8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

quarta-feira, 31 de março de 2010

Andy Warhol, Mr. America ou Todo mundo quer 15 minutos de fama!

No último dia 20, na Pinacoteca do Estado, estreou a exposição das obras daquele que é considerado o mais expressivo artista pop de todos os tempos. O americano e gay Andy Warhol influenciou de tal forma a arte desde os anos 60 que se torna impossível, para qualquer pessoa minimamente antenada neste mundo, não ir conhecê-lo. De certa forma, a maioria das pessoas letradas já viu uma de suas imagens de Marilyn Monroe (como as que estão nesta postagem) e também já ouviu falar da história dos tais "15 minutos de fama", mas é bem provável que desconheça o autor dessas artes e tiradas.

Então, agora está aí a chance - imperdível - de ir muito além de MM e dos "15 minutos" (de fato, a expressão que Warhol cunhou foi No futuro, todo mundo será célebre durante quinze minutos, antevendo o fenômeno dos blogs, you tubes e twitters, entre outros). A exposição reúne ao todo  26 pinturas, 57 serigrafias, 39 fotografias, duas instalações, 44 filmes e testes de câmera com atores como Dennis Hopper e Edie Sedgwick.

A maior parte dos trabalhos é de sua época mais criativa, na década de 60, a época do The factory, famoso estúdio que manteve em Nova York, frequentado por artistas, escritores, músicos e outros nomes do underground. Transitando pela pintura, serigrafia, fotografia, instalação, rodução cinematográfica, gerenciamento de banda de rock (Velvet Underground), publicação de revista, Warhol eliminou a distinção entre fotografia e pintura, entre arte erudita e comercial, com suas imagens seriadas de produtos de consumo diário, que glamorizou, e de celebridades que banalizou.

Desde seu surgimento,Warhol influenciou de tal forma a cultura visual de nosso tempo que  se torna impossível imaginá-la sem ele. Acostumada a sua herança artística, cuja influência está em toda parte no pop e na propaganda comercial, a gente nem se dá conta de que tudo isso teve um começo. Agora, podemos saber de onde veio - para o bem e para o mal - o que nossos olhos hoje desfrutam.

A mostra começou no dia 20 de março e vai até o dia 23 de maio,  na Estação Pinacoteca. O endereço é:
Largo General Osório, 66, Tel. 3335-4990
Aberta de terça a domingo, das 10 às 18h
R$ 6,00 e R$ 3,00 (meia). Grátis aos sábados

Para a programação dos filmes de Warhol, clique aqui

terça-feira, 30 de março de 2010

Quem queima livros acabará por queimar pessoas!

Diz a legenda do vídeo:

"Os livros foram atirados às chamas. Muitos dos que os atiraram eram alunos e professores. E à medida que as fagulhas subiam, os intelectuais fugiam, escritores e cientistas, para oferecerem seus talentos à Europa Ocidental e à América. Cem anos antes, Heine, poeta alemão de ascendência judaica cujos livros eram agora atirados às chamas, avisara: “Onde se queimam livros, acabarão por se queimar pessoas.” Como se sabe os nazistas, queimaram muitos judeus e outros indesejáveis nos fornos crematórios de seus campos de concentração.

O autor do vídeo abaixo fez uma montagem com as imagens do documentário original, onde nazistas aparecem queimando livros, e a imagem dos "professores" da APEOSP (sindicato de "professores" ligados a CUT-PT) fazendo o mesmo. A comparação não é exagerada. Ambos tem o mesmo espírito obscurantista e totalitário que move a banda podre da humanidade. No caso da APEOSP, o motivo é o que revelam as falas, da presidente da APEOSP, vulgo Bebel, e outros sindicalistas em comício, retiradas desse outro vídeo que pode ser conferido aqui.  

FALA BEBEL: “Nós estamos aqui para quebrar a espinha dorsal desse partido e desse governador (….)

OUTRO SINDICALISTA: “Acertamos a tática que mais acumula. Por isso, essa semana, para nós, é a semana decisiva; é a semana em que ele pede demissão da condição de governador para cuidar como (sic) candidato à Presidência e, por isso, nós precisamos de táticas.

SEGUNDO SINDICALISTA (canta musiquinha): Daqui a pouco/ tem eleiçããão,/ lá no Planalto,/ ele não chega nããão/

TERCEIRO SINDICALISTA: “Nós vamos promover um grande bota-fora no dia 31”

QUARTO SINDICALISTA: “Zé Serra fora, fora, fora”

VOLTA BEBEL: Não será, Serra! Você não será presidente da República. Isso está escrito nas estrelas!

Em outro vídeo, novas falas da tal BEBEL e seus camisas-pardas:

BEBEL: “Por isso, colegas e amigos, em outubro, nós temos um grande compromisso, dia 3 de outubro, dizer de uma vez por todas, varrer da face da terra de São Paulo o governador Serra e o partido que se chama PSDB”
OUTRO SINDICALISTA: A greve vale a pena e é nossa única oportunidade de quebrar esse governo. Serra disse que vai declarar a sua candidatura nos próximos dias. Nós estaremos lá para dizer que ele não será presidente da República.

VOLTA BEBEL: O que interessa é que o nosso movimento é político, sim!

Desconfiem sempre e profundamente de todos os que desdenham do conhecimento, que queimam livros e censuram ideias divergentes seja onde for. Nasceram do Ovo da Serpente, metáfora, cunhada por Ingmar Bergman, em seu filme de mesmo nome, para diagnosticar a ascensão do nazismo e todos os regimes totalitários que vitimaram milhões de seres humanos em todo o mundo.

Teremos daqui até o fim das eleições, se eles não apelarem até para o fim delas, muitas manifestações fascistóides dos sindicatos chapa-branca, ong chapa-branca, e do MST, reivindicando supostos direitos de pobres e oprimidos a quem eles supostamente representam. Provavelmente, tentarão produzir, entre muitos feridos, algum morto para chamar de seu, pondo a culpa no Serra, no PSDB, no neoliberalismo, etc. Embora sejam fascistas, chamarão aos que os contestam de fascistas, posarão de vítimas do capitalismo, do imperialismo, desse monte de chavões com os quais buscam ludibriar os de boa-fé e esconder a verdadeira horrenda face.

Entretanto, seus verdadeiros motivos estão expressos em seus próprios discursos despurodamente antidemocráticos. No dia 3 de outubro, temos todos uma escolha entre a civilização e a barbárie, entre a democracia e o totalitarismo. O passado não volta, mas ensina muita coisa. Vamos lembrá-lo, aprender com ele e afastar o Mal enquanto ainda é tempo.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Dicesar foi eliminado do BBB10

Dicesar, maquiador e drag queen, representando os LGBT, enfrentou o lutador sexista e homofóbico Marcelo Dourado, no sábado, 27/03, e acabou eliminado do programa com 58% de votos. Aliás, no BBB10 dos coloridos, com lésbicas e drags, quem vem vencendo todas as paradas é um sujeito que parece ter saído de alguma caverna da idade da pedra.

Alguns dizem que os excessos homofóbicos do lutador são pose, que ele sabe dos meandros do programa, já tem experiência anterior, e joga com os preconceitos do digníssimo público, fazendo uma caricatura de si mesmo. A hipótese é bem válida, mas, de qualquer forma, não se pode esquecer da enorme torcida organizada que o vem mantendo no programa, gente careta até o talo que se sente representada por seus arroubos sexistas e heterossexistas. Como exemplo desse tipo de gente, transcrevo abaixo mensagem de uma lista,  onde entrei à convite por engano, pensando que era para se discutir sobre democracia, e me deparei com "coisas" como essa abaixo, a propósito dos direitos homossexuais. Os erros de português são da autora da maravilha, que assina Sueli Guerra.

...Deram corda demais e agora surgem leis que nos discriminam, nós os normais, pois se olharmos atravessados para um desses, num dia que estivermos mau humorados vão nos taxar de homofóbicos e cair em cima de pau na gente. Não tenho nada contra o homossesual e muito menos contra lésbicas, mas acho que estão exigindo demais, quando poderiam exigir mais educação, mais saúde, mais emprego, menos corrupção e é em cima da corrupção que eles se aproveitam pra fazer suas exigências. Que pai vai querer que seus filhos hajam com naturalidade dentro de uma sala de aula onde a viadagem usa seus nomes de guerra e gestos afetados sem reagir? Não demora nas escolas vamos ter pares de homens e mulheres se beijando na hora do recreio e vamos ter que achar normal?

Dourado representa essa gente anacrônica que se sente ameaçada pela luta das pessoas homossexuais por igualdade, que se acha no direito de dizer coisas absurdas, como as que transcrevi acima, impunemente, como se fosse natural poder vomitar toda a sua bílis em outras pessoas porque elas não se enquadram em sua visão estreitíssima de mundo. E, naturalmente, como o movimento LGBT cometeu o erro colossal de se alinhar com o PT e seus congêneres da esquerda xiita, e sua pauta enviesada e autoritária, a direitona obscurantista enfia, no mesmo saco de gatos, os direitos homossexuais, com a corrupção do PT, a censura à imprensa, as cotas raciais, o famigerado PNDH-3 e outros tantos absurdos.

Precisamos urgentemente libertar o MLGBT dos grilhões petistas, despetizar tudo, e voltar a ter um movimento autônomo, desligado de partidos, para não mais ver nossos direitos tão importantes e necessários vinculados à quadrilha petista e seus desmandos ou a ideologias da esquerda autoritária. Como já cansei de dizer, essa aliança espúria só faz aumentar o preconceito dos obscurantistas contra nós. Sem essa triste aliança, seria bem mais fácil deixá-los falando sozinhos.

sábado, 27 de março de 2010

Hora do Planeta - Daqui a pouco apague as luzes!

Bem, a questão do aquecimento global é polêmica, mas está provado que - para o bem do planeta - precisamos usar a energia elétrica com economia, evitando o desperdício, como luzes sendo deixadas acesas nos quartos, aparelhos em standby (tire da tomada), etc.. A Hora do Planeta é um evento simbólico que representa a preocupação das pessoas conscientes com o planeta em que vivemos, nossa casa e abrigo que anda bem mal-cuidada. Reproduzo o texto do site Hora do Planeta abaixo para você se inteirar e participar. Veja também a contagem regressiva para a hora de apagar as luzes no relógio digital ao lado.

No sábado, 27 de março, entre 20h30 e 21h30 (hora de Brasília), o Brasil participa oficialmente da Hora do Planeta. Das moradias mais simples aos maiores monumentos, as luzes serão apagadas por uma hora, para mostrar aos líderes mundiais nossa preocupação com o aquecimento global.

A Hora do Planeta começou em 2007, apenas em Sidney, na Austrália. Em 2008, 371 cidades participaram. No ano passado, quando o Brasil participou pela primeira vez, o movimento superou todas as expectativas. Centenas de milhões de pessoas em mais de 4 mil cidades de 88 países apagaram as luzes. Monumentos e locais simbólicos, como a Torre Eiffel, o Coliseu e a Times Square, além do Cristo Redentor, o Congresso Nacional e outros ficaram uma hora no escuro. Além disso, artistas, atletas e apresentadores famosos ajudaram voluntariamente na campanha de mobilização. Em 2010, com a sua participação, vamos fazer uma Hora do Planeta ainda mais fantástica!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Fórum debate sobre as cotas raciais nas universidades brasileiras

No Brasil, 77 universidades adotam o sistema de cotas raciais, abrangendo cerca de 400 mil estudantes afrodescendentes. A reserva racial enfrenta resistência: no Supremo Tribunal Federal tramitam várias ações que questionam as cotas. Antes de julgar o tema, a Corte decidiu realizar uma audiência pública para ouvir especialistas e a própria sociedade sobre o assunto, embora de forma totalmente desigual. A advogada Roberta Fragoso Kaufman e Zulu Araújo, presidente da Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura, participaram da audiência no STF e são os entrevistados do Fórum desta semana.

TV Justiça : Horários e exibições: Sexta - 20h30,  Sábado - 18h30, Segunda - 21h
São Paulo Digital - canal 64; Net São Paulo - canal 6; TVA - canal 184


Fontes: contra a racialização do Brasil e TV Justiça

quinta-feira, 25 de março de 2010

True Blood só estreia no Brasil em julho, porém com mais personagens homossexuais!


True Blood from Miss Fanglicious on Vimeo.

Saudosa da série True Blood, fui buscar na Web notícias sobre a terceira temporada. Descobri que ela só será lançada em 13 de junho nos EUA e em julho aqui no Brasil. Vários novos personagens pontuarão os 12 capítulos dessa série que já virou cult, não apenas porque vampiros estão na moda, mas porque ela é inventiva, sexy e bem-humorada. Novos membros do elenco incluem Joe Manganiello (How I Met Your Mother), Brit Morgan ( O atravessador) e Kevin Alejandro ( Southland).

Na terceira temporada, entre os novos seres humanos e não-humanos, aparecerão outros metaformos e lobisomens, e mais vampiros - naturalmente - sendo agora alguns homossexuais. Inclusive como Sam, para sobreviver à sacerdotisa da Deusa telúrica e sombria, tomou o sangue de Bill na segunda temporada, há rumores de que haverá uma tensão homo-erótica entre os dois. Além disso, o ótimo Lafayette, o garçom à la Madame Satã do bar do Sam, vai arrumar namorado. Só não descobri ainda, se entre os personagens homo, vai pintar alguma lésbica. Até junho, com certeza, descobrirei se sim ou não.
Por enquanto, se é fã da série e está sedent@ por True Blood, beba um pouco dos bem-humorados sneak peeks abaixo. O primeiro é da terceira série, os demais das anteriores. O vídeo que encabeça este post é de um(a) fã da série, que coloquei aqui para matar a saudade também, com cenas da segunda temporada ao som de Like a Prayer, da Madonna.



TRUE BLOOD - teaser 01 from Fu on Vimeo.
True Blood - HBO (Teaser Brasil/Venezuela) from Rodrigo L. Kermessi on Vimeo.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Decretos em prol da comunidade LGBT em Sampa

Em 17/03, quando a Comissão de Políticas para Diversidade Sexual do Estado de SP completou seu primeiro aniversário de existência e atuação, o Governador José Serra, fez publicar em Diário Oficial do Estado, 3 (três) Decretos em favor da população LGBT desse Estado.

1. Instituindo o Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT, órgão consultivo e deliberativo. Decreto 55.587

2. Dispondo sobre o tratamento nominal das pessoas transexuais e travestis nos órgãos públicos do Estado de SP. Assegura o direito à escolha do nome pelo qual deseja ser chamada, nos atos e procedimentos, promovidos no âmbito da Administração direta e indireta do Estado de SP. - Decreto 55.588

3. Regulamenta a Lei 10.948/2001 que dispõe sobre penalidades a serem aplicadas à prática de discriminação em razão de orientação sexual. - Decreto 55.589

Ainda em março será publicado o Plano de Enfrentamento e Combate à Homofobia.

terça-feira, 23 de março de 2010

Clipe Telephone, com Lady Gaga e Beyoncé

Lady Gaga continua a toda, de hit em hit. Seu atual grande sucesso é o clipe Telephone, lançado dia 11/03, onde Beyoncé lhe faz companhia. No clipe de mais de 9 minutos, Gaga vai parar numa prisão onde duas carcereiras fisioculturistas a despem para verificar se ela não tem um pinto (correu boato há um tempo atrás que a cantora seria de fato uma traveca, trans ou drag).

Depois, no pátio do presídio, montada num dos muitos visuais bizarros que ostenta no clipe, dá um longo beijo em uma butchie enquanto passa a mão na "moça" da moça. O alto-falante do pátio avisa que ela tem uma chamada telefônica, e ela vai atender, quando de fato começa a cantar a hiper-dançante Telephone. Esta cena, quando ela canta o hit, dançando com outras detentas, também tem um ar do célebre Jailhouse Rock de Elvis Presley.

Depois Gaga é liberada da prisão e entra numa camionete dirigida por Beyoncé. Ambas vão parar numa lanchonete de beira de estrada onde Beyoncé encontra o namorado a quem tenta envenenar. Gaga resolveu ajudá-la e bota veneno na comida do restaurante todo, levando os clientes à morte. Depois ambas fogem a bordo da camionete singelamente chamada pussy wagon (camionete bu..oops chana), a mesma utilizada por Uma Thurman no filme Kill bill vol. 1. 

Aliás, o clipe é cheio de referências a Quentin Tarantino, tem um visual meio história em quadrinhos e um final que lembra Telma e Louise, tudo temperado com um show de extravagâncias e maluquices em termos de roupas, maquiagem, enredo, embalados pela música contagiante, fora o merchandising dos patrocinadores que aparece em várias cenas do filmete.

O clipe já está sendo considerando um marco do gênero, apontando para  novos rumos do pop, como o fizeram anteriormente Madonna e Michael Jackson. Aliás, Gaga, também lembra Madonna em algumas cenas de Telephone, o segundo single do novo  álbum da cantante, The Fame Monster, onde igualmente se encontra seu outro recente hit Bad Romance.

Uma coisa é certa: de bizarrices em bizarrices, Lady Gaga não sai das paradas com músicas super-dançantes que sabem empolgar. Abaixo, uma tradução de Telephone, o clipe sem cortes (tem outra versão censurada) e a letra em inglês.

Telefone
Alô, Alô, Baby
Você ligou, eu não consigo escutar nada
Eu não tenho serviço
na boate, você está vendo
O-o-o Que você disse?
Ah,você esta perdendo meu sinal?
Desculpe, eu não consigo te escutar
Eu estou meio ocupada

O-ocupada
O-ocupada
Desculpe, eu não consigo te escutar, eu estou meio ocupada

Um segundo
Essa é a minha música favorita e eles vão tocar
E eu não consigo te enviar mensagem com
Uma bebida na minha mão, eh...
Você deveria ter feitos planos comigo
Você sabia que eu estava livre
E agora você não para de me ligar
Eu estou ocupada.

Pare de me ligar! Pare de me ligar!
Eu não quero mais pensar!
Eu deixei a minha cabeça e o meu coração na pista de
dança!
Pare de me ligar! Pare de me ligar!
Eu não quero mais falar!
Eu deixei a minha cabeça e o meu coração na pista de
dança!

Eh, eh, eh, eh, eh, eh...
Pare de me ligar!
Eh, eh, eh, eh, eh, eh...
Eu estou ocupada!

Pode ligar o quanto você quiser
Mas não tem ninguém em casa
E você não vai conseguir falar comigo no celular!
Eu estou na balada
E estou bebendo
E você não vai conseguir falar comigo no celular!

Pode ligar quando quiser
Mas não tem ninguém em casa
E você não vai conseguir falar comigo no celular!
Eu estou na balada
E estou bebendo
E você não vai conseguir falar comigo no celular!

Garoto, você está enchendo o meu celular
Não vai me fazer sair mais rápido,
Colocar meu casaco mais rápido,
Deixar minhas amigas mais rápido.
Eu deveria ter deixado o meu telefone em casa
Pois isso é um desastre!
Me ligando a cobrar
Me desculpe, eu não posso atender!

Não é que eu não goste de você,
Eu apenas estou me divertindo!
E eu estou cansada
Do meu telefone tocando
Às vezes eu me sinto como se
Vivesse na Grand Central Station
Essa noite eu não vou atender nenhuma ligação
Pois eu estarei dançando!

Pois eu estarei dançando!
Pois eu estarei dançando!
Essa noite eu não vou atender nenhuma ligação pois eu
estarei dançando!

Pare de me ligar! Pare de me ligar!
Eu não quero mais pensar!
Eu deixei a minha cabeça e o meu coração na pista de
dança!
Pare de me ligar! Pare de me ligar!
Eu não quero mais falar!
Eu deixei a minha cabeça e o meu coração na pista de
dança!

Eh, eh, eh, eh, eh, eh...
Pare de me ligar!
Eh, eh, eh, eh, eh, eh...
Eu estou ocupada!

Pode ligar o quanto quiser
Mas não tem ninguém em casa
E você não vai conseguir falar comigo no celular!
Eu estou na balada
E estou bebendo
E você não vai conseguir falar comigo no celular!

Pode ligar quando quiser
Mas não tem ninguém em casa
E você não vai conseguir falar comigo no celular!
Eu estou na balada
E estou bebendo
E você não vai conseguir falar comigo no celular!

Meu telefone!
M-m-meu telefone!
Eu estou na balada
E estou bebendo
E você não vai conseguir falar comigo no celular!

Meu telefone!
M-m-meu telefone!
Eu estou na balada
E estou bebendo
E você não vai conseguir falar comigo no celular!

Desculpe-nos... Este número está sem serviço.
Confira o número ou tente novamente.

Tradução: JunIn



Telephone
Hello, hello, baby, you called, I can't hear a thing
I have got no service in the club, you see, see
Wha-wha-what did you say? Oh, you're breaking up on me
Sorry, I cannot hear you, I'm kinda busy

K-kinda busy, k-kinda busy
Sorry, I cannot hear you, I'm kinda busy

Just a second, it's my favorite song they're gonna play
And I cannot text you with a drink in my hand, eh
You shoulda made some plans with me, you knew that I was free
And now you won't stop calling me, I'm kinda busy

Stop calling, stop calling, I don't wanna think anymore
I left my hand and my heart on the dance floor
Stop calling, stop calling, I don't wanna talk anymore
I left my hand and my heart on the dance floor

Eh, eh, eh, eh, eh, eh... Stop telephoning me
Eh, eh, eh, eh, eh, eh... I'm busy
Eh, eh, eh, eh, eh, eh... Stop telephoning me
Eh, eh, eh, eh, eh, eh... I'm busy

Can call all you want, but there's no one home
And you're not gonna reach my telephone
Out in the club and I'm sipping that bub
And you're not gonna reach my telephone
Call when you want, but there's no one home
And you're not gonna reach my telephone
Out in the club and I'm sipping that bub
And you're not gonna reach my telephone

Boy, the way you blowing up my phone
Won't make me leave no faster
Put my coat on faster
Leave my girls no faster
I shoulda left my phone at home
'Cause this is a disaster
Calling like a collector
Sorry, I cannot answer

Not that I don't like you, I'm just at a party
And I am sick and tired of my phone r-ringing
Sometimes I feel like I live in Grand Central Station
Tonight I'm not taking no calls 'cause I'll be dancing

'Cause I'll be dancing, 'cause I'll be dancing
Tonight I'm not taking no calls 'cause I'll be dancing

Stop calling, stop calling, I don't wanna think anymore
I left my hand and my heart on the dance floor
Stop calling, stop calling, I don't wanna talk anymore
I left my hand and my heart on the dance floor
Stop calling, stop calling, I don't wanna think anymore
I left my hand and my heart on the dance floor
Stop calling, stop calling, I don't wanna talk anymore
I left my hand and my heart on the dance floor

Eh, eh, eh, eh, eh, eh... Stop telephoning me
Eh, eh, eh, eh, eh, eh... I'm busy
Eh, eh, eh, eh, eh, eh... Stop telephoning me
Eh, eh, eh, eh, eh, eh... I'm busy

Can call all you want, but there's no one home
And you're not gonna reach my telephone
Out in the club and I'm sipping that bub
And you're not gonna reach my telephone
Call when you want, but there's no one home
And you're not gonna reach my telephone
Out in the club and I'm sipping that bub
And you're not gonna reach my telephone

My telephone, m-m-my telephone
'Cause I'm out in the club and I'm sipping that bub
And you're not gonna reach my telephone
My telephone, m-m-my telephone
'Cause I'm out in the club and I'm sipping that bub
And you're not gonna reach my telephone

We're sorry... The number you have reached
Is not in service at this time
Please check the number, or try your call again

segunda-feira, 22 de março de 2010

Dia Mundial da Água: História e comemorações!

O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.

Mas porque a ONU se preocupou com a água se sabemos que dois terços do planeta Terra é formado por este precioso líquido? A razão é que pouca quantidade, cerca de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo). E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) esta sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo de grande parte da população mundial. Pensando nisso, foi instituído o Dia Mundial da Água, cujo objetivo principal é criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema.

No dia 22 de março de 1992, a ONU também divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água” (leia abaixo). Este texto apresenta uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão da água.

Mas como devemos comemorar esta importante data? Não só neste dia, mas também nos outros 364 dias do ano, precisamos tomar atitudes em nosso dia-a-dia que colaborem para a preservação e economia deste bem natural. Sugestões não faltam: não jogar lixo nos rios e lagos; economizar água nas atividades cotidianas (banho, escovação de dentes, lavagem de louças etc); reutilizar a água em diversas situações; respeitar as regiões de mananciais e divulgar idéias ecológicas para amigos, parentes e outras pessoas.

Declaração Universal dos Direitos da Água

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
Hoje, no  Parque Ibirapuera, em São Paulo, a AMBEV, em parceria com a ONG WWF-Brasil e a Universidade de São Paulo de São Carlos, iniciam evento com início a partir das 19 h, no Porão das Artes, na Fundação Bienal de São Paulo. O evento reunirá nomes como o economista Ladislau Dowbor, a ambientalista Marcia Brewster e a CEO do WWF-Brasil, Denise Hamu.  A cantora Fernanda Takai encerra o evento, que poderá ser acompanhado em tempo real (em transmissão live streaming) pelo site Movimento Cyan

Fonte do texto: Sua pesquisa

sexta-feira, 19 de março de 2010

A fábula da galinha explorada: em defesa da meritocracia!



A fábula da galinha explorada pela "coletividade" corre a blogosfera. Alguns dizem que o autor foi o ex-presidente norte-americano Ronald Reagan, mas, de fato, não se sabe quem a escreveu.

O que ninguém duvida - principalmente quem já participou de trabalhos coletivos - é que ela retrata muito bem a realidade dos chamados movimentos sociais hoje e de uma suposta mentalidade socialista. 

A versão que reproduzo abaixo (pois já há várias versões da historinha), retirei do site do Vanguarda Popular. Nada como uma simples fábula para explicar o que muitas vezes textos teóricos não conseguem esclarecer. Divirtam-se!

Uma galinha achou alguns grãos de trigo e disse aos vizinhos:

- Se plantarmos este trigo, teremos pão para comer. Alguém me quer ajudar a plantá-lo?
- Eu não! - disse a vaca.
- Nem eu, tenho mais que fazer! - emendou o pato.
- Eu também não - retorquiu o porco.
- Eu muito menos - completou o bode.
- Então, eu mesma planto - disse a galinha.

E assim o fez. O trigo cresceu alto e amadureceu, com grãos dourados.

- Quem vai me ajudar a colher o trigo? - quis saber a galinha.
- Eu não - disse o pato.
- Não faz parte das minhas funções - disse o porco.
- Não, depois de tantos anos de serviço - exclamou a vaca.
- Eu me arriscaria a perder o seguro-desemprego - disse o bode.
- Então, eu mesma colho - disse a galinha, e colheu o trigo, ela própria.

Finalmente, chegara a hora de preparar o pão.

- Quem me vai ajudar a cozer o pão? - indagou a galinha.
- Eu fugi da escola e nunca aprendi a fazer pão - disse o porco.
- Eu não posso por em risco meu auxílio-doença - continuou o pato.
- Caso só eu ajude, é discriminação - resmungou o bode.
- Só se me pagarem hora extra - exclamou a vaca.
- Então, eu mesma faço - exclamou a pequena galinha. Ela assou cinco pães, e pôs todos numa cesta para que os vizinhos pudessem ver.

De repente, todo mundo queria pão, e exigiu um pedaço. A galinha simplesmente disse:

- Não! Vou comer os cinco pães sozinha.
- Lucros excessivos, sua agiota burguesa! - gritou a vaca.
- Sanguessuga capitalista! - exclamou o pato.
- Eu exijo direitos iguais! - bradou o bode.
O porco grunhiu: - A Paz, o Pão e a Educação são para todos! Direitos do Povo!

Pintaram faixas e cartazes dizendo “Injustiça Social” e marcharam em protesto contra a galinha, gritando palavras de ordem: “Fascista”, “O pão é nosso!”, “Exijo a minha cota de pães!”, “Morte aos padeiros que lucram com a fome!”.

Chamado um fiscal do governo, disse à pobre galinha:
- Você, galinha, não pode ser assim tão egoísta. Você ganhou pão a mais, tem de pagar muito imposto.
- Mas eu ganhei esse pão com meu próprio trabalho e suor - defendeu-se a galinha. Os outros não quiseram trabalhar! - retorquiu sentida.
- Exatamente - disse o funcionário do governo - essa é a vantagem da livre iniciativa. Qualquer pessoa, numa empresa, pode ganhar o que quiser. Pode trabalhar ou não trabalhar. Mas, de acordo com a nossa moderna legislação, a mais avançada do Mundo, os trabalhadores mais produtivos têm que dividir o produto do trabalho com os que não fazem nada. Além disso, existe a mais-valia, o Imposto de Renda, o IPTU, o IPVA, o IPI, ICMS, etc., etc., o mensalão, etc., etc., que têm de ser pagos para garantir a nossa Saúde, a nossa Educação e a nossa Justiça! Todas elas as melhores do Mundo!

E todos viveram felizes para sempre, inclusive a pequena galinha, que sorriu e cacarejou: "eu estou grata", "eu estou grata". Mas os vizinhos sempre se perguntavam por que a galinha nunca mais fez um pão.

quinta-feira, 18 de março de 2010

A Pequena Censora

No início de 2009, fui convidada pela "pesquisadora" Rita Colaço a escrever sobre as memórias do Movimento LGBT, no blog Memórias do MHB/MLGBT, definido por ela como espaço a vir a ser o ponto de partida para uma recuperação sistemática e coletiva desses percursos - para além de personalismos, disputas, capitalizações.” Obviamente, tendo meu próprio blog e o site da Um Outro Olhar para escrever não precisava desse “espaço”, mas aceitei a proposta para dar uma força, para colaborar mesmo. A bem da verdade, fui a única pessoa que de fato colaborou com o projeto e até tentou incentivar outras pessoas a ajudarem na empreitada.

Entretanto, embora a "pesquisadora" adore falar em projetos coletivos (tem outro blog onde também fala em nutrir-se em coletivo, comunitária, alegre e despojadamente..rsss), na prática a coisa é bem outra. O coletivo de que fala a moça só pode ser formado por quem pensa como ela, caso contrário ele se desfaz.

Em uma lista LGBT de que participamos, em setembro de 2009, um participante comunista (as listas do movimento são esquerdilófilas até a medula dos ossos) enviou uma mensagem espinafrando o José Serra por conta de um projeto do governador de parceria com empresas privadas para a gestão de hospitais públicos. Na verdade, uma expansão de um projeto já em exercício para hospitais mais recentes. A iniciativa foi denunciada, pelo comunista, como o Serra vendendo a saúde pública, naquele estilo honestíssimo de ser desse pessoal. Ponderei que não necessariamente uma privatização parcial desse tipo seria algo nocivo, que dependendo das circunstâncias, sobretudo se pudesse sanar os problemas imediatos dos hospitais (como carências de todo o tipo) poderia ser bom. Afirmei que não era necessariamente contra privatizações se elas podiam melhorar, no aqui e agora em que de fato se vive, a situação de hospitais, telefonias, estradas.

A "pesquisadora" Rita Colaço enviou um e-mail, em resposta ao meu, dizendo, a grosso modo grosso, que não gostava da “lógica privatista”, que nós já pagamos imposto demais e outros tantos dogmatismos. Respondi que eu não tinha receitas para mudar o mundo e que inclusive gostava de um papo-aranha (de ficar tecendo elocubrações teóricas), mas que, em política, era pragmática e gostava de coisas que funcionavam. Se privatizações podem funcionar (e o exemplo da telefonia e da Petrobrás estão aí para confirmar) porque não utilizá-las?

A moça se sentiu ofendida pelo meu “papo-aranha”, ou posou de ofendida, pôs a carapuça que achou que tinha jogado para ela (provavelmente achou que era para ela porque muita gente da lista já havia se queixado de seu jeito barroco de se expressar), disse que isso era técnica desqualificatória (ai, ai!) e que era bom saber como eu pensava (como se não demonizar privatizações fosse alguma falha de caráter). E eu até expliquei claramente, na lista, que a expressão “papo-aranha” não era dirigida a ela, mas sim um termo que uso corriqueiramente referente a conversas um tanto quanto bizantinas. Em PVT, depois disso, cheguei a responder a um e-mail, que ela havia me enviado anteriormente à suposta ofensa, sobre um programa de resgate de memórias lgbt de outro país, mas ela não retornou, demonstrando não querer mais conversa.

Desde então, nossas diferenças ideológicas só fizeram aumentar. Ela defendeu a ação do governo Lula, em Honduras, que considera até hoje exemplar (sic), e outras tantas coisas do gênero das quais discordei. Saliento, contudo, que discordei dela como discordei de outros e outras, na lista, que pensavam como ela. Como também costuma ser meio implicante com outras pessoas, alguns a alcunharam de ressentida e rancorosa, e eu cheguei a brincar com isso, mas numa boa.

Enquanto isso, continuei a postar no tal blog para o qual ela me convidou, esparsamente, pois, no semestre passado, andei meio devagar com as postagens, às voltas com problemas técnicos no site da UOO e outras questões pessoais. De qualquer forma, como a moça sempre falou na “convivência das idéias diferentes”, achei que nossas discordâncias poderiam coabitar, já que o blog se dizia “coletivo”.

Entretanto, o ano de 2010 começou com a chegada a público do famigerado Programa Nacional de Direitos Humanos-3 e suas Comissões da Verdade (sic), com tentativas de rever a lei de anistia, propostas de censura à imprensa, abolição do direito de propriedade, desarmamento da população (mas já não houve um plebiscito sobre isso?) entre outras pérolas de arbitrariedade. Naturalmente, sou contra tudo isso, mas a "pesquisadora" Rita Colaço é a favor. Andou passando abaixo-assinados contra “a anistia a torturadores” (não faz referência aos torturados e assassinados pelas guerrilhas que lutavam contra os militares) e inclusive postou no blog sobre isso.

Nesse ínterim, apareceu na imprensa (janeiro), um vídeo sobre uma das vítimas dos guerrilheiros-terroristas que, ao contrário destes, nunca havia conseguido uma indenização decente, apesar de ter perdido a perna em um dos atentados da época, enquanto o cara que o havia mutilado recebera uma boa bolada por ter sido preso político (veja o vídeo aqui).

Num primeiro momento publiquei o vídeo no blog da "pesquisadora", pois ela havia postado sobre o mesmo tema de outra perspectiva. Embora o texto fosse OT, como ela havia decidido falar do assunto, achei que não havia problema em postar a visão de outras pessoas. De imediato, a "pesquisadora" postou um outro texto quilométrico, que tirou o vídeo fora de vista. Um pouco depois, estava escrevendo um outro texto, sobre o Movimento LGBT e as esquerdas, na própria área de postagem do blog, quando, de repente, saí do ar. Pois, é, vejam o ridículo: a imperadora do blog estava de plantão para censurar qualquer texto que não condizesse com sua ideologia.

A princípio cheguei a pensar que fosse erro técnico, mas depois me dei conta que era censura mesmo. Escrevi para a "pesquisadora" que, como havia censurado o texto, e eu não aceito censura, queria a retirada de todos os meus textos do seu blog. Quase em seguida, chegou uma mensagem da pequena censora dizendo que “eu havia conseguido meu intento”. Coméqueé? Sim, a Divisão de Censura do blog “coletivo” estava me responsabilizando por seus atos. E não ficou por aí. Veio dizer, quando a chamei de censora, que não se tratava de censura não, mas sim de reação contra uma suposta perseguição que eu estaria movendo contra ela. Transcrevo literalmente: “Sabe, portanto, exatamente como, onde, por que e com quais objetivos vem agindo em relação à minha pessoa, desde meu posicionamento a respeito do golpe em Honduras e o abrigo do presidente deposto na embaixada brasileira (sic ?!!).” Então, o fato de eu discordar da pequena censora– como discordei de outras pessoas na lista de que participamos – configuraria um ato de perseguição contra ela. É mole? De qualquer forma, supondo que a paranóia da "pesquisadora" tivesse uma simples sombra de verdade, restaria saber o que o texto que ela censurou e pelo qual me expulsou daquele “coletivo”, onde só ela reina e manda, teria a ver com isso. Vejam aqui o texto que ela censurou e vejam se ele tem alguma coisa a ver com a dita. O texto se refere a um fato ocorrido na cidade de São Paulo em 1981, no início do Movimento Homossexual, do qual ela não participou, que não a cita em qualquer momento.

Ela simplesmente não gostou de eu falar dos podres da esquerda “viúva do muro de Berlim”, com a qual  compactua (é abertamente favorável ao chamado “controle social” da mídia, eufemismo para censura, tanto que a pratica num reles blog que vive às moscas). Aliás, esse pessoal esquerdofrênico sempre mantém o discurso do estuprador: culpa a vítima pela violência que ela sofreu. Seja em bloguezinhos ou no BancooPT, quando se apontam seus arbítrios e suas falcatruas, sempre se saem com a história de que são perseguidos, que a imprensa conspira contra eles, que querem extinguí-los. Sem falar nessa última do Lula, culpando os presos políticos de Cuba, em greve de fome, por sua própria morte, além de compará-los a bandidos comuns.

Então, a culpa é sempre da vítima. Eles querem censurar a imprensa porque não conseguem conviver com a democracia, são os arautos do pensamento único, do partido único, da estupidez única, mas os responsáveis pela situação são sempre suas vítimas. O cinismo e a hipocrisia dessa gente não têm limites. A pequena censora em questão vive dando sermão em todo mundo, como um padre no púlpito (que na sacristia "come" as devotas e o coroinha), sobre a capacidade de diálogo que se deve ter, que se deve discutir temas e não pessoas, que é necessário maturidade, blá-blá-blá, e não consegue viver sequer uma vírgula do que diz.

Fiz questão de revelar essa história, como já havia dito que o faria na postagem sobre o Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, pois ela é um bom exemplo do espírito do tempo em que estamos vivendo, tempo de gente de pequena estatura moral e intelectual, mas cheia de si como um napoleão de brinquedo. Dizem que, para se conhecer o caráter de uma pessoa, basta vê-la numa situação de poder ou de desespero. Geralmente, napoleões de brinquedo trocam rapidinho as mãos pelos pés nessas circunstâncias. E eu acrescentaria que, quanto menor o poder, mais revelador é da "alma" d@s que por ele se conspurcam. Além disso, obviamente os que censuram nas mínimas mídias, censurarão na grande imprensa também, basta lhes dar uma chance. E claro dirão que a censura não é motivada pelo que são e pelo que pensam mas pelo comportamento da vítima da tesoura.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Predadores: Eles estão de volta!

Para quem, como eu, gosta de filmes de ficção e terror, bom saber que logo chegará às telas um novo filme da série Predador. Gostei do primeiro e do segundo, com o Arnold Schwarzenegger (1987) e o Danny Glover (1990) respectivamente, e da última sequência em que o Predador se vê as turras com um bando de Aliens (2004). Na categoria monstro, ninguém bate o Alien, aquela força bruta destrutiva que se instala no peito das pessoas e depois explode esse útero improvisado, matando o hospedeiro. O primeiro Alien é uma obra-prima do gênero.

O Predador, apesar da aparência, é mais próximo de nós, é mais humano, racional, um caçador poderoso e cruel que gosta de se afirmar matando. Humanos têm sido suas presas prediletas quando eles aportam na Terra ou quando, como na sequência em pauta, são levados para o planeta dos alienígenas a fim de divertí-los.

Na próxima sequência, estão Alice Braga, nossa conterrânea que já esteve em Eu sou a Lenda, Lawrence Fishburne (Matrix), Adrien Brody (King Kong), Topher Grace, Danny Trejo, Walton Goggins, Oleg Taktarov, Mahershalalhashbaz Ali e Louiz Ozawa.

O estúdio do filme já liberou algumas sequências como aperitivo. Veja abaixo.

terça-feira, 16 de março de 2010

Pela libertação dos presos políticos cubanos!

A política externa do governo Lula é um dos maiores absurdos desse governo que não cansa de produzir shows de mediocridade, corrupção e autoritarismo diariamente.

Agora mesmo, em Israel, Lula iniciou sua visita se recusando a depositar flores no túmulo do fundador do país, o sionista Theodor Herzl, enquanto assumia que iria colocar flores no túmulo de Asser Araft da Palestina. Mesmo que mude de ideia, a gafe já foi cometida.

Em Honduras, foi aquela palhaçada de aceitar a presença de Manuel Zelaya, esbirro do ditador venezuelano Hugo Chávez, na embaixada brasileira, e de condenar a deposição constitucional de Zelaya sob a falsa acusação de que ele teria sido vítima de golpe. Nesse caso, Lula não viu problema algum de interferir nos assuntos internos de um país estrangeiro.

Já em Cuba, quando esteve no começo deste mês, Lula, que havia se recusado a receber a carta de dissidentes que lhe solicitaram ajuda para interceder pela libertação do preso político Orlando Zapata em greve de fome por melhores condições de encarceramento, afirmou que não podia se meter em assuntos internos de outros países. Zapata morreu exatamente quando da chegada de Lula que novamente se recusou a ter contato com os dissidentes do país e ainda culpou a vítima pela própria morte. Em declarações recentes para a imprensa internacional, Lula chegou ao cúmulo de comparar os presos políticos cubanos com presos comuns de São Paulo.

Claro que presos políticos diferem de presos comuns, e greves de fome são recursos extremos a que prisioneiros recorrem em situação desesperadora. Por isso, todos nós, brasileiras e brasileiros, que repudiamos a mentalidade de Lula e nos importamos com os direitos humanos, em qualquer lugar, devemos aderir à campanha pela libertação dos presos políticos em Cuba. Reproduzo o texto da campanha abaixo. Eu já assinei. E só clicar no link e seguir até a página de assinaturas, deixando seu apoio às vítimas da tirania cubana. Na coluna do blog, também manterei o logo da campanha, para que tod@s @s visitantes possam abaixo-assiná-la. Democracia sempre.

Pela libertação imediata e sem condições de todos os presos políticos das prisões cubanas; pelo respeito ao exercício, promoção e defesa dos direitos humanos em qualquer parte do mundo; pelo decoro e o valor de Orlando Zapata Tamayo, injustamente preso e brutalmente torturado nas prisões cubanas, morto após greve de fome por denunciar estes crimes e a falta de liberdade e democracia no seu país; pelo respeito à vida dos que correm o risco de morrer como ele para impedir que o governo de Fidel e Raul Castro continue eliminando fisicamente aos seus opositores pacíficos, levando-os a cumprir condenações injustas de até 28 anos por "delitos" de opinião; pelo respeito à integridade física e moral de cada pessoa, assinamos esta carta, e encorajamos a assiná-la também, a todos os que elegeram defender a sua liberdade e a liberdade dos outros.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Prisioneiros da democracia: 25 anos de Nova República - José Serra

O governador de São Paulo, senhor José Serra, marca o aniversário do início da Nova República com um belo texto que transcrevo abaixo. Foi publicado originalmente no Estado de São Paulo

Sejamos todos cativos da democracia. É a única prisão que presta tributo à liberdade. Repudiemos a sugestão de que menos democracia pode implicar mais justiça social.

O Brasil comemora hoje os 25 anos da Nova República. Isso quer dizer que celebra um quarto de século de estabilidade política e de plena vigência do Estado de Direito, o mais longo período da fase republicana com essas características. Na primeira década da restauração da normalidade institucional, a democracia de massas firmou-se e afirmou-se no bojo da nova Constituição. E isso se deu apesar da morte do presidente eleito Tancredo Neves, da superinflação, do sufoco externo e do impeachment do primeiro presidente eleito pelo voto direto desde 1960.

A partir da estabilidade de preços conquistada pelo Plano Real, a credibilidade externa foi sendo reconquistada, nosso setor produtivo tornou-se mais competitivo interna e externamente, as fronteiras do comércio se expandiram e, acima de tudo, deflagrou-se um processo cumulativo de acesso das camadas mais pobres a um nível mínimo de bem-estar social. E essa mudança não caiu, como diria alguém, da árvore dos acontecimentos. Foi uma construção.

Durante muito tempo, a imagem do Brasil como o país do futuro foi para nós uma bênção e uma condenação. Se ela nos ajudava a manter a esperança de que um dia transformaríamos nosso extraordinário potencial em felicidade vivida, também nos condenava a certo conformismo, que empurrava, sempre para mais tarde, os esforços e sacrifícios necessários para a superação de limites. Durante um bom tempo, o gigante que um dia acordaria serviu mais à má poesia do que à boa política. E tivemos de dar o primeiro passo, aquele que, pode-se dizer agora, decorridos 25 anos, foi um ato de fato inaugural. E não que a fronteira tenha sido rompida sem oposições de todos os lados.

Certo convencionalismo pretende que a história dos povos se dê numa alternância mecânica de ruptura e acomodação; a primeira engendraria mudanças que acelerariam a história, conduzindo a um patamar superior de civilização; a segunda concentraria as forças da conservação ou mesmo do reacionarismo, sendo fonte de perpetuação de injustiças.

A nossa história de país livre não endossa esse mecanicismo. Sucedendo à monarquia constitucional, a República entrou em colapso em menos de 40 anos. Somente nos anos 90 tivemos o primeiro presidente, Fernando Henrique Cardoso, que, eleito pelo voto universal, transmitiu o poder a um presidente igualmente escolhido em eleições livres e que concluiu seu mandato. Em pouco mais de um século de República, o Brasil teve dois presidentes constitucionais depostos, um que se suicidou para evitar a deposição, um que renunciou e outro que foi afastado de acordo com as disposições da Constituição no período, o país experimentou duas ditaduras: a do Estado Novo e a militar.

Como se nota, experimentamos mais rupturas do que propriamente acomodação e boa parte delas não pode ser considerada um bem. Enquanto aquele futuro mítico nos aguardava, as irresoluções foram se acumulando. Quando o Brasil, na década de 80, se reencontrou com a democracia, era visto como uma das sociedades mais desiguais do planeta, com uma dívida externa inadministrável, uma economia desordenada e uma moeda que incorporara a inflação como um dado da paisagem.

A Nova República teve a coragem da conciliação sem, no entanto, ceder nem mesmo os anéis ao arbítrio. E isso só foi possível porque o povo brasileiro não se deixou iludir pela miragem de uma mudança por meio da força. Entre a democracia e a justiça social, escolhemos os dois. Nem aceitamos que a necessidade da ordem nos impedisse de ver as óbvias injustiças nem permitimos que, para corrigi-las, fossem solapadas as bases da liberdade. O povo ficou ao lado das lideranças que tiveram a clarividência de escolher a transição negociada. Aqueles eventos traumáticos que marcaram os 10 primeiros anos da Nova República não chegaram nem sequer a arranhar a Constituição. Ao contrário: curamos as dores decorrentes da democracia com mais democracia; seguimos Tocqueville e respondemos aos desafios da liberdade com mais liberdade.

Essa vitória da mudança gradual sobre as ilusões da ruptura não se fez sem lutas. Milhões de brasileiros foram para as ruas, em ordem e sem provocações, exigir o voto popular direto para a Presidência e para todos os cargos eletivos. O movimento das Diretas-Já não foi imediatamente vitorioso, mas mostrou sua legitimidade e levou setores que apoiavam o "antigo regime" a perceber que uma nova ordem estava nascendo: a ordem democrática.

Assistimos à Constituinte, às eleições diretas e à plena restauração da soberania popular. Esse tripé da consolidação democrática, com seus corolários, alternância no poder e transição pacífica, são a base institucional que distingue o Brasil do presente daquele da fase da instabilidade. Foi a crença nesses valores que nos permitiu superar a ilusão de soluções radicais e imediatistas. A democracia, tornada um valor inegociável, permitiu que os sucessivos governos pudessem aprender com os erros de seus antecessores e os seus próprios, corrigindo-os, o que concorre para o aperfeiçoamento das políticas públicas.

Não foram erros pequenos nem triviais. Alguns foram monumentais, como o confisco da poupança e a tentação, de um cesarismo doidivanas, de acabar com a inflação "num só golpe", confiscando a poupança popular. A democracia que nos permitia errar de modo fragoroso também nos permitiu um acerto histórico: a implementação, nos governos Itamar Franco e Fernando Henrique, do Plano Real. Ele nasce, sem dúvida, de uma engenharia econômica ímpar, de um rigor técnico até então desconhecido no Brasil nos planos de estabilização, mas acredito que uma das razões de seu sucesso nunca foi suficientemente considerada: ele foi amplamente negociado com a sociedade, com um razoável período de transição entre os dois regimes monetários. Mais uma vez, o gradualismo mostrava a sua sabedoria.

A inflação não morreu com um golpe. Ela morreria com inteligência e democracia.

O significativo avanço das condições sociais e a redução do nível de pobreza no Brasil, hoje exaltados em várias línguas, só se deram por conta de políticas que foram se aperfeiçoando ao longo de duas décadas, como a universalização do Funrural, os ganhos reais no salário mínimo e os programas de transferência de renda para famílias em situação de extrema pobreza. O atual governo resolveu reforçar essas políticas quando percebeu que "inovações" como o Fome Zero e o Primeiro Emprego fracassaram. Também é um dado da realidade que as balizas da estabilidade, cuja régua e compasso são o Plano Real, foram mantidas (mais no primeiro do que no segundo mandato).
O crescimento, o desenvolvimento e o bem-estar não são manifestações divinas. Não estão garantidos por alguma ordem superior, a que estamos necessariamente destinados. Existem em função das escolhas que fazemos. Sou muito otimista sobre as possibilidades do Brasil. Se, antes, parecíamos condenados a ter um futuro inalcançável, hoje já se pode dizer que temos até um passado bastante virtuoso. Mas é preciso cercar as margens de erro para que continuemos num ciclo virtuoso. Dados recentes divulgados pelo IBGE demonstram que voltamos a ter um déficit externo preocupante e que a taxa de investimento está bem abaixo do desejável, especialmente no caso do setor público, para assegurar no futuro a expansão necessária da economia e do consumo. Afinal, os desafios que o Brasil tem pela frente ainda são imensos.
Com a Nova República, o Brasil fez a sua escolha pela democracia e pelo Estado de Direito. É essa a experiência que temos de levar adiante, sem experimentalismos e invencionices institucionais. Porque foi ela que nos ensinou as virtudes da responsabilidade inclusive a fiscal. Fazemos, sim, a nossa história; fazemos as nossas escolhas, mas elas só são virtuosas dentro de um desenho institucional estável.

Sejamos todos cativos da democracia. É a única prisão que presta seu tributo à liberdade. Assim, repudiemos a simples sugestão de que menos democracia pode, em certo sentido, implicar mais justiça social. Trata-se apenas de uma fantasia de espíritos totalitários. Povos levados a fazer essa escolha acabam ficando sem a democracia e sem a justiça.

domingo, 14 de março de 2010

Morte besta: Glauco (1957-2010)

Glauco teve uma longa trajetória como cartunista e chargista, e o Brasil fica mais pobre sem ele. No meio de tanta mediocridade reinante, cada pessoa talentosa que se vai, nos deixa mais tristes. Embora talvez não seja um bom momento para comentar, mas que morte besta essa, que história mal-contada. Quem sabe futuramente não se conheçam os detalhes desse imbróglio de fim tão trágico.

Particularmente, acho que religião e drogas, lícitas ou ilícitas, simplesmente não combinam. De repente, alguém surta, numa viagem, e sai aprontando besteiras como essa que vitimou o Glauco e seu filho. Uma coisa é o uso de drogas alucinógenas por tribos indígenas, dentro de seu contexto cultural; outra é o uso de drogas, por "civilizados" ocidentais, fora de contexto. Como diria o Capitão Nascimento, vai dar merda. E deu!

A charge é do Novaes.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Emocionante aula de História contra as cotas raciais e o racialismo no BRasil

Reproduzo abaixo texto de Nelson Ascher, postado originalmente no blog do Reinaldo Azevedo, a propósito do ataque infame que um desses sindicatos de jornalistas de aluguel do PT fez ao professor Demétrio Magnoli por conta de seu posicionamento contrário às cotas raciais. O texto vale por uma aula de História, mas nos toma também pela emoção. Lindíssimo.

Os ataques infames ao Demétrio Magnoli são uma afronta ao espírito democrático do debate, ao livre mercado de idéias no qual elas se impõem (provisoriamente) por seu conteúdo de verdade e coerência interna, e não na base do grito, da claque ou da torcida organizada; eles constituem, ademais, outra frente de batalha, aquela cujo objetivo é o de calar os dissidentes e quem discorde. Através de Demétrio, nós todos estamos sendo agredidos e/ou ameaçados.

É notório que Demétrio e eu temos discordâncias claras acerca do conflito no Oriente Médio, sobre suas causas e possíveis soluções; trocamos já palavras duras nas páginas da Folha quando éramos seus articulistas, e eu garanto que nunca nenhum de nós teve de consultar previamente qualquer instância do jornal ou de sua direção, submeter-se a qualquer censura antecipada ou cumprir determinações “superiores”: ambos expressamos abertamente e sem mediações nossas mútuas diferenças - e é assim que deve ser, pois ambos pensamos independentemente de ordens ou determinações de patrões, chefes, líderes, partidos, governos, grupos de pressão etc.

Não posso, ademais, deixar de observar que os próprios termos usados no ataque infame do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e da Federação Nacional dos Jornalistas ao Demétrio seguem de muito perto aqueles usados contra mim num abaixo-assinado de 2003 que, capitaneado pela intelectualha esquerdofrênica USP-Unicampiana, pretendia tolher minha liberdade de expressão. Como aconteceu então comigo, estou certo de que os ataques ao Demétrio provam que ele está de fato fazendo seu trabalho honesto e competente de pensador independente e, com isso, tornando-se um empecilho para os que querem nos aprisionar num pensamento único, monocórdio, o dos atuais donos de um poder que toma características menos democráticas e legítimas a cada dia que passa, bem como dos asseclas, apaniguados e bajuladores (pagos ou não) desses.

Pilares da ordem democrática
O fato é que Demétrio está totalmente correto no debate a respeito das cotas raciais e da atual tentativa de racializar a cidadania brasileira, uma investida que carrega em si os germes da guerra civil e mesmo do genocídio, como vimos recentemente nos Bálcãs e em Ruanda. Esta é, hoje em dia e não só no Brasil, a nova frente de batalha daqueles que nunca desistiram de tentar derrubar pilares centrais da ordem democrática e moderna, como os direitos e responsabilidades individuais. Trata-se de uma loucura, mas, como se diz, de uma loucura com método. Sua proposta delirantemente utópica é a de fazer algum tipo de justiça histórica, só que uma justiça informada por uma historiografia enviesada e deturpada, bem como por recortes inviáveis e inaceitáveis da cidadania.

Nas mãos desses delinqüentes, a história, que é sempre uma hipótese em construção e ininterruptamente debatida a respeito do passado, converte-se em desculpa para dividir cidadãos constitucionalmente iguais em grupos artificiais aos quais, paralelamente, atribui-se uma vitimização ou uma culpabilidade ancestral. X% de melanina a mais na pele, e a pessoa deixa de ser um indivíduo igual aos demais em seus direitos e obrigações, um cidadão como qualquer outro, passando a se tornar sobretudo o representante de um grupo que, oficialmente tido como vitimizado, merece reparações; Y% a mais de melanina torna outro indivíduo o membro de um grupo marcado por culpas e crimes que ele pessoalmente jamais perpetrou, obrigando-o a pagar de alguma forma por isso.

Vale a pena lembrar que um dos objetivos centrais da democracia sempre foi o de acabar com a hierarquização social fundamentada em privilégios ou obrigações de nascença. Cria-se, assim, uma nova aristocracia de vítimas hereditárias e uma nova servidão cujas vítimas são indivíduos que, reduzidos apenas a membros de um grupo, carregam uma culpa igualmente hereditária, tudo isso fundamentado numa leitura parcial, mal-informada e delinqüente, de uma leitura altamente seletiva e anacrônica das hipóteses de alguns historiadores. Assim como, séculos a fio, os judeus foram considerados coletivamente culpados pela morte de Jesus Cristo, todos os doravante classificados como brancos serão eternamente culpados pela escravização de todos aqueles doravante classificados como negros em nosso país. Não haverá mais cidadãos nem haverá mais brasileiros, só os novos privilegiados e os novos responsáveis.

As escravidões
É preciso apontar a primeira falha, a falha central desse uso pseudojurídico da história: a escravidão foi, durante milênios e até há cerca de dois séculos, a regra, não a exceção, no mundo inteiro. Populações de todo o tipo foram escravizadas pelos mais variados agentes. A própria palavra “escravo” se refere originalmente aos eslavos cativos (ancestrais dos atuais russos, poloneses, iugoslavos etc.) que eram vendidos, na Idade Média, nos mercados de Bizâncio e do Oriente Médio muçulmano. Todas as civilizações antigas ou medievais se valeram do trabalho escravo, incluindo as pré-colombianas da Meso-América, que, antes da chegada dos europeus, faziam prisioneiros de guerra entre as demais tribos ou civilizações locais não apenas para submetê-los ao trabalho forçado, mas também para sacrificá-los no alto de suas pirâmides e, em seguida, consumir canibalisticamente sua carne.

Europeus escravizaram europeus, asiáticos escravizaram asiáticos, americanos pré-colombianos escravizaram americanos pré-colombianos e africanos escravizaram africanos. Ainda nos séculos 18 e 19, piratas do norte da África capturavam regularmente navios europeus ou americanos e vendiam suas tripulações e passageiros nos seus mercados de escravos. O tráfico transatlântico, do qual participaram membros das mais diversas etnias, línguas e confissões, foi, sem dúvida, uma das maiores empreitadas escravistas, mas o tráfico negreiro rumo às terras islâmicas não foi menor e perdurou por mais tempo. Hoje mesmo, em muitos pontos do planeta, ainda há milhões de escravos, inclusive na África, em países como o Sudão e a Mauritânia.

Nazismo e comunismo
E, se estamos falando de escravidão, não podemos deixar de mencionar os dois movimentos totalitários que a recriaram em partes do mundo que já haviam se livrado dessa instituição: o nazismo e o comunismo. Ambos escravizaram parcelas imensas das populações sobre as quais reinaram ou, em alguns casos, ainda reinam, como na Coréia do Norte e Cuba, país caribenho cuja população pertence ao estado ditatorial marxista e à família de capitães-de-mato que o chefia. É curioso, portanto, ver aqueles que ou fazem a apologia ou simplesmente fecham os olhos à escravização de toda a população cubana culparem pessoas inocentes pela escravização de gente morta há mais de um século. Acontece que não foi a esquerda que iniciou a campanha contra o trabalho escravo, mas sim europeus e americanos, em primeira lugar cristãos ingleses como William Wilbeforce.

De resto, é um anacronismo óbvio aplicar categorias normativas atuais (e, como podemos ver a respeito de Cuba, categorias nem sempre implementadas ou respeitadas mesmo hoje) a uma outra era histórica. Qualquer pessoa minimamente alfabetizada em história sabe disso, vale dizer, sabe que os homens e mulheres do passado pensavam, agiam e viviam de maneira diferente. Legislar retroativamente com vistas a compensar ações que não eram, nem tinham como ser consideradas criminosas no passado equivale, entre outras coisas, a um sentimento totalitário de prepotência, à idéia de que, de alguma maneira, o passado pode ser alterado, corrigido, punido ou compensado. Os escravos que existiram e morreram, bem como os senhores ou traficantes, fossem eles africanos, brasileiros, árabes, otomanos, bizantinos, chineses, mongóis, persas, aztecas etc., que também viveram e já morreram estão além e a salvo da justiça ou injustiça dos viventes.

Quem conheça a história e ame seu estudo sabe que ela é, em boa parte, uma procissão de horrores. Como queria Stephen Dedalus, o herói de James Joyce, ela é um pesadelo do qual nos cabe acordar. Ao contrário do que querem os que tentam nos entorpecer com estórias mal-contadas acerca do passado, a ação dos homens e mulheres vivos deve se dirigir a melhorar o presente e o futuro. A única - insatisfatória, mas nem por isso menos difícil ou urgente - forma de que dispomos de fazer não a inalcançável justiça histórica, mas, sim, uma espécie de justiça poética às inumeráveis vítimas do passado é garantindo a erradicação de qualquer forma de escravidão no nosso mundo atual e lutando para assegurar a plena igualdade de direitos (acompanhados de suas respectivas responsabilidades) a todos os indivíduos vivos ou por nascer.

A liberdade de expressão que os candidatos a censor fazem de tudo para tolher é uma das principais ferramentas desse esforço. Sem ela, que permitiu, por exemplo, todas as campanhas abolicionistas na Europa, Estados Unidos e Brasil, é bem provável que a escravidão teria perdurado por mais tempo. A bem dizer, uma das liberdades confiscadas ao escravo é a de se expressar.

Quem quer que tente impedir a livre expressão das opiniões alheias não está, de modo algum, compensando ou remediando a escravidão passada, mas, sim, instaurando a futura. A escravidão mais perigosa e perniciosa não é aquela abolida há um século ou mais, mas, antes, aquela que já existe e aquela que segue nos ameaçando com seu retorno iminente em cada ato ou ação que corrói e enfraquece a democracia. Por sorte, e ao contrário do que sucede com a escravidão do passado, esta é uma contra a qual todos os homens de bem podem -e devem-lutar.

Fonte: blog do Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 11 de março de 2010

Elefantes ou Marfim

Eu acabei de assinar uma petição urgente, pedindo que elefantes sejam protegidos da caça ilegal para fins comerciais. Há um risco de que a proibição mundial dessa prática seja enfraquecida -- esse tópico está sendo discutido na convenção da ONU esse fim de semana!

A petição será entregue diretamente à convenção, então eu achei que você pudesse se interessar em se mobilizar pelos elefantes também -- clique aqui:

Obrigado! (Leia mais abaixo)
Caros amigos,

Este fim de semana (13 de março), dois governos africanos vão tentar acabar com a proibição mundial do comércio de marfim -- essa decisão pode acabar com toda a população de elefantes e colocar estes animais mais próximos de extinção.

A Tanzania e a Zâmbia estão fazendo lobby junto à ONU para conseguirem exceções à proibição. Se isto acontecer, os traficantes de marfim verão que a proteção mundial está enfraquecida e que a temporada de caça está aberta. Outros países africanos são contra o fim desta lei e estão propondo uma extensão dela por mais 20 anos.

Nossa melhor chance de salvar os últimos elefantes do continente africano é apoiando os conservacionistas da África. Nós só temos mais 5 dias até a reunião do Grupo de Espécies em Extinção da ONU, eles só se reunem a cada 3 anos. Clique abaixo para assinar a petição urgente pela proteção dos elefantes e encaminhe esse email para que possamos entregar milhares de assinaturas na reunião:

Compartilhe

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites