segunda-feira, 18 de junho de 2012

Em busca da verdade: Documentário Reparação para Todos na íntegra

Na quinta-feira à noite, dia 14/06, na Assembleia Legislativa de São Paulo, durante abertura do seminário Direito à Verdade, Informação, Memória e Cidadania, o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, afirmou que A Comissão da "Verdade" não será o último passo no processo da chamada Justiça de transição (!?) que está em curso no País. Na avaliação do advogado, a dita comissão da verdade deverá estimular ações judiciais contra agentes de Estado acusados de violações de direitos humanos. Ele também defende a ideia de se rever a atual interpretação da Lei da Anistia, que teria sido imposta ao País pelos militares (sic). Disse ele, segundo artigo de Roldão Arruda, no Estadão:

"A Comissão da Verdade não veio para botar uma pedra em cima da história. Muito pelo contrário. A Comissão da Verdade poderá gerar novos efeitos no campo da reparação, novas memórias e, quem sabe, potencializar os mecanismos de Justiça", disse. "Ninguém poderá impedir que o Ministério Público Federal, no exercício de suas funções, tenha acesso à documentação produzida pela comissão para ingressar com ações."

A luta armada lutava pela ditadura do proletariado

Todas as pessoas que têm um pouco de educação histórica e política no Brasil sabem que essa orwelliana Comissão da Verdade não tem a intenção de trazer realmente a verdade relativa ao período autoritário dos regimes militares. Há sim, de fato, a intenção de punir, à revelia da Lei da Anistia, os militares ainda vivos envolvidos nos atos de repressão da época da ditadura. Por outro lado, existe também a intenção inequívoca de institucionalizar a versão da esquerda, atualmente no poder, de que principalmente sua ala ligada à luta armada combatia pela democracia em nosso país no período militar.

Nada mais falso. Principalmente a esquerda armada pretendia implantar uma ditadura do proletariado no Brasil. Essa esquerda era inclusive treinada e financiada pelos regimes autoritários comunistas, a saber, a União Soviética, a China maoísta e a Cuba castrista. Entre as inúmeras formas de comprovar tal fato, podem-se inclusive citar as declarações dos velhos partidários dessa anacrônica e nefasta ideologia ditas ainda hoje. Cito o exemplo da fala de Luiza Erundina, na última sexta, dia 15/06 (FSP), ao ser apresentada como vice na chapa do petista Haddad à prefeitura de Sâo Paulo, quando defendeu a implantação do modelo socialista no país, afirmando que a classe trabalhadora não deve disputar apenas "espaço de poder no Estado burguês". Declarou a absurda: "É o socialismo que garante a realização plena do ser humano. É em nome dessa utopia que estamos aqui."

A utopia de dona Erundina custou mais de 100 milhões de mortos no século passado aos países em que se instalou. Onde estes regimes, todos totalitários, ainda persistem, a população vive escravizada, sem direito algum, e em péssimas condições de vida (alguns morrendo de fome inclusive, como na Coréia do Norte).

Reparação: sem bandidos nem mocinhos

Por isso mesmo, mais do que nunca, avaliações equilibradas sobre a realidade histórica do período da ditadura militar são mais do que bem-vindas. É o caso do documentário Reparação a respeito do atentado contra o consulado americano em São Paulo, em 1968, realizado por ativista da luta armada, que vitimou o jovem Orlando Lovecchio Filho. O documentário conta com análises e depoimentos, entre outros, do historiador Marco Antonio Villa e dos sociólogos Demétrio Magnoli e Fernando Henrique Cardoso (saudoso presidente). Destaco as falas do historiador Marco Antonio Villa que, com imparcialidade, nos apresenta um panorama da situação política do Brasil à época, desmistificando qualquer tentativa de apresentar a História na base da luta entre bandidos (os militares) e a esquerda (os mocinhos). Seguramente, uma boa forma de conhecer com mais objetividade a verdadeira história de nosso país tão distorcida nos últimos anos. 

Reparação foi dirigido pelo cineasta Daniel Moreno, em 2008, produzido pela Terra Nova filmes, e agora está disponível na Internet. Para mais informações sobre o documentário, acesse sua página no Facebook e assista a entrevista de Daniel Moreno ao Augusto Nunes da Veja. Divulgue também o documentário para o maior número de pessoas que puder. 

1 comentários:

Muito bom o documentário. Repassei para vários amigos. Jorge

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