quinta-feira, 15 de abril de 2010

A falsa polêmica sobre a bandeira do arco-íris que Marina Silva teria escondido!

Simpatizo com Marina Silva. Veio de uma família numerosa de seringueiros do Acre e permaneceu analfabeta até os 15 anos de idade, quando iniciou seus estudos pelo antigo Mobral. Teve sérios problemas de saúde, como hepatite e contaminação por metais pesados quando ainda vivia no seringual.
Apesar da trajetória difícil (ao contrário de Lula que teve preguiça de estudar) foi à luta e se formou em História pela Universidade Federal do Acre. Atuou como professora secundária e depois entrou para a política, filiando-se ao PT, elegendo-se vereadora, deputada, senadora e, quando da ascensão de Lula ao poder, Ministra do Meio-Ambiente. Divergindo de Dilma Roussef sobre a questão ambiental, saiu do ministério do Meio-Ambiente e, no ano passado, deixou também o PT, para aventurar-se numa candidatura à Presidência da República pelo Partido Verde. Os sérios problemas de saúde que enfrentou, segundo consta, a levaram à religião, seguindo o cristianismo evangélico.

Já ouvi Marina em entrevista, e ela fala Português corretamente, em frases com começo, meio e fim. Traz na cara e no corpo as marcas de seu percurso difícil, mas é calma e segura. Apesar de evangélica, tem respeito pela diversidade humana, como já disse, o que agora reiterou num recente episódio envolvendo a bandeira do arco-íris.

Um vereador de seu partido, gay assumido, Sander Simaglio, entregou-lhe a bandeira do arco-íris, em evento em Minas Gerais, na esperança de que Marina a erguesse, um gesto de apoio simbólico que se iniciou anos atrás com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo matéria da Folha, Marina teria escondido a bandeira, preocupada - como se especulou - com seu eleitorado evangélico, em geral homofóbico. No entanto, Marina decidiu responder a Sander, em seu blog, afirmando que passou a bandeira para sua assessora como fez com outros presentes dados na ocasião, mas que defende os direitos LGBT.  Declara ela no final da postagem em seu blog intitulada "O que penso a respeito do movimento LGBTs":
Na condição de pré-candidata à Presidência da República, me coloco como postulante a representar todos os brasileiros, independentemente do que pensam, de sua orientação sexual, do que crêem ou de sua militância. Minha história é meu compromisso. Política deve ser feita com respeito, sem proselitismo.
Por fim, reafirmo: ainda que minha conduta moral e ética integrem valores da fé cristã, que professo, não discrimino quem quer que seja e defendo plena cidadania para todos. O mesmo espero de todas as outras pessoas, candidatas ou não.

Não votarei em Marina, mas a respeito, pois ao contrário da candidata-fantasma petista, ela é dona de seu nariz, sujeito de sua própria existência (não marionete de homem algum), não massacra a língua portuguesa e defende causas justas (independente de eu concordar ou não com suas estratégias), além de ter uma trajetória coerente e sem manchas de corrupção. Sua fala, sobre a questão LGBT, me parece sincera. Fora isso, considero que sua candidatura traz um novo prisma para essa eleição.

Tenho esperanças que Serra ganhe e Marina venha a integrar seu governo. Ela tem abertura para isso e mérito também. Clique aqui para ver a íntegra da fala de Marina em seu blog.

1 comentários:

Clap, clap, clap, Míriam Martinho!
Parabéns pela matéria e pela deferência com que tratou a candidatura da Srª Marina Silva!
Bom ver política sendo feita assim, respeitosamente!
Bj
Sônia

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