domingo, 8 de novembro de 2009

Queda do Muro de Berlim marca o fim do totalitarismo comunista

Derrubando o muro da vergonha
Hoje, dia 9 de novembro de 2009, celebram-se os 20 anos da queda do Muro de Berlim que não só dividia a Alemanha, entre o lado ocidental e democrático da cidade e o lado oriental, comunista e autoritário, como também simbolicamente quase o mundo todo em dois pólos de igual teor.

A queda do muro de Berlim marca, em 1989, igualmente o início do fim dos regimes comunistas na Europa Central e Oriental e em outras regiões, pondo um término à chamada Guerra Fria, assim chamada por nunca ter sido declarada oficialmente, existindo mais em termos de acúmulo de artefatos nucleares com os quais os Estados Unidos e a União Soviética se ameaçavam mutuamente. Com um arsenal de armas nucleares capaz de devastar o planeta inúmeras vezes, ambas as potências se limitavam porém - felizmente - a interferir em conflitos regionais visando à preservação de seu poder político e ideológico.

Também em celebração à queda do muro e ao fim dos regimes comunistas, durante a Conferência de Praga Consciência Européia e o Comunismo, em junho de 2008, parlamentares da república da Tchecoslováquia redigiram a Declaração de Praga (veja tradução aqui), que convoca os países europeus a apoiarem a criação do Instituto da Memória e Consciência da Europa e a estabelecer legislação que permita aos tribunais de justiça julgar e condenar os culpados pelos crimes comunistas e compensar as vítimas do comunismo. Dessa conferência também saiu a proposta de tornar o dia 23 de agosto, dia do pacto nazi-comunista entre Hitler e Stálin de divisão da Europa (23/08/1939), como Dia da Memória das vítimas de todos os regimes autoritários e totalitários (à guisa de exemplo, posto um vídeo sobre o tema, financiados pelo grupo político da União Européia das Nações, recomendando, contudo, que se assista a toda a sequência de nove episódios).

Em abril deste ano (dia 02/04/09), igualmente o parlamento europeu aprovou, em resolução sobre a consciência europeia e o totalitarismo, o apoio ao dia 23 de agosto, como Dia da Memória das vítimas de todos os regimes autoritários e totalitários, e a divulgação e a avaliação dos crimes cometidos pelos regimes comunistas totalitários.

Neste momento em que, na América Latina, subprodutos da ideologia autoritária de esquerda assombram a vários países da região, seja na expressão do socialismo do século XXI de Hugo Chávez, clonado na Bolívia, Equador, Nicarágua, ou mesmo no autoritarismo popular ou subperonismo de Lula, como na definição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com ataques à liberdade de imprensa (cerceamento de jornais), ao Estado de Direito, a fazendas produtivas pelo MST, ao equilíbrio e à separação entre os poderes legislativo, executivo e judiciário, entre outros sintomas de erosão democrática, com ênfase para a corrupção, vale a pena se ver ou rever certas páginas tristes do século passado, por mais lastimáveis que sejam, a fim de evitar que elas não se repitam.

Também para quem deseja se aprofundar sobre o tema dos totalitarismos, é possível baixar dois e-books já clássicos sobre o assunto: O Livro Negro do Comunismo e As origens do Totalitarismo, de Hanna Arendt.

Em As Origens do Totalitarismo, Hannah Arendt, compara brilhantemente o nazismo com o estalinismo. Em O Livro Negro do Comunismo, apresentam-se as seguintes cifras do genocídio provocado pelos regimes comunistas onde estes se instalaram. Os números são aproximados e há muita controvérsia sobre eles, com gente dizendo que estão superestimados ou subestimados, dependendo da cor ideológica do leitor e crítico. Seja como for, revela uma carnificina que deixa as ditaduras de direita no chinelo.

- URSS, 20 milhões de mortos,
- Camboja, 2 milhões de mortos,
- Leste Europeu, 1 milhão de mortos,
- China, 65 milhões de mortos,
- Vietnã, 1 milhão de mortos,
- Coreia do Norte, 2 milhões de mortos,
- América Latina, 150.000 mortos,
- África, 1,7 milhão de mortos,
- Afeganistão, 1,5 milhão de mortos,
- Movimento comunista internacional e partidos comunistas fora do poder, uma dezena de milhões de mortos. O total se aproxima da faixa dos cem milhões de mortos.

Posto, por fim, vídeo da apresentação que o U2 fez em Berlim, agora em 5 de novembro, também em comemoração à queda do muro. Emocionante ver a projeção das imagens no portão de Bradenburg, quando aparecem imagens com a foice e o martelo (símbolo do comunismo) e estrelas que são substituídas por One Love e depois pela palavra Freedom (liberdade).

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