sexta-feira, 14 de outubro de 2011

II Marcha contra a corrupção em Sampa. Que beleza!


Estive dia 12/10, quarta-feira, na marcha contra a corrupção que começou no MASP, percorreu a Paulista e desceu pela Consolação até o Teatro Municipal. Novamente pude descer a Consolação, em uma manifestação, sentindo-me realmente representada e emocionada. Gente de todo tipo e ideologia, gente de todas as idades, estava lá presente, unida em torno do combate à corrupção. Do anarquista Anonymous à mais do que tradicional Maçonaria, passando pela maioria que de fato não se insere em nenhum agrupamento ideológico em particular, estiveram presentes cerca de 3000 pessoas caminhando e marchando nas ruas paulistanas por um pouco de ética no Brasil.

Na Consolação, na faixa restrita aos carros e ônibus, os veículos passavam buzinando seu apoio à manifestação. Do outro lado da avenida, espectadores nas calçadas erguiam os polegares para cima com a mesma significação. Do precário carro de som, palavras de ordem animavam os manifestantes que dedicavam homenagens a Zé Dirceu, Sarney e Maluf, com palavras chulas à altura dos personagens em questão. Nas faixas um pouco de tudo: pelo voto distrital, pela aprovação da ficha limpa, por menos impostos, mais saúde e educação, pela tipificação da corrupção como crime hediondo, pelo fim da impunidade para os corruptos, pelo autogoverno.
Você é otária e não vê o que se passa!?
Entretanto, apesar do sucesso da marcha e da alvissareira novidade que representam essas manifestações contra a corrupção em geral, sobretudo no PIG (de fato, partido da imprensa governista) e nas redes sociais repletas de petralhas, não faltaram os comentários depreciadores, deturpados e mistificadores, com a clara intenção de desmotivar as marchas. Entende-se o porquê. O PT e suas linhas auxiliares ditas de esquerda são os grandes geradores e beneficiários da corrupção pandêmica que assola o país. Para eles, portanto, as manifestações são uma ameaça que se deve deter na base do vale tudo de sempre.

Após o absoluto fiasco das manifestações pelo controle da imprensa no vão MASP e na Cinelândia que reuniram ambas cerca de 100 pessoas, poderia se esperar um pouco de humildade na fala dos petralhas ao desprezar os protestos contra a corrupção. Afinal, o menor deles contou com 200 pessoas, o dobro de gente das manifestações pela censura aos meios de comunicação. Quem dirá, então, se comparados às 3000 pessoas da marcha em SP, mais 3000 no Rio e mais 200000 em Brasília, fora as pequenas manifestações em várias cidades do país?
Mas é imperativo desmobilizar as marchas com a lenga-lenga de sempre de que elas são coisa da direita, de brancos, das zelites e outras ridiculezas de mesmo teor. A presença da garotada do Anonymous deveria ser suficiente para pelo menos relativizar esse papo de que as marchas são coisa da direita, já que o grupo não se encaixa de forma alguma no que se convencionou identificar como tal. Mas desde quando a facistada vermelha está preocupada com a verdade, não é? O que importa é impedir que essa movimentação espontânea da sociedade seja detida antes que comece a ameaçar de fato os privilégios desses vigaristas, parasitas e hipócritas.

Os anônimos presentes
Por outro lado, mesmo que a manifestação fosse realmente apenas uma manifestação da direita, em que pese à enorme abrangência do termo, onde estaria o problema?  Desde quando ser de direita é algo essencialmente ruim a ponto de contaminar com sua maldade intrínseca uma bandeira tão imprescindível como a luta contra a corrupção? E se fosse só de brancos, em que pese também a dificuldade de determinar quem é branco e negro no nosso – graças aos céus – mestiço Brasil, quer dizer então que brancos não podem se manifestar em uma democracia? Sinceramente, em que buraco sem fundo e cheio de “lama” essa gente nos meteu.

Não resta dúvida que, na luta de valores que se trava em nosso país, um dos anátemas a desconstruir é o que pesa sobre o termo “direita”. Imprescindível trazer a discussão sobre o que é ser de direita para o cotidiano da sociedade, desmistificando toda a imagem negativa que a esquerda antidemocrática criou sobre a palavra como se fora um palavrão. Em todas as sociedades realmente democráticas do planeta, existe a expressão social e parlamentar dita de direita, com a qual podemos ou não concordar, mas que merece o devido respeito desde que seja democrática.

Lula para o banco dos réus
Democracia implica conhecimento das diferentes concepções de mundo existentes e o saudável embate de suas ideias. O fato de, no Brasil, não termos expressões parlamentares de direita (sociais já existem algumas) apenas e tão somente demonstra como nossa democracia continua de fachada, mambembe que só ela. E eu diria o mesmo se a situação fosse inversa, ou seja, se estivéssemos às voltas com uma hegemonia de “direita” e a “esquerda” é que fosse demonizada.

Enfim, não se deve dar ouvidos ao petralhismo e seus jornalistas, blogueiros e tuiteiros amestrados com o dinheiro que sai de nossos bolsos. A Parada Gay de Sampa que hoje reúne milhões começou com uns 1200. As Diretas Já engrossaram aos poucos. Um dos movimentos populares mais importantes de nosso país, o da campanha pela abolição da escravatura, injustamente esquecido, começou timidamente, de estado em estado, ao longo de décadas, unindo gente de toda a cor (por isso os racialistas não o apreciam), até varrer do país a mancha daquela instituição infame. 

Firmes e fortes marchadores e marchadoras contra a corrupção. Nós estamos fazendo História, um pouco de cada vez, como há muito tempo não se via no Brasil. E nossa Primavera não passou coisa nenhuma. A primavera acabou de começar. Até 15 de novembro, mais uma vez. E que os corruPTos ladrem enquanto a caravana passa.

Vejam mais algumas imagens da marcha abaixo:



Fora do circuito da marcha,
na tela da janela de um apartamento:
"Abaixo a corrupção!"


1 comentários:

Deixa a petralhada latir mesmo que a gente vai passando. Quanto mais eles latem mais vontade dá de ir as marchas e gritar contra a corrupção. Eles estão com medo isso sim porque a gente vai em frente.Viva as marchas!

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