sábado, 27 de fevereiro de 2010

Censura contra uma mulher devassa: ou elas querem é censurar!

Vou te contar! Estão querendo censurar a campanha de lançamento da cerveja Devassa Bem Loura por ser supostamente sexista e desrespeitosa com a mulher (atualizando, de fato censuraram). No anúncio em questão, a socialite Paris Hilton aparece com uma lata da cerveja na mão, fazendo poses sensuais na varanda de um apartamento no Rio de Janeiro enquanto é fotografada por um voyeur e também admirada por gente na rua e na praia (veja o video abaixo).
 O Conar (Conselho de Autorregulamentação Publicitária) abriu três processos éticos contra a marca de cerveja Schincariol, fabricante da Devassa, e pode solicitar a retirada imediata do vídeo através de liminar. Tudo isso porque a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (feministas) e outros consumidores (tenho cá minhas dúvidas sobre esses "outros consumidores") acusaram a Devassa por "utilização de apelos à sexualidade e desrespeito moral às mulheres".

A maioria do movimento feminista brasileiro apóia o governo Lula que nos presenteou, nesta semana que se finda, com um show de asco explícito em sua visita à Cuba para dar dinheiro aos homicidas Fidel e Raul Castro. Com raras exceções, não se viu falar de nenhum protesto dessas senhoras contra aquelas imagens obscenas de Lula aos risinhos com os assassinos de Orlando Zapata, dando as desculpas mais cínicas para sua omissão sobre o crime. 

Agora para cismar com uma propaganda onde uma mulher aparece fazendo caras e bocas sensuais, mas vestida e sem maiores apelações, as guardiãs da moral e dos bons costumes querem censurar a peça publicitária. Hoje em dia, em geral, as propagandas empregam corpos sarados, beleza e sensualidade de homens e mulheres para vender seus produtos. A linha que separa o erotismo da vulgaridade às vezes é tênue, mas, no caso da propaganda da Devassa, o anúncio não descamba não. Tem até um certo humor,  brincando com o nome da bebida naturalmente e seu logo que lembra os desenhos do Carlos Zéfiro, célebre quadrinista erótico. O moralismo de certas alas do feminismo é um porre sem limites.

E não é só na área da moral e dos bons costumes que elas querem censurar. Aqui em São Paulo, ocorrerá, na segunda-feira, dia 1 de março, o I Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, organizado pelo Instituto Milenium, com vários palestrantes que grupos da esquerda xiita, incluídas muitas organizaçoes feministas, consideram de direita. O preço do ingresso para o Fórum está mesmo salgado, mas o Instituto sorteou, pelo twitter, inscrições de cortesia pra quem não podia pagar e transmitirá o evento pela Web.
Entretanto, vários grupos feministas, como União de Mulheres, Articulação Mulher e Mídia, Cinemulher, Geledés, Liga Brasileira de Lésbicas e Observatório da Mulher, participarão de uma manifestação, intitulada Fórum de Rua em protesto contra o Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, em frente ao hotel onde este ocorrerá (veja a atualização clicando no link). O pretexto é que o evento é excludente pelo valor, mas a verdade é que os manifestantes não têm de fato qualquer interesse no encontro, em seus palestrantes, em suas reflexões ou propostas. Pelo contrário, classificam os participantes simplesmente como figurões da direita midiática brasileira, que estarão reunidos para fazer a elegia da economia de mercado e dos oligopólios de comunicação. Consequentemente, não são pessoas dignas do ouvido "socialmente engajado" desses manifestantes. Então, porque eles farão a manifestação? Se eu não gosto de música clássica, só de funk, qual o sentido de ir fazer protesto contra uma apresentação da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo em frente ao Teatro Municipal?  

Acontece que esses grupos feministas e outros congêneres estiveram reunidos na tal I Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), em Brasília (dezembro), mais uma das inúmeras conferências do governo Lula, para tratar, entre outras coisas, do que chamam de "controle social" da imprensa. Parte do que acordaram foi igualmente registrado no famigerado Programa Nacional dos Direitos Humanos-3, sendo uma das razões de toda a polêmica que a estrovenga autoritária provocou em diferentes setores da sociedade. Esses grupos fazem parte dos conselhos populares (soviets) que, segundo os sonhos de governo da candidata Dilma, devem substituir o congresso e o judiciário na análise e deliberação do que a sociedade brasileira deve ver e saber. São cerca de 14.000 "ativistas", todos idelogicamente assemelhados, muitos vivendo às custas de dinheiro público, tentando decidir o que os outros cerca de 190 milhões de brasileiros devem ler e assistir, entre outras coisas. Para eles, a grande imprensa é um obstáculo de porte a seus planos, daí o porquê da manifestação, essa sim uma peça de propaganda política que de tão hipócrita se torna vulgar  e obscena.

Pessoalmente, eu prefiro uma devassa loura e sensual para degustar. E você?

0 comentários:

Postar um comentário

Compartilhe

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites