, que modelos se submetem a certos papéis porque ganham muito dinheiro com isso. São os ossos do ofício, e só mesmo cada mulher individualmente pode avaliar a capacidade que tem de roer os muitos ossos que lhe aparecem pelo caminho.

Foi o que fez o gerente geral da concessionária Motocorsa, Arun Sharma, em Oregon, ao ser acusado de apelar na campanha de promoção da moto Ducati 1199 Panigale. Nas imagens da campanha promocional, a modelo Kylie Shea Lewallen aparece em posições contorcionistas e supostamente sensuais sobre e junto à moto. Aquele velho modelito de foto que costuma decorar lojas de mecânicos mambembes. 

Para reverter as críticas, Arun Sharma, fez um ensaio de humor com seus próprios empregados posando como a modelo. Segundo a Exame, "a sacada fez efeito de duas maneiras distintas: reverteu as críticas com humor e ironia e, de quebra, desbancou o estereótipo das propagandas de motocicleta, mostrando que o produto é ainda mais importante que os modelos que o promovem."

Acho que não só desbancou o estereótipo das propagandas de motocicleta. Ao apresentar homens nas mesmas poses da modelo, mostrou o quanto elas são ridículas e antinaturais. Creio que passa da hora das agências de propaganda fazerem um update de sua visão das mulheres e apresentá-las com base em padrões mais realistas. Ver as imagens abaixo e o vídeo do making of do ensaio.
























4 comentários:

Legal pelas poses. Só nao tem naaaada a ver botar os homens usando sapato e outros roupas de uso feminino costumeiro.

Tanto as poses quanto as ropitchas são ridículas, mas, como a gente está acostumada com esse visual em mulheres, a gente não nota o quanto são ridículas. Com os modelos masculinos na mesma situação e com o mesmo visual, a verdade aparece.

Bom tema. Sabendo que o cliente alvo deste tipo de moto será por norma o publico masculino, usando os modelos femininos estão a trabalhar sentimentos e desejos desses publico (trabalhando o inconsciente). (se eu tiver uma mota dessas, eu vou conquistar uma mulher como a modelo da foto). Cumprimentos

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