terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A Iluminação de Sidarta

Hoje, 8 de dezembro, comemora-se a Iluminação do sábio indiano Sidarta Gautama, mais conhecido como Buda. Durante oito dias, Sidarta se postou ao pé de uma figueira, e entrou em meditação profunda. Na manhã do oitavo dia, ao ver a estrela da manhã, Vênus, ele atingiu a Iluminação, um estágio de consciência onde se percebe a unidade subjacente a todas as coisas, onde a gente se toca de que tudo é interconectado, que não há de fato separação. Não se trata de uma descoberta intelectual, mas sim de uma descoberta que transcende o intelectual, que vem do âmago do ser.

Durante os dias em que permaneceu em meditação, Sidarta foi acossado por muitos demônios interiores e venceu a todos com a conquista da impassibilidade diante de todos os artifícios que eles usaram para desviá-lo do caminho. O último demônio a ser derrotado foi seu próprio ego. Após esse último embate, Sidarta se tornou Buda, um epíteto que significa aquele ou aquela que despertou ou se iluminou.

Segundo consta, Buda, então, colocou a ponta dos dedos no chão e disse:
“A Terra é minha testemunha. Eu e todos os seres da grande Terra simultaneamente nos tornamos o Caminho.”

Tinha 35 anos. Passou o resto da vida transmitindo seus ensinamentos até falecer, aos 80 anos, de forma prosaica, para um iluminado, de uma intoxicação alimentar. Os discípulos de Buda levaram seus ensinamentos da Índia para outros países da Ásia, onde eles floresceram com as características particulares de cada região.

Em fins do século XIX, missionários cristãos passaram a transportar para o Ocidente sua versão do caminho de Buda Xaquiamuni*, depois seguidos por estudiosos leigos e por monásticos que migraram da Ásia para a Europa, para os Estados Unidos e também para a América Latina. Do século XX em diante, sobretudo de meados do século XX para cá, o Budismo começou a se assentar em terras cristãs, como a nossa, e mestres e mestras, orientais e ocidentais, carregaram as sementes do Darma (os ensinamentos de Buda) para plantá-las também em solo brasileiro. Uma dessas sementes se instalou, por obra do destino, em meu coração cético, e vicejou. Quem sabe eu ainda não consiga sentar sob uma figueira sagrada, vença todos meus demônios interiores e não obtenha um pouquinho da tão sonhada felicidade plena.

* Chama-se Sidarta de Buda Xaquiamuni porque ele era da família dos Shákyas (abrasileirando deu Xaquia, mais muni que quer dizer sábio, daí Xaquiamuni, sábio da família dos Xáquias).
Foto do Buda Iluminado: Keanu Reeves em O Pequeno Buda de Bertolucci. Abaixo trecho do filme, quando Sidarta atinge a Iluminação.

1 comentários:

Olá, Mírian! Não sou budista mas desejo muita luz para ti. Uma mulher como você, com uma visão moderna e não-dogmática sobre os LGBT faz muita falta. E vê se aparece mais, tô com falta das suas postagens **RS**. Abração.

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