quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Essa conversa é sobre elas que são racistas!

Essa conversa racista
Já faz algum tempo que vem circulando pelas redes sociais, o vídeo Cotas. Essa conversa é sobre você, onde uma atriz negra lê um texto baseado em outro de uma tal de Tâmara Freire, publicado no blog da autora em agosto deste ano (ver referência ao fim da postagem). Por incrível que pareça, o texto do vídeo consegue ser pior que o original do blog.

Qualquer pessoa com um pouco de senso reconhece nesses texto e vídeo a marca da estupidez e do racismo que é de fato a base da política de cotas. E, se alguém duvidava disso, enrolado pela conversa mole dos racialistas, essa lastimável obra fecal Cotas Essa conversa é sobre você serve para tirar a máscara dessa gente pérfida que, sob a desculpa esfarrapada de fazer justiça, exala racismo por todos os poros. Foi-se o tempo em que a linha do movimento negro era a do Martin Luther King com seu sonho de que as pessoas viessem a ser julgadas não pela cor da pele e sim pela força de seu caráter. Venceu a linha pega, mata e come dos Malcom X da vida, cheios de ódio e de ressentimento.

No vídeo, até as diaristas são convocadas a odiar as patroas brancas que as estariam explorando como nos tempos da escravidão (sic):

"Você não sabe o que é ter que acordar cinco horas da manhã para poder trabalhar batendo num caixa de um supermercado qualquer ou trabalhar na casa de alguma patroazinha que pensa que sua vida gira em torno da dela, que tenta a todo custo se proteger para que você não descubra que o que ela faz é exploração análoga à escravidão".

Tenho certeza que as diaristas não vão trocar essa suposta exploração que lhes dá sustento por essa conversa asquerosa que nunca vai trazer nada de bom a ninguém.  Que fique o registro de que os racialistas negros e seus aliados tiraram a máscara de vez com esse texto e vídeo infames. Seguem ambos abaixo. Tomar um plasil antes e um engov depois.

Essa conversa não é sobre você
por Tâmara Freire

Querido estudante branco, de classe média, que faz cursinho pré-vestibular particular: eu sei que é difícil quando alguém nos faz enxergar nossos próprios privilégios, mas deixa eu tentar mais uma vez.

Eu (e mais uma penca de gente, me arrisco a dizer) não me importo com o quão “difícil” será para você entrar naquele curso de medicina mega concorrido com o qual você sonha, porque, simplesmente, esta conversa não é sobre você.

Eu sei que praticamente todas as conversas deste mundo são sobre você e você está acostumado com isso, então deve ser um baque não ser o centro das atenções. Mas, seja forte! É verdade: nós não estamos falando sobre você.

Quando você chora pelo sonho que agora parece mais distante de se realizar, suas lágrimas não me comovem. Porque o que me comove são as lágrimas daqueles que nascem e crescem sem qualquer perspectiva para alimentar o mesmo sonho que você. É sobre essas pessoas que estamos falando e não sobre você.

Quando você esperneia pelos mil reais gastos todos os meses com a mensalidade do seu cursinho e que agora se revelam “inúteis”, eu não me comovo. Porque o que me comove são as milhares de famílias inteiras que se sustentam durante um mês com metade da quantia gasta em uma dessas mensalidades. É sobre essas pessoas que estamos falando, não sobre você.

Quando você argumenta que, na verdade, seus pais só pagam seu cursinho porque trabalham muito ou porque você ganhou um desconto pelas boas notas que tira, eu não me comovo. Porque o que me comove são as pessoas realmente pobres, que mesmo trabalhando muito mais do que os seus pais, ainda assim não podem dispor de dinheiro nem para comprar material escolar para os filhos, quem dirá uma mensalidade escolar por mais barata que seja. É sobre essas pessoas que estamos falando, não sobre você.

Quando você muito benevolente até admite que alunos pobres tenham alguma vantagem, mas acredita ser racismo conceder cotas para negros ou outros grupos étnicos e usa até os dois negros que você conhecem que conseguiram entrar numa universidade pública sem as cotas, como exemplo de que a questão é puramente econômica e não racial, eu não me comovo. Na verdade, eu sinto uma leve vontade de desistir da raça humana, eu confesso, mas só para manter o estilo do texto eu preciso dizer que o que me comove é olhar para o restante da sala de aula onde esses dois negros que você citou estudam e ver que os outros 48 alunos são brancos. E olhar para as estatísticas que mostram a composição étnica da população brasileira e contatar a abissal diferença dos números. É sobre os negros que não estão nas universidades que estamos falando, não sobre você ou seus amigos.

Se a coisa está tão ruim, que tal propormos uma coisa: troque de lugar com algum aluno de escola pública. Já que não é possível trocar a cor da sua pele, pague, pelo menos, a mensalidade para que ele estude na sua escola e se mude para a dele. Ou, seja a cobaia da sua própria teoria. Já que você acredita que a única ação que deveria ser proposta é melhorar a educação básica: peça para o seu pai investir o dinheiro dele em alguma escola, entre nela gratuitamente junto com alguns outros alunos, estude nela durante 12 anos e então volte a tentar o vestibular. Ah, você não pode esperar tanto tempo? Então, porque os negros e pobres podem esperar até mais, já que todos sabemos que o problema da má qualidade da educação básica no Brasil não é algo que pode ser resolvido de ontem pra hoje?

Então, por favor, reconheça o seu privilégio branco e classe média e tire ele do caminho, porque essa conversa não é sobre você. Já existem espaços demais no mundo que têm a sua figura como estrela principal, já passou da hora de mais alguém nesse mundo brilhar.




 Fonte do texto: Tâmara Freire

3 comentários:

Eu li esse texto da Tãmara, realmente esse sistema de cotas é ridículo, eu e meu irmãos, negros, e entramos em uma Universidade sem cotas, oras.

Legal, Danizita! Parabéns! Eu tenho dois netos morenos, lindos e duas netas loiríssimas, lindas também. Meus netos são muito inteligentes e estudiosos e com certeza não precisarão de cotas, nem para entrar na Universidade e muito menos no mercado de trabalho. Minhas netas moram em Portugal, portanto estão a salvo de tamanha 'babaquice' e politiquice. Minha família é uma mistura de raças, mas a que sobressai é a única que realmente existe, A RAÇA HUMANA. Abraço

O sistema de cotas rebaixa a população negra,que não precisa desse paternalismo e sim de acesso a boas escolas, rebaixa o ensino, porque destrói a meritocracia, rebaixa a todos, porque se retoma a ideias de raças que tanto mal fez já a humanidade, e alimenta o preconceito e o ressentimento pois é injusto. Tira direitos de alguns sob a desculpa esfarrapada de reparar injustiças sociais. É racista como esse asqueroso vídeo das moças aí deixa claríssimo (sem ironia).

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